Acção de Formação de introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa, para a equipa de Pediatria de Desenvolvimento do Hospital de Anadia e a Equipa de Intervenção Precoce.
1. Comunicação Aumentativa e Alternativa
Hospital Distrital de Anadia
17 Março 2005
Formadora: Andreia Campos
Terapeuta da Fala
2. Conteúdos:
Introdução
O que é a Comunicação Aumentativa e
Alternativa?
Como se utiliza a CAA?
Quando se utiliza a CAA?
Como colaborar com os utentes para que
possam comunicar eficazmente?
Discussão
3. A comunicação é usada para trocar informação,
fazer pedidos, socializar e interagir com outras
pessoas.
A comunicação é a essência da vida humana.
Fala
Braille
Gestos
Olhar
Expressões Faciais
Silêncio
Escrita
4. O que é a comunicação
Aumentativa e Alternativa?
O termo Comunicação Aumentativa e
Alternativa é usado para definir outras
formas de comunicação como meio
principal de transmissão de mensagens, para
pessoas incapacitadas de usar a fala.
5. Quem beneficia do uso de CAA?
Grupos funcionais:
1. Indivíduos com necessidade de um meio
de expressão
2. Indivíduos com necessidade de uma
linguagem de apoio
3. Indivíduos com necessidade de uma
linguagem alternativa
6. Estudo de Caso 1
M. é uma criança de 6 anos com Trissomia 21. comunica
apontando e vocalizando, usa também, gestos espontâneos
e, ocasionalmente, a entoação.
Desenvolvimento da linguagem: M. compreende ordens
simples (concretas, com objectos e/ou imagens); identifica
objectos e imagens simples (fotográficas e desenhadas, de
objectos e acções).
Audição: perda auditiva de 30 dB, faz discriminação
auditiva (com objectos musicais e ruídos de animais), faz
reconhecimento auditivo de ruídos do dia-a-dia entre 2 ou
3 imagens apresentadas.
M. foi ao hospital central e quis comprar um
chocolate no quiosque. Como pode fazê-lo
sem falar?
7. Como introduzir um SAAC?
O terapeuta da fala é o profissional
qualificado para trabalhar com crianças,
jovens e adultos com défices de
comunicação, linguagem e fala.
Assim, é o terapeuta da fala que, em conjunto
com as pessoas mais próximas dos utentes e
dos próprios, vai definir as estratégias
relevantes para introduzir um SAAC.
8. Como?...
Seleccionar os possíveis candidatos;
Avaliar as suas competências
comunicativas;
Seleccionar o SAAC a introduzir;
Auxiliar a Família e as pessoas que
interagem com o indivíduo a usar
adequadamente o SAAC.
9. Por onde começar?...
Selecção do vocabulário a introduzir;
Avaliação das competências do
indivíduo ao nível da atenção e
iniciativa;
10. H. tem 4 anos e um diagnóstico provável de associação CHARGE.
História Clínica: laringomalácia, Hipertrofia da adenóide e das
amígdalas, constantes infecções respiratórias (desde o período neo-
natal), perda auditiva (sem grau definido), paralisia da hemiface
direita, hipotonia generalizada, debilidade ao nível músculo-
esquelético na cintura escapular (atraso na marcha, dificuldades no
equilibrio).
Meios de Comunicação: apontar e, ocasionalmente, o grito.
Linguagem: não é possível avaliar o desenvolvimento da linguagem
compreensiva porque H. não colabora. A identificação de objectos em
miniatura é inconsistente, tal como a execução de ordens simples do
tipo dá X.
Audição: não faz discriminação nem reconhecimento auditivo.
H. quer um copo de água entre sessões de T.F.
e Psicomotricidade, como o pede?
Estudo de Caso 2
11. Não são os patinhos que têm que
aprender a atravessar a rua na
passadeira…
O condutores é que têm de parar
quando virem os patinhos a atravessar
a rua!
12. Tornar o meio adequado…
O meio influencia tudo o que o indivíduo faz.
Não é o indivíduo que se desenvolve
sozinho, ele é moldado pelo meio.
Adequar os contextos – deixar de focar a
deficiência e “descobrir” o que o individuo
pode fazer por ele, ainda que necessite de
ajudas técniucas.
13. O que ensinar?
“Conversar sem palavras”
Consciência das rotinas:
Antecipação baseada nos sinais ou pistas
tácteis, de objectos, de pessoas, situações,
locais, actividades;
Reconhecimento de objectos
Atenção ao adulto, gostar da interacção;
A ideia de procurar ajuda;
14. Simulação: equipa de 2 pessoas
• Cada equipa escolhe quem será o professor
e quem será o aluno.
• Cada professor selecciona objectos para
simbolizar uma actividade.
• Cada aluno venda os olhos e tapa os
ouvidos, só segue as pistas tácteis dadas
pelo seu professor, não responde a ordens
faladas.
15. Dificuldades encontradas
• Como soube que a pessoa era efectivamente
o professor escolhido?
• Como identificou o objecto?
• Como soube o que era para fazer?
• Como soube onde se encontrava dentro da
sala?
• É simples viver sem a audição e sem visão?
16. Conclusões:
• O trabalho de CAA tem de ser contínuo e
contextualizado;
• O apoio da família é imprescindível;
• O papel principal não é do terapeuta mas
das pessoas que estão diariamente com os
utentes;
• O terapeuta avalia, orienta e esclarece
dúvidas.