Este documento fornece informações sobre a tecnologia social da cisterna-calçadão, que armazena água da chuva para produção de alimentos no Semiárido brasileiro. A cisterna-calçadão pode estocar até 52 mil litros de água ligada a um calçadão de 200 metros quadrados. Sua construção visa potencializar quintais produtivos, garantir segurança alimentar e nutricional às famílias, e incentivar práticas agroecológicas. O documento explica como as comunidades podem conqu
Aula da disciplina de Território e Sociedade, Universidade Federal do ABC (UFABC), São Bernardo do Campo - SP, abril de 2020.
Gravação de aula disponível em: https://youtu.be/E0VwlHcZXxQ
Aula da disciplina de Território e Sociedade, Universidade Federal do ABC (UFABC), São Bernardo do Campo - SP, abril de 2020.
Gravação de aula disponível em: https://youtu.be/E0VwlHcZXxQ
A escassez de recursos hídricos não é um problema exclusivo da maior cidade brasileira. Tanto que, enquanto só se falava em São Paulo, os níveis dos reservatórios do Rio de Janeiro estavam ainda piores...
A proteção das florestas nativas nas regiões de mananciais, nas margens dos rios e reservatórios é essencial para a produção de água. Sem cobertura florestal, a água não consegue penetrar corretamente nos lençóis freáticos, causando diminuição na quantidade de água...
Presente na cadeia produtiva de qualquer insumo, o desperdício é dura realidade também na distribuição e no consumo de água. Estima-se hoje que em torno de um quarto da água tratada é perdida no trajeto entre as represas e as torneiras...
Tema sugerido por:
Professor Luís Alberto Ferreira (Salvador/Ba)
Visite e curta:
www.slidecriativo.com.br
Origem da agricultura e revolução verdeigor-oliveira
Instituto Federal de Brasília-Campus Planaltina
Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia
Unidade Curricular: Agroecologia 1
Aula sobre a origem da agricultura e revolução verde.
Geografia agrária do mundo subdesenvolvido. Etapa importante na construção da atual agropecuária do Brasil. Uma breve descrição voltada à alunos do ensino médio e preparatórios.
Presentación realizada en la VII Reunión del Grupo de Trabajo 2025 (GT2025) de la Iniciativa América Latina y Caribe sin Hambre, en Guatemala entre el 21 y 22 de noviembre. Pedro Bavaresco - Brasil - Agricultura familiar
Co-produção e fotografia de capa da Cartilha sobre Cisterna Calçadão 52.000 litros: Série
Compartilhando Experiências -- Recife: Diaconia, 2008. Projeto construído pela Diaconia em parceria com agricultores e agricultoras do semi-árido brasileiro
A escassez de recursos hídricos não é um problema exclusivo da maior cidade brasileira. Tanto que, enquanto só se falava em São Paulo, os níveis dos reservatórios do Rio de Janeiro estavam ainda piores...
A proteção das florestas nativas nas regiões de mananciais, nas margens dos rios e reservatórios é essencial para a produção de água. Sem cobertura florestal, a água não consegue penetrar corretamente nos lençóis freáticos, causando diminuição na quantidade de água...
Presente na cadeia produtiva de qualquer insumo, o desperdício é dura realidade também na distribuição e no consumo de água. Estima-se hoje que em torno de um quarto da água tratada é perdida no trajeto entre as represas e as torneiras...
Tema sugerido por:
Professor Luís Alberto Ferreira (Salvador/Ba)
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Origem da agricultura e revolução verdeigor-oliveira
Instituto Federal de Brasília-Campus Planaltina
Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia
Unidade Curricular: Agroecologia 1
Aula sobre a origem da agricultura e revolução verde.
Geografia agrária do mundo subdesenvolvido. Etapa importante na construção da atual agropecuária do Brasil. Uma breve descrição voltada à alunos do ensino médio e preparatórios.
Presentación realizada en la VII Reunión del Grupo de Trabajo 2025 (GT2025) de la Iniciativa América Latina y Caribe sin Hambre, en Guatemala entre el 21 y 22 de noviembre. Pedro Bavaresco - Brasil - Agricultura familiar
Co-produção e fotografia de capa da Cartilha sobre Cisterna Calçadão 52.000 litros: Série
Compartilhando Experiências -- Recife: Diaconia, 2008. Projeto construído pela Diaconia em parceria com agricultores e agricultoras do semi-árido brasileiro
Combate à desertificação e mitigação - convivência com a seca: sínyeseBoletim...Eduardo Garcia
O sumário desta síntese compreende: Introdução. Conceitos: Desertificação. Combate à desertificação. Degradação da terra. Desenvolvimento sustentável (DS) Plano de convivência com a seca. Erosão. Outros conceitos. O problema da desertificação no País. Objetivos e metas. Indicadores. Propostas de ações do Mapa para o combate à desertificação e mitigação – convívio com a seca. Referências
A Sinopse do Censo Demográfico para o Semiárido Brasileiro foi concebida e elaborada com o objetivo precípuo de disponibilizar informações atualizadas acerca das principais características da população da região semiárida.
Relatório do Seminário Nacional Combate à Desertificação, Degradação das Terras e Convivência com a Semiaridez para redução da pobreza e um Desenvolvimento Sustentável Subsídios para posicionamento científico do Brasil durante a 3a. Conferência Científica da Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação (UNCCD). Trata-se de uma contribuição de investigadores acadêmicos e populares que atuam no Semiárido brasileiro.
O livro “Semiárido Piauiense: Educação e Contexto” é uma contribuição para a formação continuada de profissionais da educação sob a visão da educação contextualizada como fonte inspiradora da transformação do Semiárido brasileiro.
O presente projeto de trabalho pedagógico visa atender um dos quatro temas atuias e impactantes na vida das crianças e dos adolescentes, proposto pelo UNICEF.
Flores da Caatinga é voltada às crianças e aos adultos que interagem com elas.Termo de origem indígena que significa floresta branca, a Caatinga não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo, somente no Brasil. Ocupa uma área de aproximadamente 800 mil quilômetros quadrados, englobando, de forma contínua, parte dos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Estudos recentes sobre o bioma apontam para a existência de aproximadamente 1.500 espécies de plantas, e estima-se que esse número possa ultrapassar 2 mil no futuro.
Coleção Saber na Prática - Vol. 1, Banheiro Seco Cepagro
Vol. 1, Banheiro Seco - O trabalho com esta Tecnologia Social iniciou-se junto a agricultores da Rede Ecovida de Agroecologia, que demandavam sanitários próximos aos locais de cultivo visando a ecologização completa das propriedades, seguindo princípios da permacultura. Do litoral de Santa Catarina a experiência disseminou-se para o semiárido nordestino, com apoio técnico e elaboração de material didático pelo Cepagro. A iniciativa culminou na construção de mais de uma centena de Banheiros Secos na região de Pesqueira, em Pernambuco.
Coleção Saber na Prática / Vivências em Agroecologia - Esta coleção apresenta a sistematização de metodologias adotadas pelo Cepagro em seu trabalho de organização popular,dirigido a famílias em comunidades rurais e urbanas do Litoral Catarinense, Grande Florianópolis e Alto Vale do Itajaí.
A coleção é focada nas ações a partir de 2006, quando foram firmados os convênios com a IAF (Fundação Interamericana) e outros parceiros de cooperações internacionais e entes públicos.
Dividida em 4 volumes, representa um registro histórico e metodológico que visa auxiliar outras organizações a replicarem as ações apresentadas - levando em conta
o que há de afinidades e diferenças entre as realidades, sempre no sentido de adotar técnicas sustentáveis de Agricultura e Gestão de Resíduos Orgânicos.
Implantação do Reuso da Água de Chuva em Residências RuraisAugusto Garcez
Trabalho realizado para a matéria Saneamento Ambiental, com desenvolvimento de projetos para a implantação do reuso da água de chuva, em residências rurais, no município de Andorinha/BA.
O periódico Extensão Rural é uma publicação científica do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria destinada à publicação de trabalhos inéditos, na forma de artigos científicos e revisões bibliográficas, relacionados às seguintes áreas:
i) Desenvolvimento Rural,
ii) Economia e Administração Rural,
iii) Sociologia e Antropologia Rural,
iv) Extensão e Comunicação Rural,
v) Meio Ambiente e Sustentabilidade,
vi) Saúde e Trabalho no Meio Rural.
São publicados textos em inglês, português ou espanhol.
http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/extensaorural/index
Homens e mulheres que habitam no entorno do Rio Doce são os personagens reais da revista que concebemos e produzimos. Em destaque, trajetórias de diferentes cursos, mas com igual propósito da sustentabilidade e da preservação ambiental. Nada mais a cara da KICk do que isso.
Co-autoria da Cartilha Agroecologia e criação de galinha de capoeira / Márcio Moura (Org.)... [et al.] -- Ouricuri: Caatinga, 2009. 40 p. : il. ; 20 cm. (O sertão que dá certo ; 3).
Semelhante a Cartilha Cisterna Calçadão a série é uma produção da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA). (20)
Um bagre estava morrendo por ter abocanhado uma guloseima colorida, que na verdade era uma bola de borracha jogada no rio....
Clique e veja o que aconteceu...
Enviado pela colaboradora do Blog SOSRiosBr BIÓLOGA MARINA FERRI, de Taubaté - SP
Belíssimas cachoeiras de diversas partes do mundo e interessante texto de Roberto Shinyashik, enviado ao Blog SOSRiosBr pela colaboradora BIÓLOGA MARINA FERRI de Taubaté - SP
Fotos fantásticas do maravilhoso e imenso Aquário de Dubai, com todo o conforto das instalações para receber os turistas, com alto luxo e sofisticação. Mostra as principais espécies da fauna marítima de nossos mares.
Maravilhosas paisagens de reflexos em espelhos d' água, em diversos lugares do mundo, demonstrando assim uma beleza diferenciada...
Enviada pelo amigo EDMUNDO FERREIRA DA ROCHA do site Campos do Jordão Cultura.
Fotos maravilhosos à partir de um passeio de balão sobre a bela e progressista cidade de Piracicaba e seu importante rio homônimo, mostrando a ESALQ da USP e seus vários departamentos, campos de pesquisas e a área indústrial da cidade.
Edição de MARIA CECÍLIA
mariacecilia7291@gmail.com
Enviado pela colaboradora IVANA MARIA DE NEGRI, para o Blog SOSRiosBr
Prof. Jarmuth Andrade
Depois de algumas dificuldades conseguimos concluir a nossa
"Cartilha n.01 para os Camponeses", que segue em anexo prontinha
para o uso massivo.
A ideia é que seja um material para fazer o trabalho de base
e assim realizar o debate com as famílias camponesas sobre
os problemas gerados pelos agrotóxicos, bem como, qualificar
as nossas ações enquanto campanha.
Pedimos a todos que busquem formas de reproduzir nos estados
e organizações o máximo possível de exemplares e que já
possam iniciar os trabalhos.
Desejamos bom estudo a todas e todos, e que
façam um bom uso do material.
abs.
Folgado
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Secretaria Operativa Nacional
fone: (11) 3392 2660 / (11) 7181-9737
site: www.contraosagrotoxicos.org
COLABORAÇÃO DO BLOG SOSRIOSBR - PROF. JARMUTH
Os pescadores nos mares gelados enfrentando as dificuldades na movimentada pesca do tubarão, onde milhares de exemplares são capturados e depois preparados pelas mulheres, nas aldeias portuguesas, para comercialização
Maravilhosos trabalhos em areia feito por artistas na praia tendo por tema os principais filmes do cinema. Um fantástico trabalho que encanta os turistas que fotografam, filmam e divulgam os trabalhos ali expostos.
Se em cada praia, em vez de jogar lixos e poluição forem promovidos concursos como este, festivais de
A belíssima viagem no maravilhoso Rio São Francisco mostrando seu encontro com mar.
O encontro das águas do Rio São Francisco com o mar de Alagoas ganha a moldura de dunas douradas, formando um delta com coqueiros e imensas lagoas de águas azuis. O passeio à foz é feito de barco e dura cerca de 45 minutos, partindo do vilarejo de Piaçabuçu, a 130 quilômetros de Maceió.
"Em nossa opinião, dos muitos passeios, o mais bonito é o que visita o Canyon do Rio São Francisco . Ali foi construída a usina hidrelétrica do Xingó, a terceira maior do país. Foi a construção de sua barragem que inundou grande parte desta região e formou um lago com cem metros de profundidade."
Belas fotos e informações gerais sobre os principais canais marítimos do mundo que interligam mares e oceanos, encurtando as distâncias entre os continentes, diminuindo o tempo das viagens...
PLANETA TERRA
Fotos novas e sensacionais do nosso Planeta Terra dão uma idéia da dimensão dos continentes, dos mares e oceanos e também da maravilhosa e imensa costa oceânica do Brasil
Prof. Jarmuth
SOSRiosdo Brasil
Divulgue esta maravilhosa e importante apresentação!
Se não partir de cada um de nós o apoio e o esforço à preservação de nossa natureza, muito pouco vai acontecer.
Cada um tem sua responsabilidade nesta luta da preservação do nosso meio ambiente e garantir assim a saúde ambiental e qualidade de vida em nossa região, no nosso país, no Planeta Terra!
Que cada um faça a sua parte!
Prof. Jarmuth Andrade
Blog SOS Rios do Brasil
A grande força da natureza
Impressionante o efeito das poderosas onda do tsunami que devastou parte da costa do Japão e jogou a centenas de metros pesados barcos e navios que estavam ancorados nos portos.
As fotos dão idéia da "energia" contida nessas ondas gigantes do tsunami e seu grande poder de destruição!
Com a natureza não se brinca!
Uma descoberta sensacional de Jovem Cientista Brasileira:
O mosquito Aedes aegypti pode ser combatido colocando-se borra de café nos pratinhos de Coleta de Água dos Vasos, nos xaxins, prato dentro das folhas das bromélias, etc
Quem descobriu o efeito anti- Aedes, da borra foi uma cientista paulista, a Bióloga Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, Universidade Estadual de São Paulo, campus de São José do Rio Preto, Durante uma pesquisa da sua tese de mestrado - orientada pelo professor Hermione Bicudo.
A borra de café, e produzida todos os dias praticamente em TODAS casas, tem custo zero. O único trabalho e de o coloca-la, serviços, inclusive podendo ser jogada sobre o solo do jardim e quintal.
Divulgação: BLOG SOS RIOS DO BRASIL
Prof Andrade Jarmuth
http://sosriosdobrasil.blogspot.com
As belíssimas imagens num passeio inesquecível à Foz do Rio São Francisco.
Um espetáculo da natureza, o encontro do Velho Chico, o "Rio da integração nacional" com o Oceano Atlântico. Pouca gente conhece essa maravilha!
proposta curricular para educação de jovens e adultos- Língua portuguesa- anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Planejamento de unidades letivas para professores da EJA da disciplina língua portuguesa- pode ser trabalhado nos dois segmentos - proposta para trabalhar com alunos da EJA com a disciplina língua portuguesa.Sugestão de proposta curricular da disciplina português para turmas de educação de jovens e adultos - ensino fundamental. A proposta curricular da EJa lingua portuguesa traz sugestões para professores dos anos finais (6º ao 9º ano), sabendo que essa modalidade deve ser trabalhada com metodologias diversificadas para que o aluno não desista de estudar.
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
livro em pdf para professores da educação de jovens e adultos dos anos iniciais ( alfabetização e 1º ano)- material excelente para quem trabalha com turmas de eja. Material para quem dar aula na educação de jovens e adultos . excelente material para professores
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxMariaSantos298247
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração – CP4 – Processos identitários, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
Projeto de articulação curricular:
"aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos" - Seleção de poemas da obra «Bicho em perigo», de Maria Teresa Maia Gonzalez
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Cartilha Cisterna Calçadão a série é uma produção da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).
1. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
Série Estocagem de Água para Produção de Alimentos
Cisterna-
Calçadão
2.
3. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
Série Estocagem de Água para Produção de Alimentos
Cisterna-
Calçadão
4. Realização
Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA)
Rua Nicarágua, 111 – Espinheiro – 52.020-190 – Recife/PE
Fone: (81) 2121-7666 – Fax: (81) 2121-7629
asacom@asabrasil.org.br – www.asabrasil.org.br
Produção
Assessoria de Comunicação da ASA (ASACom)
Coordenadora de Comunicação:
Viviane Brochardt DRT/PE 2572
Jornalistas
Gleiceani Nogueira DRT/PE 3837
Mariana Mazza DRT/PE 4570
Verônica Pragana DRT/PE 2923
Produção de conteúdos
Adriana de Castro
Alexandre Ribeiro Botelho (Merrem)
Antônio Gomes Barbosa
Gerson Flávio
Revisão de conteúdos
Adriana de Castro
Antônio Gomes Barbosa
Gleiceani Nogueira
Colaboração
Mário Farias
Revisão de texto
ProNormas
Fotos
Arquivo Chapada
Arquivo IRPAA
Arquivo Sertão Verde
Bi Antunes
Cláudio José da Silva
Clécio Bezerra de Lima
Fátima Sabino
Fred Jordão
Iracema Manielle
Rafaella Sabino
Sidney Quarerma
Projeto gráfico e diagramação
Paola Fernandes – Z.diZain Comunicação
5. Sumário
5 Apresentação
7 Introdução
9 Você já ouviu falar em cisterna-calçadão?
10 O que se quer com a construção
da cisterna-calçadão?
11 Para que serve uma cisterna-calçadão?
12 Por que construir uma cisterna-calçadão?
13 Como conquistar uma cisterna-calçadão?
15 Como se constrói uma cisterna-calçadão?
31 Como cuidar bem da cisterna-calçadão?
32 Lições aprendidas
6.
7. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 5
Apresentação
Esta cartilha sobre cisterna-calçadão compõe a série sobre Estocagem de Água para Produção
de Alimentos, formada por mais três publicações que abordam outras tecnologias sociais do
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2): barragem subterrânea, tanque de pedra e bomba
d’água popular.
A série é uma produção da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e apresenta como a
estocagem de água tem melhorado as condições de vida das famílias da região e despertado
muitas comunidades e organizações a pensarem ações adequadas às condições climáticas do
Semiárido com a adoção de práticas transformadoras.
Um exemplo dessas experiências são as cisternas-calçadão destinadas à produção de alimen-
tos. De uso familiar, a água armazenada nessa cisterna potencializa a criação de quintais pro-
dutivos no cultivo de legumes, verduras, frutas, plantas medicinais e na criação de aves e
pequenos animais.
Nesta cartilha, a ASA reúne informações sobre a cisterna-calçadão com o objetivo de subsidiar
os processos de formação entre as organizações, os agricultores e as agricultoras, e os pedrei-
ros e as pedreiras que assumem a responsabilidade das construções.
8. 6 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Os conteúdos desta publicação estão divididos em quatro blocos: o primeiro apresenta o que é a
tecnologia, quais os seus usos e de que forma a família pode conquistar uma cisterna-calçadão;
o segundo ensina como construir a tecnologia, a partir da experiência das comunidades e das
organizações envolvidas na execução do Programa; o terceiro dá ênfase à importância do cui-
dado com a cisterna e com a água utilizada, para que as famílias possam ter uma boa produção;
já o quarto traz alguns ensinamentos sobre a tecnologia, bem como seu impacto na vida dos
agricultores e das agricultoras.
Aproveite os conhecimentos sistematizados nesta publicação para conhecer mais sobre esta
forma de estocagem de água para produção de alimentos. Mas, não se limite a esse instrumen-
to. Organize sua comunidade para participar de um intercâmbio de experiências para conhecer
outras iniciativas aí mesmo, pertinho de você.
9. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 7
Introdução
A natureza no Semiárido é rica e diversa. A Caatinga, que ocupa a maior parte do Semiárido, é
o único bioma exclusivamente brasileiro. Apresenta enorme variedade de paisagens, de espé-
cies animal e vegetal, nativas e adaptadas, com alto potencial e que garantem a sobrevivência
das famílias agricultoras de nossa região. Na sua diversidade pode-se falar em pelo menos
doze tipos diferentes de Caatingas, que chamam atenção especial pelos exemplos incríveis de
adaptações ao habitat.
Conviver com a diversidade do Semiárido é fácil e prazeroso, bastando para isso observar a
natureza, respeitar suas peculiaridades e potencializar os conhecimentos produzidos pelas famí-
lias agricultoras nas estratégias de estocagem de água, sementes e forragem para os animais.
Para que esses pressupostos alcancem seus objetivos, democratizar terra e água se torna ta-
refa urgente. Valorizar as estratégias de estocagem é também disputar espaço e fortalecer um
novo modelo de desenvolvimento que parte da diversificação da produção, assegurando renda,
geração de conhecimentos e soberania alimentar às famílias.
A motivação dos programas da ASA, o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e o Progra-
ma Uma Terra e Duas Águas (P1+2) parte das necessidades das comunidades e das famílias.
Organizar essas necessidades a partir de cada particularidade da comunidade, da microrregião
e do território é que dá a base a todo nosso projeto, é a inversão da lógica dos projetos feitos
de cima para baixo.
10. 8 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Um bom exemplo de projetos populares e democráticos é o P1MC, desenvolvido pela ASA em
2000. A meta desse projeto é audaciosa: construir um milhão de cisternas para atender 5 mi-
lhões de pessoas. A cisterna de placa de 16 mil litros armazena água para beber e cozinhar. É
também uma tecnologia simples, barata, de domínio das famílias agricultoras e que consegue, de
fato, atender a população difusa da região, ao contrário das grandes obras hídricas.
A partir das cisternas de beber se formam redes de solidariedade nas comunidades e a água
estocada é compartilhada por outras famílias até que todas tenham sua própria cisterna. Da
mesma forma acontece com as tecnologias sociais implementadas pelo P1+2. Assim, guardar a
água em cisternas de produção, barragens subterrâneas, tanques de pedras, bombas d’água
populares e em outras infraestruturas hídricas contribui para a soberania e segurança alimentar
e nutricional das famílias e garante água para a população que vive na região.
Por isso, a ASA propõe que as iniciativas de estocagem de água se transformem em políticas pú-
blicas efetivas e sistemáticas, tendo as famílias de agricultores como criadoras e protagonistas das
mudanças. A transformação dessas iniciativas em políticas públicas exige uma ação permanente
na ocupação de espaços de construção e controle social das políticas públicas em diversos níveis.
O estabelecimento de parcerias também contribui para viabilizar essas experiências bem–su-
cedidas no Semiárido. Tem dado bons resultados a experiência de cooperação e negociação
entre a ASA e o governo federal, as agências internacionais de cooperação, empresas, bancos,
cidadãs e cidadãos brasileiros que sonham com um Semiárido digno, sem perder a sua autono-
mia, preservando a sua identidade e continuando a luta pela construção de um novo modelo de
desenvolvimento sustentável. É a luta de muita gente.
11. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 9
Você já ouviu falar em
cisterna-calçadão?
É uma tecnologia que guarda a água da chuva e tem ajudado a melhorar a qualidade de vida
de muitas famílias agricultoras no Semiárido brasileiro, a partir da potencialização de quintais
produtivos. O próprio nome já diz: é uma cisterna com capacidade de estocar até 52 mil litros
de água, ligada a um calçadão de 200 metros quadrados que serve como área de captação da
água das chuvas. Essa água escorre do calçadão até a cisterna através de um cano que liga
um a outra.
O tamanho do calçadão foi pensado para garantir o enchimento da cisterna mesmo em anos em
que a ocorrência de chuvas seja abaixo da média. Sendo possível garantir que a cisterna chegue
a sua capacidade total com apenas 350 milímetros de chuva, permitindo a irrigação de salvação.
Cisterna-calçadão
12. 10 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
O que se quer com a construção
da cisterna-calçadão?
Estimular as práticas agroecológicas;
Incentivar a troca de conhecimento entre os agricultores e as agricultoras;
Valorizar o saber e as expressões culturais das populações locais;
Aumentar a renda das famílias;
Promover a organização e mobilização da comunidade;
Garantir a soberania e a segurança alimentar e nutricional;
Valorizar a participação da mulher e do jovem nas ações comunitárias.
Plantação de hortaliças de seu João
Mendes, Afogados da Ingazeira (PE) Comercialização de produtos agroecológicos
13. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 11
Para que serve uma
cisterna-calçadão?
Potencializar o quintal produtivo no cultivo de alimentos diversificados para consumo
da família através do plantio de hortas e plantas medicinais;
Criar animais como galinhas, ovelhas e/ou cabras criadas na corda;
Aguar as flores do jardim;
Fazer irrigação de salvação;
Utilizar a água para sistemas simplificados de irrigação;
Assegurar água para os pequenos animais no período de estiagem;
Utilizar o calçadão para secagem de produtos como feijão, milho, goma e a casca e a
maniva da mandioca que, passadas na forrageira, servem de alimento para os
animais e para outros usos.
Cisterna potencializa criação de galinhas Secagem de milho no calçadão
14. 12 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Por que construir uma
cisterna-calçadão?
Quem vive no Semiárido mora numa região onde as chuvas são mal distribuídas ao longo do
ano. Por isso, é importante estocar a maior quantidade de água de chuva possível. Uma das
estratégias para guardar esta água é a construção de cisternas-calçadão, favorecida pelo baixo
custo e pela forma simples de se fazer.
As cisternas-calçadão aumentam a disponibilidade de água para as famílias, possibilitando a
diversificação da produção. Com isso, os agricultores e as agricultoras podem garantir sua so-
berania e segurança alimentar e nutricional. O acesso à água perto de casa evita que mulheres
e crianças tenham que percorrer grandes distâncias em busca de água para o abastecimento
da família.
É importante também difundir a viabilidade da cisterna-calçadão, no sentido de ela se tornar uma
ação de política pública de convivência com o Semiárido brasileiro.
15. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 13
Como conquistar uma
cisterna-calçadão?
Em todos os municípios de atuação da ASA existem as Comissões Municipais. Elas são forma-
das por entidades da sociedade civil (sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, igrejas
católicas e evangélicas, grupos de jovens etc.) que, a partir de critérios pré-estabelecidos, es-
colhem as comunidades onde o P1+2 será executado.
A mobilização social é um componente fundamental. É a comunidade, reunida em assembleia,
que define as famílias que serão beneficiadas, a partir de critérios claros e acordados previa-
mente. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o número de crianças e adolescentes em
situação de risco, a taxa de mortalidade infantil, a existência de locais apropriados para as cons-
truções e o envolvimento da família na organização comunitária e na produção de alimentos são
alguns dos requisitos para a seleção das famílias.
Nas reuniões da comunidade é falado sobre a importância da participação e do envolvimento
da família na construção e no manejo da cisterna-calçadão. Não basta construir, é preciso que
os agricultores e as agricultoras se comprometam em fazer a manutenção para que possam ter
uma boa produção de alimentos em diversidade e quantidade.
Após a escolha da família é feita uma capacitação sobre temas diversos, como organização co-
munitária, convivência no Semiárido, ciclo da água e a importância do cuidado da família com a
cisterna-calçadão para que dê bons frutos e tenha uma vida útil longa, gerando assim melhoria
da qualidade de vida para todos os membros da família.
16. 14 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Na experiência vivida em cada família está a principal fonte de conhecimentos. Por isso, quem é
beneficiado com a cisterna-calçadão participa de intercâmbios com outras famílias agricultoras,
a fim de se partilhar experiências e ver nas comunidades vizinhas o que vem dando resultado
para a melhoria da vida das pessoas.
Nesse processo, as famílias constroem coletivamente conhecimentos sobre a situação das
águas na região, sobre outras iniciativas e possibilidades de estocagem e sobre a importância
de planejar a produção a partir do que existe na comunidade. Esses momentos de capacitação
e troca de conhecimentos são muito importantes para que as pessoas se envolvam e troquem
informações e experiências valorizando o conhecimento local.
É muito importante que as famílias que conquistam a cisterna-calçadão se organizem, participem
de sua construção e aprendam novas maneiras de se produzir a partir da agroecologia e, assim,
possam gerar saúde e vida digna para sua família e comunidade.
17. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 15
Como se constrói uma
cisterna-calçadão?
Conheça a seguir o passo a passo da construção de uma cisterna-calçadão:
1º passo: Encontrar o local apropriado
O primeiro passo para a construção de uma cisterna-calçadão é a escolha do local e a marcação
do solo onde ela será construída. O terreno deve ser plano para evitar aterros e assim garantir
a durabilidade e a qualidade da implementação. Ela deve ser construída na área do quintal, para
facilitar o trabalho da família (foto 1).
Foto 1 – Marcação do solo
18. 16 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
2º passo: Escavação do buraco da cisterna
O buraco deve ter 1 metro e 80 centímetros de profundidade e 7 metros de diâmetro. Nele vão ser
trabalhados o fundo, as paredes e o teto. A escavação pode ser feita manualmente ou com máqui-
na, mas, no metro final, o procedimento deverá ser manual (foto 2). Isso ajuda a não ultrapassar a
profundidade indicada e a evitar aterramentos no fundo. Se isso acontecer, poderão ocorrer vaza-
mentos devido à reorganização / compactação do solo.
Foto 2 – Escavação manual da cisterna
19. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 17
3º passo: Construção das placas da parede da cisterna
O traço de massa para a construção das placas da parede e da cobertura leva 9 latas de areia
e 2 latas de cimento. Duas latas é a medida de um saco de cimento.
Um dos modelos mais comuns de parede é feito com 3 linhas de placa do tamanho de 50 por
60 centímetros, totalizando 111 placas. O pedreiro ou a pedreira faz essas placas com areia e
cimento (foto 3). Primeiro, nivela o chão onde serão feitas as placas, forra este espaço com
areia - para evitar perda de água deve-se forrar o chão com uma lona -, arrastando a forma de
um lado para o outro, de tal forma que faça o jeito da placa. A forma fica assim apoiada sobre
a lona, depois ela é cheia com massa.
Foto 3 – Confecção das placas da parede
20. 18 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Em seguida, a forma é tirada e repete-se a ação. É melhor trabalhar com duas formas para
adiantar o serviço. Para garantir uma placa resistente, é necessário molhá-la duas a três vezes,
durante dois a três dias, com um regador, para que água caia por igual em cima da placa inteira.
É necessário que todas as 113 placas (duas de sobra) estejam prontas, para que se comece a
fazer a parede da cisterna. É importante lembrar que a confecção de todas as placas deve ser
feita antes de se iniciar o processo de construção. Outra orientação é reservar um lugarzinho
para a masseira: uma área circular com cerca de um metro de diâmetro, usada para misturar a
massa durante toda a construção.
4º passo: Construção das placas e das vigas ou caibros da cobertura da cisterna
Nesta etapa são construídas as vigas ou caibros, feitas de concreto e ferro, que vão dar sustentação às
placas do teto da cisterna. Ao todo, a cisterna leva 37 vigas de 2 metros e 95 centímetros cada (foto 4).
Foto 4 - Confecções das vigas do teto da cisterna.
21. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 19
Para fazer as vigas é preciso um traço de concreto com 5 latas de areia, 3 latas de brita nº 1, mais
1 saco de cimento. O ferro usado é de 3/8, conhecido também por ferro de 10 milímetros, com 3
metros e 10 centímetros de comprimento. São usadas três réguas de 3 metros e 10 centímetros.
As réguas são colocadas no chão nivelado e preenchidas com o concreto. Em seguida, coloca-
-se um ferro de 3/8 no meio. O ferro deve medir 3 metros e 10 centímetros e ficar com a ponta
para fora do concreto com uma curva de 5 centímetros, pois será usada na amarração.
As placas do teto são compostas por 37 conjuntos com 4 peças. Para fazê-las, o primeiro passo
é nivelar o chão. Depois, as formas são colocadas na área nivelada e preenchidas com massa
(foto 5). Essa ação deve ser repetida até completar 37 conjuntos. É sempre bom fazer um con-
junto a mais (de reserva), pois alguma peça pode se quebrar. É importante molhar as placas de
cobertura duas ou três vezes ao dia.
Foto 5 – Confecção das placas do teto
22. 20 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
5º passo: Construção do piso do fundo da cisterna
O primeiro passo é fazer o nivelamento para a construção do piso do fundo da cisterna. O traço
de massa leva 5 latas de areia, 3 latas de brita nº 1 e 1 saco de cimento.
O fundo da cisterna é estruturado com 1 contra piso, 1 grade de ferro e 1 piso reforçado para dar
o acabamento. A grade deve ser feita com ferro de 1/4 ou também conhecido por 6,3 milímetros.
A grade é colocada em cima de uma camada de concreto com cerca de 4 centímetros de altura.
Depois ela é coberta com mais 4 centímetros de concreto (fotos 6 e 7). Deve-se estar atento
para que o fundo da cisterna fique com 6 metros e 20 centímetros de diâmetro, pois as placas
vão ficar apoiadas sobre este fundo.
Foto 6 – Confecção do piso do fundo da cisterna Foto 7 – Fixação da grade no piso
23. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 21
6º passo - Construção da parede da cisterna
O próximo passo é levantar a parede. A marcação da parede deve ser feita a 3 metros e 5 cen-
tímetros do centro da cisterna, onde serão assentadas as placas. Elas são colocadas, uma de
cada vez, por fora do risco (da marcação), fazendo logo o rejunte. O traço de massa do rejunte
leva 9 latas de areia e 2 de cimento. Cada fileira pega 37 placas, que devem ser escoradas por
dentro e por fora (foto 8).
A primeira fileira deve ser amarrada com 18 voltas de arame galvanizado número 12. A segunda
e a terceira fileiras são amarradas com 15 voltas de arame, cada uma. Depois de colocado, o
arame precisa ser ponteado, ou seja, apertado. Quarenta e cinco quilos (45kg) de arame galva-
nizado número 12 são utilizados para amarração da cisterna.
Foto 8 – Construção da parede da cisterna
24. 22 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Ao todo são 111 placas da parede. Elas medem 50 por 60 centímetros. Trinta e sete placas são
cortadas para o encaixe dos caibros ou vigas (corte de 8 por 6 centímetros). Duas placas têm
um buraco de 100 milímetros, sendo um para a entrada de água que vem do calçadão e o outro
para a saída de água quando a cisterna estiver cheia (foto 9). Elas ficam na terceira fileira de
placas, na mesma altura e na parte mais alta da placa, para aumentar a capacidade de arma-
zenamento da cisterna.
Foto 9 – Detalhe do pedreiro furando a placa
25. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 23
7º passo: Construção da coluna central da cisterna
No centro da cisterna deve ser feita uma coluna, com um cano de 150 milímetros de diâmetro e 2
metros e 50 centímetros de altura. Dentro do cano são colocados 3 ferros de 5/16, com 2 metros
e 70 centímetros de altura. Enche-se o cano com concreto. Os 20 centímetros a mais de ferro,
que ficam do lado de fora, são para encaixar o pião central. Depois que a coluna estiver seca,
devem-se retirar 10 centímetros de cano da parte que fica no piso da cisterna, para que ele não
provoque vazamento (fotos 10 e 11).
Foto 10 – Colocação da coluna central, feita de cano Foto 11 – Detalhe da coluna central pronta
26. 24 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
8º passo: Construção do pião central
Para fazer o pião central, primeiro nivela-se o chão onde será colocada a massa. Depois,
coloca-se a massa e por cima a armação de ferro e mais uma camada de concreto. O traço de
concreto leva 5 latas de areia, 3 latas de brita nº 1 e 1 saco de cimento. O ferro usado é o 5/16
(foto 12).
O pião central tem um furo bem no meio, com 75 milímetros de diâmetro. Costuma-se usar um
cano de PVC para marcar o furo (foto 13). Depois que está seco, o pedaço de cano é retirado.
O seu raio é de 40 centímetros. Usar 4 pedaços de ferro com 78 centímetros e 8 pedaços de 30
centímetros. A segunda roda do pião deve ser próxima ao centro, a 20 centímetros de distância.
Usar o arame nº 18 na amarração. A coluna central é necessária porque o pião é muito grande e
pesado. A coluna dá segurança aos pedreiros e pedreiras na hora de assentar o pião e as vigas.
Foto 12 – Armação de ferro do pião central Foto 13 – Pião central pronto
27. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 25
9º passo: Acabamento da cisterna – reboco externo e interno
O reboco externo é feito depois que o rejunte das placas está seco. O traço de massa para o
reboco externo leva 9 latas de areia e 2 de cimento. Depois que o reboco externo estiver bem
enxuto, colocar areia em volta da cisterna (foto 14).
O reboco interno deve ser ligado ao piso da cisterna com o rodapé arredondado, para evitar
vazamento. O traço de massa leva 7 latas de areia, mais 2 de cimento e um 1 de vedacit. Em
torno da coluna central, onde foram retirados os 10 centímetros do cano, também deve ser feito
um rodapé arredondado (foto 15).
Foto 14 – Reboco externo da cisterna Foto 15 – Reboco interno do fundo da cisterna
28. 26 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
10º passo: Colocação da coroa central
A coroa central é chumbada com 2 latas de areia, 1 lata e meia de brita, mais 1 lata de cimento
(foto 16).
11º passo: Colocação do pião e das vigas
Faça um andaime quadrado de 1 metro e 50 centímetros, com 1 metro e 80 centímetros de altu-
ra, em volta da coluna central. Depois do andaime pronto, coloque uma tábua ou madeira para
apoiar. Encaixe o pião na coluna central e coloque quatro escoras para o pião. Depois, entorte
os ferros da coluna.
Foto 16 – Colocação da cora central Foto 17 – Colocação das vigas
29. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 27
As 37 vigas ou caibros são colocados, um de cada vez, em posições opostas para equilibrar
o pino central e a coluna não desabar (foto 17). Em cada viga deve ser colocada uma escora.
Depois disso, amarre os ferros com arame galvanizado número 12. Faça uma amarração na
parede na altura das vigas, com mais ou menos 20 voltas de arame.
12º passo: Colocação das placas do teto
Coloque as placas de cobertura de cima para baixo, sendo encaixadas nas vigas (foto 18). O
acabamento da cobertura é feito na parte externa da cisterna, com o rejunte feito no pé das
vigas. Faça o reboco da cobertura, colocando a tampa e instalando a bomba (foto 19).
Foto 18 – Construção do teto da cisterna Foto 19 – Instalação da bomba manual para retirada da água
30. 28 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
13º passo: Vedação e pintura da cisterna
Após um dia do término da cisterna, ela deve ser pincelada com impermeabilizante, feito com 3
latas de cimento e 3 litros de vedacit. No dia seguinte, faça a pintura da cisterna com cal branca
(foto 20).
14º passo: Preparar o local para a construção do calçadão
Para a construção do calçadão o terreno deve estar com um desnível suave. Caso seja
plano, deve-se escavar para alcançar a inclinação desejada, de aproximadamente 20 cen-
tímetros na direção do decantador e de 10 centímetros nas laterais em direção ao centro
da calçada. Evite fazer aterramentos, pois no futuro podem aparecer rachaduras no piso
do calçadão (foto 21).
Foto 20 – Pedreiro pintando a cisterna Foto 21 – Mutirão para preparar o calçadão
31. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 29
15º passo: Construção do muro do calçadão
Toda área vai ser cercada por um pequeno muro de alvenaria. São gastos aproximadamente
1300 tijolos de 8 furos ou 1500 tijolos de 6 furos. O traço de massa leva 4 carros de areia, 1 carro
de barro, mais 1 saco de cimento, e é usado para levantar e rebocar o muro, numa área de 10
X 20 metros, ou seja, 200 metros quadrados (200m2). O formato da calçada vai depender das
condições do terreno disponível para a construção (foto 22).
16º passo: Construção do piso do calçadão
Em seguida deve ser feito o nivelamento do piso. Ele não deve ser aterrado. Caso seja neces-
sário algum tipo de aterramento, deve ser feito com areia. Para construir o calçadão se utilizam
formas para confecção das placas do piso de 1 metro quadrado (1 m X 1 m), com espessura de
3 a 5 centímetros (foto 23).
Foto 22 – Pedreiro construindo o muro do calçadão Foto 23 – Construção do calçadão com placas de cimento
32. 30 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Cada traço da massa leva 4 carros de areia, 1 saco de cimento e 1 carro de brita. As placas
terão entre elas um rejunte com massa de cimento de 1 centímetro de largura. As placas devem
ser confeccionadas no próprio local. No acabamento final devem-se pintar as suas bordas com
cal branca.
17º passo: Construção do decantador
O último passo é construir um pequeno tanque conhecido como decantador, que vai levar a
água do calçadão para a cisterna. Esta caixa de decantação mede 40 por 40 centímetros e tem
30 centímetros de altura. Ela tem 2 canos. Um de 100 milímetros ligado à cisterna, com um joe-
lho para fazer o sifão e uma peneira na extremidade do joelho, para evitar a entrada de sujeira
no interior da cisterna. O outro cano é de 1 polegada ou 32 milímetros, que funciona como um
sangradouro, usado no esgotamento do decantador (foto 24).
Foto 24 – Detalhe do decantador
33. TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão 31
Como cuidar bem da
cisterna-calçadão?
Para conservar o calçadão é necessário construir uma cerca de proteção, que evite a entrada
de pessoas e animais. A família assume a responsabilidade de sempre varrer e fazer os repa-
ros necessários. Ela também deve ter alguns cuidados básicos com a cisterna-calçadão para
garantir água de qualidade. São eles:
Manter a cisterna sempre fechada;
Tirar a água com a bomba de repuxo-manual;
Lavar a cisterna todo ano antes do inverno com cloro ou água sanitária, usando
uma vassoura;
Pintar a cisterna com cal branca sempre antes de iniciar o período chuvoso;
Não plantar árvores com distância inferior a 10 metros, pois suas raízes podem causar
rachaduras e vazamentos na cisterna e no calçadão;
Fazer, de imediato, reparos na cisterna e no calçadão sempre que aparecerem
fissuras e/ou rachaduras.
34. 32 TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO - Cisterna-Calçadão
Lições aprendidas
A cisterna-calçadão, assim como diversas experiências implementadas pela ASA no Semiárido
brasileiro, é resultado do conhecimento e da experiência acumulada dos agricultores e das agri-
cultoras familiares.
Essas tecnologias trazem ótimos resultados especialmente para a vida das mulheres, jovens e
crianças, que durante muitos e muitos anos sempre se responsabilizaram pelo abastecimento
de água e do alimento para a família. O acesso à água e ao alimento pertinho de casa gera
mais tempo para elas se ocuparem com outras coisas, inclusive para participar mais da vida em
comunidade, da organização política do município etc.
Um exemplo é o incentivo à criação dos quintais produtivos. Com a água da cisterna-calçadão a
família cultiva frutas, verduras e legumes numa faixa pequena do terreno da casa e também cria
animais. Essa prática da comunidade volta a ganhar força e é aperfeiçoada. As inovações apli-
cadas por agricultores e agricultoras garantem maior segurança e soberania alimentar. Também
diversificam as fontes de renda e proporcionam mais autonomia econômica e social às famílias.
Quando não está chovendo, o calçadão é utilizado também para secagem de produtos como
feijão, milho, goma, a casca e a maniva da mandioca para passar na forrageira, que serve de
alimento para os animais e para outros usos.
Sem reconhecer e valorizar esses saberes, não haveria experiência bem sucedida. Por esse
motivo, a ASA incentiva a participação, a troca de experiências e a construção coletiva do co-
nhecimento, por meio de intercâmbios e da sistematização de tecnologias sociais de manejo
sustentável da terra e da água, ou seja, de convivência com o Semiárido.
35.
36. Programa de Formação e Mobilização
ASA Social para Convivência com o Semiárido
A Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) é uma rede Abriga tecnologias sociais populares de captação e
formada por cerca de mil organizações sociais atuantes armazenamento de água para consumo humano e produção
na região, que tem por missão “fortalecer a sociedade de alimentos. Além disso, fortalece outras iniciativas de
civil na construção de processos participativos para o convivência com o Semiárido, como a criação animal, a
desenvolvimento sustentável e a convivência com o educação contextualizada, o combate à desertificação,
Semiárido, referenciados em valores culturais e de as casas ou bancos de sementes, os fundos rotativos
justiça social”. solidários, entre outras.
A ASA vem apoiando a agricultura familiar de base Esse programa abrange duas ações: o P1MC (Programa
agroecológica, no sentido de melhorar as condições de Um Milhão de Cisternas) e o P1+2 (Programa Uma Terra
vida dos agricultores e agricultoras da região. É uma e Duas Águas). Nessas duas iniciativas, a principal ação
luta gloriosa e constante, para se viver com dignidade, não é a construção das tecnologias, mas, principalmente, a
tendo água e comida suficientes para todas as famílias. formação e a mobilização social.
A essa nossa luta chamamos de CONVIVÊNCIA COM
As famílias atendidas pelo P1MC e pelo P1+2 participam
O SEMIÁRIDO. Em vez de ficarmos lutando contra as
de uma série de capacitações sobre gestão da água,
secas, estamos aprendendo a aproveitar bem a água das
construção coletiva do conhecimento, sistematização
chuvas, a usar as plantas da região de forma consciente
de experiências, segurança alimentar, meio ambiente,
e sustentável.
convivência com o Semiárido, políticas públicas, etc.