1. A Morte Escola Secundária de Alcanena Ano Lectivo 2006/07 Sara Neto 10ºA
2. “ Entre todas as vicissitudes da vida, embora a experiência humana varie muito de individuo para indivíduo, há um acontecimento que é inevitável para todos: A Morte! Não importa qual seja a nossa posição social; se a vida que vivemos foi louvável ou não; se a nossa passagem entre os homens ficou marcada por grandes feitos; se vivemos numa vida saudável ou de enfermidades; se fomos famosos e rodeados de amigos ou obscuros e solitários, chegará um momento em que estaremos sós, diante do portal da Morte, e seremos forçados a dar um salto no escuro.” Max Heindel A Morte
3. Significado de Morte O que é a morte? Concretamente é difícil definir a morte pois, como refere o velho ditado, “ ninguém nunca voltou para dizer”. Cientificamente: morte é esclarecida como morte cerebral ou morte biológica, isto é, as pessoas são dadas como mortas quando a actividade cerebral acaba por completo. Doutrina Espírita: morte é o desprendimento total do espírito e do corpo físico em consequência da ruptura do laço fluido que os liga entre si quando há falecimento.
4. O EU e a Morte A nossa vida não encontra na morte um sentido ou explicação, mas um fim. A morte significa um fim de uma vida que tanto trabalho nos deu a construir, e é também uma passagem para o desconhecido, o qual nós associamos ao nada. Apesar da morte se apresentar muitas vezes como uma perda de sentido de tudo aquilo que fazemos, ela é também o que valoriza a vida, já que, se fossemos imortais, não daríamos tanto valor ao tempo. A morte do outro é o espelhar do nosso destino e, mesmo não querendo, nós lidamos com a morte do outro como se da nossa própria morte se tratasse. Então sentimo-nos tristes e inconformados com a nossa predestinação, mesmo em frente aos nossos olhos.
5. A Morte ao longo dos tempos Nas primeiras sociedades, a morte era tida como algo normal e reverenciado, pois o espírito de colectividade que existia nas tribos fazia com que os homens louvassem a morte, que era encarada como um transportador para o mundo dos mortos. Na Idade Média, o bom cristão que seguia os dogmas católicos teria salvação eterna, se encontraria com Deus e viveria no paraíso. Contrariamente, as pessoas hereges ou que pecavam e não se redimiam eram condenadas ao inferno, onde o sofrimento é eterno. “ O dia da morte é melhor que o dia do nascimento” Bíblia Eclesiastes 7.1
6. A Morte ao longo dos tempos Na Idade Moderna, a morte começa a ser interdita, ou seja, proibida. A sociedade de hoje é exageradamente individual, o ser humano prende-se ao materialismo, onde ter é poder, e a morte é vista como duvida até mesmo para religiosos, estando relacionada com o perder, o que leva ao desespero. O ser humano preocupa-se muito com a vida e abomina a morte, não compreendendo que a morte é uma complementação da vida e que vem para justificá-la por um fim. Se a vida fosse eterna, o homem clamaria pela morte. “ O coração humano recusa-se a acreditar num universo sem uma finalidade.” Kant
7. Perspectivas da Morte - A morte no Orfismo O orfismo concebia a morte como o fim do corpo físico, mas o espírito continua a viajar de um corpo para o outro, para se redimir de uma culpa originária. Segundo o orfismo, o único modo de escapar dessa sequencia de transmigrações era através dos rituais órficos.
8. “ E estareis de acordo comigo se acrescentardes a esta última prova aquelas que eu apresentei a respeito de tudo o que vive nasce daquilo que está morto. Porque se é certo que a nossa alma existe antes de nascermos, e se é preciso que ao surgir para a vida, ela saia por assim dizer, do seio da morte, como poderá existir após morte, já que deve regressar à vida?” Fédon , Platão página 22 - A morte para Sócrates Perspectivas da Morte A filosofia é uma preparação para a morte, pois a morte não é o fim mas sim a transmigração da alma. A única coisa que fica na alma é o conhecimento, por isso a Filosofia tem um papel fundamental nesse ciclo da vida.
9. Perspectivas da Morte - A morte para Schopenhauer Afirma que a morte vem completar a vida pois sem a morte nada teria sentido, uma vida imortal não faria sentido trazendo repugnância e, deste modo, o homem desejaria a morte. Atribui à morte a solução para uma vida cada vez mais individualizada, daí que o homem seja o que não é, o que para Arthur Schopenhauer é a única solução que traz a felicidade, sendo a morte tida como m consolo para o ser humano. “ Se exigíssemos a imortalidade perpetuaríamos um erro porque a individualidade não deveria existir, e o verdadeiro fim da vida é livrarmo-nos dela”
10. Perspectivas da Morte - A morte para o existencialismo : Martin Heiddeger A morte pertence à existência, “o homem é um ser para a morte”. A partir do nascimento o mortal já está condenado a morrer, caminhando em direcção a ela lentamente. A morte gera o sentimento de angústia e não o medo, pois só se tem medo do que se conhece. Heidegger considera que a maior parte dos homens visa fugir da morte, procurando prazeres, banalizando o sentido. A única maneira do homem se realizar perante a sua finitude é enfrentar a morte friamente, já que só assim poderá gozar de certa liberdade.
11. Perspectivas da Morte - A morte para o existencialismo : Jean-Paul-Sartre A morte vem para mostrar como a nossa existência é absurda, pois a morte actua sem sentido, já que destrói todos os planos vitais do individuo e tudo o que a sua vida representa. “ É absurdo que tenhamos nascido, é absurdo que morramos.” Jean-Paul-Sartre È impossível o homem preparar-se para enfrentar a morte porque ela pode vir de uma forma inesperada, acabando com todas as previsões.
12. Perspectivas da Morte - A morte para o niilismo Para o niilista não existe nada além da matéria, a morte é tida como “nada” sendo a ausência total de qualquer coisa, simplesmente o fim. O espírito não existe e a morte em si não é sentida, já que ao estar morto o ser não tem consciência. - Dogmatismo religioso Os ideais de morte são como a separação entre alma-corpo, onde a alma é libertada para encontrar o divino e o corpo/vida terrestre não é nada mais do que uma preparação do espírito para uma conciliação eterna. O espírito do individuo conserva as características pessoais.
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14. “ Aquilo que verdadeiramente é mórbido não é falar da morte, mas nada dizer acerca dela, como hoje sucede. Ninguém está tão neurótico como aquele que considera ser neurótico decidir-se a pensar sobre o seu próprio fim.” Philippe Ariès A Morte “ O homem fraco teme a morte, o desgraçado chama-a; o valente procura-a. Só o sensato a espera.” Benjamin Franklin