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Heróis à prova de fogo
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Heróis à prova de fogo
1.
TESTE MÓDULO 5–
ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 1 ESCOLA______________________________________________________ DATA ___/ ___/ 20__ NOME_______________________________________________________ N.O ____ TURMA_____ GRUPO I Apresente assuasrespostasde formabemestruturada. Parte A Eça de Queirós, Os Maias Leia o excerto de Os Maias. 5 10 15 Nessa madrugada, às quatro horas, em plena escuridão, Carlos cerrara de manso o portão da rua de S. Francisco. E, mais pungente, apoderava-se dele, na frialdade da rua, o medo que já o roçara, ao vestir-se na penumbra do quarto, ao lado de Maria adormecida – o medo de voltar ao Ramalhete! […] Era medo do avô, medo do Ega, medo do Vilaça; medo daquela sineta do jantar que os chamava, os juntava; medo do seu quarto, onde a cada momento qualquer deles podia erguer o reposteiro, entrar, cravar os olhos na sua alma e no seu segredo… Tinha agora a certeza que eles sabiam tudo. E mesmo que nessa noite fugisse para Santa Olávia, pondo entre si e Maria uma separação tão alta como o muro de um claustro, nunca mais do espírito daqueles homens, que eram os seus amigos melhores, sairia a memória e a dor da infâmia em que ele se despenhara. A sua vida moral estava estragada… Então, para que partiria – abandonando a paixão, sem que por isso encontrasse a paz? Não seria mais lógico calcar desesperadamente todas as leis humanas e divinas, arrebatar para longe Maria na sua inocência, e para todo o sempre abismar-se nesse crime que se tornara a sua sombria partilha na Terra? Já assim pensara na véspera. Já assim pensara… Mas antevia então um outro horror, um supremo castigo, a esperá-lo na solidão onde se sepultasse. Já lhe percebera mesmo a aproximação; já noutra noite recebera dele um arrepio; já nessa noite, deitado junto de Maria, que adormecera cansada, o pressentira, apoderando-se dele, com um primeiro frio de agonia. Eça de Queirós, Os Maias:episódios da vida romântica (fixação de texto Helena Cidade Moura), Lisboa, Livros doBrasil, 28.a edição, cap. XVII, p. 665 (texto com supressões). 1. Considerando o estudo que fez da obra, explique por que razão Carlos tinha “medo de voltar ao Ramalhete” (ll. 3-4). 2. Tendo em conta o excerto e a globalidade da obra, estabeleça um paralelismo entre a forma de pensar de Carlos e Pedro da Maia quando confrontados com a reprovação das suas relações amorosas por parte de Afonso da Maia. 3. Indique,comentandooseuvalorsemântico,orecursoexpressivopresente em “E mesmo que nessanoite fugisse paraSanta Olávia, pondo entre si e Maria uma separação tão alta como o muro de um claustro…” (ll. 7-8).
2.
TESTE MÓDULO 5–
ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 2 Parte B Viagens na minha terra OU Amor de perdição Justamente na afirmação de certos valores intrinsecamente relacionados com a génese do Romantismo encontra-se a chave explicativa de atitudes e gestos típicos do herói romântico bem como das suas metamorfoses mais conhecidas. B. Capelo Pereira, “Herculano”, in Helena CarvalhãoBuescu(coord.), Dicionário do Romantismo Literário Português, Lisboa, Caminho, 1997, p. 223. 4. Escreva uma breve exposição (entre 130 a 150 palavras) sobre a condição do herói romântico em Viagens na minha terra OU em Amor de perdição. A sua exposição deve incluir: uma introdução ao tema; um desenvolvimento onde demonstre a condição do herói romântico; uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema. Parte C Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa 5. Associe os elementos da coluna A aos da coluna B de forma a obter afirmações verdadeiras sobre a obra Frei Luís de Sousa. ColunaA Coluna B A. Após o desaparecimento de D. João de Portugal na batalha deAlcácer Quibir, B. Telmo não deixa de ser sarcástico ecrítico nas palavasquedirigea Madalena,pois C. Perante a decisão dos governadores espanhóis, D. A destruição do retrato de Manuel de Sousa Coutinho E. Maria é uma criançaextremamente perspicaz e astuta que F. Ao depreender que todos contaramcom a sua morte e que já ninguém o conhece, G. Após a revelação do Romeiro, H. Maria entra precipitadamente na igreja, num estado de total desespero e 1. surge como um indício da tragicidadeda ação, simbolizando o desmoronar de uma família assim como a desgraça que se debruçará sobreela. 2. Madalena casou deimediato com Manuel de Sousa Coutinho por já estar apaixonada por ele. 3. facilmente depreende as razões para o estado de permanente angústia em que vivea mãe. 4. o Romeiro sente-se reduzido a nada e sem perspetivas de futuro. 5. mantém-se convicto da possibilidadede regresso do seu primeiro amo. 6. considera ser ela a responsável pelo desaparecimento de D. João de Portugal. 7. ocorre de forma inesperada,assimque aparece o Romeiro, o que indicia o desmoronar iminente da família. 8. Frei Jorge aconselha o irmão e a cunhada a abandonarema vida mundana e a abraçarema vida religiosa. 9. acusa as instituições econvenções religiosas de destruírem o seu núcleo familiar. 10. Madalena chorou a sua perda, tendo-o procurado ao longo de sete anos. 11. Manuel de Sousa Coutinho decide de imediato incendiar o seu próprio palácio.
3.
TESTE MÓDULO 5–
ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 3 GRUPO II Leiao seguinte texto. Heróis à prova de fogo 5 10 15 20 25 Todos crescemos com heroínas e heróis. Através da ficção, foi-nos criada a imagem de uma/umalguém,protagonistade grandesfeitos,comaltosvaloresmoraise éticos, que passa por váriasaventurase perigosasperipéciasmaisoumenoscredíveis.Alguémàprovade balae à prova de tudo,que concretizaatos de corageme bravura,em defesa dos outros e em nome da justiçae de outrosaltosvalores.Osromancese a bandadesenhada,assériesnatelevisãoe os videojogos, Os Cinco da Enid Blyton, o Harry Potter e tantos outros exemplos mais ou menos atuais deram-nos a faculdade de conseguir atribuir múltiplos rostos àquilo que o heroísmosignificouparanósnumafase inicial dasnossasvidas.A ficção, como a educação e a religião, também ensina valores que determinam a forma como nos comportamos e interagimos com os outros e com o meio ambiente. A seguir à infância, surgem os ídolos, já mais próximos da nossa realidade e por vezes figurasreaise até históricas,que espelhamaquelesvalorescomque nosidentificamose pelos quais, naquela altura, sentimos que até éramos capazes de lutar. Com a idade adultae a crescente maturidade começamosatera noçãodo herói anónimo: o herói torna-se parte de um herói coletivo. Atualmente, e sobretudo nesta época de fogos, agravada pelas alterações climáticas, o primeiro rosto que me ocorre é, de facto, o dos bombeiros. Com os soldados da paz, ao contrário do que acontece na ficção, o resultado é sempre fruto de um esforço coletivo e, nesse sentido, o protagonismo é sempre de todos. O altruísmoé característicode todoo universodaProteçãoCivil.A esse altruísmojunta-se o caráter estruturante da sua ação. “Estruturante” porquê? Porque a sua atuação não se fica apenaspelarespostaà emergência,mastambémpelasuaprevenção. A extinção do incêndio é a última fase do combate aos fogos e há, por vezes, a tendência para esquecer isso. A sensibilizaçãoparaa responsabilidade e para a consciência do perigo é fundamental para a reorganização comportamental que as alterações climáticas nos exigem. Tratar bem os bombeiros é prestar-lhes respeito, mas também ajudá-los como ajudaríamos os heróis da nossa estima. Essa ajuda passa claramente pela mobilização em torno da limpezaflorestal e daautoproteção e pela reflexão sobre hábitos de lazer. Cada um de nós deve fazer um pouco mais, e se torne o “muito” de todos – aquele “muito” que, ao fazer a diferença, salva memórias, casas e vidas. Maria Antónia Almeida Santos, in DN, ediçãoonline de 10 de agostode 2019 (consultado em agostode 2019).
4.
TESTE MÓDULO 5–
ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 4 Para os itens 1 a 7, selecione a opção que completa cada afirmação. 1. Segundo a autora do texto, os heróis são figuras (A) que nos habituamos a idolatrar desde tenra idade. (B) ficcionadas, que não possuem um rosto. (C) que não exercem qualquer impacto sobre a nossa personalidade. (D) fictícias em que apenas os mais inocentes acreditam. 2. A autora do artigo defende que os bombeiros são um exemplo de (A) heróis fictícios e anónimos. (B) heróis da infância com altos valores morais. (C) heróis reais, anónimos e coletivos. (D) heróis que são desrespeitos por anónimos. 3. Na opinião da autora do artigo, os bombeiros (A) constituem-se como o único exemplo de altruísmo social. (B) precisam do apoio de toda a sociedade para o sucesso da sua missão. (C) são os responsáveis pela consciencialização dos cidadãos em relação aos perigos. (D) assemelham-se aos heróis da ficção por serem denominados de soldados da paz. 4. O ato de fala presente em “Todos crescemos com heroínas e heróis” (l. 1) é (A) assertivo. (B) diretivo. (C) compromissivo. (D) expressivo. 5. O processo fonológico ocorrido na passagem de ITATE para “idade” (l. 14) é a (A) palatalização. (B) assimilação. (C) dissimilação. (D) sonorização. 6. A oração subordinada sublinhada em “o primeiro rosto que me ocorre é, de facto, o dos bombeiros” (ll. 16-17) classifica-se como (A) adjetiva relativa restritiva. (B) adjetiva relativa explicativa. (C) substantiva completiva. (D) substantiva relativa.
5.
TESTE MÓDULO 5–
ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 5 7. O mecanismo de coesão assegurado pelo segmento sublinhado em “Tratar bem os bombeiros é prestar-lhes respeito” (l. 25) é (A) gramatical (referencial). (B) gramatical (frásico). (C) gramatical (interfrásico). (D) gramatical (temporal). 8. Identifique afunçãosintáticadesempenhada pelo pronome pessoal em “foi-nos criada a imagem de uma/um alguém, protagonista de grandes feitos” (ll. 1-2). 9. Mencione uma palavra portuguesa que mantenha o mesmo étimo que “civil” (l. 19). 10. Identifique a modalidade presente em “Cada um de nós deve fazer um pouco mais…” (ll. 27-28). COTAÇÕES Grupo Item Cotação (em pontos) I – A 1. 2. 3. 60 20 20 20 I – B Item único 30 I – C 5. a 1. b 1. c 1. d 1. e 1. f 1. g 1. h 40 5 5 5 5 5 5 5 5 II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 70 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 TOTAL 200
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ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 6 PROPOSTA DE CORREÇÃO GRUPO I Parte A 1. Apesar de já saber que Maria Eduarda era sua irmã, Carlos cede à paixão e encontra -se voluntariamente com ela,consumando, assim,de forma consciente, o incesto. Por isso, recrimina - se e sente medo de voltar ao Ramalhete, porque não tem coragem de encarar o avó, o Ega ou o Vilaça que,certamente, na sua opinião,já seteriamapercebido da fraqueza que o assolava e que o impedia de terminar o relacionamento. 2. Tal como Pedro fugiu com Maria Monforte para Itália, pelo facto de o seu relacionamento não ser aprovado por Afonso da Maia,também Carlos,tendo noção da anormalidade e da perversidade da relação que mantinha com a irmã (o que obviamente não teria a aprovação do avô), equaciona a possibilidadedefugir com Maria Eduarda e, assim,poder continuar a viver clandestinamente o seu romance. 3. O recurso expressivo evidenciado éa comparação (“pondo entre si e Maria uma separação tão alta como o muro de um claustro”) que reforça a ideia de que Carlos considerava que, se fosse para Santa Olávia,imporia uma separação definitiva entresi e Maria Eduarda (tal como alguém que está protegido pelo muro de um claustro acaba por estar isolado do mundo). Parte B Viagens na minha terra 4. Em Viagens na minha terra, Carlos, o protagonista da novela a menina dos rouxinóis, assume uma variedadede característicasque lhe conferem o estatuto de herói romântico. Entre elas,destacam- se o patriotismo e a ânsia pela liberdade e daí o seu envolvimento na guerra civil em defesa da causa liberal.Por outro lado, é também comum ao herói romântico o desenvolvimento de conflitos interiores e de um sentimento de insatisfação permanente que acabam por conduzir à frustração, ao desencanto, ao isolamento e mesmo ao suicídio. No caso de Carlos, esta situação é evidente no facto de o protagonista ter deixado de ser idealista/espiritualista e se ter tornado materialista, assumindo a posição de barão. Além disso, o amante romântico pode morrer por amor ou ser a causa da morte da amada, situação que se verifica em Viagens na minha terra, com a morte de Joaninha que, entretanto, enlouquecera. (148 palavras)
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ANO 2 [RECUPERAÇÃO DO MÓDULO 4] ©Edições ASA | 2019-2020 – Projeto Novos Percursos Profissionais Página 7 Amor de perdição 4. Em Amor de perdição, Simão, o protagonista do romance, assumeuma variedadede características que lhe conferem o estatuto de herói romântico – a rebeldia que manifesta inicialmente, antes de se ter apaixonado por Teresa, a ânsia pela liberdade e pelo absoluto, o sentido de justiça ou a afirmação dedireitos fundamentais da pessoa humana.Estas características levam, muitas vezes, o herói a desenvolver conflitos interiores intensos e um sentimento de insatisfação permanente que acabampor conduzir à frustração,ao desencanto e, muitas vezes, ao suicídio. O amante romântico pode morrer por amor, como acontece com Simão que desiste de viver assim que sabe da morte de Teresa, morrendo ao fim de nove dias no mar. Pode também ser a causa da morte da amada, situação que se verifica quando Teresa sucumbe à doença e Mariana se suicida. (138 palavras) Parte C 5. A – 10; B – 5; C – 11; D – 1; E – 3; F – 4; G – 8; H – 9 GRUPO II 1. A 2. C 3. B 4. A 5. D 6. A 7. A 8. Complemento indireto. 9. Civilização, cívico, civismo… 10. Deôntica com valor de obrigação.
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