2. PSICOTERAPIA Profª Lina Sue
COGNITIVA Gonçalves, O. Psicoterapia Cognitiva Matsumoto
Narrativa: Manual de Terapia Breve.
Campinas:Editorial Psy. 1998
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COGNITIVA Matsumoto
Os pressupostos da PSICOLOGIA NARRATIVA põe em
questão:
1) A crença na existência de elementos de uma realidade
interna essencial.
2) A existência de um ser humano completamente
individualizado e autônomo.
Essências cognitivas organização da matriz existencial.
Hermenêutica absolutista e apriorística por uma
hermenêutica facilitativa da multicompreensão.
A abstração lógica cederá lugar à discursividade narrativa.
Finalmente, o indivíduo isolado transformar-se-á num
espaço relacional de interlinguagem.
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Decorrem implicações clínicas em 2 níveis:
1º) Uma nova concepção de psicopatologia, equacionando
a fenomenologia da perturbação, não como o reflexo de
uma disfunção interna, seja ela “mental” ou
“neurobiológica”, mas como um disfuncionamento do
próprio discurso narrativo.
2º) Uma psicoterapia que deixará de metaforizar o
terapeuta como doutor da interioridade e da
individualidade, e que procurará criar condições, no
contexto da realidade conversacional que é a terapia, para
um desenvolvimento da coerência, complexidade e
multiplicidade do cliente.
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Psicopatologia Narrativa
Construtivistas contemporâneos = Psicopatologia
ciência de significação = psiquiatria fenomenológica.
As classificações nosológicas em psicopatologia deverão
ser entendidas como metáforas – isto é – formas
condensadas de organização de significados.
A psicopatologia é, nesse contexto, uma ciência da
significação pessoal, e como tal, inseparável de um
discurso narrativo.
Assim, falar de agorafobia, depressão ou esquizofrenia
é, antes de tudo, falar de configurações prototípicas de
organização de significados.
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A psicopatologia, como processo de significação, é o
produto da interação entre sistemas de significação de
paciente e especialista.
Assim, aquilo que caracteriza a psicopatologia é a sua
existência, e não a sua essência.
A psicopatologia é uma produção discursiva de
organização de significados, indissociável de uma
contextualização conversacional e sociocultural.
Por isso, as psicopatologias mudam, quando mudam
os pacientes, os tempos, as culturas e os especialistas.
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A psicoterapia ouvir as narrativas do cliente como
uma forma de compreender os seus sistemas de
significação = expandir estas formas de significação.
Não há pois psicopatologia sem interlocutor, e outra
eventualmente seria a patologia, se outro fosse o
interlocutor.
As significações do cliente existem numa realidade
conversacional com as significações discursivas do próprio
terapeuta.
Mas... Como as significações se organizam na matriz
narrativa do indivíduo?
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Há 3 dimensões centrais da matriz narrativa:
(1) coerência, (2) complexidade e (3) multiplicidade.
“Viver narrativamente é ser capaz de explorar múltiplas
narrativas do passado, presente e futuro
(multiplicidade narrativa),
enriquecer estas narrativas por uma variedade de processos
e atitudes que nos dêem conta da multipotencialidade
de cada instante episódico da nossa existência
(complexidade narrativa)
e construir um sentido de conexão
intra e inter-narrativas
(coerência narrativa)”
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Processo por intermédio do qual os diferentes aspectos
da narrativa se ligam uns aos outros = proporcionar um
sentido coerente de autoria.
A significação da experiência está ligada à natureza e ao
processo da construção narrativa.
Os indivíduos necessitam estabelecer um processo de
conexão e coerência, tanto no interior de cada episódio
narrativo, quanto através das diferentes narrativas da vida.
Viver depende de um sentido intencional de autoria.
Os diferentes elementos da narrativa necessitam se ligar
de um modo significativo e coerente.
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10. PSICOTERAPIA Profª Lina Sue
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Ao longo da vida, as narrativas necessitam obedecer a
uma dimensão de conexão e continuidade.
Na ausência de uma coerência dentro e através da
narrativa, o indivíduo perde o sentido de autoria.
A vida transforma-se num composto de experiências
dissociadas que não podem ser compreendidas na sua
singularidade, nem na sua sequência.
Assim, o sentido de autoria é proporcionado por uma
dupla procura de coerência da estrutura narrativa: dentro
de cada narrativa e através da narrativa.
Tendência universal de busca de significado.
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O paciente surge com:
a) Discurso incoerente e desorganizado;
b) Não se apropria de suas experiências;
c) Mostra-se incapaz de construir um sentido;
d)Queixa-se de descontinuidade existencial.
Dias sem sentido, espaços em branco nas memórias do
passado, falta de um sentido de direção para a vida,
sentimentos de estranheza e despersonalização,
desrealização e sintomas dissociativos variados, são
algumas das queixas mais comuns reveladoras de
dificuldades na coerência da estrutura narrativa.
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12. PSICOTERAPIA Profª Lina Sue
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Inclui os aspectos de riqueza, qualidade, variedade e
complexidade da produção estilística da narrativa.
Os indivíduos podem apresentar narrativas coerentes,
mas pouco diferenciadas em termos de complexidade
Uma narrativa complexa é o contrário de uma visão
empobrecida e dicotômica da experiência.
Viver significa construir criativamente narrativas da
experiência que dão conta da complexidade e das
possibilidades.
Viver é, por outras palavras, atualizar diferentes
possibilidades, num mundo de complexidade.
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Atitude narrativa 5 processos narrativos:
(1) recordação: capacidade para identificar elementos
episódicos da experiência;
(2) objetivação: exploração da multiplicidade do mundo
sensorial;
(3) subjetivação: capacidade de identificar a variedade de
experiências internas, emocionais e cognitivas;
(4) metaforização: diferenciação de significações da
experiência;
(5) projeção: elaboração de possibilidades alternativas
para narrativas de futuro.
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Indivíduos que evidenciam um pobre conteúdo narrativo
são aqueles cuja expressão discursiva se encontra limitada
na diversidade de temas ou tramas, dando a idéia de que o
sujeito opera num processo de unicidade discursiva.
Ao contrário, uma existência narrativa, é ilustrada pela
multiplicidade discursiva, pela sua diversidade temática,
pela flexibilidade dos seus conteúdos.
As narrativas variam não unicamente em termos de
estrutura e processo, mas também em termos do seu
próprio conteúdo.
A multiplicidade narrativa resulta da diversidade dos
seus conteúdos.
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Existência narrativa = multiplicidade = diversidade de
possibilidades = protagonizam vários temas.
Psicopatologia = incapacidade para uma visão
multifacetada da experiência diferentes tipos
psicopatologia = diferentes protótipos narrativos.
Narrativa protótipo = autoria narrativa inflexível.
Existir narrativamente implica evitar estar preso a um
tema ou a um protótipo narrativo.
Objetivo da psicoterapia introdução de uma maior
flexibilidade, de modo que o indivíduo se abra o mais
possível a toda potencialidade da experiência.
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“Nós compreendemos o passado
mas vivemos o futuro”
(Kierkgaard)
Discurso narrativo = compreender viver
existência conhecimento hermenêutica
Ligar o passado e o futuro no processo criativo
de existir.
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