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UMA LEITURA PARA ALÉM DO GÊNERO TEXTUAL: uma análise que
relaciona o gênero discursivo com a gramática funcional.
Gustavo
??????
A presente sequência didática tem como proposição uma abordagem que
complemente as discussões em sala de aula. Propomos atividades embasadas em um dos
tópicos presente no livro didático “Português: linguagens”, vol.2, organizado por Willian
Cereja e Thereza Magalhães, editora Saraiva, 2013.
O livro já mencionado se organiza por unidades, apresentadas logo de início
pelo sumário. Nossa proposta é baseada apenas na unidade 3 (três) do mesmo, intitulada:
História Social do Realismo, do Naturalismo e do Parnasianismo, com foco no Capítulo
7 – O Realismo e o Naturalismo no Brasil.
O capítulo recortado por nós, estudará as manifestações literários do
Realismo e do Naturalismo, em seus respectivos interesses e procedimentos, assim como
abordar questões que lhe são semelhantes: a deflagração da realidade social, ou seja, o
compromisso de observar, documentar e denunciar a realidade vigente. Para o mesmo,
sabe-se que as manifestações realistas se empenham em analisar a força das instituições
sobre o próprio indivíduo, retratando as relações humanas permeadas de interesses, na
introspecção psicológica. Por mais semelhantes que sejam as correntes realistas e
naturalistas, o Naturalismo se diferencia do Realismo no momento em que analisa as
forças de fatores como a hereditariedade e o meio sobre o comportamento humano.
Com o intuito de trabalhar as obras destacadas anteriormente, embasar-nos-
emos nossas reflexões a partir do que se pode compreender por Linguagens, destacado
previamente no próprio título do material didático. Assim como Patrick Charaudeau1
afirma, entendemos por linguagem:
Do ponto de vista discursivo, todo ato de linguagem se realiza numa situação
de comunicação normatizada, composta pela expectativa da troca e pela
presença das restrições de encenação (contrato de comunicação e instruções
discursivas).Esta situação,comsuas expectativas,define também a posição de
legitimidade dos sujeitos falantes: o “emnome do que se fala”. (p.59)
1 CHARAUDEAU, Patrick. O discurso propagandista:uma tipologia. 1 Tradução de Emilia Mendes e
Judite Ana Aiala de Mello. In: MACHADO, IL; MELLO, R. Análises do discurso hoje.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, v. 3, p. 57-78, 2010.
Logo, percebe-se que o livro didático assume uma dada postura teórica acerca
da língua portuguesa, e que concomitante com a concepção de linguagem apresentada, a
língua é vista no seu uso, encarada como viva, abrindo espaço para se pensar o gênero no
seu aspecto discursivo, entendendo o texto de forma mais global, daquela das vivências
e experiências humanas reais.
Para isso, tomaremos como arcabouço teórico as reflexões de ROJO e
BARBOSA2 sobre gênero discursivo, nas quais afirmam que os gêneros e a teorias
discursivas estarão presentes conosco, passando da Grécia Antiga até chegar nas nossas
salas de aulas atuais, da educação básica. Os gêneros transpõem nossa vida diariamente
e organizam nossa comunicação, ou seja, são naturalizados pela linguagem. Exemplo
disso, os gêneros primários “que podem ser admitidos em situações íntimas e, também
em gêneros secundários, para o caso de manifestações que servem a finalidades públicas
de vários tipos, em diversas esferas ou campos de atividade humana e de comunicação”.
No livro elas também diferenciam “gêneros de discurso” de “tipos de texto”
e dos “textos” ou enunciados propriamente ditos. Para tal, elas encadeiam um diálogo
com pensadores como Hegel, Marx, Max Weber, Bordieu, com seus conceitos de
“campos” e de “habitus, relacionados em uma esfera de comunicação, entre outros para
fundamentar as discussões bakhtinianas sobre os campos de atividade humana/de
comunicação.
Mas como estamos falando desses valores por meio do ensino de língua
portuguesa, é preciso apresentar esse ensino sempre pensando no ‘texto’ como a porta de
entrada para esses assuntos, ou seja, é preciso se ater ao corpus literário para o ensino de
língua, porque a literatura humaniza, como mesmo dito por Antônio Cândido e não é que
necessariamente deva ter uma utilidade objetivada como questionada por Nuccio Ordine.
O ensino literário deve apresentar, como por exemplo na prosa narrativa, como a língua
se manifesta na linguagem de texto o expressar de ideias, valores e expressões.
Para isso é preciso entender como a língua se articula, como se constrói a
proposta de conteúdo idealizado na manifestação do escrever desse ator literário. Que é
sujeito, que detêm de uma ideologia, vontade em dizer, para entender como ele está
dizendo isso, qual os recursos da língua que possibilitam essa expressão. Pensando nisso,
2 ROJO, Roxane Helena. BARBOSA, Jacqueline. Hipermodernidade,multiletramento e gêneros
discursivos. 1. Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
é preciso dialogar com a ideia também presente no livro, de KLEIMAN e SEPULVEDA3,
que elas vão discutir sobre o ensino de gramática na escola. O livro já se inicia com a
seguinte afirmação, a língua, é uma arma carregada, saber usá-la é ter poder.
Pensando sobre isso, elas vão propor formas de trabalhar esse uso da língua.
O objetivo das autoras é apresentar sugestões de possíveis formas de se abordar a
gramática, a sua imensa e complexa tarefa pedagógica, para o uso da sala de aula, não é
objetivo delas, elas almejam criar bases para o ensino de gramática mostrando como pode
ser feita a introdução da metalinguagem, focando sempre em cenários concretos.
Tendo esses dois aportes, que sob o mesmo corpus propõe duas abordagens
distintas, mas que se relacionam no dia-a-dia da sala de aula. Estamos propondo o
trabalho de mostrar essa linguagem realista, que visa denunciar a realidade social, que
está presente na obra machadiana, tendo o recorte de análise, algumas figuras de
linguagem presentes na obra, que constrói a figura da personagem Capitu. Por esse meio,
iremos apresentar a figura de linguagem, metáfora, não apenas em sua definição, mas em
seu uso, possibilitando uma leitura dessa produção, que não apenas a decodificação
habitual proposta.
Fiorin (2014)4, no começo do seu livro, afirma:
A escola ensina os alunos a ler e a escrever orações e períodos e exige que
interpretem e redijam textos. Algumas pessoas poderiam dizer que essa
afirmação não é verdadeira, porque hoje todos os professores dão aulas de
redação e de interpretação de textos. [...] pede que os alunos escrevam sobre
ele (texto), corrige erros localizados na frase. A aula de interpretação de texto
consiste em respondera um questionário com perguntas que não representam
nenhumdesafio intelectual ao aluno e que não contribuempara o entendimento
global do texto. (p. 10)
Pensando sobre essas questões, a proposta tem a intenção de realizar uma
leitura crítica sobre as figuras de linguagens, para que seja possível perceber os valores
ideológicos que se estão presentes nesse discurso, questionar a visão da mulher, na
sociedade da época, apresentado pelo personagem Dom Casmurro (Bentinho – Bento
Santiago), ao mesmo tempo mostrar como por meio da linguagem do texto, o autor
apresenta essas construções de valores e críticas. É preciso refletir sobre a articulação
estética realizada por ele, que possibilita realizar uma leitura mais ampla do texto literário,
a partir disso é permitido alcançar no texto literário a humanização, proposta por Cândido.
3 KLEIMAN, Angela. SEPULVEDA, Cida. Oficina de Gramática: Metalinguagem para Principiantes. 2
ed. Campinas: Pontes Editores, 2012.
4 FIORIN, José Luiz. Elementosde análise do discurso. 15ªed. São Paulo: Editora Contexto, 2014.
PÚBLICO ALVO
O público alvo será os alunos do 2º ano do ensino médio, uma vez que o
assunto abordado pela atividade, se encontra na proposta de currículo do livro didático,
destinado aos alunos dessa série.
TEMA
UMA LEITURA PARA ALÉM DO GÊNERO TEXTUAL: uma análise que
relaciona o gênero discursivo com a gramática funcional.
Omote dessa atividade é a apresentação de uma interpretação,que rompa os limites das definições
da gramática normativa, será feita uma análise estrutural, apresentando as noções de personagem,
tempo e espaçoe narrativa. Entretanto estimulando a manifestaçãoideológica desse atornarrativo
que se apresenta na forma gênero textual e sendo possível identificar a discursividade.
OBJETIVOS
 -Estimular o exercício de uma leitura interpretativa que fuja do olhar, que
o texto literário é apenas um gênero textual;
 Apresentar que o ensino de gramática deve ter como foco o ensino do
texto literário e a partir dele apresentar a manifestação da técnica da forma x
conteúdo no texto;
 Evidenciar que a leitura crítica sobre os enunciados;
 Produzir um texto dissertativo, que exprima os fatores discutidos;
CONHECIMENTO PRÉVIO.
Apresentação sobre a narrativa “Dom Casmurro, de Machado de Assis.
ATIVIDADE 1
O alunos irão ouvir a música “Maria da Vila Matilde”, da cantora Elza
Soares, presente no álbum “Mulher do fim do Mundo” (2015).
Letra
Cadê meu celular?
Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome
E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais
Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo
Se você se aventurar
Eu solto o cachorro
E, apontando pra você
Eu grito: péguix guix guix guix
Eu quero ver
Você pular, você correr
Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Cadê meu celular?
Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome
E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais
Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo
Se você se aventurar
Eu solto o cachorro
E, apontando pra você
Eu grito: péguix guix guix guix
Eu quero ver
Você pular, você correr
Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
E quando o samango chegar
Eu mostro o roxo no meu braço
Entrego teu baralho
Teu bloco de pule
Teu dado chumbado
Ponho água no bule
Passo e ofereço um cafezim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Cadê meu celular?
Eu vou ligar pro 180
Vou entregar teu nome
E explicar meu endereço
Aqui você não entra mais
Eu digo que não te conheço
E jogo água fervendo
Se você se aventurar
Eu solto o cachorro
E, apontando pra você
Eu grito: péguix guix guix guix
Eu quero ver
Você pular, você correr
Na frente dos vizinhos
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
E quando tua mãe ligar
Eu capricho no esculacho
Digo que é mimado
Que é cheio de dengo
Mal acostumado
Tem nada no quengo
Deita, vira e dorme rapidinho
Você vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Mão, cheia de dedo
Dedo, cheio de unha suja
E pra cima de mim? Pra cima de moi? Jamé,
mané!
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra
mim
Em seguida o professor discutirá com os alunos
sobre alguns aspectos da canção propondo as
seguintes questões:
- A cantora é homem ou mulher? Por que?
- Sobre o que o sujeito da canção está falando? E
como ele fala? Por que?
- O que você acha sobre os valores presentes na
canção?
- O tema é algo cotidiano? Por que?
ATIVIDADE 2
Como está previsto no livro
didático, o professor realizará uma
abordagem dinâmica sobre a obra
“Memória Póstumas de Brás Cubas”.
Por ser uma obra realista, é possível
discutir a representação social na
construção da obra, como demarcado
pelo Realismo. Porém nosso
posicionamento visa discutir valores
que estão presentes na obra de “Dom
Casmurro” que serão associado a
canção da Elza soares na próxima
atividade. Com isso realizamos a troca
da obra machadiana a ser usada em
sala de aula.
Com essa etapa concluída, nesse
momento o professor irá apresentar
duas metáforas presentes no texto de
Dom Casmurro. Essas duas metáforas
são ditas por Bentinho, em relação a Capitu.
 Ao realizar essas questões, é possívelperceber
como está constituído o posicionamento ideológico
desses sujeitos sobre enunciado.
 As perguntas também são direcionadas como o
percurso semiótico prevê de análise ao texto.
Subdividido em 3 níveis: fundamental, narrativo e
discursivo.
 A primeira questão – sobre o nível fundamental,
a segunda – sobre o nível narrativo e as duas
últimas – sobre o nível discursivo.
 Outra proposta do exercício é apresentar a
cantora Elza Soares, em sua manifestação artística,
o professor precisa ambientar e contextualizar quem
é a artista na história da música brasileira e como
ela representa expressividade da mulher negra,
pobre da sociedade contemporânea.
 Nessa atividade, vai resgatar o ensino de figuras de
linguagem,que o vol.1 da edição do livro didático “Português:
linguagens” abordada na Unidade 1 – Capítulo 3 – pag. 10.
(como presentes nos anexos da sequência didática)
 Ao mesmo tempo o livro,mostra uma alternativa para o seu
leitor, um ser inserido em uma ideologia social, ser capaz de
ler, concordar ou discordar das ideias apresentadas na
narrativa.
Machado que assusta e intimida, espicaça e provoca, fascina e
amedronta, põe em dúvida o leitor, chama-o mas não se entrega
nunca inteiramente. Resguarda-se, resiste, exige participação e
regresso, paciência e argúcia, mas em compensação dá em
troca satisfação sempre renovada, que nenhumoutro escritor da
literatura brasileira é capaz de dar, numa literatura em que a
maior parte das obras cedo envelhecem (BOSI et al., 1982,
p.310).
 A personagem de Machado de Assis, Capitu, adentrou o
universo imaginário coletivo como um ‘tipo’ feminino,
exemplificado em estudos psicológicos e literários já
realizados.Como outras personagens do mundo machadiano,
ela foi uma mulher ambiciosa, determinada e disposta a
batalhar por uma melhor posição social, considerada
avançada para sua época. Ela como outras personagens de
Machado, são tão essênciais que conseguem conduzir a
atenção do narrador para si.
 Tantas coisas já foram ditas sobre Capitu, diz-se que ela
era esperta, dissimulada, da mesma forma uma mulher
sensual, que mostra seu apelo sexual desde a adolescência.
Mesmo com todas essas,ninguém conseguiu provar nem que
sim,nem que não,para o adultério,até porque não se tem as
falas da personagem para conseguir, definitivamente atestar
se houve ou não a traição dela. Como é dito por Bosi(2007):
Capitu é o grande mistério, nós não sabemos o que ela, fez,
alguns dizer até que sabem. Eu invejo as pessoas que têm
certeza do que ela fez, mas eu não sei. Machado nos contou
com tanta minúcia, então a gente sempre naquela suspensão
de acusação, que é realmente o ponto alto do drama de
Bentinho. (p.4)
Metáforas:
1ª - Durante o passeio, no
percurso do portão central até o
terraço, José Dias pela primeira e
fatídica a vez qualifica os olhos de
Capitu como “olhos de cigana
oblíqua e dissimulada” (ASSIS, 2008, p.39), frase que entrou para a história da Literatura
Brasileira como sinônimo do seu caráter afeito à traição.
2ª - Bentinho ao ouvir ficou com o traço da dissimulação por saber o que significava e
logo depois acrescentou outra característica particular sua a esta definição e deu aos olhos da amada
os traços da ressaca do mar “olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela
feição nova” (ASSIS, 2008, p.51). Os olhos de Capitu, confessa Bento, que “traziam não sei que
fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira
da praia nos dias de ressaca” (ASSIS, 2008,p.51).
3ª - É no velório de Escobar, seu amigo desde o seminário, e que morre em um dia no
qual o mar está de ressaca, que Bento observa atentamente as movimentações e olhares de Capitu
diante do defunto. Acaba interpretando os menores gestos como sinais de traição e percebe que
“seus olhos fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mais
grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar o nadador da manhã”
(ASSIS, 2008, p.167).
4ª – “Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que
eu era homem.” (ASSIS, 2008, p. 220)
Após essa apresentação dos enunciados,
incitar a discussão sob as seguintes questões:
- O personagem que afirma os enunciados é homem
ou mulher? Por que?
- Sobre o que o sujeito presente no enunciado texto
está falando? E como ele fala? Por que?
- O que você acha sobre os valores presentes no texto?
- O tema é algo cotidiano? Por que?
 A apresentação das metáforas em sala de aula, vai
relacionar a palavra em seu uso funcional,para debater como
é colocado a visão da mulher nesse enunciado, a partir da
visão de Bentinho, um homem.
 Levando em conta o sócio-construtivisto de Vygotsky e as
propriedades do campo, ditas por Bourdieu. Essa atividade
permite discutir valores que pensam a caracterização desses
sujeitos enquanto sujeitos sociais.
 Pós a discussão das perguntas,o
professor irá propor que tendo o foco
em relacionar o enunciado da canção
- texto. Nesse processo mostrará as
nuances das diferentes Linguagens
onde na canção temos a melodia em
junção das palavras sonorizadas e
no texto, a estrutura textual, por meio
da metáfora,apresenta a capacidade
da língua em articulação e como
exprime na intenção de a mimesedo
pensamento para a realidade,
possível exprimir os valores
discursivos presentes.
 Ao fim da discussão apresentar o crítico literário Antônio
Cândido, é interessante realização essa ação, uma vez que
o mesmo, foi professor da FCL – ASSIS/UNESP, dando
possibilidadese ser algo de proximidadea eles.Umavez que
também é importante apresentar a teoria ao aluno, para ser
possível dele alcançar o seu conhecimento crítico.
 Depois de apresentar o crítico, trazer para as
considerações umas das afirmações mais importantes dita
pelo crítico, a de que “a literatura humaniza”, trazendo
novamente os enunciados (canção/texto) para explicar como
o trabalho da linguagem sobesses valores interferem na ação
do homem se humanizar.
Um pouco da história de Antônio Cândido.
Um dos maiores intelectuais da história do Brasil, o
crítico literário, sociólogo e professor da USP Antonio
Candido (1918-2017),que morreu no dia 12 de maio,é uma
das principais referências do País na área da cultura.
Professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas (FFLCH) da USP por 50 anos – desde 1942 até
1992 -, Candido foi um dos principais pensadores ligados aos
estudos sobre a formação do Brasil,inaugurados nos anos 30
e 40 por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio
Prado Júnior. Autor de obras fundamentais como Formação
da Literatura Brasileira,de 1959,e Os Parceiros doRio Bonito
– sua tese de doutorado em Ciências Sociais,defendida em
1954 -, ele inovou o pensamento sociológico e literário
brasileiro.
Nos textos, áudios e imagens a seguir,o Jornal da USP
conta um pouco da trajetória de Antonio Candido.
O professor deixou um livro de entrevistas inédito,
resultado de encontros semanais que teve com o jornalista
Marcello Rollemberg,do Jornal da USP, ao longo de mais de
dois anos, no início dos anos 2000. “Em dado momento, o
professor aceitou,sim,fazer o livro. Mas com uma condição:
o trabalho só seria publicado quando ele morresse”,escreve
Rollemberg no texto que abre este Especial.
Nos áudios que o jornal publica,pode-se ouvir a voz do
professor, em entrevista à Rádio USP, gravada em 1990,
sobre a formação da USP e os professores franceses que
formaram o primeiro corpo docente da Universidade. “Quem
teve mesmo a ideia da Universidade foi Júlio de Mesquita
Filho, associado ao Fernando de Azevedo”, disse Candido.
Também está disponível a entrevista da professora
Maria Arminda do Nascimento Arruda, diretora da FFLCH,
concedida à Rádio USP poucas horas depois do anúncio da
morte do professor.
Artigos de especialistas sobre a vida, a obra e o legado
de Antonio Candido completam esta iniciativa do Jornal da
USP em homenagem à memória de um dos maiores
pensadores brasileiros e um dos mais ilustres professores da
história da Universidade de São Paulo. (Fonte:“A vida, a obra
e o legado de Antonio Candido”,por Jornal da Usp,dia:15 de
maio de 2017, disponível em: http://jornal.usp.br/cultura/a-
vida-a-obra-e-o-legado-de-antonio-candido/ .
ATIVIDADE 3
O professor vai realizar uma proposta avaliativa, no formato de produção textual
dissertativa. Mas antes de solicitar a avaliação, vai apresentar a seguinte objetivo:
- Passada as discussões sobre a leitura sempre precisar algo que deve ser feito de
forma crítica e atenta para a execução da linguagem. Onde a escolha das palavras e o uso, vão
ser capazes de representar os seus posicionamentos diante o tema do texto.
- Considerando todos os pontos levantados durante as discussões, os alunos
deverão realizar um texto no formato dissertativo-argumentativo (como já trabalhado no vol.
1 do Livro “Português: Linguagens”, que tente traduzir por meio da articulação da linguagem
os seus respectivos posicionamentos.
ATIVIDADE 4
Por fim, o professor deve realizar uma aula de feedback aos alunos, que atue como
uma devolutiva da avaliação aplicada.
Nessa aula o professor vai levantar questões mediante as produções avaliadas.
DURAÇÃO
A sequencia didática terá duração de 10 horas aulas. Que será disposta da seguinte forma
2 horas aulas – Atividade 01
4 horas aulas – Atividade 02
2 horas aulas – Atividade 03
2 horas aulas – Atividade 04
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ALMEIDA, Amanda. CAPITU REVISITADA: A NARRATIVA MEMORIALISTA E
SEUS ENREDOS DE PAPEL. Instituto de Letras Departamento de Teoria Literária,
Literaturas e Licenciatura em Letras/Português. Monografia em Literatura, 2011.
ASSIS, Machado. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
BOSI, Alfredo. Machado de Assis: O enigma do olhar. 4. ed. São Paulo: WMF Martins
Fontes, 2007.
BOSI, Alfredo, GARBUGLIO, José Carlos, CURVELLO, Mário, FACIOLI, Valentim.
Machado de Assis. São Paulo: Ática, 1982, (Coleção escritores brasileiros: Antologia e
estudos).
GUALDA, Linda. REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM DOM CASMURRO: O
SILÊNCIO DE CAPITU. In: Dissertação “Representações do feminino em
Dom Casmurro e The Turn of the Screw”. Unesp – Assis/
PUJOL, Alfredo. Machado de Assis. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1934.
BOURDIEU, Pierre. Os três estados do capital cultural. In: Escritos de Educação.
Maria Alice Nogueira e Alfranio Catani (org). 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
DIAS, C.; MONDIN, E.; MACÊDO, D. A PROFISSÃO DOCENTE EM DIFERENTES
CONCEPÇÕES TEÓRICO-PEDAGÓGICAS: os enfoques tradicionalista, construtivista e
socioconstrutivista.
ANEXOS
Nº 1 – Livro “Português: Linguagens” vol. 2
Nº 2 – Sumário do Livro “Português: Linguagens” vol. 2
Nº 3 - História Social do Realismo, do Naturalismo e do Parnasianismo, com foco no Capítulo
7 – O Realismo e o Naturalismo no Brasil.
Nº 4 – Livro vol. 1 “Português: Linguagens”
Nº 5– Definição sobre metáfora no Livro vol. 1 “Português: Linguagens”
Uma leitura além do gênero

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  • 1. UMA LEITURA PARA ALÉM DO GÊNERO TEXTUAL: uma análise que relaciona o gênero discursivo com a gramática funcional. Gustavo ?????? A presente sequência didática tem como proposição uma abordagem que complemente as discussões em sala de aula. Propomos atividades embasadas em um dos tópicos presente no livro didático “Português: linguagens”, vol.2, organizado por Willian Cereja e Thereza Magalhães, editora Saraiva, 2013. O livro já mencionado se organiza por unidades, apresentadas logo de início pelo sumário. Nossa proposta é baseada apenas na unidade 3 (três) do mesmo, intitulada: História Social do Realismo, do Naturalismo e do Parnasianismo, com foco no Capítulo 7 – O Realismo e o Naturalismo no Brasil. O capítulo recortado por nós, estudará as manifestações literários do Realismo e do Naturalismo, em seus respectivos interesses e procedimentos, assim como abordar questões que lhe são semelhantes: a deflagração da realidade social, ou seja, o compromisso de observar, documentar e denunciar a realidade vigente. Para o mesmo, sabe-se que as manifestações realistas se empenham em analisar a força das instituições sobre o próprio indivíduo, retratando as relações humanas permeadas de interesses, na introspecção psicológica. Por mais semelhantes que sejam as correntes realistas e naturalistas, o Naturalismo se diferencia do Realismo no momento em que analisa as forças de fatores como a hereditariedade e o meio sobre o comportamento humano. Com o intuito de trabalhar as obras destacadas anteriormente, embasar-nos- emos nossas reflexões a partir do que se pode compreender por Linguagens, destacado previamente no próprio título do material didático. Assim como Patrick Charaudeau1 afirma, entendemos por linguagem: Do ponto de vista discursivo, todo ato de linguagem se realiza numa situação de comunicação normatizada, composta pela expectativa da troca e pela presença das restrições de encenação (contrato de comunicação e instruções discursivas).Esta situação,comsuas expectativas,define também a posição de legitimidade dos sujeitos falantes: o “emnome do que se fala”. (p.59) 1 CHARAUDEAU, Patrick. O discurso propagandista:uma tipologia. 1 Tradução de Emilia Mendes e Judite Ana Aiala de Mello. In: MACHADO, IL; MELLO, R. Análises do discurso hoje. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, v. 3, p. 57-78, 2010.
  • 2. Logo, percebe-se que o livro didático assume uma dada postura teórica acerca da língua portuguesa, e que concomitante com a concepção de linguagem apresentada, a língua é vista no seu uso, encarada como viva, abrindo espaço para se pensar o gênero no seu aspecto discursivo, entendendo o texto de forma mais global, daquela das vivências e experiências humanas reais. Para isso, tomaremos como arcabouço teórico as reflexões de ROJO e BARBOSA2 sobre gênero discursivo, nas quais afirmam que os gêneros e a teorias discursivas estarão presentes conosco, passando da Grécia Antiga até chegar nas nossas salas de aulas atuais, da educação básica. Os gêneros transpõem nossa vida diariamente e organizam nossa comunicação, ou seja, são naturalizados pela linguagem. Exemplo disso, os gêneros primários “que podem ser admitidos em situações íntimas e, também em gêneros secundários, para o caso de manifestações que servem a finalidades públicas de vários tipos, em diversas esferas ou campos de atividade humana e de comunicação”. No livro elas também diferenciam “gêneros de discurso” de “tipos de texto” e dos “textos” ou enunciados propriamente ditos. Para tal, elas encadeiam um diálogo com pensadores como Hegel, Marx, Max Weber, Bordieu, com seus conceitos de “campos” e de “habitus, relacionados em uma esfera de comunicação, entre outros para fundamentar as discussões bakhtinianas sobre os campos de atividade humana/de comunicação. Mas como estamos falando desses valores por meio do ensino de língua portuguesa, é preciso apresentar esse ensino sempre pensando no ‘texto’ como a porta de entrada para esses assuntos, ou seja, é preciso se ater ao corpus literário para o ensino de língua, porque a literatura humaniza, como mesmo dito por Antônio Cândido e não é que necessariamente deva ter uma utilidade objetivada como questionada por Nuccio Ordine. O ensino literário deve apresentar, como por exemplo na prosa narrativa, como a língua se manifesta na linguagem de texto o expressar de ideias, valores e expressões. Para isso é preciso entender como a língua se articula, como se constrói a proposta de conteúdo idealizado na manifestação do escrever desse ator literário. Que é sujeito, que detêm de uma ideologia, vontade em dizer, para entender como ele está dizendo isso, qual os recursos da língua que possibilitam essa expressão. Pensando nisso, 2 ROJO, Roxane Helena. BARBOSA, Jacqueline. Hipermodernidade,multiletramento e gêneros discursivos. 1. Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
  • 3. é preciso dialogar com a ideia também presente no livro, de KLEIMAN e SEPULVEDA3, que elas vão discutir sobre o ensino de gramática na escola. O livro já se inicia com a seguinte afirmação, a língua, é uma arma carregada, saber usá-la é ter poder. Pensando sobre isso, elas vão propor formas de trabalhar esse uso da língua. O objetivo das autoras é apresentar sugestões de possíveis formas de se abordar a gramática, a sua imensa e complexa tarefa pedagógica, para o uso da sala de aula, não é objetivo delas, elas almejam criar bases para o ensino de gramática mostrando como pode ser feita a introdução da metalinguagem, focando sempre em cenários concretos. Tendo esses dois aportes, que sob o mesmo corpus propõe duas abordagens distintas, mas que se relacionam no dia-a-dia da sala de aula. Estamos propondo o trabalho de mostrar essa linguagem realista, que visa denunciar a realidade social, que está presente na obra machadiana, tendo o recorte de análise, algumas figuras de linguagem presentes na obra, que constrói a figura da personagem Capitu. Por esse meio, iremos apresentar a figura de linguagem, metáfora, não apenas em sua definição, mas em seu uso, possibilitando uma leitura dessa produção, que não apenas a decodificação habitual proposta. Fiorin (2014)4, no começo do seu livro, afirma: A escola ensina os alunos a ler e a escrever orações e períodos e exige que interpretem e redijam textos. Algumas pessoas poderiam dizer que essa afirmação não é verdadeira, porque hoje todos os professores dão aulas de redação e de interpretação de textos. [...] pede que os alunos escrevam sobre ele (texto), corrige erros localizados na frase. A aula de interpretação de texto consiste em respondera um questionário com perguntas que não representam nenhumdesafio intelectual ao aluno e que não contribuempara o entendimento global do texto. (p. 10) Pensando sobre essas questões, a proposta tem a intenção de realizar uma leitura crítica sobre as figuras de linguagens, para que seja possível perceber os valores ideológicos que se estão presentes nesse discurso, questionar a visão da mulher, na sociedade da época, apresentado pelo personagem Dom Casmurro (Bentinho – Bento Santiago), ao mesmo tempo mostrar como por meio da linguagem do texto, o autor apresenta essas construções de valores e críticas. É preciso refletir sobre a articulação estética realizada por ele, que possibilita realizar uma leitura mais ampla do texto literário, a partir disso é permitido alcançar no texto literário a humanização, proposta por Cândido. 3 KLEIMAN, Angela. SEPULVEDA, Cida. Oficina de Gramática: Metalinguagem para Principiantes. 2 ed. Campinas: Pontes Editores, 2012. 4 FIORIN, José Luiz. Elementosde análise do discurso. 15ªed. São Paulo: Editora Contexto, 2014.
  • 4. PÚBLICO ALVO O público alvo será os alunos do 2º ano do ensino médio, uma vez que o assunto abordado pela atividade, se encontra na proposta de currículo do livro didático, destinado aos alunos dessa série. TEMA UMA LEITURA PARA ALÉM DO GÊNERO TEXTUAL: uma análise que relaciona o gênero discursivo com a gramática funcional. Omote dessa atividade é a apresentação de uma interpretação,que rompa os limites das definições da gramática normativa, será feita uma análise estrutural, apresentando as noções de personagem, tempo e espaçoe narrativa. Entretanto estimulando a manifestaçãoideológica desse atornarrativo que se apresenta na forma gênero textual e sendo possível identificar a discursividade. OBJETIVOS  -Estimular o exercício de uma leitura interpretativa que fuja do olhar, que o texto literário é apenas um gênero textual;  Apresentar que o ensino de gramática deve ter como foco o ensino do texto literário e a partir dele apresentar a manifestação da técnica da forma x conteúdo no texto;  Evidenciar que a leitura crítica sobre os enunciados;  Produzir um texto dissertativo, que exprima os fatores discutidos; CONHECIMENTO PRÉVIO. Apresentação sobre a narrativa “Dom Casmurro, de Machado de Assis.
  • 5. ATIVIDADE 1 O alunos irão ouvir a música “Maria da Vila Matilde”, da cantora Elza Soares, presente no álbum “Mulher do fim do Mundo” (2015). Letra Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim E quando o samango chegar Eu mostro o roxo no meu braço Entrego teu baralho Teu bloco de pule Teu dado chumbado Ponho água no bule Passo e ofereço um cafezim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180 Vou entregar teu nome E explicar meu endereço Aqui você não entra mais Eu digo que não te conheço E jogo água fervendo Se você se aventurar Eu solto o cachorro E, apontando pra você Eu grito: péguix guix guix guix Eu quero ver Você pular, você correr Na frente dos vizinhos Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim E quando tua mãe ligar Eu capricho no esculacho Digo que é mimado Que é cheio de dengo Mal acostumado Tem nada no quengo Deita, vira e dorme rapidinho Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim Mão, cheia de dedo Dedo, cheio de unha suja E pra cima de mim? Pra cima de moi? Jamé, mané! Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim
  • 6. Em seguida o professor discutirá com os alunos sobre alguns aspectos da canção propondo as seguintes questões: - A cantora é homem ou mulher? Por que? - Sobre o que o sujeito da canção está falando? E como ele fala? Por que? - O que você acha sobre os valores presentes na canção? - O tema é algo cotidiano? Por que? ATIVIDADE 2 Como está previsto no livro didático, o professor realizará uma abordagem dinâmica sobre a obra “Memória Póstumas de Brás Cubas”. Por ser uma obra realista, é possível discutir a representação social na construção da obra, como demarcado pelo Realismo. Porém nosso posicionamento visa discutir valores que estão presentes na obra de “Dom Casmurro” que serão associado a canção da Elza soares na próxima atividade. Com isso realizamos a troca da obra machadiana a ser usada em sala de aula. Com essa etapa concluída, nesse momento o professor irá apresentar duas metáforas presentes no texto de Dom Casmurro. Essas duas metáforas são ditas por Bentinho, em relação a Capitu.  Ao realizar essas questões, é possívelperceber como está constituído o posicionamento ideológico desses sujeitos sobre enunciado.  As perguntas também são direcionadas como o percurso semiótico prevê de análise ao texto. Subdividido em 3 níveis: fundamental, narrativo e discursivo.  A primeira questão – sobre o nível fundamental, a segunda – sobre o nível narrativo e as duas últimas – sobre o nível discursivo.  Outra proposta do exercício é apresentar a cantora Elza Soares, em sua manifestação artística, o professor precisa ambientar e contextualizar quem é a artista na história da música brasileira e como ela representa expressividade da mulher negra, pobre da sociedade contemporânea.  Nessa atividade, vai resgatar o ensino de figuras de linguagem,que o vol.1 da edição do livro didático “Português: linguagens” abordada na Unidade 1 – Capítulo 3 – pag. 10. (como presentes nos anexos da sequência didática)  Ao mesmo tempo o livro,mostra uma alternativa para o seu leitor, um ser inserido em uma ideologia social, ser capaz de ler, concordar ou discordar das ideias apresentadas na narrativa. Machado que assusta e intimida, espicaça e provoca, fascina e amedronta, põe em dúvida o leitor, chama-o mas não se entrega nunca inteiramente. Resguarda-se, resiste, exige participação e regresso, paciência e argúcia, mas em compensação dá em troca satisfação sempre renovada, que nenhumoutro escritor da literatura brasileira é capaz de dar, numa literatura em que a maior parte das obras cedo envelhecem (BOSI et al., 1982, p.310).  A personagem de Machado de Assis, Capitu, adentrou o universo imaginário coletivo como um ‘tipo’ feminino, exemplificado em estudos psicológicos e literários já realizados.Como outras personagens do mundo machadiano, ela foi uma mulher ambiciosa, determinada e disposta a batalhar por uma melhor posição social, considerada avançada para sua época. Ela como outras personagens de Machado, são tão essênciais que conseguem conduzir a atenção do narrador para si.  Tantas coisas já foram ditas sobre Capitu, diz-se que ela era esperta, dissimulada, da mesma forma uma mulher sensual, que mostra seu apelo sexual desde a adolescência. Mesmo com todas essas,ninguém conseguiu provar nem que sim,nem que não,para o adultério,até porque não se tem as falas da personagem para conseguir, definitivamente atestar se houve ou não a traição dela. Como é dito por Bosi(2007): Capitu é o grande mistério, nós não sabemos o que ela, fez, alguns dizer até que sabem. Eu invejo as pessoas que têm certeza do que ela fez, mas eu não sei. Machado nos contou com tanta minúcia, então a gente sempre naquela suspensão de acusação, que é realmente o ponto alto do drama de Bentinho. (p.4)
  • 7. Metáforas: 1ª - Durante o passeio, no percurso do portão central até o terraço, José Dias pela primeira e fatídica a vez qualifica os olhos de Capitu como “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” (ASSIS, 2008, p.39), frase que entrou para a história da Literatura Brasileira como sinônimo do seu caráter afeito à traição. 2ª - Bentinho ao ouvir ficou com o traço da dissimulação por saber o que significava e logo depois acrescentou outra característica particular sua a esta definição e deu aos olhos da amada os traços da ressaca do mar “olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova” (ASSIS, 2008, p.51). Os olhos de Capitu, confessa Bento, que “traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia nos dias de ressaca” (ASSIS, 2008,p.51). 3ª - É no velório de Escobar, seu amigo desde o seminário, e que morre em um dia no qual o mar está de ressaca, que Bento observa atentamente as movimentações e olhares de Capitu diante do defunto. Acaba interpretando os menores gestos como sinais de traição e percebe que “seus olhos fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mais grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar o nadador da manhã” (ASSIS, 2008, p.167). 4ª – “Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.” (ASSIS, 2008, p. 220) Após essa apresentação dos enunciados, incitar a discussão sob as seguintes questões: - O personagem que afirma os enunciados é homem ou mulher? Por que? - Sobre o que o sujeito presente no enunciado texto está falando? E como ele fala? Por que? - O que você acha sobre os valores presentes no texto? - O tema é algo cotidiano? Por que?  A apresentação das metáforas em sala de aula, vai relacionar a palavra em seu uso funcional,para debater como é colocado a visão da mulher nesse enunciado, a partir da visão de Bentinho, um homem.  Levando em conta o sócio-construtivisto de Vygotsky e as propriedades do campo, ditas por Bourdieu. Essa atividade permite discutir valores que pensam a caracterização desses sujeitos enquanto sujeitos sociais.  Pós a discussão das perguntas,o professor irá propor que tendo o foco em relacionar o enunciado da canção - texto. Nesse processo mostrará as nuances das diferentes Linguagens onde na canção temos a melodia em junção das palavras sonorizadas e no texto, a estrutura textual, por meio da metáfora,apresenta a capacidade da língua em articulação e como exprime na intenção de a mimesedo pensamento para a realidade, possível exprimir os valores discursivos presentes.
  • 8.  Ao fim da discussão apresentar o crítico literário Antônio Cândido, é interessante realização essa ação, uma vez que o mesmo, foi professor da FCL – ASSIS/UNESP, dando possibilidadese ser algo de proximidadea eles.Umavez que também é importante apresentar a teoria ao aluno, para ser possível dele alcançar o seu conhecimento crítico.  Depois de apresentar o crítico, trazer para as considerações umas das afirmações mais importantes dita pelo crítico, a de que “a literatura humaniza”, trazendo novamente os enunciados (canção/texto) para explicar como o trabalho da linguagem sobesses valores interferem na ação do homem se humanizar. Um pouco da história de Antônio Cândido. Um dos maiores intelectuais da história do Brasil, o crítico literário, sociólogo e professor da USP Antonio Candido (1918-2017),que morreu no dia 12 de maio,é uma das principais referências do País na área da cultura. Professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP por 50 anos – desde 1942 até 1992 -, Candido foi um dos principais pensadores ligados aos estudos sobre a formação do Brasil,inaugurados nos anos 30 e 40 por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Autor de obras fundamentais como Formação da Literatura Brasileira,de 1959,e Os Parceiros doRio Bonito – sua tese de doutorado em Ciências Sociais,defendida em 1954 -, ele inovou o pensamento sociológico e literário brasileiro. Nos textos, áudios e imagens a seguir,o Jornal da USP conta um pouco da trajetória de Antonio Candido. O professor deixou um livro de entrevistas inédito, resultado de encontros semanais que teve com o jornalista Marcello Rollemberg,do Jornal da USP, ao longo de mais de dois anos, no início dos anos 2000. “Em dado momento, o professor aceitou,sim,fazer o livro. Mas com uma condição: o trabalho só seria publicado quando ele morresse”,escreve Rollemberg no texto que abre este Especial. Nos áudios que o jornal publica,pode-se ouvir a voz do professor, em entrevista à Rádio USP, gravada em 1990, sobre a formação da USP e os professores franceses que formaram o primeiro corpo docente da Universidade. “Quem teve mesmo a ideia da Universidade foi Júlio de Mesquita Filho, associado ao Fernando de Azevedo”, disse Candido. Também está disponível a entrevista da professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, diretora da FFLCH, concedida à Rádio USP poucas horas depois do anúncio da morte do professor. Artigos de especialistas sobre a vida, a obra e o legado de Antonio Candido completam esta iniciativa do Jornal da USP em homenagem à memória de um dos maiores pensadores brasileiros e um dos mais ilustres professores da história da Universidade de São Paulo. (Fonte:“A vida, a obra e o legado de Antonio Candido”,por Jornal da Usp,dia:15 de maio de 2017, disponível em: http://jornal.usp.br/cultura/a- vida-a-obra-e-o-legado-de-antonio-candido/ .
  • 9. ATIVIDADE 3 O professor vai realizar uma proposta avaliativa, no formato de produção textual dissertativa. Mas antes de solicitar a avaliação, vai apresentar a seguinte objetivo: - Passada as discussões sobre a leitura sempre precisar algo que deve ser feito de forma crítica e atenta para a execução da linguagem. Onde a escolha das palavras e o uso, vão ser capazes de representar os seus posicionamentos diante o tema do texto. - Considerando todos os pontos levantados durante as discussões, os alunos deverão realizar um texto no formato dissertativo-argumentativo (como já trabalhado no vol. 1 do Livro “Português: Linguagens”, que tente traduzir por meio da articulação da linguagem os seus respectivos posicionamentos. ATIVIDADE 4 Por fim, o professor deve realizar uma aula de feedback aos alunos, que atue como uma devolutiva da avaliação aplicada. Nessa aula o professor vai levantar questões mediante as produções avaliadas. DURAÇÃO A sequencia didática terá duração de 10 horas aulas. Que será disposta da seguinte forma 2 horas aulas – Atividade 01 4 horas aulas – Atividade 02 2 horas aulas – Atividade 03 2 horas aulas – Atividade 04 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA, Amanda. CAPITU REVISITADA: A NARRATIVA MEMORIALISTA E SEUS ENREDOS DE PAPEL. Instituto de Letras Departamento de Teoria Literária, Literaturas e Licenciatura em Letras/Português. Monografia em Literatura, 2011. ASSIS, Machado. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. BOSI, Alfredo. Machado de Assis: O enigma do olhar. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.
  • 10. BOSI, Alfredo, GARBUGLIO, José Carlos, CURVELLO, Mário, FACIOLI, Valentim. Machado de Assis. São Paulo: Ática, 1982, (Coleção escritores brasileiros: Antologia e estudos). GUALDA, Linda. REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM DOM CASMURRO: O SILÊNCIO DE CAPITU. In: Dissertação “Representações do feminino em Dom Casmurro e The Turn of the Screw”. Unesp – Assis/ PUJOL, Alfredo. Machado de Assis. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1934. BOURDIEU, Pierre. Os três estados do capital cultural. In: Escritos de Educação. Maria Alice Nogueira e Alfranio Catani (org). 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2015. DIAS, C.; MONDIN, E.; MACÊDO, D. A PROFISSÃO DOCENTE EM DIFERENTES CONCEPÇÕES TEÓRICO-PEDAGÓGICAS: os enfoques tradicionalista, construtivista e socioconstrutivista. ANEXOS Nº 1 – Livro “Português: Linguagens” vol. 2
  • 11. Nº 2 – Sumário do Livro “Português: Linguagens” vol. 2
  • 12. Nº 3 - História Social do Realismo, do Naturalismo e do Parnasianismo, com foco no Capítulo 7 – O Realismo e o Naturalismo no Brasil.
  • 13. Nº 4 – Livro vol. 1 “Português: Linguagens”
  • 14. Nº 5– Definição sobre metáfora no Livro vol. 1 “Português: Linguagens”