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AMORA PRETA: QUEM É QUEM
Fumiko Okamoto
Zootecnista, Dra
., PqC da UPD Marília/Polo Regional Centro Oeste/APTA
fumiko@apta.sp.gov.br
Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto
Med. Vet., Dra
., PqC da UPD Marília/Polo Regional Centro Oeste/APTA
fernandafurlaneto@apta.sp.gov.br
Adriana Novais Martins
Eng. Agr., Dra
., PqC da UPD Marília/Polo Regional Centro Oeste/APTA
adrianamartins@apta.sp.gov.br
As amoras pertencem a um grupo de frutas conhecido como “pequenas frutas”. Deste
grupo, destacam-se também as framboesas, mirtilo, morango e pitanga, entre outros.
Os frutos do gênero Morus são agregados resultantes de um conjunto de flor feminina.
Apresenta coloração de intensidade variável, sabor suave e bastante agradável. Possui
elevado valor nutricional e são compostos por fitoquímicos (como as antocianinas), cujos
benefícios para a saúde humana vêm sendo estudados no meio científico.
O grande destaque para o cultivo comercial é o baixo custo de produção, facilidade no
manejo e condução do pomar, além do reduzido uso de agrotóxicos, especialmente, para as
plantas do gênero Morus.
As amoras podem ser provenientes de plantas do gênero Morus, e especialmente se
pertencente a M. nigra, então conhecida como amoreira-preta, ou de plantas do gênero
Rubus, também denominada de amora-preta. Para melhor esclarecimento, o trabalho tem
como objetivo fornecer detalhes técnicos de cada tipo de amora.
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ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
Gênero Morus, família Moraceae
No Brasil, a importação de algumas amoreiras é atribuída a D. João VI, que iniciou o plantio
junto ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no começo do século XIX.
As plantas são perenes, arbustivas, com crescimento ereto e exploradas, principalmente,
para alimentação do bicho-da-seda (Bombyx mori L.). Recentemente, vem ganhando
destaque como planta forrageira para alimentação dos ruminantes. Os ramos e folhas
apresentam como qualidades o elevado teor de proteína bruta, baixo teor de fibra bruta e
alta aceitabilidade no consumo pelos animais, além da facilidade na digestão.
Dentre as espécies de importância econômica para a sericicultura, particularmente em
nosso país, destaca-se a Morus alba L. e, com menor expressão a Morus lhou Koidz e
Morus bombycis Koidz, selecionadas para produção de folhas.
►Morus lhou Koidz: Apresenta ramos marrom-amarelados, com folhas grandes,
arredondadas, com ondulação no limbo. As cultivares desta espécie são utilizadas
principalmente para cruzamentos, visando híbridos de grande produção foliar;
►Morus bombycis Koidz: A principal característica desta espécie é o estilo longo (parte da
flor), ramos de cor marrom avermelhada, folhas grandes, limbo de coloração verde escura.
Algumas cultivares, dessa espécie, também são utilizadas nos cruzamentos para
melhoramento genético.
O melhoramento genético das amoreiras, por meio de hibridação (cruzamentos das
variedades comuns e importadas) realizados pelo Instituto de Zootecnia permitiu a obtenção
de cultivares com elevado potencial para produção de folhas. São as cultivares conhecidas
como IZ, recomendadas para alimentação do bicho-da-seda e no uso como planta
forrageira, amoreiras estas conduzidas através de podas.
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Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
Figura 1. Cultivares IZ 13/6 (A) e IZ 10/1 (B) manejadas para produção de folhas (Fotos: Fumiko Okamoto)
Destaca-se ainda que, além da produção de folhas, estas mesmas amoreiras apresentam
uma produção elevada de frutos, principalmente entre os meses de agosto e setembro, que
podem ser exploradas, gerando mais uma alternativa de renda para as áreas de agricultura
familiar.
A cor do fruto pode ser branca, rosa, vermelha, vermelha intensa, preta ou preta brilhante,
de sabor insípido, adocicado, ácido ou agradável. Quanto ao peso unitário, pode variar de
2,14 a 4,37 gramas.
As espécies de amoreira da família Moraceae e do gênero Morus são classificadas
sobretudo pelo estilo ou estilete, região compreendida entre o estigma e o ovário (estruturas
da flor). A cor do fruto não deve ser considerada como caráter distintivo da amoreira, já dizia
Amilcar Savassi em 1931.
Com vistas à produção de frutos, as espécies cultivadas ou em estado selvagem são
provenientes de 3 grupos:
►Morus alba (amoreira branca): De grande importância por se tratar da espécie mais
cultivada para uso tradicional (alimentação do bicho-da-seda),mas que também se destaca
pela produção das amoras. Os frutos são menores que o da M. nigra, e de coloração
variando de branca, vermelha e preta;
►Morus nigra (amoreira preta): A amora desta espécie é mais saborosa e de maior
tamanho em relação à M. alba, apresenta coloração roxo-escuro e é bastante apreciada
para o consumo. As folhas são duras e ásperas e de baixo valor nutritivo, portanto não
sendo recomendadas para alimentação do bicho-da-seda. Apropriadas para produção de
frutos e, também, como planta ornamental;
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►Morus rubra (amoreira rubra ou vermelha): Pouco conhecida no Brasil. As folhas não são
totalmente impróprias para a alimentação do bicho-da-seda, mas são consideradas de baixa
qualidade. Os frutos apresentam coloração vermelha escura quando maduros com sabor
ácido bem agradável.
Figura 2. Amoreiral com produção de frutos, em diferentes estágios de maturação (A) e frutos totalmente maduro
da cultivar IZ 1/3 (B)(Fotos: Fumiko Okamoto)
Gênero Rubus, família Rosaceae
No Brasil, a cultura da amora preta (Rubus sp.) foi introduzida pela Estação Experimental de
Pelotas (atual Embrapa), no Rio Grande do Sul, na década de 70, e desde então seu cultivo
vem expandindo nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
Específica para produção de frutas, não havendo um aproveitamento conhecido de folhas, é
uma planta arbustiva de porte ereto, semi-ereto ou rasteiro. A parte subterrânea do caule e a
raiz são perenes. À medida que se desenvolvem, novas hastes emergem e crescem, no
final da colheita dos frutos, os ramos que produziram secam e as novas hastes produzirão
no ano seguinte.
As principais cultivares recomendadas para as diversas regiões brasileiras são: Xavante e
Ebano (sem espinhos), Guarani, Tupi, Comanche, Cherokee, Caingangue e Brazos.
Produz frutos agregados, com cerca de 4 a 7 gramas, de coloração preta e sabor acentuado
para ácido ou doce-ácido. A concentração da produção ocorre entre novembro a fevereiro,
dependendo da variedade e da região onde a cultura está estabelecida.
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Figura 3. Cultura de Rubus sp., conduzida por tutores (A) e estágios de floração, frutos de véspera e totalmente
maduro (B) (Fotos: Arlindo Pinheiro da Silveira).
No geral, considera-se que as amoras do gênero Morus podem ser provenientes das áreas
de sericicultura ou especialmente das áreas de fruticultura. Os frutos apresentam sabor mais
suave e bastante agradável para consumo in natura ou polpas congeladas.
Do gênero Rubus, o aproveitamento é específico para fruticultura. De tamanho maior que o
anterior, com sabor mais acentuado para ácido e cujo consumo principal é nas formas
processadas, como geleias, doces, licores, em bolos e sorvetes, entre outras.
Bibliografias Consultadas
BASSOLS, M.C. A cultura da amora-preta, EMBRAPA:UEPAE de Cascata, Circular
Técnico 4. 1980.11p.
CHAGAS, E.A.; PIO, R.; BARBOSA, W.; DALL´ORTO, F.A.C.; MENDONÇA, V. Amora-
preta: a pequena fruta com elevado potencial de cultivo. 2007. Artigo em Hypertexto.
Disponível em: http://www.infobibos.com/Artigos/2007_2/amora/index.htm. Acesso em:
19/4/2007.
ERCISLI, S.; ORHAN, E. Chemical composition of white (Morus alba), red (Morus rubra)
and black (Morus nigra) mulberry fruits. Food Chemistry, v.103, n.4, p.1380-1384. 2007.
FONSECA, A.S.; FONSECA, T.C. Cultura da amoreira e criação do bicho-da-seda. São
Paulo: Nobel, 1988. 246p.
MOTA, R.V. Caracterização do suco de amora-preta elaborado em extrator caseiro. Ciência
e Tecnologia de Alimentos, v.26, n.2, p.303-308. 2006.
A B
www.aptaregional.sp.gov.br
ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
OKAMOTO, F.; VIDAL, A.A.; MARTINS, A.N.; FURLANETO, F.P.B.; FUNAI, C.H.;
SUGUINO, E. Alternativas de Uso da Amoreira (Morus spp.). Campinas:Fundag, 2012.
30p.
OKAMOTO, F.; PALHARINI, M.C.A.; VIDAL, A.A.; FUNAI, C.H.; FURLANETO, F.P.B.;
MARTINS, A.N.; JERÔNIMO, E.M. Caracterização Física e Química de Frutos de Cultivares
de Amoreira do Gênero Morus. Boletim da Indústria Animal, v.69, n.2, p.123-128. 2012.
SAVASSI, A. Sericicultura no Brasil, 8ª. Edição, 1931, Ministério da Agricultura, 1931.
224p.
TAKAHASHI, R.; TAKAHASHI, K.M.; TAKAHASHI, L.S. Sericicultura: uma promissora
exploração agropecuária. Jaboticabal:Funep, 2009. 100p.

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Amora preta: quem é quem

  • 1. AMORA PRETA: QUEM É QUEM Fumiko Okamoto Zootecnista, Dra ., PqC da UPD Marília/Polo Regional Centro Oeste/APTA fumiko@apta.sp.gov.br Fernanda de Paiva Badiz Furlaneto Med. Vet., Dra ., PqC da UPD Marília/Polo Regional Centro Oeste/APTA fernandafurlaneto@apta.sp.gov.br Adriana Novais Martins Eng. Agr., Dra ., PqC da UPD Marília/Polo Regional Centro Oeste/APTA adrianamartins@apta.sp.gov.br As amoras pertencem a um grupo de frutas conhecido como “pequenas frutas”. Deste grupo, destacam-se também as framboesas, mirtilo, morango e pitanga, entre outros. Os frutos do gênero Morus são agregados resultantes de um conjunto de flor feminina. Apresenta coloração de intensidade variável, sabor suave e bastante agradável. Possui elevado valor nutricional e são compostos por fitoquímicos (como as antocianinas), cujos benefícios para a saúde humana vêm sendo estudados no meio científico. O grande destaque para o cultivo comercial é o baixo custo de produção, facilidade no manejo e condução do pomar, além do reduzido uso de agrotóxicos, especialmente, para as plantas do gênero Morus. As amoras podem ser provenientes de plantas do gênero Morus, e especialmente se pertencente a M. nigra, então conhecida como amoreira-preta, ou de plantas do gênero Rubus, também denominada de amora-preta. Para melhor esclarecimento, o trabalho tem como objetivo fornecer detalhes técnicos de cada tipo de amora.
  • 2. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 Gênero Morus, família Moraceae No Brasil, a importação de algumas amoreiras é atribuída a D. João VI, que iniciou o plantio junto ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no começo do século XIX. As plantas são perenes, arbustivas, com crescimento ereto e exploradas, principalmente, para alimentação do bicho-da-seda (Bombyx mori L.). Recentemente, vem ganhando destaque como planta forrageira para alimentação dos ruminantes. Os ramos e folhas apresentam como qualidades o elevado teor de proteína bruta, baixo teor de fibra bruta e alta aceitabilidade no consumo pelos animais, além da facilidade na digestão. Dentre as espécies de importância econômica para a sericicultura, particularmente em nosso país, destaca-se a Morus alba L. e, com menor expressão a Morus lhou Koidz e Morus bombycis Koidz, selecionadas para produção de folhas. ►Morus lhou Koidz: Apresenta ramos marrom-amarelados, com folhas grandes, arredondadas, com ondulação no limbo. As cultivares desta espécie são utilizadas principalmente para cruzamentos, visando híbridos de grande produção foliar; ►Morus bombycis Koidz: A principal característica desta espécie é o estilo longo (parte da flor), ramos de cor marrom avermelhada, folhas grandes, limbo de coloração verde escura. Algumas cultivares, dessa espécie, também são utilizadas nos cruzamentos para melhoramento genético. O melhoramento genético das amoreiras, por meio de hibridação (cruzamentos das variedades comuns e importadas) realizados pelo Instituto de Zootecnia permitiu a obtenção de cultivares com elevado potencial para produção de folhas. São as cultivares conhecidas como IZ, recomendadas para alimentação do bicho-da-seda e no uso como planta forrageira, amoreiras estas conduzidas através de podas.
  • 3. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 Figura 1. Cultivares IZ 13/6 (A) e IZ 10/1 (B) manejadas para produção de folhas (Fotos: Fumiko Okamoto) Destaca-se ainda que, além da produção de folhas, estas mesmas amoreiras apresentam uma produção elevada de frutos, principalmente entre os meses de agosto e setembro, que podem ser exploradas, gerando mais uma alternativa de renda para as áreas de agricultura familiar. A cor do fruto pode ser branca, rosa, vermelha, vermelha intensa, preta ou preta brilhante, de sabor insípido, adocicado, ácido ou agradável. Quanto ao peso unitário, pode variar de 2,14 a 4,37 gramas. As espécies de amoreira da família Moraceae e do gênero Morus são classificadas sobretudo pelo estilo ou estilete, região compreendida entre o estigma e o ovário (estruturas da flor). A cor do fruto não deve ser considerada como caráter distintivo da amoreira, já dizia Amilcar Savassi em 1931. Com vistas à produção de frutos, as espécies cultivadas ou em estado selvagem são provenientes de 3 grupos: ►Morus alba (amoreira branca): De grande importância por se tratar da espécie mais cultivada para uso tradicional (alimentação do bicho-da-seda),mas que também se destaca pela produção das amoras. Os frutos são menores que o da M. nigra, e de coloração variando de branca, vermelha e preta; ►Morus nigra (amoreira preta): A amora desta espécie é mais saborosa e de maior tamanho em relação à M. alba, apresenta coloração roxo-escuro e é bastante apreciada para o consumo. As folhas são duras e ásperas e de baixo valor nutritivo, portanto não sendo recomendadas para alimentação do bicho-da-seda. Apropriadas para produção de frutos e, também, como planta ornamental; A B
  • 4. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 ►Morus rubra (amoreira rubra ou vermelha): Pouco conhecida no Brasil. As folhas não são totalmente impróprias para a alimentação do bicho-da-seda, mas são consideradas de baixa qualidade. Os frutos apresentam coloração vermelha escura quando maduros com sabor ácido bem agradável. Figura 2. Amoreiral com produção de frutos, em diferentes estágios de maturação (A) e frutos totalmente maduro da cultivar IZ 1/3 (B)(Fotos: Fumiko Okamoto) Gênero Rubus, família Rosaceae No Brasil, a cultura da amora preta (Rubus sp.) foi introduzida pela Estação Experimental de Pelotas (atual Embrapa), no Rio Grande do Sul, na década de 70, e desde então seu cultivo vem expandindo nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Específica para produção de frutas, não havendo um aproveitamento conhecido de folhas, é uma planta arbustiva de porte ereto, semi-ereto ou rasteiro. A parte subterrânea do caule e a raiz são perenes. À medida que se desenvolvem, novas hastes emergem e crescem, no final da colheita dos frutos, os ramos que produziram secam e as novas hastes produzirão no ano seguinte. As principais cultivares recomendadas para as diversas regiões brasileiras são: Xavante e Ebano (sem espinhos), Guarani, Tupi, Comanche, Cherokee, Caingangue e Brazos. Produz frutos agregados, com cerca de 4 a 7 gramas, de coloração preta e sabor acentuado para ácido ou doce-ácido. A concentração da produção ocorre entre novembro a fevereiro, dependendo da variedade e da região onde a cultura está estabelecida. A B
  • 5. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 Figura 3. Cultura de Rubus sp., conduzida por tutores (A) e estágios de floração, frutos de véspera e totalmente maduro (B) (Fotos: Arlindo Pinheiro da Silveira). No geral, considera-se que as amoras do gênero Morus podem ser provenientes das áreas de sericicultura ou especialmente das áreas de fruticultura. Os frutos apresentam sabor mais suave e bastante agradável para consumo in natura ou polpas congeladas. Do gênero Rubus, o aproveitamento é específico para fruticultura. De tamanho maior que o anterior, com sabor mais acentuado para ácido e cujo consumo principal é nas formas processadas, como geleias, doces, licores, em bolos e sorvetes, entre outras. Bibliografias Consultadas BASSOLS, M.C. A cultura da amora-preta, EMBRAPA:UEPAE de Cascata, Circular Técnico 4. 1980.11p. CHAGAS, E.A.; PIO, R.; BARBOSA, W.; DALL´ORTO, F.A.C.; MENDONÇA, V. Amora- preta: a pequena fruta com elevado potencial de cultivo. 2007. Artigo em Hypertexto. Disponível em: http://www.infobibos.com/Artigos/2007_2/amora/index.htm. Acesso em: 19/4/2007. ERCISLI, S.; ORHAN, E. Chemical composition of white (Morus alba), red (Morus rubra) and black (Morus nigra) mulberry fruits. Food Chemistry, v.103, n.4, p.1380-1384. 2007. FONSECA, A.S.; FONSECA, T.C. Cultura da amoreira e criação do bicho-da-seda. São Paulo: Nobel, 1988. 246p. MOTA, R.V. Caracterização do suco de amora-preta elaborado em extrator caseiro. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.26, n.2, p.303-308. 2006. A B
  • 6. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 OKAMOTO, F.; VIDAL, A.A.; MARTINS, A.N.; FURLANETO, F.P.B.; FUNAI, C.H.; SUGUINO, E. Alternativas de Uso da Amoreira (Morus spp.). Campinas:Fundag, 2012. 30p. OKAMOTO, F.; PALHARINI, M.C.A.; VIDAL, A.A.; FUNAI, C.H.; FURLANETO, F.P.B.; MARTINS, A.N.; JERÔNIMO, E.M. Caracterização Física e Química de Frutos de Cultivares de Amoreira do Gênero Morus. Boletim da Indústria Animal, v.69, n.2, p.123-128. 2012. SAVASSI, A. Sericicultura no Brasil, 8ª. Edição, 1931, Ministério da Agricultura, 1931. 224p. TAKAHASHI, R.; TAKAHASHI, K.M.; TAKAHASHI, L.S. Sericicultura: uma promissora exploração agropecuária. Jaboticabal:Funep, 2009. 100p.