SlideShare uma empresa Scribd logo
Administração e Política
TGAP ESAG/UDESC
Tema da aula
 Pluralismo versus elitismo
Wright Mills (1916-
1962)
Robert Dahl (1915 - )
Política influencia a administração
Há condicionamentos políticos em
relação à eficácia da burocracia. Está
relacionada à estrutura do poder.
Chave para se compreender a
burocracia: estrutura de poder
com a qual ela se articula.
(Ramos, 1966)
Política influencia a administração
A estrutura administrativa está imersa em um
contexto político, social e cultural, e deve-se
reconhecer que ela é um instrumento que não
pode ser separado dos objetivos e
capacidades dos que a utilizam.
A Administração Pública, para funcionar
adequadamente, deve ter suporte político.
Deve ser levado em conta a estrutura de
poder subjacente à nação.
(Ramos, 1966)
Mills – Elite do poder
 O séc. XX presencia uma mudança no centro de poder.
 Até início do séc. XIX: Monopólio da propriedade privada
distinguia as classes sociais.
 Séc. XX: capitalismo corporativo -> controle administrativo
produziu novas hierarquias e prestígio baseadas na autoridade
e obediência.
 Elite do poder: “círculos políticos, econômicos e militares
que, como um complexo de igrejinhas interligadas,
partilham as decisões de consequências pelo menos
nacionais”. (p. 28)
 Reúne: controladores de grandes fortunas, executivos de
sociedades anônimas, altas patentes militares e políticos
influentes.
 É uma definição em termos da posição institucional.
Mills – Elite do poder
 Elite do poder americano é definida como uma
unidade e circunscrito socialmente e
demograficamente.
 Para compreender a elite do poder:
 1) unidade psicológica e intercâmbio social;
 2) acesso a estruturas e a mecânica das hierarquias
institucionais presididas pelo diretório político, pelos
riscos associados e pelos altos militares;
 3) a unidade é coordenada.
Mills – Elite do poder
 “[...] nesta época particular, uma conjunção de
circunstâncias históricas levou ao aparecimento de
uma elite de poder; que os homens dos círculos que
compõem essa elite, isolada e coletivamente,
tomam atualmente as decisões chaves, e que
devido à ampliação e centralização dos meios de
poder existentes, as decisões que tomam ou deixam
de tomar têm maiores consequências para um
número de pessoas maior do que em qualquer outra
época da história mundial da humanidade” (p. 39-
40)
Mills – Elite do poder
Sociedade de massas: fragmentada e
impotente
- Não expressam a
vontade dos níveis
inferiores, nem
determinam as
decisões da cúpula.
- Fontes de
distração (universo
do entretenimento)
Nível médio de
poder
Elite do poder:
unificada e poderosa
Dahl
 Textos:
 O que é democracia?
 O direito à democracia dentro das empresas
 Poliarquia – A teoria: resumo e qualificações
Dahl: Democracia
Princípio da igualdade política
Pressuposto: os membros estão todos
igualmente qualificados para participar das
decisões, desde que tenham iguais
oportunidades de aprender sobre as questões
da associação pela investigação, discussão e
deliberação (p. 51).
Dahl: O que é democracia?
 A democracia proporciona oportunidades efetivas
para:
1. Participação
2. Igualdade de voto
3. Aquisição de entendimento esclarecido (informações
para compreender as questões envolvidas)
4. Exercer o controle do planejamento (influenciar o
programa)
5. Inclusão dos adultos
Quando qualquer das exigências acima é violada, os
membros não serão politicamente iguais.
Dahl: democracia dentro das empresas
Problema 1: Vivemos numa
sociedade com pretensões
de um processo democrático
do governo do estado, mas
não exigimos o processo
democrático nas empresas.
Problema 2: Exigências da
administração atual
(competências, meritocracia)
pode entrar em conflito com
exigências da democracia
(igualdade política).
Dahl: democracia dentro das empresas
Critérios
políticos
(democracia)
Administração
de empresas
Dahl: democracia dentro das empresas
Questão: as empresas autogeridas são mais compatíveis
com os incentivos aos trabalhadores do que as empresas
hierarquicamente dirigidas em, assim, mais eficientes?
A empresa pode ser vista como um sistema político.
Dahl justifica a autogestão política e economicamente.
Dahl: Poliarquia
Poliarquia: regime no
qual as oportunidades
de contestação
pública estão
disponíveis para a
maioria da população.
Há disputas de poder
e ampliação da
participação política.
Dependem de sete
conjuntos de
condições
complexas (ver
tabelas).
Dahl: Crítica a Mills
 O conceito de poliarquia corrige a concepção da
“elite do poder” homogênea, uniforme,
monolítica, ou constituída de subgrupos em
unidade de interesses.
 A partir de dados empíricos, Dahl fundamenta a
visão pluralista da estrutura de poder. (Ramos, 1966)
Dahl: Poliarquia
 Sociedade que apresentam esta estrutura de poder:
 Interesses tendem a exprimir-se de modo organizado ou
institucionalizado;
 É residual a população sem vínculo a associações
voluntárias ou compulsórias;
 Decisões emanadas do poder são obtidas após intensa
competição entre grupos;
 Quando um grupo não consegue influenciar o poder,
organiza-se em coalizões;
 Poder central não é instrumento passivo dos grupos
sociais (de pressão).
Dahl: Poliarquia
“A poliarquia tende a ser o regime dominante nas
sociedades desenvolvidas [...] onde a burocracia se
concretiza conforme o modelo weberiano de
administração racional-legal. Essa burocracia está
diretamente exposta às pressões de um público
‘participante’ de elevado padrão de ‘cultura cívica’.
Extremamente ativo e exigente em relação à
burocracia, compele-a a operar com eficácia, a
assimilar as inovações necessárias a reajustá-la às
demandas compulsórias que, permanentemente,
resultam do processo tecnológico e social [...] Nas
sociedades desenvolvidas, onde viceja a poliarquia,
expandem-se os serviços burocráticos. Mas este fato,
como já notara Weber, não implica no aumento do
poder da burocracia” (Ramos, 1966, p. 316).
Tipologias de estruturas do poder
(Ramos, 1966, p.
322)
EXERCÍCIOS
Dahl: Questões
1. Mesmo que os critérios de democracia sejam bem
aplicados ao governo de uma associação
voluntária muito pequena, seriam aplicados ao
governo de um estado?
2. Poderia alguma associação ser plenamente
democrática?
3. Considerando que nos sirvam de orientação,
bastariam tais critérios para o planejamento de
instituições políticas democráticas?
Fonte:
http://osianderschaff.blogspot.com/
22
Fonte:
http://osianderschaff.blogspot.com/
23

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula - O que é PODER - Michel Foucault
Aula - O que é PODER - Michel FoucaultAula - O que é PODER - Michel Foucault
Aula - O que é PODER - Michel Foucault
Prof. Noe Assunção
 
Formas de governo
Formas de governoFormas de governo
Formas de governo
Direito Nabuco
 
Poder e Política - Sociologia
Poder e Política - SociologiaPoder e Política - Sociologia
Poder e Política - Sociologiaedsonfgodoy
 
Cidadania e ética - aula.ppt
Cidadania e ética - aula.pptCidadania e ética - aula.ppt
Cidadania e ética - aula.ppt
PauloEdisonAtaides
 
Cidadania e participação social
Cidadania e participação socialCidadania e participação social
Cidadania e participação social
Edenilson Morais
 
Aula 17 - Introdução ao pensamento político
Aula 17 - Introdução ao pensamento políticoAula 17 - Introdução ao pensamento político
Aula 17 - Introdução ao pensamento político
Claudio Henrique Ramos Sales
 
Aula DE CIENCIAS POLITICAS
Aula DE CIENCIAS POLITICASAula DE CIENCIAS POLITICAS
Aula DE CIENCIAS POLITICAS
Silva Jorge R Gonçalves
 
Democracia
DemocraciaDemocracia
Ciencia politica conceitos
Ciencia politica conceitosCiencia politica conceitos
Ciencia politica conceitosLucas Lima Silva
 
Partidos políticos e eleições
Partidos políticos e eleiçõesPartidos políticos e eleições
Partidos políticos e eleições
Claudio Henrique Ramos Sales
 
Democracia
DemocraciaDemocracia
Democracia
Aline Fernandes
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ernandez Oliveira
 
Aula 4-sociologia-aula-4-antropologia
Aula 4-sociologia-aula-4-antropologiaAula 4-sociologia-aula-4-antropologia
Aula 4-sociologia-aula-4-antropologia
Suely Lima Lopes
 
Direitos humanos e cidadania
Direitos humanos e cidadaniaDireitos humanos e cidadania
Direitos humanos e cidadaniaFillipe Lobo
 
O conceito de cidadania de marshall
O conceito de cidadania de marshallO conceito de cidadania de marshall
O conceito de cidadania de marshall
José Luiz de Sousa Neto
 
2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo
2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo
2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo
Sandra Wirthmann
 
Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2Carlagi Gi
 
O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08
O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08
O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08Rodrigo Cisco
 
Ciência Política: Introdução
Ciência Política: IntroduçãoCiência Política: Introdução
Ciência Política: Introdução
Israel serique
 

Mais procurados (20)

Aula - O que é PODER - Michel Foucault
Aula - O que é PODER - Michel FoucaultAula - O que é PODER - Michel Foucault
Aula - O que é PODER - Michel Foucault
 
Formas de governo
Formas de governoFormas de governo
Formas de governo
 
Poder e Política - Sociologia
Poder e Política - SociologiaPoder e Política - Sociologia
Poder e Política - Sociologia
 
Cidadania e ética - aula.ppt
Cidadania e ética - aula.pptCidadania e ética - aula.ppt
Cidadania e ética - aula.ppt
 
Cidadania e participação social
Cidadania e participação socialCidadania e participação social
Cidadania e participação social
 
Aula 17 - Introdução ao pensamento político
Aula 17 - Introdução ao pensamento políticoAula 17 - Introdução ao pensamento político
Aula 17 - Introdução ao pensamento político
 
07 contrato social - rousseau
07  contrato social - rousseau07  contrato social - rousseau
07 contrato social - rousseau
 
Aula DE CIENCIAS POLITICAS
Aula DE CIENCIAS POLITICASAula DE CIENCIAS POLITICAS
Aula DE CIENCIAS POLITICAS
 
Democracia
DemocraciaDemocracia
Democracia
 
Ciencia politica conceitos
Ciencia politica conceitosCiencia politica conceitos
Ciencia politica conceitos
 
Partidos políticos e eleições
Partidos políticos e eleiçõesPartidos políticos e eleições
Partidos políticos e eleições
 
Democracia
DemocraciaDemocracia
Democracia
 
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez OliveiraÉtica na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
Ética na Grécia antiga by Ernandez Oliveira
 
Aula 4-sociologia-aula-4-antropologia
Aula 4-sociologia-aula-4-antropologiaAula 4-sociologia-aula-4-antropologia
Aula 4-sociologia-aula-4-antropologia
 
Direitos humanos e cidadania
Direitos humanos e cidadaniaDireitos humanos e cidadania
Direitos humanos e cidadania
 
O conceito de cidadania de marshall
O conceito de cidadania de marshallO conceito de cidadania de marshall
O conceito de cidadania de marshall
 
2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo
2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo
2 Ano_Contratualismo2 ano contratualismo
 
Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2Teoria Geral do Estado - Aula 2
Teoria Geral do Estado - Aula 2
 
O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08
O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08
O contratualismo hobbes, locke e rouseau aula 08
 
Ciência Política: Introdução
Ciência Política: IntroduçãoCiência Política: Introdução
Ciência Política: Introdução
 

Destaque

Ciência política [1o gq] Poliarquia
Ciência política [1o gq] PoliarquiaCiência política [1o gq] Poliarquia
Carole pateman participação e teoria democrática
Carole pateman   participação e teoria democráticaCarole pateman   participação e teoria democrática
Carole pateman participação e teoria democráticaYohans Espinelli
 
A representação do eu na vida cotidiana
A representação do eu na vida cotidianaA representação do eu na vida cotidiana
A representação do eu na vida cotidiana
Nathalia Prezotti
 
Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)
Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)
Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)
Margarida Christina
 
(8) cozinha da teologia
(8) cozinha da teologia(8) cozinha da teologia
(8) cozinha da teologia
Afonso Murad (FAJE)
 
Teologia medieval escolástica
Teologia medieval escolásticaTeologia medieval escolástica
Teologia medieval escolástica
Afonso Murad (FAJE)
 

Destaque (8)

Ciência política [1o gq] Poliarquia
Ciência política [1o gq] PoliarquiaCiência política [1o gq] Poliarquia
Ciência política [1o gq] Poliarquia
 
Poliarquia
PoliarquiaPoliarquia
Poliarquia
 
Carole pateman participação e teoria democrática
Carole pateman   participação e teoria democráticaCarole pateman   participação e teoria democrática
Carole pateman participação e teoria democrática
 
A representação do eu na vida cotidiana
A representação do eu na vida cotidianaA representação do eu na vida cotidiana
A representação do eu na vida cotidiana
 
História do jornalismo [pré jornalismo]
História do jornalismo [pré jornalismo]História do jornalismo [pré jornalismo]
História do jornalismo [pré jornalismo]
 
Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)
Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)
Manicômios, prisões e conventos ( Erving Goffman)
 
(8) cozinha da teologia
(8) cozinha da teologia(8) cozinha da teologia
(8) cozinha da teologia
 
Teologia medieval escolástica
Teologia medieval escolásticaTeologia medieval escolástica
Teologia medieval escolástica
 

Semelhante a Administração e política (Poliarquia e Elitismo)

Considerações sobre a teoria poliarquica
Considerações sobre a teoria poliarquicaConsiderações sobre a teoria poliarquica
Considerações sobre a teoria poliarquica
João Cardoso
 
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politicaSérgio Braga
 
Comunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do Estado
Comunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do EstadoComunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do Estado
Comunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do Estado
Lidiane Ferreira Sant' Ana
 
Aula 13 - Povos e nações
Aula 13 - Povos e naçõesAula 13 - Povos e nações
Aula 13 - Povos e nações
Claudio Henrique Ramos Sales
 
Elitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistas
Elitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistasElitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistas
Elitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistasMarcelo a
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politica
Felipe Serra
 
04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt
04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt
04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt
adrianomcosta3
 
A questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadoresA questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadoresNatz Lima
 
Fluzz & Partido
Fluzz & PartidoFluzz & Partido
Fluzz & Partido
augustodefranco .
 
IECJ - CAP. 11 - O poder e o Estado
IECJ - CAP. 11 - O poder e o EstadoIECJ - CAP. 11 - O poder e o Estado
IECJ - CAP. 11 - O poder e o Estado
profrodrigoribeiro
 
A Elite do Poder.pptx
A Elite do Poder.pptxA Elite do Poder.pptx
A Elite do Poder.pptx
AgataAja
 
Formação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado DemocráticoFormação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado Democrático
Ro Bischoff
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdf
Fernanda Bastos
 
Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02
Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02
Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02
Clesia Moreira
 
A publicização da política
A publicização da políticaA publicização da política
A publicização da política
augustodefranco .
 
Manipulacao da midia. marilene chaui
Manipulacao da midia. marilene chauiManipulacao da midia. marilene chaui
Manipulacao da midia. marilene chauiVinícius Cordeiro
 

Semelhante a Administração e política (Poliarquia e Elitismo) (20)

Considerações sobre a teoria poliarquica
Considerações sobre a teoria poliarquicaConsiderações sobre a teoria poliarquica
Considerações sobre a teoria poliarquica
 
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica
02 magda e viritiana-os paradigmas da análise politica
 
Comunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do Estado
Comunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do EstadoComunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do Estado
Comunicação Pública: proposta dialógica de legitimação do Estado
 
Aula 13 - Povos e nações
Aula 13 - Povos e naçõesAula 13 - Povos e nações
Aula 13 - Povos e nações
 
Elitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistas
Elitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistasElitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistas
Elitismo16 carlos pio_&_mauro_porto_elitistas_pluralistas_marxistas
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politica
 
Fluzz pilulas 47
Fluzz pilulas 47Fluzz pilulas 47
Fluzz pilulas 47
 
04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt
04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt
04seminario2011habermas-130308125550-phpapp02.ppt
 
A questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadoresA questão do poder - pensadores
A questão do poder - pensadores
 
Fluzz & Partido
Fluzz & PartidoFluzz & Partido
Fluzz & Partido
 
5.. formas do poder político
5.. formas do poder político5.. formas do poder político
5.. formas do poder político
 
IECJ - CAP. 11 - O poder e o Estado
IECJ - CAP. 11 - O poder e o EstadoIECJ - CAP. 11 - O poder e o Estado
IECJ - CAP. 11 - O poder e o Estado
 
A Elite do Poder.pptx
A Elite do Poder.pptxA Elite do Poder.pptx
A Elite do Poder.pptx
 
Formação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado DemocráticoFormação da ideia atual de Estado Democrático
Formação da ideia atual de Estado Democrático
 
Estado e relações de poder
Estado e relações de poderEstado e relações de poder
Estado e relações de poder
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdf
 
Aula estado dominação_poder
Aula estado dominação_poderAula estado dominação_poder
Aula estado dominação_poder
 
Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02
Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02
Cap14 filosofiapoltica-130123100652-phpapp02
 
A publicização da política
A publicização da políticaA publicização da política
A publicização da política
 
Manipulacao da midia. marilene chaui
Manipulacao da midia. marilene chauiManipulacao da midia. marilene chaui
Manipulacao da midia. marilene chaui
 

Mais de Mauricio Serafim

Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...
Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...
Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...
Mauricio Serafim
 
Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...
Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...
Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...
Mauricio Serafim
 
Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...
Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...
Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...
Mauricio Serafim
 
Plano de Ensino - Sociologia Econômica e Organizações
Plano de Ensino - Sociologia Econômica e OrganizaçõesPlano de Ensino - Sociologia Econômica e Organizações
Plano de Ensino - Sociologia Econômica e OrganizaçõesMauricio Serafim
 
O uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisas
O uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisasO uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisas
O uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisasMauricio Serafim
 
From rationality to relationality
From rationality to relationalityFrom rationality to relationality
From rationality to relationality
Mauricio Serafim
 
Oikonomia como referencial para as organizações econômicas
Oikonomia como referencial para as organizações econômicasOikonomia como referencial para as organizações econômicas
Oikonomia como referencial para as organizações econômicas
Mauricio Serafim
 
1 plano ensino tga pub 2011.1 (mauricio serafim)
1 plano ensino   tga pub 2011.1 (mauricio serafim)1 plano ensino   tga pub 2011.1 (mauricio serafim)
1 plano ensino tga pub 2011.1 (mauricio serafim)Mauricio Serafim
 
EdC - agire agapico
EdC - agire agapicoEdC - agire agapico
EdC - agire agapico
Mauricio Serafim
 
Show - Talentos ESAG
Show - Talentos ESAGShow - Talentos ESAG
Show - Talentos ESAG
Mauricio Serafim
 
Aula 4 (15.03.2010) - Coproducao Esag
Aula 4 (15.03.2010) - Coproducao EsagAula 4 (15.03.2010) - Coproducao Esag
Aula 4 (15.03.2010) - Coproducao Esag
Mauricio Serafim
 
Aula 2 (01 03 2010) - Coproducao Esag
Aula 2 (01 03 2010) - Coproducao  EsagAula 2 (01 03 2010) - Coproducao  Esag
Aula 2 (01 03 2010) - Coproducao Esag
Mauricio Serafim
 
Coproducao - Plano de ensino
Coproducao - Plano de ensinoCoproducao - Plano de ensino
Coproducao - Plano de ensinoMauricio Serafim
 
O Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De Pesquisas
O Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De PesquisasO Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De Pesquisas
O Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De PesquisasMauricio Serafim
 

Mais de Mauricio Serafim (20)

Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...
Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...
Economia criativa ou indústria criativa: Delimitação de um Conceito em Constr...
 
Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...
Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...
Artigo - As organizações religiosas e suas relações: Uma análise a partir da ...
 
Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...
Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...
Artigo - Captação de recursos não reembolsáveis: dificuldades e limitações da...
 
Plano de Ensino - Sociologia Econômica e Organizações
Plano de Ensino - Sociologia Econômica e OrganizaçõesPlano de Ensino - Sociologia Econômica e Organizações
Plano de Ensino - Sociologia Econômica e Organizações
 
O uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisas
O uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisasO uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisas
O uso de redes sociais no desenvolvimento de pesquisas
 
From rationality to relationality
From rationality to relationalityFrom rationality to relationality
From rationality to relationality
 
Oikonomia como referencial para as organizações econômicas
Oikonomia como referencial para as organizações econômicasOikonomia como referencial para as organizações econômicas
Oikonomia como referencial para as organizações econômicas
 
1 plano ensino tga pub 2011.1 (mauricio serafim)
1 plano ensino   tga pub 2011.1 (mauricio serafim)1 plano ensino   tga pub 2011.1 (mauricio serafim)
1 plano ensino tga pub 2011.1 (mauricio serafim)
 
EdC - agire agapico
EdC - agire agapicoEdC - agire agapico
EdC - agire agapico
 
Aula 7 - Karl Polanyi
Aula 7 - Karl PolanyiAula 7 - Karl Polanyi
Aula 7 - Karl Polanyi
 
Aula 7 - karl polanyi
Aula 7 - karl polanyiAula 7 - karl polanyi
Aula 7 - karl polanyi
 
Show - Talentos ESAG
Show - Talentos ESAGShow - Talentos ESAG
Show - Talentos ESAG
 
Convite conferencia
Convite conferenciaConvite conferencia
Convite conferencia
 
Aula 4 (15.03.2010) - Coproducao Esag
Aula 4 (15.03.2010) - Coproducao EsagAula 4 (15.03.2010) - Coproducao Esag
Aula 4 (15.03.2010) - Coproducao Esag
 
Teoria - alguns tópicos
Teoria - alguns tópicosTeoria - alguns tópicos
Teoria - alguns tópicos
 
Aula 2 (01 03 2010) - Coproducao Esag
Aula 2 (01 03 2010) - Coproducao  EsagAula 2 (01 03 2010) - Coproducao  Esag
Aula 2 (01 03 2010) - Coproducao Esag
 
Coproducao - Plano de ensino
Coproducao - Plano de ensinoCoproducao - Plano de ensino
Coproducao - Plano de ensino
 
O Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De Pesquisas
O Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De PesquisasO Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De Pesquisas
O Uso De Tecnologias No Desenvolvimento De Pesquisas
 
Consumo Consciente
Consumo ConscienteConsumo Consciente
Consumo Consciente
 
Mercado Justo
Mercado JustoMercado Justo
Mercado Justo
 

Administração e política (Poliarquia e Elitismo)

  • 2. Tema da aula  Pluralismo versus elitismo Wright Mills (1916- 1962) Robert Dahl (1915 - )
  • 3. Política influencia a administração Há condicionamentos políticos em relação à eficácia da burocracia. Está relacionada à estrutura do poder. Chave para se compreender a burocracia: estrutura de poder com a qual ela se articula. (Ramos, 1966)
  • 4. Política influencia a administração A estrutura administrativa está imersa em um contexto político, social e cultural, e deve-se reconhecer que ela é um instrumento que não pode ser separado dos objetivos e capacidades dos que a utilizam. A Administração Pública, para funcionar adequadamente, deve ter suporte político. Deve ser levado em conta a estrutura de poder subjacente à nação. (Ramos, 1966)
  • 5. Mills – Elite do poder  O séc. XX presencia uma mudança no centro de poder.  Até início do séc. XIX: Monopólio da propriedade privada distinguia as classes sociais.  Séc. XX: capitalismo corporativo -> controle administrativo produziu novas hierarquias e prestígio baseadas na autoridade e obediência.  Elite do poder: “círculos políticos, econômicos e militares que, como um complexo de igrejinhas interligadas, partilham as decisões de consequências pelo menos nacionais”. (p. 28)  Reúne: controladores de grandes fortunas, executivos de sociedades anônimas, altas patentes militares e políticos influentes.  É uma definição em termos da posição institucional.
  • 6. Mills – Elite do poder  Elite do poder americano é definida como uma unidade e circunscrito socialmente e demograficamente.  Para compreender a elite do poder:  1) unidade psicológica e intercâmbio social;  2) acesso a estruturas e a mecânica das hierarquias institucionais presididas pelo diretório político, pelos riscos associados e pelos altos militares;  3) a unidade é coordenada.
  • 7. Mills – Elite do poder  “[...] nesta época particular, uma conjunção de circunstâncias históricas levou ao aparecimento de uma elite de poder; que os homens dos círculos que compõem essa elite, isolada e coletivamente, tomam atualmente as decisões chaves, e que devido à ampliação e centralização dos meios de poder existentes, as decisões que tomam ou deixam de tomar têm maiores consequências para um número de pessoas maior do que em qualquer outra época da história mundial da humanidade” (p. 39- 40)
  • 8. Mills – Elite do poder Sociedade de massas: fragmentada e impotente - Não expressam a vontade dos níveis inferiores, nem determinam as decisões da cúpula. - Fontes de distração (universo do entretenimento) Nível médio de poder Elite do poder: unificada e poderosa
  • 9. Dahl  Textos:  O que é democracia?  O direito à democracia dentro das empresas  Poliarquia – A teoria: resumo e qualificações
  • 10. Dahl: Democracia Princípio da igualdade política Pressuposto: os membros estão todos igualmente qualificados para participar das decisões, desde que tenham iguais oportunidades de aprender sobre as questões da associação pela investigação, discussão e deliberação (p. 51).
  • 11. Dahl: O que é democracia?  A democracia proporciona oportunidades efetivas para: 1. Participação 2. Igualdade de voto 3. Aquisição de entendimento esclarecido (informações para compreender as questões envolvidas) 4. Exercer o controle do planejamento (influenciar o programa) 5. Inclusão dos adultos Quando qualquer das exigências acima é violada, os membros não serão politicamente iguais.
  • 12. Dahl: democracia dentro das empresas Problema 1: Vivemos numa sociedade com pretensões de um processo democrático do governo do estado, mas não exigimos o processo democrático nas empresas. Problema 2: Exigências da administração atual (competências, meritocracia) pode entrar em conflito com exigências da democracia (igualdade política).
  • 13. Dahl: democracia dentro das empresas Critérios políticos (democracia) Administração de empresas
  • 14. Dahl: democracia dentro das empresas Questão: as empresas autogeridas são mais compatíveis com os incentivos aos trabalhadores do que as empresas hierarquicamente dirigidas em, assim, mais eficientes? A empresa pode ser vista como um sistema político. Dahl justifica a autogestão política e economicamente.
  • 15. Dahl: Poliarquia Poliarquia: regime no qual as oportunidades de contestação pública estão disponíveis para a maioria da população. Há disputas de poder e ampliação da participação política. Dependem de sete conjuntos de condições complexas (ver tabelas).
  • 16. Dahl: Crítica a Mills  O conceito de poliarquia corrige a concepção da “elite do poder” homogênea, uniforme, monolítica, ou constituída de subgrupos em unidade de interesses.  A partir de dados empíricos, Dahl fundamenta a visão pluralista da estrutura de poder. (Ramos, 1966)
  • 17. Dahl: Poliarquia  Sociedade que apresentam esta estrutura de poder:  Interesses tendem a exprimir-se de modo organizado ou institucionalizado;  É residual a população sem vínculo a associações voluntárias ou compulsórias;  Decisões emanadas do poder são obtidas após intensa competição entre grupos;  Quando um grupo não consegue influenciar o poder, organiza-se em coalizões;  Poder central não é instrumento passivo dos grupos sociais (de pressão).
  • 18. Dahl: Poliarquia “A poliarquia tende a ser o regime dominante nas sociedades desenvolvidas [...] onde a burocracia se concretiza conforme o modelo weberiano de administração racional-legal. Essa burocracia está diretamente exposta às pressões de um público ‘participante’ de elevado padrão de ‘cultura cívica’. Extremamente ativo e exigente em relação à burocracia, compele-a a operar com eficácia, a assimilar as inovações necessárias a reajustá-la às demandas compulsórias que, permanentemente, resultam do processo tecnológico e social [...] Nas sociedades desenvolvidas, onde viceja a poliarquia, expandem-se os serviços burocráticos. Mas este fato, como já notara Weber, não implica no aumento do poder da burocracia” (Ramos, 1966, p. 316).
  • 19. Tipologias de estruturas do poder (Ramos, 1966, p. 322)
  • 21. Dahl: Questões 1. Mesmo que os critérios de democracia sejam bem aplicados ao governo de uma associação voluntária muito pequena, seriam aplicados ao governo de um estado? 2. Poderia alguma associação ser plenamente democrática? 3. Considerando que nos sirvam de orientação, bastariam tais critérios para o planejamento de instituições políticas democráticas?