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A RA ZÃO PÁGINA 7 SETEMBRO / 2014 
Artigos 
Educação começa em casa 
SANDRA HERMIDA CARVALHO 
Educadora infantil, da Filial Montes 
Claros (MG) 
Viver é algo que vamos 
aprendendo com o de-correr 
dos anos, e para 
muitos não é nada fácil. Por 
isso temos que saber preparar 
as gerações que estão por vir, 
porque as crianças de hoje se-rão 
o futuro do nosso país, ou 
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do futuro. 
Se observamos as profun-das 
mudanças que a nossa so-ciedade 
está sofrendo, podere-mos 
constatar a violência cres-cendo 
cada vez mais, e isto 
pode ser notado claramente 
não só nas cidades grandes, 
mas também no interior do 
país já se nota aumento signi-ficativo 
da violência. 
Eu me pergunto: por que 
tudo isto? A resposta não é 
muito difícil de se encontrar, 
porque, se pararmos para ob-servar 
como cada vez mais se 
deixa de educar nossas crian-ças, 
como poderemos esperar 
que elas sejam adultos capa-zes 
de saber viver? 
Viver em uma sociedade 
não é fácil, porque muitas ve-zes 
somos tentados a atuar de 
maneira que, se não tivermos 
uma boa base familiar e de 
princípios morais, nos deixa-mos 
levar para o mau cami-nho, 
como é o caso das pes-soas 
que buscam vida fácil, e 
para isso muitas vezes as con-sequências 
são a degradação 
do corpo físico através do con-sumo 
de álcool, uso de drogas 
e prostituição. 
Nossas crianças estão cres-cendo 
sem disciplina, não es-tão 
sendo preparadas para um 
viver feliz, mas sim para uma 
sociedade capitalista, que nos 
obriga a consumir cada vez 
mais para sermos felizes. 
É ai que começam os pro-blemas, 
porque nossas crian-ças 
estão sendo preparadas pa-ra 
ser pessoas consumistas e 
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e não ser. 
Hoje, com a era tecnoló-gica, 
as crianças começam a 
ser influenciadas desde cedo a 
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celular, que provavelmente se-rá 
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tipo de roupa para serem feli-zes. 
Quanto enganados estão 
esses seres inocentes, que, por 
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As nossas crianças deixa-ram 
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domésticas. E aí me per-gunto: 
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sabemos educar nossas crian-ças 
para estudar, questionar, 
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seus deveres? 
Crianças estão sendo 
programadas para 
consumir, para buscar 
uma felicidade que 
nunca vão encontrar. 
A educação começa no lar, 
nossas crianças são pequenos 
seres que absorvem como es-ponjas 
tudo o que fazemos du-rante 
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isso a educação deve começar 
em casa, sendo os adultos os 
exemplos. 
Observo como as crianças 
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na rua com a mesma bola, di-vidíamos 
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Aids no Brasil 
FRANCISCO IVO DE OLIVEIRA 
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e hemofílicos. 
Assine A RAZÃO 
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presenteie. Assinale seu pe di do: 
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E-mail: arazao@racionalismocristao.org

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  • 1. A RA ZÃO PÁGINA 7 SETEMBRO / 2014 Artigos Educação começa em casa SANDRA HERMIDA CARVALHO Educadora infantil, da Filial Montes Claros (MG) Viver é algo que vamos aprendendo com o de-correr dos anos, e para muitos não é nada fácil. Por isso temos que saber preparar as gerações que estão por vir, porque as crianças de hoje se-rão o futuro do nosso país, ou seja, serão a nossa sociedade do futuro. Se observamos as profun-das mudanças que a nossa so-ciedade está sofrendo, podere-mos constatar a violência cres-cendo cada vez mais, e isto pode ser notado claramente não só nas cidades grandes, mas também no interior do país já se nota aumento signi-ficativo da violência. Eu me pergunto: por que tudo isto? A resposta não é muito difícil de se encontrar, porque, se pararmos para ob-servar como cada vez mais se deixa de educar nossas crian-ças, como poderemos esperar que elas sejam adultos capa-zes de saber viver? Viver em uma sociedade não é fácil, porque muitas ve-zes somos tentados a atuar de maneira que, se não tivermos uma boa base familiar e de princípios morais, nos deixa-mos levar para o mau cami-nho, como é o caso das pes-soas que buscam vida fácil, e para isso muitas vezes as con-sequências são a degradação do corpo físico através do con-sumo de álcool, uso de drogas e prostituição. Nossas crianças estão cres-cendo sem disciplina, não es-tão sendo preparadas para um viver feliz, mas sim para uma sociedade capitalista, que nos obriga a consumir cada vez mais para sermos felizes. É ai que começam os pro-blemas, porque nossas crian-ças estão sendo preparadas pa-ra ser pessoas consumistas e estamos passando para elas que para ser feliz é preciso ter, e não ser. Hoje, com a era tecnoló-gica, as crianças começam a ser influenciadas desde cedo a consumir, a cada momento suas mentes recebem bombar-deio da mídia de que necessi-tam aquele tipo de telefone celular, que provavelmente se-rá o mais caro, ou usar aquele tipo de roupa para serem feli-zes. Quanto enganados estão esses seres inocentes, que, por negligência de seus educado-res, estão sendo programados para consumir, para buscar uma felicidade que nunca vão encontrar. Sabe por quê? Por - que estão erroneamente sendo criados para enriquecer os do-nos dessas marcas que ven-dem seus produtos auferindo muitos lucros com isso. As nossas crianças deixa-ram de ler, de estudar e de aprender a lidar com as tare-fas domésticas. E aí me per-gunto: como será o futuro des-sa nova geração daqui a 20 anos? Como poderemos exigir de um governo que tenhamos um país mais digno, se não sabemos educar nossas crian-ças para estudar, questionar, exigir seus direitos e praticar seus deveres? Crianças estão sendo programadas para consumir, para buscar uma felicidade que nunca vão encontrar. A educação começa no lar, nossas crianças são pequenos seres que absorvem como es-ponjas tudo o que fazemos du-rante o nosso convívio, e por isso a educação deve começar em casa, sendo os adultos os exemplos. Observo como as crianças de hoje são criadas egoistica-mente. Nos tempos antigos costumávamos dividir o pou-co que tínhamos com nossos vizinhos, brincávamos todos na rua com a mesma bola, di-vidíamos a merenda. Hoje, po-rém, o brasileiro tem mais po-der aquisitivo e cada vez mais ensina seus filhos a ser egoís-tas a querer mais só para si e esquecer-se dos outros. Crianças absorvem como esponjas tudo o que fazem os adultos durante seu convívio; os adultos são seus exemplos. Como podemos esperar que a nossa sociedade do fu-turo seja melhor do que a de hoje, se estamos cometendo erros gravíssimos na educação dos nossos filhos? Deixar de educar é o maior erro que um pai pode cometer, e por isso chegou a hora de despertar, de mostrar para nossas crianças que elas devem estar prepara-das para um futuro árduo e de lutas, e que devem ser soli-dárias e se preocupar com o próximo. Como podemos esperar que essa geração que esta por vir se preocupe com os mais velhos se estamos dei-xando de fazer nossa parte, que é dar exemplos? Estamos deixando de nos preocupar com os necessitados e até mesmo com nossos avós, que, quando chegam a certa idade, são inúmeros os casos de pessoas com incapacidade física que são abandonadas por seus familiares. Para que o nosso Brasil se torne um país mais justo, de-vemos começar a nos preocu-par com as nossas crianças, a passar para elas valores mo-rais, a ensinar-lhes a viver em uma sociedade que seja mais justa e voltada para o bem-es-tar comum. É claro que cada ser hu-mano tem diferentes capaci-dades para resolver seus pro-blemas, devemos respeitar a resiliência de cada um, mas podemos, sim, capacitar nos-sas crianças para serem pen-sadoras e questionadoras de tudo o que acontece ao seu re-dor; podemos ensinar a nossas crianças que o caminho do bem é o melhor caminho a ser seguido e que, para saber vi-ver, temos que lutar e encarar cada obstáculo que encontrar-mos como alavanca para subir mais alto e, assim, prosperar na vida. Devemos deixar essa cul-tura capitalista de lado e en-sinar as nossas crianças a bus-car formas de fazer atividades ao ar livre e aprender a criar seus próprios brinquedos. Assim podem estimular seu cérebro a pensar, a resolver problemas, além de se benefi-ciar por estar em contato com a natureza. Temos que deixar de criar nossas crianças presas a um computador ou televisão, nos-sas crianças devem fazer exer-cícios para seu desenvolvi-mento físico e mental, e tam-bém para evitar doenças. Devemos também eliminar essa cultura de comida rápida, porque estamos cada vez mais alimentando nossas crianças com calorias vazias que não trazem qualquer benefício ao corpo humano, mas sim mui-tas doenças. Ainda podemos mudar nossa sociedade, mas para is-so precisamos plantar nossa semente, e investir mais na educação das nossas crianças, para que elas estejam prepa-radas para um futuro de lu-tas e saibam, assim, conti-nuar seu papel evolutivo, porque as crianças que hoje são educadas serão os educa-dores do futuro. E não podemos esperar colher bons frutos se não sa-bemos plantar, porque o exem-plo que hoje estamos dando as nossas crianças orientará suas ações no futuro. A incidência de Aids no Brasil FRANCISCO IVO DE OLIVEIRA Presidente da Filial Recife (PE) Chamou a atenção nos meios médicos e na sociedade recente relatório das Na ções Unidas (ONU) dando conta de que infecções pela Aids e mor-tes associadas à doença cres-ceram nos últimos oito anos no Brasil. No mesmo docu-mento informam que a inci-dência está em queda no mundo, podendo ser controla-da até 2030. Es tima-se que, atualmente, vivam no Brasil 752 mil pessoas com o vírus da Aids, número que repre-senta quase metade do total de casos na América Latina (1,6 milhão) e cerca de 2% do número de infectados no mun-do (35 milhões). Antes desta notificação, o programa de controle da doença no Brasil era tido pe-lo governo brasileiro como um grande sucesso e mode-lo para o mundo. O progra-ma brasileiro tem como pon-to forte a recomendação pa-ra uso do preservativo nas relações sexuais e distribui-ção de medicamentos para os doentes, não se preocu-pando com a educação se-xual básica, para evitar rela-ções promíscuas, na segu-rança de ter parceiro fixo. Como alguns indutores para propagação das doenças sexualmente transmissíveis (DST) são bem presentes na sociedade brasileira, causava estranheza para algumas pes-soas esse sucesso do controle da doença divulgado pela mídia. Lembro-me que nas aulas de higiene, saúde e educação, nos quartéis, médicos e enfer-meiros advertiam para o cui-dado dos militares nos rela-cionamentos com prostitutas, porque uma única portadora de doença venérea, como se chamavam as DST na época, era capaz de infectar vários homens. Pesquisadores relatam que o aparecimento do vírus da Aids ocorreu no início do sé-culo XX em países da África subsaariana, um vírus mutante dos chimpanzés já circulava na população urbana do Congo Belga, na então cidade de Leopoldvil le. O vírus teria sido transposto do macaco ao homem pela caça desses ani-mais, que serviam de alimento para a população. Os chim-panzés capturados e sacrifica-dos expunham o vírus aos cor-tes e traumas das mãos dos caçadores que, ao destrincha-rem os primatas abatidos, se infectavam. Carne ensanguen-tada era exposta nos mercados locais para nova manipulação humana. Nascia, assim o vírus da Aids, que permaneceria oculta por décadas. Uma vez no homem, o vírus passou a ser transmitido através da re-lação sexual. Por ser o maior centro co-mercial da região, Leopol dville cresceu muito e recebia via-jantes de países vizinhos. A urbanização, com a conse-quente pros tituição, fez dispa-rar a disseminação do vírus em humanos. A crescente promiscuida-de sexual distribuía sífilis, ble-norragia e herpes de forma in-tensa, enquanto o vírus da Aids seguia de carona, ainda camuflado. As mortes pela Aids eram erroneamente atri-buídas à desnutrição, diarréias, tuberculose e malária. A tolerância do povo congolês aos abusos do colo-nizador belga chegou ao fim em 1960 com a independên-cia do país, ocorrendo logo em seguida uma guerra civil que durou cinco anos. A ci-dade ganhou o novo nome de Kinshasa. Os conflitos deixaram o país arrasado, a população carecia de saúde, escolas e emprego. A fome dominava diversas localida-des no país. A promiscuidade sexual no Congo distribuía doenças venéreas de forma intensa, e o vírus da Aids seguia de carona, camuflado. Durante a guerra civil, as Nações Unidas socorreram o caos, enviando força de paz, médicos, enfermeiras, alimen-tos e medicamentos ao povo sofrido e abandonado. Pro - fessores foram contratados pa-ra soerguer o falido sistema educacional. Com esta ação, sem saber, podem ter prepara-do o terreno para transposição do vírus da Aids para a América. Na tropa de paz seguiram muitos haitianos, selecionas por também serem negros e falarem o francês, o que faci-litava a comunicação com os congoleses. A hipótese é que parte desse contingente hai-tiano se contaminou com prostitutas, levando na baga-gem da volta o vírus para o Haiti, país também de eleva-do índice de prostituição. Mais tarde os turistas se-xuais norte-americanos foram as vítimas da vez, aparecendo de forma chocante para o mundo entre gays americanos no verão de 1981. Os hemos-sexuais não foram a única ponte da introdução do vírus em solo norte-americano. Em dois anos, se descobriu que a doença acometia também uma parcela de imigrantes haitia-nos, usuários de drogas injetá-veis e hemofílicos. Assine A RAZÃO Solicite ain da ho je sua as si na tu ra de A RA ZÃO ou presenteie. Assinale seu pe di do: Nova as si na tu ra Renovação Nome ................................................................................... Endereço............................................................................... CEP ........................ Cidade ........................................ Estado.......... País...................... 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