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HIDRÁULICA
IRRIGAÇÃO E
DRENAGEM
Profª Cristianne Burgo
Moderno sistema de
automação em irrigação
por superfície.
Representação de Irrigação por
superfície na Antiguidade.
Lembrando: Modernização não é sinônimo de Desenvolvimento. E Irrigação não é
embelezamento de paisagem, por mais bonita que seja. O propósito original de um
sistema de irrigação e que se consolida na modernidade foi e é produzir riquezas...
Se a produção de trigo for alvo da irrigação, o incremento da produção irrigada deve gerar mais riquezas que o custo
extra do sistema de irrigação. Se o paisagismo for alvo da irrigação esse deve produzir riquezas (turismo, por
exemplo) para justificar o investimento...
Irrigação x Equipamento de Aplicação de Água
Os sistemas de Irrigação nada mais são que equipamentos/benfeitorias voltados ao propósito da aplicação
artificial de água para agricultura, mas que podem ser usados em outras atividades, como o combate a
incêndios. O que não se deve recomendar/aceitar é o uso do Equipamento na agricultura para a Molhação.
Aspersão em pista de
provas da Pirelli.
http://www.pirelli.com
Aspersão para lavagem de
úberes de vacas leiteiras.
http://www.senninger.com
Aspersão para controle de poeira e
resfriamento na mineração/indústria.
http://www.kometirrigation.com
Aspersão para controle de poeira e
resfriamento/conforto térmico animal.
http://www.nelsonirrigation.com
Evaporação controlada do excesso de
água contaminada (que não pode ser
enviada a corpos hídricos).
http://www.senninger.com
Aspersão ou Gotejamento para
lixiviação/recuperação de metais
(cobre, ouro, zinco, etc.).
http://www.ore-max.com/
Dentre os usos menos óbvios dos
Sistemas de Irrigação, tem-se a
Proteção de Plantas Contra Geadas.
Caso da Microaspersão ou Aspersão
http://nwdistrict.ifas.ufl.edu/phag/2014/01/11/satsuma-protection-in-cold-weather-extremes/
Curiosidade:
Qual o princípio dessa técnica?
A energia que seria gasta para
congelar os tecidos, é gasta para
congelar uma camada protetora de
água, o que preserva a planta de uma
dano mais intenso da geada.
Manejar é tão importante quanto Projetar
Por muito tempo, houve muita preocupação com o Dimensionamento do sistema (o
rigor sobre a perda de carga, os desníveis topográficos e as variações de vazões), sem
haver tanta ênfase no Manejo. Naquele contexto, muitos sistemas de irrigação foram
vendidos sem qualquer orientação sobre seu Manejo. E certamente por isso muitos
projetos de irrigação, públicos e privados, falharam no Brasil e em outros países.
https://www.irrigationnz.co.nz/PracticalResources/ToolsAndTips
Um sistema mal manejado falha ao:
 estar tecnologicamente incompatível com a aptidão do solo e a cultura;
 aplicar lâminas deficientes;
 aplicar lâminas excessivas;
 deixar o lençol freático se elevar;
 não promover a lixiviação de sais;
 gerar condições de hipoxia, de lavagem de nutrientes e erosão hídrica;
 permitir que o intervalo entre irrigações seja demasiadamente alto;
 permitir intervalos de irrigação desnecessariamente curtos;
 adotar tempos de irrigação incompatíveis com a lâmina bruta;
 aplicar lâminas superiores à capacidade de retenção da água pelo solo;
 reduzir os recursos hídricos;
 causar erosão do solo;
 aumentar a incidência de pragas e doenças para as culturas e para as pessoas do
entorno;
 etc.
Irrigação não é Tecnificação
A forma mais avançada da Irrigação Profissional é a Irrigação de Precisão, que depende
de avanços tecnológicos no equipamento de irrigação.
Por outro lado: É possível ter uma Irrigação muito correta (até uma irrigação de
precisão) com base numa ‘cuia’, numa garrafa ou num regador de plástico e uma
autêntica Molhação com base num moderno pivô-central.
John Moran
http://www.ekshiksha.org.in/eContent-Show.do?documentId=196
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.8
Molhação é Artifício. Irrigação é Técnica.
A Molhação é um artifício usado para fornecimento de água para as plantas, mas sem
rigor técnico ou científico, sem garantia de uniformidade, sem segurança sobre a
necessidade de aplicação e sobre a lâmina aplicada. O eventual uso desse artifício pode
ou não ser produtivo, pode ou não ser inofensivo ao meio-ambiente e à saúde
financeira do projeto, mas, certamente, seu uso continuado, em detrimento da técnica
da Irrigação, tem sérios impactos ambientais. Irrigação é a evolução metodológica do
artifício intuitivo da Molhação.
http://www.patrocinioonline.com.br/noticias/detalhes/5927-per-odo-at-pico-obriga-
produtores-de-caf-a-buscar-medidas-alternativas.html
Para fazer Molhação pode ser usado: regador,
trator com mangueira ou chuveiro, balde,
garrafa, mangueira de jardim, etc., além de
QUALQUER SISTEMA DE IRRIGAÇÃO.
Obviamente adquirir um sistema de irrigação
para fazer Molhação é Luxo e Ignorância.
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.8
... a Ignorância tanto como a falta de instrução quanto
pela rejeição ao conhecimento técnico já comprovado.
Para converter-se à Irrigação o produtor deve
buscar sua capacitação e nessa transição a
humildade é importante.
Obviamente, a primeira ignorância tem solução mais fácil
e é mais perdoável...
Já a segunda, quando envolve impactos coletivos, como o
ambiental e o sonho/renda de comunidades, deveria ser
passível de severa punição...
http://imgur.com/gallery/cY5CkRQ
http://www.signspecialist.com
https://www.flickr.com p.9
Irrigação x Molhação
O fato de se ter um sistema de irrigação, por mais moderno que seja, não é garantia que
será feita Irrigação. De fato, não é incomum se ter sistemas caros que fazem mais
‘molhação’ do que irrigação.
O que diferencia a técnica da irrigação da prática da molhação é o Manejo Racional da
Água. Irrigar é aplicar água sob constante monitoramento, de forma racional, na
quantidade adequada, no momento correto, sem excessos ou deficiências não
planejados.
Essa distinção é importante porque quando não há Manejo e a Irrigação falha em seus
objetivos, surge adicionalmente uma série de impactos negativos: concretizam-se
algumas das maiores desvantagens da Irrigação.
Isso é de extrema gravidade, pois a Irrigação é responsável por alguns dos maiores
impactos ambientais da Agricultura...
Confusão?
O pivô-central é um equipamento de irrigação que consome
muita água?
Isso é lenda ou verdade?
Imaginemos uma situação em que um produtor tem 3 áreas
irrigadas, as três muito bem manejadas, mas uma com pivô-
central, outra com aspersão convencional e outra com sulcos.
O pivô central tende a ter maior eficiência que os outros
sistemas. Então, o pivô central consome menos água.
Mas, imaginemos que nessa propriedade todos os sistemas têm a
mesma eficiência.
Então, qual sistema deriva mais água do rio, se a lâmina de
irrigação de irrigação é 10 mm?
Todos derivarão o mesmo volume de água, em termos de lâmina
bruta. Então, por que a lenda?
https://www.sciencespo.fr/en/news/ne
ws/fact-checking-between-beliefs-
and-knowledge/4105
http://cerradoeditora.com.br/cerrado/invas
ao-acao-de-populares-em-fazendas-no-
oeste-da-bahia-foi-puro-vandalismo/
Resposta: Populariza-se que Pivô Central consome muita água porque se confunde
volume e lâmina.
Pivô central é um equipamento que tem a capacidade de irrigar extensas áreas mesmo
tendo uma única Linha Lateral móvel.
Quando se deseja implantar projetos pressurizados de grande extensão, o Pivô Central
tende a proporcionar uma redução de custo por unidade de área irrigada.
Assim, o equipamento é muito associado a esses grandes projetos.
Como Volume de Água derivada é o produto da Área pela Lâmina Bruta, um único
equipamento como o Pivô-Central pode derivar grande volume de água.
Mas, voltando ao nosso exemplo:
Para uma mesma área irrigada, e mesma eficiência de irrigação, o volume derivado de
água do rio seria o mesmo, independente do sistema.
Irrigação: conceito, histórico e importância
• A irrigação é uma técnica milenar que tem como finalidade disponibilizar água às
plantas para que estas possam produzir de forma adequada .A aplicação artificial
de água ao solo, em quantidades adequadas, visando proporcionar a umidade
adequada ao desenvolvimento normal das plantas nele cultivadas, a fim de suprir
a falta ou a má distribuição das chuvas.
• Este objetivo deve ser alcançado sem alterar a fertilidade do solo e com mínima
interferência sobre os demais fatores necessários à produção cultural.
Histórico
• Dados históricos das sociedades antigas mostram a sua dependência da
agricultura irrigada, onde grandes civilizações desenvolveram-se nas
proximidades de grandes rios como o rio Nilo, no Egito, por volta de A.C, rio Tigre
e Eufrates, na Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C., e Rio Amarelo, na China, por
volta de 3000 a.C.
• Na Índia, há indícios da prática da irrigação em 2500 a.C. Nas civilizações antigas,
a irrigação era praticada fazendo-se represamentos de água cercados por diques.
Com o avanço da tecnologia e divulgação das mesmas, a irrigação espalhou-se
por várias partes do mundo.
Agricultura às margens do rio Nilo
Figura 1.2: Agricultura às margens do rio Nilo
Fonte: <http://sites.google.com/site/trabalhox/2542424527.jpg>. Acesso em: 4 ago. 2011
No geral, parte da água do rio era desviada para um
canal de derivação que a levava, por gravidade, ao
local onde seria utilizada.
Histórico da Irrigação no Brasil
• História da irrigação no Brasil tem sua origem no Rio Grande do Sul, durante a
colonização do país. Naquela época, iniciaram-se grandes cultivos do arroz
irrigado, porém, sem tecnologia.
• O Brasil começou a ter uma expressiva ocupação das áreas irrigadas por volta de
1970 a 1980, devido a incentivos dos governos através de projetos e programas
no combate à seca.
• Diante disso, foi inevitável o seu desenvolvimento através de obras, como
construções de barragens e de perímetros irrigados.
• Em 1906, em esforço de desenvolvimento do país, foi criado o Instituto Federal
de Obras Contra as Secas (IFOCS), substituído pelo Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas (DNOCS) em Para o vale do São Francisco, foi criada, em
1948, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), que foi substituída pela
SUVALE em 1967, e esta, pela Codevasf, em Segundo Geraldo Rocha, em sua obra
"O Rio S. Francisco", a irrigação no Vale foi iniciada ainda no primeiro quartel do
século XIX, às margens do rio Grande, no Oeste da Bahia.
• Ao final da década de 60, foi estruturado pelo Governo Federal o Programa
Plurianual de Irrigação (PPI), visando à implementação de estudos, projetos e
obras de irrigação e drenagem, particularmente na região semiárida do país, para
o aproveitamento dos pequenos e grandes açudes já existentes e de cursos
d'água perenes e água subterrânea.
• O primeiro texto legal sobre a irrigação no Brasil data de 25 de junho de , com a
edição da Lei nº a Lei de Irrigação. Sua regulamentação ocorreu em 29 de março
de 1984, mediante o Decreto nº 89.496.
Irrigação no Brasil
• O Brasil é um país iniciante e tem dois desafios: o do Nordeste, onde há clima
seco, problemas de salinidade da água e poucos rios perenes, como o São
Francisco, e o do restante do país, com suas más distribuições pluviométricas.
• No semi-árido do Nordeste, é uma técnica absolutamente necessária para a
realização de uma agricultura racional, pois os níveis de chuva são insuficientes
para suprir a demanda hídrica das culturas. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-
Oeste, pode ser considerada como técnica complementar de compensação da
irregularidade das chuvas.
• A distribuição da irrigação no Brasil pode ser dividida em três grupos: irrigação
"obrigatória" no Nordeste; irrigação "facilitada" no Rio Grande do Sul; irrigação
"profissional" nas regiões Sudeste, Centro- Oeste e parte da região Sul
https://portal1.snirh.gov.br/ana/apps/webappviewer/index.html?id=b64a23d12cf040bb8d3d
cfa3a0ffd7b5
Áreas irrigáveis por pivôs centrais por UF
em 2017 e 2020
Municípios brasileiros com maiores áreas
irrigadas por pivôs centrais
Pivôs centrais de irrigação no Brasil - 2020
Índices espectrais em imagens do satélite
Sentinel para o mapeamento de pivôs centrais
Composição colorida de imagem do satélite
CBERS 4A com resolução espacial de 2 metros
Importância da irrigação:
• Aumenta a produtividade das culturas
• Aumenta o valor da propriedade e o lucro da agricultura
• Permite um programa de cultivos (escalonamento)
• Permite dois ou mais cultivos por ano na mesma área
• Permite e justifica a introdução de culturas mais nobres, minimizando o risco do
investimento
• O Brasil tem potencial para irrigar 30 milhões de hectares.
Métodos de irrigação por região no Brasil.
Os principais benefícios são:
• Incorporação de novas áreas à produção agrícola (principalmente nas regiões
úmidas e semiúmidas como brejos e pântanos) para torná-los agricultáveis;
• Aumento da produtividade agrícola (melhor aeração, melhor atividade microbiana,
melhor fixação de nitrogênio e fósforo, aumento da profundidade efetiva do
sistema radicular);
• Controle da salinidade;
• Recuperação de solos salinos e/ou alcalinos;
• Saneamento de áreas inundadas.
Vantagens da Irrigação
• Garantia de produção - com a instalação de um sistema de irrigação adequado,
você não ficará mais na dependência das chuvas.
• Diminuição dos riscos - após todos os investimentos na preparação do solo, na
compra de sementes,
• Na aplicação de corretivos e adubos, você não correrá o risco de ver tudo perdido
por falta de água.
• Colheita na entressafra - a irrigação possibilita obter colheitas fora de época de
safra, o que resulta em remuneração extra e abastecimento regular do mercado
consumidor.
Vantagens
• Aumento de Produtividade - com todos os fatores do processo produtivo
devidamente equilibrados,
• O uso da irrigação, além de garantir a produção, possibilitará, também um aumento
dos
• rendimentos.
• Fertirrigação - possibilita a aplicação de adubo por meio da água de irrigação,
substituindo a
• adubação convencional por meio de tratores, reduzindo o consumo de óleo,
desgaste de máquina e o emprego de mão de obra.
LimitaçõesAlto custo inicial
• Falta de mão de obra especializada, o agricultor deve ser orientado para saber a
diferença entre irrigar e molhar.
Conceito Drenagem
• Drenagem é uma técnica que permite controlar o excesso de água eventualmente
presente no solo, para permitir o processo de aeração, a movimentação de
máquinas e evitar a salinização.
• Consiste na remoção do excesso de água dos solos e sais de maneira que lhes
proporcione condições de aeração entre as partículas do solo, estruturação e
resistência. A fim de controlar a elevação do lençol freático bem como eliminar a
água de lixiviação, evitando assim a salinização do solo.
•Tipos de Drenagem
• Drenagem Adequada
• Essencial para se conservar uma agricultura rentável e permanente na área.
A água percola com facilidade, mas não de forma rápida.
• Drenagem Natural
• O solo possui a capacidade de escoar a água que atinge a área, vindo do
escoamento superficial e subdrenagem.
• Drenagem Artificial
• Necessária quando a drenagem natural não é capaz de eliminar a água
excedente.
• Mal Drenagem
• Retém uma maior quantidade de água entre suas partículas.
• Drenagem Superficial
• Remove a água excedente proveniente do escoamento superficial, provocado por
chuvas.
• Drenagem Subdrenagem
• Controla o nível do lençol freático, deixando-o a uma profundidade adequada para
o crescimento das culturas.
• Objetivos da Drenagem Agrícola
• Em Zonas Áridas
• Visa a preservação do equilíbrio salino do solo, através da lixiviação de sais
excedentes.
• Em Zonas Úmidas
• Controle do lençol freático, visando a eliminação do excesso de água na superfície
do solo, possibilitando desta maneira o desenvolvimento das culturas.
Drenagem superficial
• A drenagens superficial, cujo objetivo é dar escoamento às águas que se
acumulam na superfície do terreno (provenientes normalmente do excesso de
precipitação). A drenagem superficial consiste em regularizar o terreno (criando
um declive constante e acabando com os pontos baixos), criar valas para o
escoamento da água acumulada, aumentar a secção de pontes e aquedutos,
limpar, alargar e aprofundar as linhas de água.
Drenagem superficial
Drenagem subterrânea
• A drenagem subterrânea, cujo objetivo é retirar o excesso de água que existe no
interior do solo. Por outras palavras, pretende-se baixar o nível freático. As
causas de um nível freático elevado podem ser, além de uma camada
impermeável mais ou menos superficial (que impede a drenagem natural), o
elevado nível de um rio ou ribeiro, chuvas ou mesmo regas exageradas. Os
problemas de drenagem subterrânea ocorrem normalmente em zonas muito
planas, em que toda a água se infiltra no solo. As melhorias a efetuar consistem
em:
• Instalar drenos enterrados a cerca de 1 metro de profundidade
• Abrir valas profundas (0,8 - 1,0 m de profundidade).
• Para além disso, se se tratar de uma zona muito baixa, pode ser necessário, para
evacuar essa água, bombeá-la para o leito de um rio situado a um nível mais
elevado.
Drenagem subterrânea
A drenagem subterrânea controla o nível do lençol freático a uma
profundidade que não prejudica o desenvolvimento das plantas.
Tubos de drenagem subterrânea
colocados em solos mal drenados
Benefícios da drenagem agrícola
• viabiliza a produção agrícola em solos encharcados ou alagados;
• melhora as condições do solo para o desenvolvimento das
plantas;
• saneamento de áreas inundadas;
• aumento da produtividade;
• controle da salinidade do solo;
• recuperação de áreas com problemas de salinidade
Como fazer a drenagem do solo na
agricultura
• A técnica de drenagem do solo é
complexa. Ela deve ser feita
por profissionais habilitados.
• Não existe receita para esse
processo. Cada caso deve ser
avaliado individualmente,
considerando fatores como:
origem do excesso de água;
condições climáticas;
estudos hidrológicos;
topografia do terreno;
propriedades do solo;
fisiologia das plantas;
planejamento do uso da terra;
recursos financeiros disponíveis.
• A partir dessas informações, é possível elaborar um projeto bem
dimensionado e viável tecnicamente.
• Na drenagem agrícola, é possível utilizar bombas para acelerar o
processo. No entanto, o uso de motores para retirada da água
pode encarecer a drenagem.
• É importante lembrar que o projeto também precisa ser viável
economicamente. Como os custos do processo de drenagem são
altos, todo o cenário precisa ser avaliado com cuidado para o
melhor direcionamento dos recursos.
• Além disso, o projeto precisa ser elaborado para minimizar os
impactos ambientais.
Problemas da drenagem ineficiente e do
excesso de água para as plantas
• A água é indispensável para o desenvolvimento da agricultura.
No entanto, o excesso dela pode prejudicar e inviabilizar a
produção.
• Quando realizada de forma ineficiente, a drenagem pode não
retirar todo o excesso de água. Dessa forma, o solo não irá
apresentar condições favoráveis ao desenvolvimento das
plantas.
Os efeitos que o excesso de água pode
causar à lavoura:
• redução do crescimento do sistema radicular;
• redução do tamanho das plantas;
• redução das trocas gasosas do solo;
• redução da fixação de nitrogênio;
• amarelecimento das folhas, em função da deficiência de nitrogênio;
• queda das folhas e de estruturas reprodutivas;
• favorecimento do aparecimento de doenças;
• morte das plantas;
• queda de produtividade.
Salinidade do solo
• A salinização é resultado do aumento da concentração de sais na solução do solo.
Em níveis elevados, ela compromete o desenvolvimento das plantas e a
produtividade.
• No Brasil, esse processo tem maior ocorrência nas regiões áridas e semi-áridas do
Nordeste.
• Alguns fatores que colaboram para o processo de salinização do solo nessas
regiões são:
• solos rasos ou com drenagem ineficiente;
• lençol freático pouco profundo e salino;
• baixo índice pluviométrico;
• alto déficit hídrico.
• A baixa qualidade da água e a baixa eficiência do sistema de irrigação
também contribuem para acumular sais na região do solo onde está o
sistema radicular das plantas.
• A irrigação e a drenagem subterrânea atuam juntas no controle dos níveis
de sais presentes no perfil do solo.
• A água da irrigação deve ser aplicada em quantidade que possibilite a
infiltração por toda a profundidade do sistema radicular. Assim, ela
promove a lixiviação dos sais.
• Enquanto isso, a drenagem subterrânea controla a profundidade do lençol
freático, a um nível abaixo da zona radicular das plantas.
• É importante ressaltar que irrigação e drenagem são técnicas
complementares, e de grande importância para a agricultura.
Importância da irrigação
para a agricultura
• Garantia de produção e redução dos riscos na produção de alimentos: o produtor
ao irrigar garante sua produção e poderá até mesmo fazer um planejamento
baseado no mercado, ou seja, poderá escalonar a produção, fornecendo o
produto no período da entressafra.
• Geração de empregos permanentes: com a irrigação, é necessário pessoal para
instalação, manutenção e operação dos sistemas de irrigação.
• Aumento de produtividade das culturas e melhoria da qualidade do produto: ao
fornecer água em quantidades adequadas para o pleno desenvolvimento da
cultura, o produtor obterá não só maiores produtividades, mas também melhor
qualidade de seus produtos.
•Aumento no número de safras agrícolas: dependendo
da cultura, o produtor terá um aumento de safras. Um
exemplo é o feijão-caupi, que terá 3 safras durante o
ano.
•Desenvolvimento socioeconômico: com a implantação
da irrigação, ocorreram mudanças socioeconômicas
como, por exemplo, o aumento da renda per capita,
crescimento dos estabelecimentos comerciais e
industriais, melhoria das condições de saúde.
Importância da irrigação
para a agricultura
Para irrigar devemos estudar o sistema
solo X planta X Agua
•Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre
a superfície terrestre emersa, entre a litosfera e a
atmosfera. Os solos são constituídos de três fases:
sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do
solo) e gasosa (ar).
•Base para agricultura.
Onde esta a água no solo?
• Poros do solo: Parte não ocupada pela matriz.
• Umidade do Solo.
Matriz do solo: Parte sólida que consiste principalmente de partículas minerais e
substâncias orgânicas
Solo Saturado
Solo não saturado
Dois processos explicam a retenção de água
pelos solos:
• Capilaridade: a retenção de água ocorre nos microporos dos agregados;
o Isso ocorre devido ao solo apresentar porosidade em sua estrutura. A capilaridade retêm
a água na faixa úmida do solo, em seus poros. Quando o solo seca, os poros esvaziam e
camadas finas de água recobrem as partículas sólidas. Dessa forma, a adsorção é
predominante na retenção da água no solo, apresentando grande energia de retenção, o
que significa que é mais difícil o solo liberar água.
• Adsorção: a retenção ocorre nas superfícies dos sólidos do solo como filmes
o O que ocorre na interação entre a água e o solo é a ação das forças de adsorção, ou seja,
adesão e coesão. A camada da água que fica em contato direto com o solo, fica retida por
adesão e as camadas subsequentes, por coesão.
Forças mátricas: força capilar + forças de adsorção
Adesão: A água é atraída por outras substâncias
Coesão: A água é atraída pela água
• Coesão: forte atração entre as moléculas de água. as moléculas
de água ficam fortemente Unidas mantendo a água fluida e
estável em condições normais de temperatura e pressão;
• Adesão: capacidade que as moléculas de água tem a se unir a
outras moléculas polares.
• Capilaridade: a capilaridade é um produto da adesão e da coesão
é através dela que as plantas conseguem transportar a água que
retira do solo até as folhas através dos vasos condutores.
• tensão superficial: proximidade entre as moléculas de água que
permite que alguns animais pequenos possam pousar ou andar
sobre ela sem afundar.
Como encontrar a umidade no solo.
• Método direto:
o Método gravimétrico
• Métodos indiretos:
o Método dos blocos de resistência elétrica Método do tensiômetro
o Método da moderação de nêutrons Reflectometria no domínio do tempo
Parâmetros de um sistema de irrigação
• Parâmetros são os seguintes:
• Disponibilidade total de água no solo (DTA);
• Capacidade real de água no solo (CRA)/ Capacidade total de agua no solo(CTA)
• Disponibilidade Real de Água no solo. (DRA)
• Irrigação real necessária (IRN) ou lâmina líquida;
• irrigação total necessária (ITN) ou lâmina bruta;
• Evapotranspiração de referência (ETo);
• Evapotranspiração potencial da cultura (ETpc)
• Turno de rega;
• Vazão de projeto

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  • 2. Moderno sistema de automação em irrigação por superfície. Representação de Irrigação por superfície na Antiguidade. Lembrando: Modernização não é sinônimo de Desenvolvimento. E Irrigação não é embelezamento de paisagem, por mais bonita que seja. O propósito original de um sistema de irrigação e que se consolida na modernidade foi e é produzir riquezas... Se a produção de trigo for alvo da irrigação, o incremento da produção irrigada deve gerar mais riquezas que o custo extra do sistema de irrigação. Se o paisagismo for alvo da irrigação esse deve produzir riquezas (turismo, por exemplo) para justificar o investimento...
  • 3. Irrigação x Equipamento de Aplicação de Água Os sistemas de Irrigação nada mais são que equipamentos/benfeitorias voltados ao propósito da aplicação artificial de água para agricultura, mas que podem ser usados em outras atividades, como o combate a incêndios. O que não se deve recomendar/aceitar é o uso do Equipamento na agricultura para a Molhação. Aspersão em pista de provas da Pirelli. http://www.pirelli.com Aspersão para lavagem de úberes de vacas leiteiras. http://www.senninger.com Aspersão para controle de poeira e resfriamento na mineração/indústria. http://www.kometirrigation.com Aspersão para controle de poeira e resfriamento/conforto térmico animal. http://www.nelsonirrigation.com Evaporação controlada do excesso de água contaminada (que não pode ser enviada a corpos hídricos). http://www.senninger.com Aspersão ou Gotejamento para lixiviação/recuperação de metais (cobre, ouro, zinco, etc.). http://www.ore-max.com/
  • 4. Dentre os usos menos óbvios dos Sistemas de Irrigação, tem-se a Proteção de Plantas Contra Geadas. Caso da Microaspersão ou Aspersão http://nwdistrict.ifas.ufl.edu/phag/2014/01/11/satsuma-protection-in-cold-weather-extremes/ Curiosidade: Qual o princípio dessa técnica? A energia que seria gasta para congelar os tecidos, é gasta para congelar uma camada protetora de água, o que preserva a planta de uma dano mais intenso da geada.
  • 5. Manejar é tão importante quanto Projetar Por muito tempo, houve muita preocupação com o Dimensionamento do sistema (o rigor sobre a perda de carga, os desníveis topográficos e as variações de vazões), sem haver tanta ênfase no Manejo. Naquele contexto, muitos sistemas de irrigação foram vendidos sem qualquer orientação sobre seu Manejo. E certamente por isso muitos projetos de irrigação, públicos e privados, falharam no Brasil e em outros países. https://www.irrigationnz.co.nz/PracticalResources/ToolsAndTips
  • 6. Um sistema mal manejado falha ao:  estar tecnologicamente incompatível com a aptidão do solo e a cultura;  aplicar lâminas deficientes;  aplicar lâminas excessivas;  deixar o lençol freático se elevar;  não promover a lixiviação de sais;  gerar condições de hipoxia, de lavagem de nutrientes e erosão hídrica;  permitir que o intervalo entre irrigações seja demasiadamente alto;  permitir intervalos de irrigação desnecessariamente curtos;  adotar tempos de irrigação incompatíveis com a lâmina bruta;  aplicar lâminas superiores à capacidade de retenção da água pelo solo;  reduzir os recursos hídricos;  causar erosão do solo;  aumentar a incidência de pragas e doenças para as culturas e para as pessoas do entorno;  etc.
  • 7. Irrigação não é Tecnificação A forma mais avançada da Irrigação Profissional é a Irrigação de Precisão, que depende de avanços tecnológicos no equipamento de irrigação. Por outro lado: É possível ter uma Irrigação muito correta (até uma irrigação de precisão) com base numa ‘cuia’, numa garrafa ou num regador de plástico e uma autêntica Molhação com base num moderno pivô-central. John Moran http://www.ekshiksha.org.in/eContent-Show.do?documentId=196
  • 8. CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.8 Molhação é Artifício. Irrigação é Técnica. A Molhação é um artifício usado para fornecimento de água para as plantas, mas sem rigor técnico ou científico, sem garantia de uniformidade, sem segurança sobre a necessidade de aplicação e sobre a lâmina aplicada. O eventual uso desse artifício pode ou não ser produtivo, pode ou não ser inofensivo ao meio-ambiente e à saúde financeira do projeto, mas, certamente, seu uso continuado, em detrimento da técnica da Irrigação, tem sérios impactos ambientais. Irrigação é a evolução metodológica do artifício intuitivo da Molhação. http://www.patrocinioonline.com.br/noticias/detalhes/5927-per-odo-at-pico-obriga- produtores-de-caf-a-buscar-medidas-alternativas.html Para fazer Molhação pode ser usado: regador, trator com mangueira ou chuveiro, balde, garrafa, mangueira de jardim, etc., além de QUALQUER SISTEMA DE IRRIGAÇÃO. Obviamente adquirir um sistema de irrigação para fazer Molhação é Luxo e Ignorância. CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.8
  • 9. ... a Ignorância tanto como a falta de instrução quanto pela rejeição ao conhecimento técnico já comprovado. Para converter-se à Irrigação o produtor deve buscar sua capacitação e nessa transição a humildade é importante. Obviamente, a primeira ignorância tem solução mais fácil e é mais perdoável... Já a segunda, quando envolve impactos coletivos, como o ambiental e o sonho/renda de comunidades, deveria ser passível de severa punição... http://imgur.com/gallery/cY5CkRQ http://www.signspecialist.com https://www.flickr.com p.9
  • 10. Irrigação x Molhação O fato de se ter um sistema de irrigação, por mais moderno que seja, não é garantia que será feita Irrigação. De fato, não é incomum se ter sistemas caros que fazem mais ‘molhação’ do que irrigação. O que diferencia a técnica da irrigação da prática da molhação é o Manejo Racional da Água. Irrigar é aplicar água sob constante monitoramento, de forma racional, na quantidade adequada, no momento correto, sem excessos ou deficiências não planejados. Essa distinção é importante porque quando não há Manejo e a Irrigação falha em seus objetivos, surge adicionalmente uma série de impactos negativos: concretizam-se algumas das maiores desvantagens da Irrigação. Isso é de extrema gravidade, pois a Irrigação é responsável por alguns dos maiores impactos ambientais da Agricultura...
  • 11. Confusão? O pivô-central é um equipamento de irrigação que consome muita água? Isso é lenda ou verdade? Imaginemos uma situação em que um produtor tem 3 áreas irrigadas, as três muito bem manejadas, mas uma com pivô- central, outra com aspersão convencional e outra com sulcos. O pivô central tende a ter maior eficiência que os outros sistemas. Então, o pivô central consome menos água. Mas, imaginemos que nessa propriedade todos os sistemas têm a mesma eficiência. Então, qual sistema deriva mais água do rio, se a lâmina de irrigação de irrigação é 10 mm? Todos derivarão o mesmo volume de água, em termos de lâmina bruta. Então, por que a lenda? https://www.sciencespo.fr/en/news/ne ws/fact-checking-between-beliefs- and-knowledge/4105 http://cerradoeditora.com.br/cerrado/invas ao-acao-de-populares-em-fazendas-no- oeste-da-bahia-foi-puro-vandalismo/
  • 12. Resposta: Populariza-se que Pivô Central consome muita água porque se confunde volume e lâmina. Pivô central é um equipamento que tem a capacidade de irrigar extensas áreas mesmo tendo uma única Linha Lateral móvel. Quando se deseja implantar projetos pressurizados de grande extensão, o Pivô Central tende a proporcionar uma redução de custo por unidade de área irrigada. Assim, o equipamento é muito associado a esses grandes projetos. Como Volume de Água derivada é o produto da Área pela Lâmina Bruta, um único equipamento como o Pivô-Central pode derivar grande volume de água. Mas, voltando ao nosso exemplo: Para uma mesma área irrigada, e mesma eficiência de irrigação, o volume derivado de água do rio seria o mesmo, independente do sistema.
  • 13. Irrigação: conceito, histórico e importância • A irrigação é uma técnica milenar que tem como finalidade disponibilizar água às plantas para que estas possam produzir de forma adequada .A aplicação artificial de água ao solo, em quantidades adequadas, visando proporcionar a umidade adequada ao desenvolvimento normal das plantas nele cultivadas, a fim de suprir a falta ou a má distribuição das chuvas. • Este objetivo deve ser alcançado sem alterar a fertilidade do solo e com mínima interferência sobre os demais fatores necessários à produção cultural.
  • 14. Histórico • Dados históricos das sociedades antigas mostram a sua dependência da agricultura irrigada, onde grandes civilizações desenvolveram-se nas proximidades de grandes rios como o rio Nilo, no Egito, por volta de A.C, rio Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C., e Rio Amarelo, na China, por volta de 3000 a.C. • Na Índia, há indícios da prática da irrigação em 2500 a.C. Nas civilizações antigas, a irrigação era praticada fazendo-se represamentos de água cercados por diques. Com o avanço da tecnologia e divulgação das mesmas, a irrigação espalhou-se por várias partes do mundo.
  • 15. Agricultura às margens do rio Nilo Figura 1.2: Agricultura às margens do rio Nilo Fonte: <http://sites.google.com/site/trabalhox/2542424527.jpg>. Acesso em: 4 ago. 2011
  • 16. No geral, parte da água do rio era desviada para um canal de derivação que a levava, por gravidade, ao local onde seria utilizada.
  • 17. Histórico da Irrigação no Brasil • História da irrigação no Brasil tem sua origem no Rio Grande do Sul, durante a colonização do país. Naquela época, iniciaram-se grandes cultivos do arroz irrigado, porém, sem tecnologia. • O Brasil começou a ter uma expressiva ocupação das áreas irrigadas por volta de 1970 a 1980, devido a incentivos dos governos através de projetos e programas no combate à seca. • Diante disso, foi inevitável o seu desenvolvimento através de obras, como construções de barragens e de perímetros irrigados.
  • 18. • Em 1906, em esforço de desenvolvimento do país, foi criado o Instituto Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), substituído pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) em Para o vale do São Francisco, foi criada, em 1948, a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), que foi substituída pela SUVALE em 1967, e esta, pela Codevasf, em Segundo Geraldo Rocha, em sua obra "O Rio S. Francisco", a irrigação no Vale foi iniciada ainda no primeiro quartel do século XIX, às margens do rio Grande, no Oeste da Bahia. • Ao final da década de 60, foi estruturado pelo Governo Federal o Programa Plurianual de Irrigação (PPI), visando à implementação de estudos, projetos e obras de irrigação e drenagem, particularmente na região semiárida do país, para o aproveitamento dos pequenos e grandes açudes já existentes e de cursos d'água perenes e água subterrânea. • O primeiro texto legal sobre a irrigação no Brasil data de 25 de junho de , com a edição da Lei nº a Lei de Irrigação. Sua regulamentação ocorreu em 29 de março de 1984, mediante o Decreto nº 89.496.
  • 19. Irrigação no Brasil • O Brasil é um país iniciante e tem dois desafios: o do Nordeste, onde há clima seco, problemas de salinidade da água e poucos rios perenes, como o São Francisco, e o do restante do país, com suas más distribuições pluviométricas. • No semi-árido do Nordeste, é uma técnica absolutamente necessária para a realização de uma agricultura racional, pois os níveis de chuva são insuficientes para suprir a demanda hídrica das culturas. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro- Oeste, pode ser considerada como técnica complementar de compensação da irregularidade das chuvas. • A distribuição da irrigação no Brasil pode ser dividida em três grupos: irrigação "obrigatória" no Nordeste; irrigação "facilitada" no Rio Grande do Sul; irrigação "profissional" nas regiões Sudeste, Centro- Oeste e parte da região Sul https://portal1.snirh.gov.br/ana/apps/webappviewer/index.html?id=b64a23d12cf040bb8d3d cfa3a0ffd7b5
  • 20. Áreas irrigáveis por pivôs centrais por UF em 2017 e 2020
  • 21. Municípios brasileiros com maiores áreas irrigadas por pivôs centrais
  • 22. Pivôs centrais de irrigação no Brasil - 2020
  • 23. Índices espectrais em imagens do satélite Sentinel para o mapeamento de pivôs centrais
  • 24. Composição colorida de imagem do satélite CBERS 4A com resolução espacial de 2 metros
  • 25. Importância da irrigação: • Aumenta a produtividade das culturas • Aumenta o valor da propriedade e o lucro da agricultura • Permite um programa de cultivos (escalonamento) • Permite dois ou mais cultivos por ano na mesma área • Permite e justifica a introdução de culturas mais nobres, minimizando o risco do investimento • O Brasil tem potencial para irrigar 30 milhões de hectares.
  • 26. Métodos de irrigação por região no Brasil.
  • 27. Os principais benefícios são: • Incorporação de novas áreas à produção agrícola (principalmente nas regiões úmidas e semiúmidas como brejos e pântanos) para torná-los agricultáveis; • Aumento da produtividade agrícola (melhor aeração, melhor atividade microbiana, melhor fixação de nitrogênio e fósforo, aumento da profundidade efetiva do sistema radicular); • Controle da salinidade; • Recuperação de solos salinos e/ou alcalinos; • Saneamento de áreas inundadas.
  • 28. Vantagens da Irrigação • Garantia de produção - com a instalação de um sistema de irrigação adequado, você não ficará mais na dependência das chuvas. • Diminuição dos riscos - após todos os investimentos na preparação do solo, na compra de sementes, • Na aplicação de corretivos e adubos, você não correrá o risco de ver tudo perdido por falta de água. • Colheita na entressafra - a irrigação possibilita obter colheitas fora de época de safra, o que resulta em remuneração extra e abastecimento regular do mercado consumidor.
  • 29. Vantagens • Aumento de Produtividade - com todos os fatores do processo produtivo devidamente equilibrados, • O uso da irrigação, além de garantir a produção, possibilitará, também um aumento dos • rendimentos. • Fertirrigação - possibilita a aplicação de adubo por meio da água de irrigação, substituindo a • adubação convencional por meio de tratores, reduzindo o consumo de óleo, desgaste de máquina e o emprego de mão de obra.
  • 30. LimitaçõesAlto custo inicial • Falta de mão de obra especializada, o agricultor deve ser orientado para saber a diferença entre irrigar e molhar.
  • 31. Conceito Drenagem • Drenagem é uma técnica que permite controlar o excesso de água eventualmente presente no solo, para permitir o processo de aeração, a movimentação de máquinas e evitar a salinização. • Consiste na remoção do excesso de água dos solos e sais de maneira que lhes proporcione condições de aeração entre as partículas do solo, estruturação e resistência. A fim de controlar a elevação do lençol freático bem como eliminar a água de lixiviação, evitando assim a salinização do solo.
  • 32.
  • 33. •Tipos de Drenagem • Drenagem Adequada • Essencial para se conservar uma agricultura rentável e permanente na área. A água percola com facilidade, mas não de forma rápida. • Drenagem Natural • O solo possui a capacidade de escoar a água que atinge a área, vindo do escoamento superficial e subdrenagem. • Drenagem Artificial • Necessária quando a drenagem natural não é capaz de eliminar a água excedente. • Mal Drenagem • Retém uma maior quantidade de água entre suas partículas.
  • 34. • Drenagem Superficial • Remove a água excedente proveniente do escoamento superficial, provocado por chuvas. • Drenagem Subdrenagem • Controla o nível do lençol freático, deixando-o a uma profundidade adequada para o crescimento das culturas. • Objetivos da Drenagem Agrícola • Em Zonas Áridas • Visa a preservação do equilíbrio salino do solo, através da lixiviação de sais excedentes. • Em Zonas Úmidas • Controle do lençol freático, visando a eliminação do excesso de água na superfície do solo, possibilitando desta maneira o desenvolvimento das culturas.
  • 35. Drenagem superficial • A drenagens superficial, cujo objetivo é dar escoamento às águas que se acumulam na superfície do terreno (provenientes normalmente do excesso de precipitação). A drenagem superficial consiste em regularizar o terreno (criando um declive constante e acabando com os pontos baixos), criar valas para o escoamento da água acumulada, aumentar a secção de pontes e aquedutos, limpar, alargar e aprofundar as linhas de água.
  • 37.
  • 38. Drenagem subterrânea • A drenagem subterrânea, cujo objetivo é retirar o excesso de água que existe no interior do solo. Por outras palavras, pretende-se baixar o nível freático. As causas de um nível freático elevado podem ser, além de uma camada impermeável mais ou menos superficial (que impede a drenagem natural), o elevado nível de um rio ou ribeiro, chuvas ou mesmo regas exageradas. Os problemas de drenagem subterrânea ocorrem normalmente em zonas muito planas, em que toda a água se infiltra no solo. As melhorias a efetuar consistem em: • Instalar drenos enterrados a cerca de 1 metro de profundidade • Abrir valas profundas (0,8 - 1,0 m de profundidade). • Para além disso, se se tratar de uma zona muito baixa, pode ser necessário, para evacuar essa água, bombeá-la para o leito de um rio situado a um nível mais elevado.
  • 39. Drenagem subterrânea A drenagem subterrânea controla o nível do lençol freático a uma profundidade que não prejudica o desenvolvimento das plantas.
  • 40. Tubos de drenagem subterrânea colocados em solos mal drenados
  • 41.
  • 42.
  • 43. Benefícios da drenagem agrícola • viabiliza a produção agrícola em solos encharcados ou alagados; • melhora as condições do solo para o desenvolvimento das plantas; • saneamento de áreas inundadas; • aumento da produtividade; • controle da salinidade do solo; • recuperação de áreas com problemas de salinidade
  • 44. Como fazer a drenagem do solo na agricultura • A técnica de drenagem do solo é complexa. Ela deve ser feita por profissionais habilitados. • Não existe receita para esse processo. Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando fatores como: origem do excesso de água; condições climáticas; estudos hidrológicos; topografia do terreno; propriedades do solo; fisiologia das plantas; planejamento do uso da terra; recursos financeiros disponíveis.
  • 45. • A partir dessas informações, é possível elaborar um projeto bem dimensionado e viável tecnicamente. • Na drenagem agrícola, é possível utilizar bombas para acelerar o processo. No entanto, o uso de motores para retirada da água pode encarecer a drenagem. • É importante lembrar que o projeto também precisa ser viável economicamente. Como os custos do processo de drenagem são altos, todo o cenário precisa ser avaliado com cuidado para o melhor direcionamento dos recursos. • Além disso, o projeto precisa ser elaborado para minimizar os impactos ambientais.
  • 46. Problemas da drenagem ineficiente e do excesso de água para as plantas • A água é indispensável para o desenvolvimento da agricultura. No entanto, o excesso dela pode prejudicar e inviabilizar a produção. • Quando realizada de forma ineficiente, a drenagem pode não retirar todo o excesso de água. Dessa forma, o solo não irá apresentar condições favoráveis ao desenvolvimento das plantas.
  • 47. Os efeitos que o excesso de água pode causar à lavoura: • redução do crescimento do sistema radicular; • redução do tamanho das plantas; • redução das trocas gasosas do solo; • redução da fixação de nitrogênio; • amarelecimento das folhas, em função da deficiência de nitrogênio; • queda das folhas e de estruturas reprodutivas; • favorecimento do aparecimento de doenças; • morte das plantas; • queda de produtividade.
  • 48. Salinidade do solo • A salinização é resultado do aumento da concentração de sais na solução do solo. Em níveis elevados, ela compromete o desenvolvimento das plantas e a produtividade. • No Brasil, esse processo tem maior ocorrência nas regiões áridas e semi-áridas do Nordeste. • Alguns fatores que colaboram para o processo de salinização do solo nessas regiões são: • solos rasos ou com drenagem ineficiente; • lençol freático pouco profundo e salino; • baixo índice pluviométrico; • alto déficit hídrico.
  • 49. • A baixa qualidade da água e a baixa eficiência do sistema de irrigação também contribuem para acumular sais na região do solo onde está o sistema radicular das plantas. • A irrigação e a drenagem subterrânea atuam juntas no controle dos níveis de sais presentes no perfil do solo. • A água da irrigação deve ser aplicada em quantidade que possibilite a infiltração por toda a profundidade do sistema radicular. Assim, ela promove a lixiviação dos sais. • Enquanto isso, a drenagem subterrânea controla a profundidade do lençol freático, a um nível abaixo da zona radicular das plantas. • É importante ressaltar que irrigação e drenagem são técnicas complementares, e de grande importância para a agricultura.
  • 50. Importância da irrigação para a agricultura • Garantia de produção e redução dos riscos na produção de alimentos: o produtor ao irrigar garante sua produção e poderá até mesmo fazer um planejamento baseado no mercado, ou seja, poderá escalonar a produção, fornecendo o produto no período da entressafra. • Geração de empregos permanentes: com a irrigação, é necessário pessoal para instalação, manutenção e operação dos sistemas de irrigação. • Aumento de produtividade das culturas e melhoria da qualidade do produto: ao fornecer água em quantidades adequadas para o pleno desenvolvimento da cultura, o produtor obterá não só maiores produtividades, mas também melhor qualidade de seus produtos.
  • 51. •Aumento no número de safras agrícolas: dependendo da cultura, o produtor terá um aumento de safras. Um exemplo é o feijão-caupi, que terá 3 safras durante o ano. •Desenvolvimento socioeconômico: com a implantação da irrigação, ocorreram mudanças socioeconômicas como, por exemplo, o aumento da renda per capita, crescimento dos estabelecimentos comerciais e industriais, melhoria das condições de saúde. Importância da irrigação para a agricultura
  • 52. Para irrigar devemos estudar o sistema solo X planta X Agua •Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície terrestre emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos são constituídos de três fases: sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar). •Base para agricultura.
  • 53. Onde esta a água no solo? • Poros do solo: Parte não ocupada pela matriz. • Umidade do Solo. Matriz do solo: Parte sólida que consiste principalmente de partículas minerais e substâncias orgânicas Solo Saturado Solo não saturado
  • 54. Dois processos explicam a retenção de água pelos solos: • Capilaridade: a retenção de água ocorre nos microporos dos agregados; o Isso ocorre devido ao solo apresentar porosidade em sua estrutura. A capilaridade retêm a água na faixa úmida do solo, em seus poros. Quando o solo seca, os poros esvaziam e camadas finas de água recobrem as partículas sólidas. Dessa forma, a adsorção é predominante na retenção da água no solo, apresentando grande energia de retenção, o que significa que é mais difícil o solo liberar água. • Adsorção: a retenção ocorre nas superfícies dos sólidos do solo como filmes o O que ocorre na interação entre a água e o solo é a ação das forças de adsorção, ou seja, adesão e coesão. A camada da água que fica em contato direto com o solo, fica retida por adesão e as camadas subsequentes, por coesão. Forças mátricas: força capilar + forças de adsorção Adesão: A água é atraída por outras substâncias Coesão: A água é atraída pela água
  • 55. • Coesão: forte atração entre as moléculas de água. as moléculas de água ficam fortemente Unidas mantendo a água fluida e estável em condições normais de temperatura e pressão; • Adesão: capacidade que as moléculas de água tem a se unir a outras moléculas polares. • Capilaridade: a capilaridade é um produto da adesão e da coesão é através dela que as plantas conseguem transportar a água que retira do solo até as folhas através dos vasos condutores. • tensão superficial: proximidade entre as moléculas de água que permite que alguns animais pequenos possam pousar ou andar sobre ela sem afundar.
  • 56. Como encontrar a umidade no solo. • Método direto: o Método gravimétrico • Métodos indiretos: o Método dos blocos de resistência elétrica Método do tensiômetro o Método da moderação de nêutrons Reflectometria no domínio do tempo
  • 57. Parâmetros de um sistema de irrigação • Parâmetros são os seguintes: • Disponibilidade total de água no solo (DTA); • Capacidade real de água no solo (CRA)/ Capacidade total de agua no solo(CTA) • Disponibilidade Real de Água no solo. (DRA) • Irrigação real necessária (IRN) ou lâmina líquida; • irrigação total necessária (ITN) ou lâmina bruta; • Evapotranspiração de referência (ETo); • Evapotranspiração potencial da cultura (ETpc) • Turno de rega; • Vazão de projeto