O documento apresenta o trabalho realizado sobre o livro "A Sala das Perguntas" de Fernando Campos. Resume a biografia do autor, o enredo do livro que gira em torno do diário secreto de Damião de Góis e deixa em aberto a questão do seu assassinato, e conclui elogiando a reconstrução histórica e a escrita do autor.
1. Escola Secundária do Forte da Casa
Ano lectivo 2011/12
A Sala das Perguntas
Trabalho realizado por:
Português 11ºano Ricardo Tavares nº12 Pgei
2. Introdução
Nesta apresentação irei falar sobre:
O seu autor - biografia e obras
O livro A Sala das Perguntas
Minha conclusão
3. Fernando Campos
Ficcionista, cronista e investigador
português, Fernando da Silva Campos
nasceu em 1924, em Águas Santas, no
concelho da Maia.
Fez os estudos universitários em Coimbra,
onde se licenciou em Filologia Clássica.
Fez carreira como professor do ensino
secundário, tendo sido docente do Liceu
Pedro Nunes, em Lisboa, cidade onde
passou a residir definitivamente.
4. Paralelamente à carreira de docente, escreveu algumas
obras didáticas e monografias de investigação
etimológica e literária .Fernando Campos iniciou já tarde
a sua carreira de escritor, pois só com 62 anos, em 1986,
lançou o seu primeiro romance, A Casa do Pó, muito bem
aceite pela crítica.
Algumas das obras de Fernando Campos foram
traduzidas para francês, alemão e italiano.
5. Algumas obras
1972 -O Arinteiro d’el-Rei; A "Vida de S. Teotónio“.
1986- A Casa do Pó o seu primeiro romance.
1987- O homem da Máquina de Escrever e o romance Psiché.
1990- O Pesadelo de Deus .
1995 - Esmeralda Partida que trata do século XV e do
reinado de D. João II o livro lhe valeu o Prémio Eça de
Queirós desse mesmo ano .
1998 - A Sala das Perguntas .
2001 - O Prisioneiro da Torre Velha.
2005 - O Cavaleiro da Águia.
6. A Sala das Perguntas
Esta obra centra-se na vida de Damião de Góis, após a
descoberta do seu diário secreto (escrito na sua maioria
durante o sua estadia na prisão pela inquisição).
Vive-se uma das maiores crises sociais de que a Europa
guarda memória.
Decorre no seio da Igreja: a reacção radical do papado; a
vigência da Inquisição; a situação contraditória de
Portugal (decadente, sob os efeitos de uma crise
económica e social grave e, ao mesmo tempo, imperial,
descobridor e “evangelizador”).
Damião de Góis conviveu com o que de melhor e de pior
caracteriza a Europa e o Portugal de Quinhentos.
7. Todo o romance gira em torno de um
segredo, mais ou menos bem guardado,
sobre a verdadeira paternidade de
Damião de Góis.
Contudo, o romance não se centra no
desvendar desse segredo (porque o
narrador conhece o seu conteúdo Damião de Góis
praticamente desde o início), procura o
conhecimento do “eu”, das suas crenças,
ideais e afectos, da sua relação consigo
próprio e com os outros e, sobretudo,
com a complexidade do momento
histórico em que vive.
É justamente o conhecimento desse
segredo que lhe irá proporcionar, por
exemplo, uma relação privilegiada com
as figuras da corte, uma educação
cuidada e a posição destacada que lhe
permite viajar praticamente por toda a
Europa e conhecer várias personalidades
importantes da Europa.
8. Desde as primeiras páginas, ao longo
de todo o romance, vários são os
indícios que nos apontam para a
ideia da filiação de Damião de Góis
em D. Manuel I.
A personagem conta os aspectos
mais relevantes da sua vida até ao
momento em que é, bruscamente,
interrompido pelo próprio assassino.
Um conjunto de perguntas às quais o
segundo vai dar resposta, com a
excepção de uma - a do causador da
morte de Damião de Góis, bem como
da sua motivação.
D. Manuel I
9. Assim, o romance termina
mantendo em aberto um
vasto leque de questões,
proporcionando leituras de
aproximação ao discurso e
ao estilo policial, com a
presença de um conjunto
de notas de suspense, de
crimes por resolver, de
paternidades não
totalmente assumidas, de
segredos enterrados em
covas fundas, mas
sussurrados, prendendo a
atenção do leitor até ao
último minuto.
10. É notável a habilidade do escritor em mover-se entre personagens
referenciais, facilmente reconhecíveis, reconstruindo-as, recriando-
as.
É este o caso do próprio Damião de Góis, mas é também o de Gil
Vicente, Luís Vaz de Camões, o dos reis D. Manuel I, D. João III, o
de Erasmo, Lutero, Garcia de Resende, João de Barros, Tomás
Morus, André de Resende, Inácio de Loyola, entre um grande
conjunto de personalidades, portuguesas e estrangeiras, que
marcaram, decisivamente, o percurso de Damião de Góis, o de
Portugal, e do Mundo.
Inácio de Loyola
Luís Vaz de
g
Camões Tomás Morus
11. Além das personagens, temos
também que referir toda a
reconstrução de uma época, a
recriação de espaços e de
ambientes, a evocação de
eventos que suportam a
intriga. Exímio contador de
historias, o narrador é
também um hábil pintor de
cenários .
Na descrição de festas e
serões da corte, dos desfiles
reais, na descrição de
elementos arquitectónicos
como são o Mosteiro dos
Jerónimos ou o mosteiro da
Batalha, reconstrução das
viagens da época, descrição
de pinturas e outras obras
artísticas.
A utilização de uma
linguagem própria da época.
12. Conclusão
Esta história faz-nos reflectir sobre o presente, a tomar
consciência de como tempos históricos tão distantes
parecem ficar tão próximos e de como as questões que se
colocam ao ser humano hoje são, afinal, as mesmas de há
séculos, ou talvez as de sempre. Temas como a
Liberdade, a Cultura, o Conhecimento, a fé e a religião, o
amor ou até mesmo a reflexão sobre a condição de
Portugal no mundo encontram aqui espaço e
protagonistas, cada um com a sua forma de ver e pensar
o mundo. Talvez a resposta para os problemas da
humanidade esteja justamente na diferença e sobretudo
no respeito por essa diferença e saber aceitá-la.
13. Opinião
Recomendo vivamente este livro é ideal para quem gosta
de uma boa história, de uma excelente escrita.
Uma escrita acessível,óptimo para quem gosta de
história e se interessa pela renovação de ideias e valores.