Este documento apresenta uma introdução ao curso de Tanatologia, que estuda a morte e suas manifestações. O curso não abordará vida após a morte, proselitismo religioso ou terapia individual. Ele oferecerá um espaço para falar sobre a morte, romper estereótipos e refletir sobre como a experiência com a morte influencia a vida e o trabalho. A tanatologia é uma área transdisciplinar que analisa a morte sob diferentes perspectivas acadêmicas como antropologia, sociologia, psicologia e filosofia.
6. O que Não Faremos Aqui!
• Discussão sobre Vida após a morte: como
provar? Além das possibilidades atuais da
ciência, questão de fé.
• Espaço de Proselitismo Religioso: afetos:
“meu filho é mais bonito que o seu”
• Psicoterapia individual ou de grupo: Tempo
restrito, espaço inadequado
• “Receitas” para lidar com perdas: múltiplas
estratégias; campo para toda a vida
• Dinâmicas de grupo para “dramatizar”
vivências com a morte: responsabilidade
ética
• Desenvolver a “vontade” de morrer
Viver Melhor
7. O que podemos fazer?
• Espaço para falar da morte
• Ruptura dos estereótipos e
preconceitos
• Produção e reflexões sobre a vida
a partir da experiência pessoal
com a morte (dentro e fora do
trabalho)
• Produção de novas possibilidades
de exercício profissional.
• Morte e Biografia X Óbito!
8. Tanatologia
• Thanatos Morte (Sentido
Mitológico)
• Logos Conhecimento
• Tanatologia: Ciência que Estuda a
morte e suas manifestações
biológicas, psicológicas, sociais,
históricas e culturais
• Área de conhecimento
transdisciplinar (autonomia
impossível)
10. Tanatólogos: Abordagens Acadêmicas
• Pornografia da morte
• Estudos sobre luto
• Saúde dos trabalhadores
• Ciclos vitais
• Aproximação com a morte:
cuidados de moribundos
• Impactos da violência urbana e
guerras
• Morte como espetáculo:
estética da morte cinema,
jornalismo.
• Educação para a morte.
• Experiências de quase morte
11. “ ‘A contínua obra de nossa vida é
construir a morte’, diz Montaigne.
(...) Essa trágica ambivalência pela
qual o animal e a planta apenas
passam, o homem a conhece, ele a
pensa.”
(Simone de Beauvoir, 2005)
13. Antropologia: Louis-Vincent
• Diversidade de
possibilidades de
significação da morte e do
morrer
• Diversidade de Ritos
Funerários
• Diversidade de
significações religiosas e
filosóficas.
• Diversidade de
construções culturais
sobre a morte
14. Sociologia: Norbert Elias
• “A Morte é um Problema
dos Vivos”
• Fuga da Morte Gera a
solidão dos moribundos e
velhos.
• Reflexões sobre novas
formas de se lidar com a
morte
15. História da Morte
• Nítida diferenciação
entre o passado e o
presente.
• Mudança gradual nas
formas de se vivenciar a
morte e o morrer.
• Da “Morte Domada à
“Morte Invertida”.
16. Psicologia da Morte
• Inúmeras estratégias de
aprendizagem do lidar
com a morte.
• Formas diferenciadas de
subjetivação.
• Muitas teorizações
psicológicas sobre as
emoções no em torno
da morte.
• Estratégias psicossociais
de enfrentamento.
17. Elizabeth Kubler-Ross (1969)
• Marco na tanatologia
• Desvelamento do tabu da
morte nos hospitais.
• Pesquisa sobre a morte
associada a indivíduos
concretos.
• Voz para os pacientes que
estão morrendo.
• Os Cinco estágios do morrer:
Negação; Raiva; Barganha;
Depressão e Aceitação.
18. “Pornography of Death”:
Geoffrey Gorer (1955)
• Lida-se com a morte hoje
como como se lidava com
o sexo no passado.
• A Morte é o novo tabu:
interditou-se as suas
vivências.
• Estética da morte como
“pornografia”
29. MEDO DA MORTE:
“Amputações” Afetivas
• Principio de Realidade: A Morte é
Irreversível. Oposição ao
pensamento mágico da criança
• Medo Instintual
• Perda de quem amamos
• Perda gradativa das possibilidades
• Perda de nós mesmos
• Perda dos nossos atos
• Perda da memória da nossa vida
45. Basta sabermos sobre a generalidade da morte,
como algo onipresente para todos?
• “Todos os homens
são mortais. Caio é
homem. Portanto,
Caio é mortal. Mas
eu não sou
Caio...sou Ivan!” (“
A Morte de Ivan
Ilitch”; Leon
Tolstoi)
47. A morte inspira a poesia?
(...)
- Tu és a Morte? Pergunta.
E o Anjo torna: - A Morte sou!
Venho trazer-te descanso
Do viver que te humilhou.
-Imaginava-te feia,
Pensava em ti com terror...
És mesmo a Morte? Ele insiste.
- Sim, torna o Anjo, a Morte
sou,
Mestra que jamais engana,
A tua amiga melhor.
E o Anjo foi-se aproximando,
A fronte do homem tocou,
Com infinita doçura
As magras mãos lhe cerrou...
Era o carinho inefável
De quem ao peito o criou.
Era a doçura da amada
Que amara com mais amor.
Manuel Bandeira
48. A Morte Inspira a Filosofia?
o exercício da morte consiste em viver a
longa duração da vida como se fosse
tão curta como um dia e viver cada dia
como se a vida inteira nele coubesse
(Sêneca)
Assim, o mais espantoso de todos os
males, a morte, não é nada para nós,
pois enquanto vivemos, ela não existe, e
quando chega, não existimos mais.Não
há morte, então, nem para os vivos nem
para os mortos. (Epicuro)