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SOCIALIZAÇÃO
O que é a Socialização?

Socialização é o processo através do
qual o indivíduo aprende e interioriza o
sistema de valores, de normas e
comportamentos da cultura onde
intervém, desde que nasce e ao longo da
sua vida. Socializar é, portanto, incutir
no indivíduo os modos de pensar, de
sentir e de agir do grupo em que ele está
integrado.
O processo de socialização é determinante no desenvolvimento
da personalidade do indivíduo e na aceitação ou não deste na
sociedade. Pois, apesar de a criança quando nasce já trazer os
genes necessários ao ser humano, é um ser culturalmente em
branco. Neste processo intervém um conjunto de agentes de
socialização: a família, a escola, os meios de comunicação social
ou as empresas, que nos incutem um determinado papel social.
Tal como a família, que nos transmite os
primeiros valores , traços culturais, valores
próprios do grupo social e modelos de
comportamento e que por isso, tem um papel
fundamental na formação de atitudes sociais,
também a escola é um importante agente de
socialização.
Na escola passamos uma grande parte da
nossa vida (actualmente na União
Europeia espera-se que um indivíduo
conclua em média 16 anos de escolaridade
– 12º ano + 4) e o lugar onde aprendemos
não só conteúdos disciplinares, mas
também regras de bom comportamento, a
necessidade de respeitar outros, trabalhar
em equipa, cumprir prazos, ser assíduo e
pontual. E estes aspectos são o objecto da
socialização informal. Este processo de
socialização traduz-se também num nível
de desenvolvimento humano mais elevado
e num nível de violência mais reduzido.
Tipos de Socialização
A socialização pode ser prímária ou secundária.

Primária (ocorre durante a infância) :
Conjunto de conhecimentos básicos transmitidos
sobretudo pela família, sendo estas as
aprendizagens mais intensas, mais marcantes,
porque biologicamente a criança está preparada
para receber e assimilar grandes doses de
informação e porque existe uma forte ligação
emocional e afetiva com os seus agentes
socializadores. São aprendidas e interiorizadas
coisas tão determinantes quanto a linguagem, as
regras básicas da sociedade, a moral e os
modelos comportamentais do grupo a que
pertence. Os tradicionais contos infantis são um
exemplo de formas lúdicas de aprendizagem.
Tipos de Socialização
Secundária (ocorre durante toda a nossa vida) :

 É todo e qualquer processo que introduz um
indivíduo já socializado em novos setores do
mundo, em funções específicas da sociedade.
Acontece a partir da infância e em cada nova
situação com que nos deparamos ao longo da vida:
na escola, no trabalho ou nas atividades de lazer.
Em cada novo papel que assumimos (aluno,
colega, profissional, pai, avô,etc.) existe uma
aprendizagem,      adquirimos      conhecimentos
específicos.
Mecanismos de Socialização:

• Aprendizagem – A aprendizagem pressupõe a
 interiorização de determinadas reações perante as
 situações sociais, ou seja, a aquisição de automatismos
 variados de comportamento. Aprendemos desde cedo,
 porque tal nos é incutido, os valores, as regras e
 comportamentos sociais (o que podemos e o que não
 podemos fazer, o que é certo ou errado). Aprendemos a
 ler, a escrever, a raciocinar e toda uma série de
 competências, das mais básicas (como atravessar a rua) às
 mais elaboradas (uma profissão ou a linguagem).
Imitação - A reprodução dos
comportamentos        dos      agentes
socializadores é fundamental à
interiorização     desses     mesmos
comportamentos. Muitas das atitudes
e comportamentos que vemos nas
crianças são fruto das suas obserações
e posterior imitação. Na idade adulta,
muito frequentemente e por vezes sem
nos apercebermos, tendemos a imitar
os comportamento, os gestos, as
expressões que observamos, na
tentativa de nos intergrarmos mais
facilmente nas várias situações do
nosso quotidiano.
• Identificação - A criança identifica-se com pessoas que
  desempenham determinados papéis na sua vida e essa
  identificação faz com que adquira progressivamente os
  comportamentos inerentes a esses mesmos papéis. Por
  exemplo, o pai e a mãe podem representar para a criança o
  que para ela significa ser homem e ser mulher,
  interiorizando o comportamento que um homem e uma
  mulher têm em diversas situações. A criança pode
  identificar-se também com outras pessoas (atores, cantores,
  pessoas próximas ou heróis de banda desenhada) que podem
  de alguma maneira influenciá-la no seu comportamento.
Desde há muitos anos que o ser humano questiona-se acerca
daquilo que nos distingue dos outros seres. Pode-se dizer que
é a socialização que humaniza o ser humano, pois educa-o,
enchendo-o de normas e regras sociais, conferindo-lhe uma
personalidade e um forma de estar própria de um ser que vive
em grupo, em sociedade.


 Mas será que este tipo de educação que recebemos é igual à
                educação dada nas escolas?
Certamente que não. Pois enquanto a educação dada
pelas escolas (educação formal) é organizada numa
sequência pré-estabelecida em que existe uma pessoa
estipulada a ensinar determinadas coisas, a educação
dada pela sociedade é uma educação informal não
organizada que ultrapassa a educação escolar na medida
em que abrange todas as nossas capacidades educativas,
sendo este um processo permanente.
A Teoria de Linnenberg



Contrariando esta teoria, Eric Linnenberg
afirma que o que faz de nós seres
humanos e o que nos distingue de outros
seres não é a educação, mas sim a
linguagem, o facto de termos uma
predisposição     genética      para    a
aprendizagem da primeira língua durante
a infância.
Eric Linnenberg concordava que nascemos com os
princípios da linguagem, mas afirmava que há um prazo
para usarmos esses princípios. Se a primeira língua não
for aprendida até à puberdade, pode ser tarde demais.


Linnenberg propôs então a hipótese do período crítico
que pressupõe a existência de um período em particular
na vida dos humanos propício à aprendizagem da língua,
ou seja, temos uma predisposição genética para a
aprendizagem da primeira língua até à puberdade.
Bibliografia
http://sociologiaemaccao.blogspot.pt/2012/01/processo-de-socializacao.html

http://socioaprendiz.blogspot.pt/2009/11/novas-formas-de-socializacao-
primaria.html

POMBO,António Pedro; CÉSAR, Filipa; TEIXEIRA LOPES,João; ALVES, Maria
Helena – Sociologia em Ação. Porto: Porto Editora,2012.

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  • 2. O que é a Socialização? Socialização é o processo através do qual o indivíduo aprende e interioriza o sistema de valores, de normas e comportamentos da cultura onde intervém, desde que nasce e ao longo da sua vida. Socializar é, portanto, incutir no indivíduo os modos de pensar, de sentir e de agir do grupo em que ele está integrado.
  • 3. O processo de socialização é determinante no desenvolvimento da personalidade do indivíduo e na aceitação ou não deste na sociedade. Pois, apesar de a criança quando nasce já trazer os genes necessários ao ser humano, é um ser culturalmente em branco. Neste processo intervém um conjunto de agentes de socialização: a família, a escola, os meios de comunicação social ou as empresas, que nos incutem um determinado papel social.
  • 4. Tal como a família, que nos transmite os primeiros valores , traços culturais, valores próprios do grupo social e modelos de comportamento e que por isso, tem um papel fundamental na formação de atitudes sociais, também a escola é um importante agente de socialização.
  • 5. Na escola passamos uma grande parte da nossa vida (actualmente na União Europeia espera-se que um indivíduo conclua em média 16 anos de escolaridade – 12º ano + 4) e o lugar onde aprendemos não só conteúdos disciplinares, mas também regras de bom comportamento, a necessidade de respeitar outros, trabalhar em equipa, cumprir prazos, ser assíduo e pontual. E estes aspectos são o objecto da socialização informal. Este processo de socialização traduz-se também num nível de desenvolvimento humano mais elevado e num nível de violência mais reduzido.
  • 6. Tipos de Socialização A socialização pode ser prímária ou secundária. Primária (ocorre durante a infância) : Conjunto de conhecimentos básicos transmitidos sobretudo pela família, sendo estas as aprendizagens mais intensas, mais marcantes, porque biologicamente a criança está preparada para receber e assimilar grandes doses de informação e porque existe uma forte ligação emocional e afetiva com os seus agentes socializadores. São aprendidas e interiorizadas coisas tão determinantes quanto a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que pertence. Os tradicionais contos infantis são um exemplo de formas lúdicas de aprendizagem.
  • 7. Tipos de Socialização Secundária (ocorre durante toda a nossa vida) : É todo e qualquer processo que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo, em funções específicas da sociedade. Acontece a partir da infância e em cada nova situação com que nos deparamos ao longo da vida: na escola, no trabalho ou nas atividades de lazer. Em cada novo papel que assumimos (aluno, colega, profissional, pai, avô,etc.) existe uma aprendizagem, adquirimos conhecimentos específicos.
  • 8. Mecanismos de Socialização: • Aprendizagem – A aprendizagem pressupõe a interiorização de determinadas reações perante as situações sociais, ou seja, a aquisição de automatismos variados de comportamento. Aprendemos desde cedo, porque tal nos é incutido, os valores, as regras e comportamentos sociais (o que podemos e o que não podemos fazer, o que é certo ou errado). Aprendemos a ler, a escrever, a raciocinar e toda uma série de competências, das mais básicas (como atravessar a rua) às mais elaboradas (uma profissão ou a linguagem).
  • 9. Imitação - A reprodução dos comportamentos dos agentes socializadores é fundamental à interiorização desses mesmos comportamentos. Muitas das atitudes e comportamentos que vemos nas crianças são fruto das suas obserações e posterior imitação. Na idade adulta, muito frequentemente e por vezes sem nos apercebermos, tendemos a imitar os comportamento, os gestos, as expressões que observamos, na tentativa de nos intergrarmos mais facilmente nas várias situações do nosso quotidiano.
  • 10. • Identificação - A criança identifica-se com pessoas que desempenham determinados papéis na sua vida e essa identificação faz com que adquira progressivamente os comportamentos inerentes a esses mesmos papéis. Por exemplo, o pai e a mãe podem representar para a criança o que para ela significa ser homem e ser mulher, interiorizando o comportamento que um homem e uma mulher têm em diversas situações. A criança pode identificar-se também com outras pessoas (atores, cantores, pessoas próximas ou heróis de banda desenhada) que podem de alguma maneira influenciá-la no seu comportamento.
  • 11. Desde há muitos anos que o ser humano questiona-se acerca daquilo que nos distingue dos outros seres. Pode-se dizer que é a socialização que humaniza o ser humano, pois educa-o, enchendo-o de normas e regras sociais, conferindo-lhe uma personalidade e um forma de estar própria de um ser que vive em grupo, em sociedade. Mas será que este tipo de educação que recebemos é igual à educação dada nas escolas?
  • 12. Certamente que não. Pois enquanto a educação dada pelas escolas (educação formal) é organizada numa sequência pré-estabelecida em que existe uma pessoa estipulada a ensinar determinadas coisas, a educação dada pela sociedade é uma educação informal não organizada que ultrapassa a educação escolar na medida em que abrange todas as nossas capacidades educativas, sendo este um processo permanente.
  • 13. A Teoria de Linnenberg Contrariando esta teoria, Eric Linnenberg afirma que o que faz de nós seres humanos e o que nos distingue de outros seres não é a educação, mas sim a linguagem, o facto de termos uma predisposição genética para a aprendizagem da primeira língua durante a infância.
  • 14. Eric Linnenberg concordava que nascemos com os princípios da linguagem, mas afirmava que há um prazo para usarmos esses princípios. Se a primeira língua não for aprendida até à puberdade, pode ser tarde demais. Linnenberg propôs então a hipótese do período crítico que pressupõe a existência de um período em particular na vida dos humanos propício à aprendizagem da língua, ou seja, temos uma predisposição genética para a aprendizagem da primeira língua até à puberdade.