SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP 
DEPARTAMENTO DE LETRAS 
A QUEDA DUM ANJO 
Camilo Castelo Branco 
Por Bruno Luiz Diel, Keila Massolla Florentino e Patricia 
Moraes Miranda, acadêmicos do Curso de Letras – UNEMAT/ 
Sinop
SOBRE O AUTOR 
Nasceu em 16 de março de 1825, em 
Lisboa. Ficou órfão de mãe aos 2 anos e 
de pai aos 8. Casou-se aos 16 anos, logo 
largou a esposa e foi morar no Porto para 
cursar Medicina, projeto que não foi 
adiante. Foi preso por adultério depois de 
se envolver com uma prima, mas após a 
morte da primeira mulher, em 1847, 
casa-se com Patrícia ( a prima ), e a larga 
após a gravidez. É absolvido junto com a 
terceira mulher Ana, com quem tem dois 
filhos e oficializa a relação em 1888. 
Antes de sua morte uma sífilis 
desencadeou na saúde do escritor uma 
cegueira. Suicidou-se em 1º de junho de 
1890. 
Camilo Ferreira Botelho 
Castelo Branco (1825- 
1890)
“CAIU O ANJO E FICOU 
SIMPLESMENTE O 
HOMEM... 
HOMEM COMO QUASE 
TODOS OS OUTROS... 
E COM MAIS ALGUMAS 
VANTAGENS QUE O 
COMUM DOS 
HOMENS.”
RESUMO
 Calisto Elói era conservador e defensor dos costumes 
portugueses e suas vestes características do interior 
denunciavam isso. Sua vocação como orador o levou para a 
Câmara dos deputados de Lisboa.
 Calisto passa a adquirir os costumes modernos que antes 
condenava. Antes era muito preso ao passado e as tradições, 
mas ao final deixa crescer o bigode e o cavanhaque, veste 
roupas mais modernas, esquece a esposa Teodora, passa a 
gastar muito dinheiro, muda para a oposição e separa-se 
definitivamente da mulher, que acaba se casando com um 
primo. 
“Como tu estás mudado! Não me 
pareces o meu homem!. Corta 
essas barbas; por alma da tua 
mãe, corta-me essas barbas, 
que pareces o diabo, Deus me 
perdoe!”
ANÁLISE DA OBRA
 A “queda” do personagem ocorre quando ele vai para 
Lisboa. Lá, ele se deixa corromper pelo luxo e pelas 
vantagens trazidas pelo desenvolvimento. Neste caso, a 
“queda” se dá em relação a sua personalidade, por ter sido 
sempre uma pessoa conservadora. Também ocorre uma 
“queda” moral a partir do seu envolvimento com Ifigénia, de 
quem Calisto se torna amante.
Durante a transformação de Calisto, podemos apontar 
para uma crítica construída no livro. Existe uma reflexão 
sobre a concepção de literatura e de suas funções na 
sociedade moderna. O questionamento se dá por conta do 
hábito de leitura da época, o público lia apenas folhetins e 
romances franceses. Assim, não existia uma reflexão 
profunda sobre as mudanças que estavam acontecendo em 
Portugal. A leitura, desta forma, só poderia contribuir para a 
manutenção de um bom padrão linguístico e não como forma 
de reflexão social.
ESTRUTURA DO TEXTO 
A história começa com a valorização dos costumes e 
valores de um autêntico português e termina com a 
desfiguração desse homem perante aos costumes 
de Lisboa. 
O principal conflito é entre o velho e o novo, o 
nacionalismo e a dominação estrangeira.
TEMPO 
 A história se passa perto da metade do século XIX e, durante 
alguns fatos, o narrador cita exatamente o ano em que se 
sucede o acontecimento. Sendo assim, o tempo é cronológico, 
e a história inteira dura aproximadamente cinco anos. 
ESPAÇO 
 A história se passa em seu início na cidade natal de Calisto 
(Miranda), porém se desenvolve principalmente em Lisboa, 
nos lugares onde Calisto transitava, como a Câmara dos 
deputados, sua casa, etc.
FOCO NARRATIVO 
A narração é em terceira pessoa, com apenas 
alguns pequenos trechos em primeira pessoa. 
Há uma grande participação do narrador, o próprio 
autor, que conta a história. O narrador emite 
opiniões, principalmente através dos personagens, 
e algumas vezes diretamente através de seus 
comentários e narração. 
Há uma predominância do discurso direto, com 
muitos diálogos, discursos e cartas. A narração é 
predominante e quase não há descrição.
CONCLUINDO 
A obra de Camilo Castelo Branco aborda o conflito 
vivido pelo personagem Calisto Elói que se vê em 
decadência após se apaixonar por uma viúva brasileira. 
Homem clássico, defensor dos velhos costumes vai 
sendo engrandecido pelo amor e pelo poder. Chega a 
mudar a aparência física, o que retrata a queda: de anjo 
para homem. 
A ideia de um embate entre o velho e o novo, entre o 
antigo e o moderno sintetiza a estrutura de A queda dum 
anjo. Camilo Castelo Branco pareceu, de fato, vivenciar o 
embate entre o velho e o novo, como seu personagem. 
A mensagem é clara: mesmo uma pessoa 
conservadora, culta e racionalista deixa-se levar pelo seu 
ambiente, se adequando ao novo lugar e mudando sua 
maneira de pensar e agir, mesmo que para pior.
A queda dum anjo de Camilo  Castelo Branco

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Hegemonia inglesa
Hegemonia inglesaHegemonia inglesa
Hegemonia inglesa
cattonia
 
Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjo
João Teixeira
 
Lírica camoniana
Lírica camoniana Lírica camoniana
Lírica camoniana
Sara Afonso
 
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesEstrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
António Fernandes
 
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloOs Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Daniela Filipa Sousa
 
Geografia A 11 ano - Áreas Urbanas
Geografia A 11 ano - Áreas UrbanasGeografia A 11 ano - Áreas Urbanas
Geografia A 11 ano - Áreas Urbanas
Raffaella Ergün
 
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
200166754
 

Mais procurados (20)

Sermao de S. Antonio aos peixes - Capítulo v
Sermao de S. Antonio aos peixes - Capítulo vSermao de S. Antonio aos peixes - Capítulo v
Sermao de S. Antonio aos peixes - Capítulo v
 
sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.ppt
 
Síntese Sermão de Santo António aos Peixes
Síntese Sermão de Santo António aos PeixesSíntese Sermão de Santo António aos Peixes
Síntese Sermão de Santo António aos Peixes
 
Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição - Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição - Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco
 
Hegemonia inglesa
Hegemonia inglesaHegemonia inglesa
Hegemonia inglesa
 
Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjo
 
Os Maias - Capítulo XVII
Os Maias - Capítulo XVIIOs Maias - Capítulo XVII
Os Maias - Capítulo XVII
 
Lírica camoniana
Lírica camoniana Lírica camoniana
Lírica camoniana
 
Parlamentarismo inglês
Parlamentarismo inglêsParlamentarismo inglês
Parlamentarismo inglês
 
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesEstrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadoresSermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
Sermão de Santo António aos Peixes - Peixes pegadores
 
Romantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de SousaRomantismo, Frei Luís de Sousa
Romantismo, Frei Luís de Sousa
 
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítuloOs Maias - a ação & titulo e subtítulo
Os Maias - a ação & titulo e subtítulo
 
Geografia A 11 ano - Áreas Urbanas
Geografia A 11 ano - Áreas UrbanasGeografia A 11 ano - Áreas Urbanas
Geografia A 11 ano - Áreas Urbanas
 
Os Maias - análise
Os Maias - análise Os Maias - análise
Os Maias - análise
 
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão LopesCrónica de D. João I de Fernão Lopes
Crónica de D. João I de Fernão Lopes
 
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
 
Os Maias - Capítulo VI
Os Maias - Capítulo VIOs Maias - Capítulo VI
Os Maias - Capítulo VI
 
Sermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixesSermão de santo antónio aos peixes
Sermão de santo antónio aos peixes
 

Semelhante a A queda dum anjo de Camilo Castelo Branco

realismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europarealismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europa
whybells
 
A Morte do Palhaço
A Morte do PalhaçoA Morte do Palhaço
A Morte do Palhaço
José Alves
 
1%20 o%20primo%20bas%e dlio
1%20 o%20primo%20bas%e dlio1%20 o%20primo%20bas%e dlio
1%20 o%20primo%20bas%e dlio
Tatiany Beleza
 
Triste fim de policarpo completo (1)
Triste fim de policarpo  completo (1)Triste fim de policarpo  completo (1)
Triste fim de policarpo completo (1)
Marcela Rodrigues
 
C:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa Portuguesa
C:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa PortuguesaC:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa Portuguesa
C:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa Portuguesa
Eneida da Rosa
 
Pré modernismo (1902- 1922) profª karin
Pré modernismo (1902- 1922) profª karinPré modernismo (1902- 1922) profª karin
Pré modernismo (1902- 1922) profª karin
professorakarin2013
 
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serrasRespostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
BriefCase
 
Realismo naturalismo
Realismo   naturalismoRealismo   naturalismo
Realismo naturalismo
nagelaviana
 

Semelhante a A queda dum anjo de Camilo Castelo Branco (20)

Amor de salvação
Amor de salvaçãoAmor de salvação
Amor de salvação
 
Andreia
AndreiaAndreia
Andreia
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Literatura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz ClaudioLiteratura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz Claudio
 
realismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europarealismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europa
 
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaTrabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
 
Realismo Português
Realismo PortuguêsRealismo Português
Realismo Português
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
A Morte do Palhaço
A Morte do PalhaçoA Morte do Palhaço
A Morte do Palhaço
 
ocortio-150628201435-lva1-app6891 (2).pdf
ocortio-150628201435-lva1-app6891 (2).pdfocortio-150628201435-lva1-app6891 (2).pdf
ocortio-150628201435-lva1-app6891 (2).pdf
 
1%20 o%20primo%20bas%e dlio
1%20 o%20primo%20bas%e dlio1%20 o%20primo%20bas%e dlio
1%20 o%20primo%20bas%e dlio
 
Triste fim de policarpo completo (1)
Triste fim de policarpo  completo (1)Triste fim de policarpo  completo (1)
Triste fim de policarpo completo (1)
 
C:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa Portuguesa
C:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa PortuguesaC:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa Portuguesa
C:\Fakepath\Romantismo – O EspaçO Urbano Na Prosa Portuguesa
 
Pré modernismo (1902- 1922) profª karin
Pré modernismo (1902- 1922) profª karinPré modernismo (1902- 1922) profª karin
Pré modernismo (1902- 1922) profª karin
 
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serrasRespostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
 
Memórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milíciasMemórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milícias
 
A hora da estrela, de Clarice Lispector - análise
A hora da estrela, de Clarice Lispector - análiseA hora da estrela, de Clarice Lispector - análise
A hora da estrela, de Clarice Lispector - análise
 
Pré-modernismo
Pré-modernismoPré-modernismo
Pré-modernismo
 
Realismo naturalismo
Realismo   naturalismoRealismo   naturalismo
Realismo naturalismo
 
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
[SLIDES] Aula 19 - Pré-modernismo.pptx
 

Último

Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 

Último (20)

E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
CATEQUESE primeiro ano . CATEQUESE 1ºano
CATEQUESE primeiro ano . CATEQUESE 1ºanoCATEQUESE primeiro ano . CATEQUESE 1ºano
CATEQUESE primeiro ano . CATEQUESE 1ºano
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
 
Modelos de Inteligencia Emocional segundo diversos autores
Modelos de Inteligencia Emocional segundo diversos autoresModelos de Inteligencia Emocional segundo diversos autores
Modelos de Inteligencia Emocional segundo diversos autores
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 

A queda dum anjo de Camilo Castelo Branco

  • 1. GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE LETRAS A QUEDA DUM ANJO Camilo Castelo Branco Por Bruno Luiz Diel, Keila Massolla Florentino e Patricia Moraes Miranda, acadêmicos do Curso de Letras – UNEMAT/ Sinop
  • 2. SOBRE O AUTOR Nasceu em 16 de março de 1825, em Lisboa. Ficou órfão de mãe aos 2 anos e de pai aos 8. Casou-se aos 16 anos, logo largou a esposa e foi morar no Porto para cursar Medicina, projeto que não foi adiante. Foi preso por adultério depois de se envolver com uma prima, mas após a morte da primeira mulher, em 1847, casa-se com Patrícia ( a prima ), e a larga após a gravidez. É absolvido junto com a terceira mulher Ana, com quem tem dois filhos e oficializa a relação em 1888. Antes de sua morte uma sífilis desencadeou na saúde do escritor uma cegueira. Suicidou-se em 1º de junho de 1890. Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (1825- 1890)
  • 3. “CAIU O ANJO E FICOU SIMPLESMENTE O HOMEM... HOMEM COMO QUASE TODOS OS OUTROS... E COM MAIS ALGUMAS VANTAGENS QUE O COMUM DOS HOMENS.”
  • 5.  Calisto Elói era conservador e defensor dos costumes portugueses e suas vestes características do interior denunciavam isso. Sua vocação como orador o levou para a Câmara dos deputados de Lisboa.
  • 6.  Calisto passa a adquirir os costumes modernos que antes condenava. Antes era muito preso ao passado e as tradições, mas ao final deixa crescer o bigode e o cavanhaque, veste roupas mais modernas, esquece a esposa Teodora, passa a gastar muito dinheiro, muda para a oposição e separa-se definitivamente da mulher, que acaba se casando com um primo. “Como tu estás mudado! Não me pareces o meu homem!. Corta essas barbas; por alma da tua mãe, corta-me essas barbas, que pareces o diabo, Deus me perdoe!”
  • 8.  A “queda” do personagem ocorre quando ele vai para Lisboa. Lá, ele se deixa corromper pelo luxo e pelas vantagens trazidas pelo desenvolvimento. Neste caso, a “queda” se dá em relação a sua personalidade, por ter sido sempre uma pessoa conservadora. Também ocorre uma “queda” moral a partir do seu envolvimento com Ifigénia, de quem Calisto se torna amante.
  • 9. Durante a transformação de Calisto, podemos apontar para uma crítica construída no livro. Existe uma reflexão sobre a concepção de literatura e de suas funções na sociedade moderna. O questionamento se dá por conta do hábito de leitura da época, o público lia apenas folhetins e romances franceses. Assim, não existia uma reflexão profunda sobre as mudanças que estavam acontecendo em Portugal. A leitura, desta forma, só poderia contribuir para a manutenção de um bom padrão linguístico e não como forma de reflexão social.
  • 10. ESTRUTURA DO TEXTO A história começa com a valorização dos costumes e valores de um autêntico português e termina com a desfiguração desse homem perante aos costumes de Lisboa. O principal conflito é entre o velho e o novo, o nacionalismo e a dominação estrangeira.
  • 11. TEMPO  A história se passa perto da metade do século XIX e, durante alguns fatos, o narrador cita exatamente o ano em que se sucede o acontecimento. Sendo assim, o tempo é cronológico, e a história inteira dura aproximadamente cinco anos. ESPAÇO  A história se passa em seu início na cidade natal de Calisto (Miranda), porém se desenvolve principalmente em Lisboa, nos lugares onde Calisto transitava, como a Câmara dos deputados, sua casa, etc.
  • 12. FOCO NARRATIVO A narração é em terceira pessoa, com apenas alguns pequenos trechos em primeira pessoa. Há uma grande participação do narrador, o próprio autor, que conta a história. O narrador emite opiniões, principalmente através dos personagens, e algumas vezes diretamente através de seus comentários e narração. Há uma predominância do discurso direto, com muitos diálogos, discursos e cartas. A narração é predominante e quase não há descrição.
  • 13. CONCLUINDO A obra de Camilo Castelo Branco aborda o conflito vivido pelo personagem Calisto Elói que se vê em decadência após se apaixonar por uma viúva brasileira. Homem clássico, defensor dos velhos costumes vai sendo engrandecido pelo amor e pelo poder. Chega a mudar a aparência física, o que retrata a queda: de anjo para homem. A ideia de um embate entre o velho e o novo, entre o antigo e o moderno sintetiza a estrutura de A queda dum anjo. Camilo Castelo Branco pareceu, de fato, vivenciar o embate entre o velho e o novo, como seu personagem. A mensagem é clara: mesmo uma pessoa conservadora, culta e racionalista deixa-se levar pelo seu ambiente, se adequando ao novo lugar e mudando sua maneira de pensar e agir, mesmo que para pior.