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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA A FORMAÇÃO DO
BIBLIOTECÁRIO
Joice Dias Costa
Recife
2016
Joice Dias Costa
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA A FORMAÇÃO DO
BIBLIOTECÁRIO
Monografia apresentada ao
Departamento de Ciência da
Informação da Universidade Federal
de Pernambuco como requisito para
conclusão do Curso de Graduação em
Biblioteconomia.
Orientador: Prof. Dr. Hélio M. Pajeú.
Recife
2016
Dedico este trabalho, todo o esforço e percepção de vida que
obtive durante sua elaboração com o mais profundo e sincero
amor a minha família, que sempre buscou, a sua maneira, me
incentivar a buscar e persistir naquilo que almejo para minha
vida.
A minha mãe Juraci, que sempre me apoiou, me ajudou,
incentivou e motivou diante de cada dia, ao meu pai que mesmo
distante se fez presente em seus conselhos e palavras de
incentivo. Aos meus irmãos e irmãs, em especial, a Juciane e
Rafael que todos os dias me serviram como exemplo e
dedicação em permanecer até o fim da presente jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço tudo o que tenho que sinto que sou e que conquisto a DEUS, sem a
presença constante Dele em meus dias, nada que venho conquistando
pessoalmente e profissionalmente seria possível.
Agradeço aos meus sonhos, pois, se não acreditasse neles, talvez não
tivesse chegado aqui.
Aos colegas do meu primeiro trabalho, onde encontrei apoio em dar inicio a
esta etapa e não desanimar nunca.
Aos colegas de curso, e as amizades que pude construir nesta caminhada,
em especial aos amigos: Everton, Priscila, Rodrigo Deyvson (in memorian), Ana
Rosa, Marcos, Adriana e Suethene, que entre os maus e bons momentos fez
prevalecer o amor, carinho e respeito.
Aos profissionais que atuam na Biblioteca Celso Furtado/SUDENE onde
estagiei, em especial a bibliotecária Juçara Melo pelo incentivo e experiências
repassadas á mim.
Aos professores Lourival Pinto, Sônia Riascos, Ângela Moura e Erinaldo Dias
pela atenção e carinho e a todos os professores que oportunizaram a transferência
do saber.
Ao meu orientador Hélio Márcio Pajeú pelo exemplo de ser o que é, pelo
incentivo, atenção e motivação que sempre me demonstrou, durante todo o curso de
graduação. Deixo aqui minha admiração pelo exemplo de professor e profissional,
dedicado, inovador, motivador e atencioso que sempre é!
Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que eu
estivesse onde estou.
Muito obrigada, de coração.
“A língua de sinais é para os olhos o que as palavras são para os ouvidos”
Daniane Pereira
RESUMO
O presente trabalho traz como tema “A importância do ensino da LIBRAS para a
formação do Bibliotecário”, abordando um pouco da história da LIBRAS, sua
legalização como língua, bem como, a importância de seu ensino e conhecimento
por profissionais da informação, em especifico o Bibliotecário, onde aborda a
inserção e ensino desta linguagem dentre estudantes que estão se formando no
curso de Biblioteconomia, como incentivo a mediação da informação em seus vários
âmbitos. O objetivo deste estudo é apresentar a necessidade em se compreender
esta língua e utilizá-la no atendimento e trato com usuários surdos, utilizando-a
como ponte para a inclusão espontânea. Serão abordados também a formação do
bibliotecário, sua forma de atuação no espaço informacional e uso da comunicação
dentre boa parte de suas atividades, o que nos remete ao uso da mesma como
ponte entre Usuário X Bibliotecário e necessidade primordial para compreensão das
necessidades do usuário. Foi feito um levantamento bibliográfico sobre o assunto,
onde foi aplicado questionário com estudantes do curso de Biblioteconomia do
primeiro, terceiro e oitavo período pela UFPE, no intuito de saber a opinião dos
mesmos com relação a esta língua e seu ensino na formação do bibliotecário. Como
resultado, obtivemos um novo olhar de alunos ingressos e já presentes no curso que
confirmam a necessidade e reflexão a respeito da inserção e presença desta
disciplina para sua formação.
Palavras-chave: LIBRAS. Biblioteconomia. Formação. Comunicação. Inclusão.
ABSTRACT
This work brings the theme "The importance of teaching LBS for the formation of the
Librarian" by addressing some of the history of LBS, its legalization as a language, as
well as the importance of their education and knowledge by information professionals
in specific Librarian, which addresses the integration and teaching of this language
among students who are graduating in the course of librarianship as an incentive to
information mediation in their various fields. The aim of this study is to present the
necessity to understand this language and use it in service and dealing with deaf
users, using it as a bridge to the spontaneous inclusion. Also will address the
formation of the librarian, the way it operates in the informational space and use of
communication among a large part of its activities, which brings us to the use of it as
a bridge between User X Librarian and primal need for understanding of user needs.
It was done a literature on the subject, which was the questionnaire with students of
librarianship course of the first, third and eighth period UFPE, in order to know the
opinion of the same with respect to this language and its teaching in the education of
the librarian. As a result, we obtained a new look of students registered and already
in the course confirm the need and reflection about inclusion and presence of this
discipline to your training.
Keywords: LBS. Librarianship. Formation. Communication. Inclusion.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................9
2 A LÍNGUA DE SINAIS E A LIBRAS: diferença............................................16
3 A HISTÓRIA DA LIBRAS E SUA LEGALIZAÇÃO........................................18
4 A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO............................................................23
4.1 O Bibliotecário e a LIBRAS...........................................................................25
5 QUESTIONÁRIO: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA A
FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO: questionário aplicado e resultados.....28
6 CONCLUSÃO..................................................................................................35
REFERÊNCIAS...................................................................................................37
9
1 INTRODUÇÃO
Informação, ferramenta essencial para a formação e meio fundamental para a
atividade de comunicação dentre os indivíduos. Dentre as áreas que tratam desta
ferramenta e buscam por criar métodos e trazer formas de disseminar e facilitar o
acesso a ela está a Ciência da Informação.
A Ciência da Informação, também conhecida como Biblioteconomia, teve por
muito tempo o seu desenvolvimento baseado em conceitos ambíguos e como
referência; a produção, seleção, organização, interpretação, armazenamento,
recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, tornando-se,
portanto, “uma ciência social rigorosa que se apoia em uma tecnologia rigorosa” (LE
COADIC, 2004, p.25). Como toda ciência, ela possui suas propriedades peculiares,
no que diz respeito aos seus aspectos físico (que traz um modelo postulado na
teoria de que há algo, um objeto físico, transmitido pelo emissor a um receptor),
cognitivo (que busca colocar explícita a intenção em distinguir entre o conhecimento
e seu registro em documentos) e social (que coloca a informação, ou como algo
separado do usuário, ou de ver o usuário, se não exclusivamente como sujeito, em
primeiro lugar como tal, deixando de lado os condicionamentos).
Do desenvolvimento e produção científica, mais as tecnologias eletrônicas e
setores industriais da informação, que se tornaram depósitos de conhecimento sobre
assuntos rebuscados continuamente pelas pessoas, ocorreu uma crescente, que
resultou em mudanças categóricas no setor cultural, econômico e tecnológico (fator
epistemológico) convergindo assim como objeto de estudo não apenas as
bibliotecas e centros de documentação, mas, a informação em si.
Diante disto, a Ciência da informação passou a se configurar no campo das
ciências sociais, que está voltada também para o ser social, buscando suprir suas
necessidades informacionais no âmbito social e cultural. Na busca por resolver os
problemas que surgem relacionados a informação, a ciência da informação cruza os
limites das disciplinas tradicionais, levando recursos a várias áreas, o que atribui a
ela o perfil de uma ciência interdisciplinar também, resultando em uma troca mútua.
Trazendo então este lado interdisciplinar e partindo do paradigma social da
Ciência da informação, lembramos assim da necessidade em disponibilizar o acesso
10
à informação e disseminar a mesma para todo e qualquer individuo que a queira ou
precise utilizar ela. Recorrente a estas características, a nível social, ela precisa
estar acessível, o que valoriza o cunho liberal e humanista da profissão.
Para fazer jus àquilo que representa o profissional da informação muitas
vezes precisa estar preparado para as propostas, ideias e principalmente para aquilo
que intenciona ao longo de sua busca; disseminar de forma harmoniosa e sucinta a
informação e estar acessível a todo e qualquer usuário que necessite de sua ajuda.
É fato que na formação atual deste profissional, exige-se muita determinação
e atualização do mesmo, por se tratar daqueles que irão organizar e disponibilizar
conteúdos importantes à sociedade, sociedade esta que abrange vários perfis de
usuários (crianças, jovens, adultos, idosos, deficientes físico, pessoas especiais...)
que apresentam ideias, objetivos, necessidades e ambições de caráter ora
semelhantes, ora únicos e peculiares a si.
Tratar, organizar e propagar a informação é algo que requer flexibilidade e
conhecimento das necessidades de cada um que venha buscar por ela, pois, no
decorrer do percurso que se faz, no que diz respeito à aprimoração desta prática,
existe o que chamamos de inclusão social e acessibilidade, no intuito de integrar,
incluir e interagir com todo e qualquer individuo com o qual venhamos a nos deparar,
dando a eles abertura para se expressar e se colocar como usuário presente e parte
complementar social em espaços informacionais. As mudanças no âmbito físico e
disponibilidade de ferramentas que auxiliem usuários é algo já apresentado nestes
espaços, como: cadeiras, estantes, espaço, materiais específicos, como livros em
Braille, dentre outros suportes importantes. Mas, o que dizer do âmbito social
perfilado ao bibliotecário.
O acesso e disponibilidade da informação não devem ser pensados apenas
no âmbito físico do espaço e imposição desta concepção durante todo o trajeto de
formação do bibliotecário, pois, a ciência da informação faz parte de uma rede de
organização formal e informal que desempenha várias funções, o que atribui ao
bibliotecário uma cognição que busca sempre se amplificar e construir meios que
interajam com a deficiência informacional de cada um. Como ponto marcante desta
inclusão, salientamos aqui a acessibilidade, que nada mais é que a possibilidade de
estabelecer contato, de estar acessível e permissível, no que diz respeito à
11
qualidade de vida de todas as pessoas, delineando assim, uma sociedade mais
inclusiva. Deste conceito, partimos especificamente para a questão da
acessibilidade comunicacional, que reflete sobre a necessidade de inexistir barreiras
na comunicação, seja ela interpessoal, escrita ou virtual.
A comunicação é uma das ferramentas primordiais para interpretação e
entendimento das dúvidas expressas. Ela é a ponte que liga a dúvida a resposta, o
meio que produz a relação necessária para obtenção de resultados condizentes com
aquilo que é buscado pelo usuário. Existem diversos tipos de comunicação e toda
comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, uma ideia, um
contexto, uma necessidade, uma informação. Ela é uma característica intrínseca a
todos os seres, onde seu uso permite o convívio social, através do compartilhamento
de experiências, culturas e sentimentos diversos.
Junto a comunicação, esta a linguagem que pode apresentar mais de um
sentido, onde quando nos referimos a esses sentidos, podemos atribuir que,
primeiramente:
Ele é mais comumente empregado para referir-se a qualquer processo de
comunicação, como a linguagem dos animais, a linguagem corporal, a
linguagem das artes, a linguagem da sinalização, a linguagem escrita, entre
outras. Nessa acepção, as línguas naturais, como o português ou o italiano,
por exemplo, são formas de linguagem, já que constituem instrumentos que
possibilitam o processo de comunicação entre os membros de uma
comunidade. (MARTELOTTA, 2008, p.15).
A linguagem como habilidade, de acordo com Martelotta (2008, p.15) “é a
capacidade que apenas os seres humanos possuem de se comunicar por meio de
línguas”, sendo a língua definida como um sistema de signos vocais que venha a ser
utilizados como meio de comunicação dentre membros de um grupo social ou de
uma comunidade. Estes três conceitos; comunicação, linguagem e língua, estão
estritamente interligados e diretamente ligados à natureza humana, no caso, a
capacidade humana formada por estas combinações, o que resulta no
desenvolvimento do pensamento, construindo conhecimento e constituindo o próprio
sujeito por estar presente nele, sendo assim indispensável seu papel nos processos
mentais, assim como nos sociais, “a linguagem e a língua não podem ser pensadas
separadamente, pois estão indissoluvelmente ligadas” (In: GOLDFELD, 2002). A
manifestação linguística, que trata da expressão do pensamento se apresenta sob
12
diversas formas, atribuídas a gestos, olhares, danças e músicas, esculturas, culturas
e símbolos.
Quando falamos de linguagem, a busca pela compreensão da mesma nos
remete a dois grandes representantes no estudo da mesma e suas compreensões
sobre a língua; Ferdinand Saussure e Mikhail Bakthin, onde o primeiro traz a
questão da língua como um sistema de regras e o segundo contrapõem-se a está
concepção. Bakthin acredita que todas as esferas inclusas na rotina humana e suas
atividades, em suas variedades, se relacionam com a língua.
De acordo com Bakthin (1997b, p.124), a língua vive e evolui historicamente
na comunicação verbal concreta, não no sistema linguístico abstrato das formas da
língua, tampouco no psiquismo individual dos falantes. Sendo assim, para ele, a
substância da língua está constituída na interação verbal realizada socialmente.
Perini (2010, p.2) salienta que “a língua falada por um povo é parte da imagem que
esse povo tem de si mesmo, em certos casos ainda mais significativos do que as
unidades políticas em que o povo se organiza”. A fala que pode ser definida como a
utilização oral da língua pelo indivíduo, porém, torna-se individual, pois, cada um
escolhe o que lhe convém conforme seu gosto ou necessidade, situação,
personalidade ou até mesmo o ambiente sociocultural no qual vive, resultando assim
em sua maior parte de comunicação, a posição do indivíduo, com relação aos meios
que utiliza.
A língua utilizada nela vem a ser o sistema de signos socializado no todo ou
por uma comunidade específica, sendo determinado por suas inter-relações, e estas
inter-relações um conjunto onde nada significa por si só, mas, em função dos outros
elementos.
Olhando então a linguagem como habilidade, podemos compreendê-la,
representa-la e significá-la a partir da expressão corporal em conjunto com as
palavras, de forma expressiva e participativa. Expressar-se equivale a agir
criativamente, é fazer-se fazendo, é movimento, processo de onde emergem,
simultaneamente, o conhecimento de si e do mundo, resultando assim, na interação
com o outro, de forma a incluí-lo, independente de seus meios ou atributos, porém,
de acordo com os veículos utilizados e apresentados por ele.
13
Com base neste fato, podemos compreender que não se pode buscar ou
realizar uma inclusão, sem que se saliente e leve em consideração as necessidades
específicas sociais de cada um, em especial, daqueles que possuem deficiência e
dificuldades voltadas para o desenvolvimento linguístico, ou que impliquem neste
processo.
Sendo assim, trazemos como destaque neste trabalho a realidade dos
usuários com limitações auditivas que nos revelam estas especificidades linguísticas
ainda ignoradas pela sociedade, no âmbito da acessibilidade comunicacional,
prevendo através disto a quebra de barreiras nas relações interpessoais no âmbito
informacional.
A LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais é a linguagem utilizada pelos Surdos
e atualmente foi legalizada como língua oficial primeiramente sob a lei de número
10.436 de 24 de abril de 2002, sendo esta regulamentada e oficialmente imputada
sua inclusão como disciplina curricular obrigatória e eletiva, no decreto de número
5.626 de 22 de dezembro de 2005, o que nos torna cientes de que a LIBRAS é uma
língua, assim como qualquer outra. Tornar ela uma aptidão comum e necessária
para orientação, formação e comunicação entre os indivíduos é fator importante e
saliente que precisa ser incluído já na formação de profissionais que irão lidar com a
informação para com todo e qualquer tipo de usuário e onde estes, no caso o Surdo,
fazem parte.
O reconhecimento da LIBRAS como língua oficial vem estimulando os Surdos
a estudarem e ingressarem em cursos técnicos e universitários, diante disto, a
presença de um interprete ou profissional que saiba comunicar-se ou compreender a
necessidade deste usuário, descrito no capitulo III do mesmo decreto citado aqui, é
ponto importante a ser analisado. “Ora, a diversidade humana deve ser contemplada
no mundo globalizado, que pressupõe a inclusão de todos.” (PUPO, 2008, p.19).
Sendo assim, trazer um pouco a atenção dos atuais formandos na área da
informação, em específico os estudantes de biblioteconomia, assim como de
profissionais que já atuam na mesma área para este assunto é algo que precisa ser
estimulado e incentivado, pois, sendo então o bibliotecário, agente disseminador de
informação e se deparando com usuários de perfis variados, como podemos
enxergar o tratamento e adequação do mesmo às necessidades especiais de
14
determinados clientes, em específico o surdo? Qual a importância do ensino da
LIBRAS para a formação do bibliotecário diante das atividades exercidas pelo
mesmo dentro de uma unidade informacional ou qualquer outro espaço, vindo ele a
se deparar com usuários que apresentem estas necessidades? Se adequar a estas
questões, colocar mais em prática o paradigma social da área e conhecer a
importância da presença destes meios de comunicação, no caso a LIBRAS, deve
ser um dos pontos primordiais para coletivizar os meios abarcados pelo
conhecimento.
Compreender, tornar participativo e estar a par das necessidades do usuário
requer uma inserção no mundo deles e percepção daquilo que mais se aproxima
positivamente do que ele realmente precisa. A inclusão social nos direciona a moldar
nossos ambientes e profissionais de modo quê ao menos atinjamos uma condição
que o faça competente para entender e responder aquilo que é buscado.
De acordo com Freire (2001, p.2); “o papel do profissional da Ciência da
Informação, perante comunidades que experimentam diversas formas de exclusão,
é disseminar a informação ao delinear um caminho para a inclusão social". A
evolução da informação, no que concerne a sua variedade de meios acessíveis que
expõe ou conectam os seres, exige também novos modelos e posição no espaço
organizacional, institucional e individual e a responsabilidade social do profissional,
precisa adaptar-se a estas necessidades.
Pessoas com deficiência não podem nem devem ser excluídas desse
processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações
proporcionadas pelos meios de comunicação, e não nos compete, nem é
lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em
nosso ambiente de trabalho. (PUPO, 2008, p.18).
Por que não nos adaptamos aos métodos utilizados para comunicação por
outras comunidades, se as mesmas, em especial o Surdo, desde o nascer lutam
para adaptar-se ao nosso? Segundo Almeida Junior (2009) com a constatação da
ideia de ponte: a mediação, segundo o senso comum dos profissionais da área,
permite, assim como a ponte, a relação entre dois pontos que, de certa forma,
podem/estão impedidos de interagir por algum obstáculo ou empecilho.
O presente trabalho busca trazer um estudo e reflexão, assim como, salientar
o que é a LIBRAS e sua importância para o papel do bibliotecário, no que diz
15
respeito à comunicação e trato com o usuário que apresente esta deficiência, na
busca em disseminar a informação em seu âmbito coletivo e social com o objetivo
de despertar a necessidade do ensino e prática de uso desta ferramenta de
comunicação. Como uma língua oficializada e parte essencial de uma comunidade
de pessoas que circulam por nossa sociedade, ela torna-se ponte para que haja
uma relação e compreensão maior daquilo que o outro precisa. Não só para a
comunicação social, mas, sanamento de dúvidas e suporte informacional, que é
onde entra o papel do bibliotecário.
A pesquisa também traz um pouco sobre a formação, perfil e competências
profissionais do bibliotecário, sua relação com a Língua de sinais e o resultado de
um questionário aplicado em três turmas do curso de Biblioteconomia pela UFPE (1º
período, 3º período e 8º período). O questionário aplicado buscou extrair a opinião
de alunos ingressantes e daqueles que já estão por se formar sobre a importância
da inserção e ensino da LIBRAS como disciplina no curso de biblioteconomia. O
estudo é de caráter bibliográfico e exploratório onde o levantamento foi realizado em
bases de dados da área de biblioteconomia e de outras também.
16
2 A LÍNGUA DE SINAIS E A LIBRAS: diferença
A língua de sinais é uma língua social, também conhecida como natural, pelo
fato de surgir espontaneamente da interação entre pessoas, “devido a sua estrutura,
permite a expressão de qualquer conceito e de qualquer significado decorrente da
necessidade comunicativa e expressiva do ser humano” (BRITO et al., 1998)
podendo ser comparada a expressividade e complexidade da língua oral por
passarem conceitos, concreto ou abstrato, complexo ou simples. É uma língua
organizada e não uma simples junção de gestos, sendo por este motivo chamada de
língua.
Apresenta modalidade espaço-visual por não se realizar pelo canal oral-
auditivo, mas, pelo visual e utilização do espaço, expressões faciais e movimentos
gestuais perceptíveis pela visão. No caso, é necessário um contato visual direto com
os movimentos do emissor. A língua de sinais não é universal, pois, cada região
possui sua própria estrutura gramatical e assim como a oral, ela representa a cultura
de um povo, sendo assim, da mesma forma que ouvintes e suas diferentes línguas
(inglês, francês, alemão...), indivíduos em comunidades surdas apresentam suas
próprias línguas, com características e estruturas familiares.
A LIBRAS ou Língua Brasileira de Sinais é a língua utilizada pelos Surdos no
BRASIL de modalidade gestual-visual. È chamada de sinal das línguas de sinais,
não podendo ser comparada ou chamada de mimica ou gestos e possui cinco
parâmetros para a confecção de seus sinais: a Configuração de Mão (CM), Ponto de
articulação (PA), Movimento (M), Orientação ou Direcionalidade (O/D) e Expressão
Facial e/ou Corporal (EF/C).
A LIBRAS também apresenta mecanismos morfológicos, sintáticos e
semânticos e o canal utilizado por ela, contribui para sua realização e elaboração de
sinais que estejam mais em comum com nossa realidade do que com as palavras
em si, o que não significa que seus gestos sejam vetados a mudanças, pois, assim
como qualquer outra língua, a língua de sinais esta em constante mudança, com
novos sinais introduzidos de acordo com a necessidade do individuo surdo.
17
Tratando-se de uma língua oficial, os indivíduos que fala português e LIBRAS
são considerados bilíngues, pelo fato da mesma ser uma língua materna, voltada
para o público a que se referem, no caso, os surdos.
Para Moura, Lodi e Harrison (2005); o fundamento do bilinguismo é oferecer a
criança surda um ambiente linguístico em que à comunicação acontece de forma
natural, da mesma forma que acontece com a criança ouvinte por meio da língua
oral.
A LIBRAS, assim como as outras línguas, também apresenta características
intrínsecas a si e o fato de se atribuir muitas vezes o termo surdo-mudo, torna-se
antiético, pois, o surdo não é analfabeto, mas, alfabetizado em LIBRAS e português.
Sacks diz que (2010, p.105), a língua de sinais é para os surdos uma
adaptação única a outro modo sensorial; mas é também uma corporificação da
identidade pessoal e cultural dessas pessoas. Ou seja, o fato de incorporar esta
língua nos diversos âmbitos sociais informacionais, é uma forma de inclusão natural
e coerente com a prática da mediação coletiva e cultural de cada ser.
Com base em dados fornecidos pelo IBGE (2000) 24,5 milhões de brasileiros
apresentam algum tipo de deficiência, sendo 14,5% da população total. Dentre eles,
4,6 milhões possuem deficiência auditiva e 1,1 milhão são surdas, totalizando
aproximadamente 5,7 milhões de pessoas, destes, 30% não compreendem o
português e os 70% restantes sabe, mas não possuem um entendimento claro.
18
3 A HISTÓRIA DA LIBRAS E SUA LEGALIZAÇÃO
A Língua Brasileira de Sinais é uma língua de sinais social e natural, que
surgiu do convívio entre pessoas, voltada para o público Surdo. Apresenta a mesma
complexidade e expressão gramatical, não sendo apenas uma junção de gestos. Foi
idealizada por homens que propiciaram o resgate de um sistema de comunicação,
através do meio gesto/visão.
No caso da língua brasileira de sinais, em que o canal percentual é
diferente, por ser uma língua de modalidade gestual visual, a mesma não
teve sua origem da língua portuguesa; que é constituída pela oralidade,
portanto é considerada oral-auditiva; mas, em outra língua de modalidade
gestual visual, a Língua de Sinais Francesa, apesar de a língua portuguesa
ter influenciado diretamente a construção lexical da língua brasileira de
sinais, mas apenas por meio de adaptações por serem línguas em contato.
(ALBRES, 2005, p. 1).
A utilização deste meio de comunicação era algo proibido no século XV, no
qual o aluno que fosse pego praticando-a era punido, pois, a igreja condenava o
Surdo, fornecendo a ideia de atribuir a causas sobrenaturais, as “anormalidades”
que eles apresentavam. Os Surdos não eram considerados humanos porque, de
acordo com gregos e romanos, a fala era resultado do pensamento, logo aquele que
não pensava não era humano, não tinham direito a testamentos, a escolarização e
não podiam frequentar os mesmos lugares que pessoas ouvintes. Os Surdos
também foram alvos da medicina e da religião católica que estavam mais
interessados em pesquisas próprias ou em promover a caridade com pessoas
desafortunadas, pois para elas a surdez era uma doença que merecia punição.
No que diz respeito à educação, apesar dos atritos e dificuldades iniciais, a
mesma iniciou-se com Pedro Ponce de Leon (1510-1584) na Europa-Espanha. Ele
foi um monge beneditino e grande educador filantrópico, determinando o ensino
(escola) para surdos filhos de nobres, aplicados em um monastério. Ele utilizou
sinais rudimentares para se comunicar e tornou-se um marco importante na história
da educação surda, por defender que a língua era algo natural e própria do surdo,
desenvolvendo sua comunicação e cognição no âmbito social.
O primeiro alfabeto manual foi idealizado e desenhado pelo padre espanhol
Juan Pablo Bonet (1579-1633), que era filólogo e soldado a serviço secreto do rei e
foi o primeiro a destacar como ideia principal a facilidade de aprendizado, por parte
do Surdo, se cada som da fala fosse substituído por gestos visuais.
19
Logo após vieram o holandês Van Helmont (1614-1699) que foi o primeiro a
descrever a leitura labial e uso do espelho, método aperfeiçoado mais tarde, por
Johann Conrad Amman (1669-1724) um médico e educador suíço que era a favor
do oralismo e contra a língua de sinais, por pensar que esta atrofiaria a mente do
Surdo. Tivemos também o Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780) que foi um
educador português e que defendia a oralização, utilizando a desmutização por meio
da visão usando um alfabeto digital especial que manipulava os órgãos da fala.
A primeira escola para surdos foi fundada em Edimburgo na Grã-Bretanha por
Thomas Braidwood (1715-1806) como uma academia privada, onde ele
recomendava o uso de um alfabeto que utilizasse das duas mãos, ainda em uso
hoje pela Inglaterra. Mas, foi o abade Charles-Michel de L’Epée (1712-1789) um
educador filantrópico da França que ficou conhecido como o “Pai dos Surdos” e um
dos primeiros que defendeu o uso da língua de sinais, reconhecendo ele que a
língua existia, desenvolvia-se e servia de base comunicativa e essencial entre os
Surdos. Ele aprendeu a língua e criou a primeira escola no mundo para Surdos em
Paris, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos, em 1760.
Mesmo após tudo isso, houve uma oscilação de métodos onde surgiam
sempre médicos e psiquiatras que resgatavam a discriminação pelo ensino da língua
de sinais e defendia a oralização á força do Surdo, alegando que a língua de sinais
era pobre e deveria ser banida da educação. Os precursores da língua de sinais nos
Estados Unidos foram Thomas Gallaudet, estagiário do Instituto Nacional de Surdos-
mudos e Laurent Clerc (1785-1869) professor Surdo da escola. Ambos abriram uma
escola com doações que receberam (isso com um diferencial de mais de 50 anos
desde a iniciativa na Europa) e a primeira faculdade para Surdos foi aberta pelo filho
de Thomas, Edward Gallaudet em 1864.
A Universidade Gallaudet é a única escola superior de artes liberais onde a
primeira língua utilizada nas aulas foi a língua de sinais. Ainda assim, os problemas
sobre o ensino e propagação da língua tiveram seus altos e baixos, e o seu uso só
voltou a ser aceito a partir de 1970.
No Brasil, a educação para surdos teve inicio através da chegada de um
educador surdo francês e ex-aluno do Instituto, chamado Hernest Huet (1822-1886)
com mestrado em Paris que trouxe o alfabeto manual francês e a língua francesa de
20
sinais dando origem a Língua Brasileira de Sinais. Os surdos, até o final do século
XV eram considerados incapazes de serem educados, porém, mesmo diante disto,
havia a intenção por parte do Imperador D.Pedro II em inaugurar uma escola voltada
para eles, atrelada aos padrões europeus.
No Brasil, a primeira escola foi fundada em 26 de setembro de 1857, no Rio
de Janeiro com o nome de Instituto dos Surdos-mudos no Rio de Janeiro,
atualmente intitulada de Instituto de Educação dos Surdos (INES). A princípio o
instituto utilizava da língua de sinais, porém em 1911 passou a usar o oralismo puro,
de acordo com o Congresso de Surdos-Mudos de Milão (1880), que considerava a
língua de sinais um método secundário e pensava ser um desperdício alfabetizar
Surdos em um país de analfabetos.
A escola disponibilizava de 100 vagas, sendo que destas, 30 estavam
destinadas a educação gratuita, e os alunos que a frequentavam tinha dentre 9 e 14
anos e aprendiam sobre pautação, encadernação e sapataria, profissões que na
época acreditavam ser mais adequadas ao Surdo. Ainda aqui no Brasil, ocorreram
entraves entre a forma aplicada para comunicação do surdo; se o uso da oralização
ou da língua de sinais. Apenas em 1970, Ivete Vasconcelos, docente da
Universidade Gallaudet, ao visitar o Brasil, introduziu a filosofia da Comunicação
Total. Partindo das pesquisas da professora de linguística Lucinda Ferreira Brito e
da professora Eulália Fernandes, sobre a língua de sinais e educação de surdos, o
bilinguismo foi difundido e persiste no Brasil até os dias atuais.
Em conjunto com o INES, houve outras instituições que fizeram parte da
história da educação de surdos no Brasil, dentre elas o Instituto Santa Terezinha,
fundado em 1929 em Campinas-SP e voltado à educação de meninas Surdas,
aceitando logo após 1970 a matrícula de meninos Surdos também; a Escola
Municipal de Educação Especial Helen Keller, fundada em 1951 em São Paulo e o
Instituto Nacional de São Paulo – IESP fundado em 1954, atualmente referência
para pesquisas e estudos na área de deficiência auditiva. Foi doado a PUC/SP em
1969. Além destes, temos também o FENEIS (Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos) outro espaço conquistado pelos Surdos onde eles podem
compartilhar ideias, sentimentos, concepções e valores.
21
A conquista e obtenção do direito á educação trazem impactos significativos
na vida social e política de um local, como condições básicas e fundamentais de
acessibilidade à LIBRAS. Isso requisita o seu ensino, a formação de profissionais, a
presença de interpretes em locais públicos e inserção nas políticas de saúde
também, na educação e uso da língua pelos meios de comunicação e nas relações
cotidianas entre pessoas surdas e não surdas.
No que diz respeito à legalização da língua, com o decreto de nº 5.626 de 22
de dezembro de 2005, foi regulamentada e legalizada a lei de nº 10.436 expressa
em 24 de abril de 2002, que reconhece oficialmente a Língua Brasileira de Sinais, o
que garantiu formas institucionais de apoio ao uso e difusão da LIBRAS como meio
de comunicação pelas comunidades surdas de forma objetiva e de uso corrente,
estipulando através disto que instituições e unidades de serviços públicos de
assistência a saúde, forneçam atendimento e tratamento adequado aos deficientes
auditivos e determinou sua inserção como disciplina curricular obrigatória nos cursos
de Educação Especial, Fonoaudiologia e Magistério, nos níveis médio e superior e
de forma eletiva em outros cursos.
Deste decreto, surgiu um cronograma que determinava que instituições de
ensino médio e superior incluíssem a disciplina de LIBRAS em seu currículo.
Em até três anos, 20% dos cursos deverão oferecer a disciplina; em até
cinco anos, 60%; em até sete anos, 80%; e em dez anos, 100% dos cursos
de cada instituição deverão ter a disciplina no currículo. O processo de
inclusão da LIBRAS como disciplina curricular deve começar nos cursos de
Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se
progressivamente para as demais licenciaturas.( QUEIROZ E RÚBIO, p. 5,
2014).
A aplicação da LIBRAS e seu uso é um ponto a salientar dentre unidades que
possuem a função de repassar e disponibilizar a informação, dando acesso total á
elas, nesse caso, esses ambientes precisam estar atentos a qualquer necessidade,
voltando seu olhar não só aos sem deficiência como também, aos que a possuem,
sejam elas físicas, visuais ou auditivas. A definição desta lei e oficialização da
mesma leva-nos a analisar melhor e reconhecer que a LIBRAS e os representantes
da mesma, no caso, o Surdo, precisam de adequação destes meios a eles.
No artigo 3º, § 2 do decreto de número 5.626 que expressa uma atualização
da lei de nº 10.436 e do artigo 18 da lei de nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000,
22
nos diz que, "a libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais
cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da
publicação deste decreto", sendo assim, todos os segmentos sociais devem estar
atentos á esta necessidade, sobretudo a ciência da informação por ser um curso que
se mostra interdisciplinar e arquiteto da mediação da informação e conhecimento.
Diante disto entra o papel da mediação da informação e do bibliotecário, no
qual acreditamos que ambos poderão exercer sua responsabilidade social,
promovendo e incorporando aos seus afazeres a acessibilidade e a inclusão de
pessoas com deficiência (salientando aqui, o Surdo) nas suas áreas de atuação,
buscando assim realizar um contato maior com usuários nestas condições através
dos meios de comunicação que eles utilizam também.
A apropriação da informação (disponibilização de interpretes nas unidades
informacionais) independe da forma como esta será veiculada, mas, o bibliotecário
não deve apoiar-se em substituições, no caso o interprete, cabe á ele também, estar
flexível e acessível quando for buscado.
A informação concorre, assim, para o exercício da cidadania, à medida que
possibilita ao indivíduo compreender a dimensão desta mudança e oferece
os meios de ação individual e coletiva de auto ajustamento. Para isso, no
entanto, é necessário garantir ao indivíduo o acesso à educação e à
informação. (ROCHA, 200, p.40).
Com estas grandes mudanças que vem ocorrendo na sociedade e dada à
importância da informação na formação do cidadão como um todo, o bibliotecário
apto a lidar com métodos diferentes no trato e repasse da informação torna-se
fundamental. Sendo assim ele precisa estar aberto ao diálogo com sua realidade,
consciente de seu importante papel a fim de desempenhá-lo de forma libertadora, e
garantindo desta forma uma troca de competência para engrandecimento coletivo.
23
4 A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO
A profissão do bibliotecário, com relação a sua atuação, sempre teve como
característica principal a biblioteca – onde havia mais interesse no armazenamento,
organização, catalogação, indexação, recuperação da informação - porém, com o
decorrer do tempo, as competências relacionadas ao bibliotecário teve expansão, o
que buscou por formar profissionais que pudessem lidar não só com as questões de
tratamento, mas, a disseminação e acesso a informação.
De acordo com o PPC do curso de Biblioteconomia pela UFPE;
O principal objetivo é formar profissionais com competências e habilidades
para solucionar questões relacionadas à seleção, à coleta, à organização,
ao tratamento, à disseminação e ao acesso da informação e do
conhecimento produzido, em diferentes meios e suportes. (2011, p.14).
Salientamos, dentre esta definição, duas práticas importantes e que pouco é
colocado em prática pelo bibliotecário: a disseminação e acesso a informação,
sendo que em seu âmbito social. O bibliotecário não deve apenas se limitar a esta
disseminação dentre o meio científico, mas, colocar também a flexibilidade do
profissional, com relação às transformações sociais, tecnológicas e no mundo do
trabalho, onde, percebemos que a quantidade de pessoas que buscam se informar
cresce e varia em seu teor, com isto, a partir do momento em que é colocado dentre
os objetivos gerais e específicos que o bibliotecário é formado para diagnosticar as
necessidades informacionais do público em geral e realizar atividades que
democratizem a informação, não podemos pensar no profissional limitado em
aptidões e iniciativas tecnicistas.
A relação ensino-aprendizagem não deve se limitar à aquisição de
conhecimentos, mas também à formação de pessoas integradas
socialmente com seu meio e com o mundo, capazes de responder às
necessidades dos outros, aptas a perceber e se adaptar às mudanças e que
sejam, sobretudo, éticas. (MORIN, 2003).
Existem atividades presentes na formação do Bibliotecário que remetem a
estas abordagens, mas, os currículos quando estudados para serem aplicados para
tal, levam em consideração tais questões e seu papel?
Presenciando todo o ensino que atualmente é abordado em sala, pouco se
trata ou se aborda o lado social do bibliotecário, a fim de desenvolver seu lado
24
humano, que necessita ser explorado e externado por ele, para que haja necessária
interação com os meios a quê realmente se dirige.
Devemos englobar questionamentos com relação aos contextos ministrados
para bibliotecários durante sua formação, de forma que se mostre um profissional
atuante, de reconhecimento social, importante para a sociedade e capaz de se
moldar ao que reflete a profissão, disponível á todos, pois assim se evidência a
competência informacional que ele possui; “cursos de graduação devem prepara
bibliotecários” (PIMENTEL, 1985, p.1).
Atualmente, podemos perceber uma dissociação da realidade, por parte de
alguns bibliotecários, em que há um foco maior com as atividades técnicas do que
profissão.
A principal meta de todo o sistema de educação é fazer com que o
educando adquira o conhecimento que ele possa aplicar em diversas
situações de sua vida pessoal e profissional. Para isso, a instituição de
ensino deve ter a preocupação com a formação do pensamento crítico de
seus educandos, preparando-os para a autonomia e comprometimento
social. (VALENTIM, 2010, p.4).
Em seu perfil, está inclusa a ação social, representando sua atuação como
cidadão e elemento contribuinte para a formação da cidadania, sendo assim, ele
precisa estar “qualificado para interagir, criticamente, com o processo de
transferência da informação, da geração ao uso, participando de seu contexto social”
(PPC de Biblioteconomia UFPE, 2011, p.16).
De acordo com o PPC de Biblioteconomia UFscar (2004, p.21):
A educação na sociedade da informação e do conhecimento está fundada
em quatro pilares, que constituem ao mesmo tempo em pilares do
conhecimento e da formação continuada, ou seja, de aprendizagem ao
longo da vida: a) aprender a aprender; b) aprender a fazer; c) aprender a
viver juntos; d) aprender a ser. A estes pilares juntam-se as setes
competências e saberes necessários para a educação: as cegueiras do
conhecimento: o erro e a ilusão; os princípios do conhecimento pertinente;
ensinar a condição humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as
incertezas; ensinar a compreensão; a ética do gênero humano. Mais do que
meramente "educar" como sinônimo de treinamento, devemos educar no
sentido de criar e despertar competências necessárias para atuar na
sociedade e na tomada de decisões fundamentadas no conhecimento.
Destes quatro pilares, o terceiro que diz “aprender a viver juntos” é um dos
pontos iniciais de partida para que compreendamos a necessidade em se colocar
mais humanamente e socialmente para com os outros, de forma que eles
compreendam que nossa atuação está além de práticas técnicas e metodológicas. O
25
fato de despertar competências necessárias começa, a partir do momento em que
eu, como bibliotecária e agente da informação, de forma ética e prestativa, me
coloco a disposição do todo, com aptidões que me envolvam ao todo, que respeite
as condições e, principalmente, a necessidade do todo e suas peculiaridades.
4.1 O Bibliotecário e a LIBRAS
Assim como tantas outras aptidões requeridas ao profissional da informação,
dentre elas; competência informacional, compreensão das necessidades,
capacidade em línguas, porque não haver uma politica que disponha o estudo da
LIBRAS para estar adequado ao usuário especial que se direcionar a unidade na
qual atua?
O perfil atual requer esta flexibilidade, de forma que não nos limitemos a
técnicas e tratos no âmbito físico, pois, ser bibliotecário está além de técnicas
informacionais, mas, em se colocar no lugar do outro, a fim de se estar apto e aberto
as mudanças que exigem determinadas necessidades.
Pensando assim, lembramo-nos da necessidade da inclusão e interpretamos
esta necessidade como a relação do sujeito com o grupo em conjunto com o
profissional responsável por mediar à informação, tornando este ponto de vista uma
extensão informacional que inclua sujeitos de todos os tipos de deficiência, no caso
usuários especiais.
O conceito de inclusão inverte a lógica da integração e prevê que os
currículos se adaptem para atender os deficientes, assim como também os
espaços sociais devem facilitar o acesso e eliminar barreiras para o trânsito
e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência.(BATTISTI, 2010,
p.42).
A atuação do profissional da informação, no caso, do bibliotecário, está
relacionada, em sua maioria, com habilidades e competências adquiridas no
decorrer de sua formação. Cabe a ele buscar continuamente a atualização e o
aperfeiçoamento, desenvolver as competências necessárias que o mercado e a
sociedade exigem e ter consciência do seu papel como profissional e como cidadão,
visando uma maior participação na denominada sociedade da informação, não
apenas em seu formato interno, mas, para o externo.
26
De acordo com Cunha (2003, p.2) isto significa entender os novos papéis que
surgem, as novas necessidades informacionais e as novas formas de responder a
estas necessidades criando novos métodos e formas de trabalho.
A busca deste profissional pelo conhecimento e estudo da LIBRAS, seria uma
forma de agregar não só importância por um grupo que busca estar em equilíbrio
com o mundo, voltando esta afirmação para a adequação que eles procuram
agregar relacionada a nossa rotina, como também, uma forma de tornar comum o
uso deste meio de comunicação, que nada mais é que, mais uma língua importante
e de suma precisão para compreensão deste usuário.
Dito isso, queremos ressaltar que não basta simplesmente tornar os
ambientes acessíveis (espaços físicos, disponibilizar conhecimento, etc.).
As barreiras mais difíceis de serem contornadas são as "barreiras de
atitude". É preciso que nos tornemos pessoas acessíveis e inclusivas, ou
seja, fazer uma revisão de nossas atitudes e mudá-las, tendo como foco
principal a ideia de que todas as pessoas têm direitos e deveres em uma
sociedade democrática e que ninguém deve ser excluído por qualquer razão
que seja. (BAPTISTA , 2008, p.24).
Para uma aptidão interior e exterior é de suma condição comunicarmo-nos
com os usuários que frequentam nossos ambientes de trabalho:
Nas unidades de informação, essas transformações têm causado um
grande impacto, exigindo mudanças de paradigmas em relação aos
modelos de gestão, tratamento e disseminação da informação. Produtos e
serviços precisam ser repensados e reestruturados, bem como novas
formas de mediação da informação necessitam ser estudadas e
implementadas, visando atingir o objetivo final que é a disseminação da
informação. (RUBI, EUCLIDES e SANTOS, 2006, p.82).
A questão de aptidão entra aqui, no contexto de adequação social, respeito e
aprimoramento profissional, sendo assim necessário não só implicar o ensino da
LIBRAS especificamente a áreas de ensino, como também em áreas de tratamento
informacional.
Por não terem pessoas proficientes com quem se comunicar, os surdos
deixam de vivenciar todos os usos efetivos da linguagem. Muitos pais
acabam por utilizar sinais para informar, e não para comentar, explicar,
contar histórias, contar piadas. Isso pode ter implicações significativas,
como atraso na aquisição da língua de sinais e, consequentemente, atraso
cognitivo (considerando-se a inter-relação entre linguagem e cognição),
impossibilitando de se constituir-se um sujeito falante e exclusão social do
surdo.(SANTANA, 2002, p.117).
27
O resultado de forma positiva, com relação à busca pela inclusão depende da
intenção, vontade, capacidade e interesse das pessoas com e sem deficiência, de
mudanças e ações que demonstrem atitudes que busquem esta aprimoração, além
de todo um contexto físico e social composto de recursos que contribuam para a
independência da pessoa com deficiência.
A aplicação de meios acessíveis, garante ao usuário uma condição e
possibilidade de alcance, de forma segura e autônoma dos lugares (espaços)
informacionais, assim como outros e garante a precisão disto. Abarcar a real
intensão da inclusão que se busca, nos refere também a utilização da LIBRAS em
ambientes de informação, o que consiste não só na presença de uma interprete,
mas, mas de um profissional que conheça o espaço e tenha uma percepção precisa
desta língua que a cada dia se faz mais presente na sociedade.
O aprendizado da LIBRAS pelo bibliotecário é uma forma de mostrar a
sociedade que como facilitadores e disseminadores da informação, que estamos
preocupados com o todo e que somos um profissional competente e que busca
sempre estar atualizado e buscando sempre oferecer o melhor que podemos a todo
o tipo de usuário que precise de nós. Informar é formar pessoas, e nos dias atuais,
percebemos que o bibliotecário, ainda que não pareça, é a melhor fonte a dar inicio
nesta investida, mostrando as outras áreas que qualquer uma delas tem uma ponte
que correlaciona umas as outras, que forneça meios acessíveis e que coloque em
prática viva a inclusão e não apenas a integração, basta ter vontade em buscar,
entender, se colocar no lugar do outro para que percebamos a necessidade de estar
aberto a novos desafios.
28
5 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA FORMAÇÃO DO
BIBLIOTECÁRIO – Questionário aplicado e resultados
Quando trazemos a ideia do ensino da LIBRAS, não significa que estamos
tentando impor um fator, mas, salienta a importância deste tipo de comunicação e
língua para o bibliotecário. Tratar da informação é atividade que requer habilidade e
flexibilidade pelo simples fato de estarmos tratando de conteúdos voltados para o
todo e não limitado. Hoje ou amanhã, um usuário diferente vai buscar por acessar
esse conteúdo e o pensamento de qual canal agregar a este conteúdo para futuros
acessos é algo que tem de partir do próprio profissional.
A LIBRAS é uma linguagem, e partindo deste princípio, nada mais coerente
do que estar preparado também para o caso de sermos abordados por este tipo de
usuário e fazer com que o mesmo se sinta integrado e incluso no espaço ao qual se
direciona, e no momento em que se comunica perceber que o espaço e quem o
compõe necessita se adequa ao que o usuário precisa, independente de qual seja o
espaço, sendo isto, um resultado de inclusão voluntária e natural da sociedade,
mostrando que buscamos por estar acessíveis e de acordo com aquilo que eles
também precisarem.
Pessoas com deficiência não podem nem devem ser excluídas desse
processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações
proporcionadas pelos meios de comunicação, e não nos compete, nem é
lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em
nosso ambiente de trabalho. (PUPO, 2008, p. 18).
Para melhor compreensão da proposta abordada neste trabalho, não houve
apenas um levantamento bibliográfico sobre o assunto, como também foi aplicado 1
questionário, de 2 tipos; físico e virtual. Sendo então; 80 no formato físico (para
alunos do primeiro e terceiro período) e um virtual (para alunos do oitavo período),
ambos com seis perguntas, sendo 5 fechadas e uma aberta. Todos os alunos foram
do curso de Biblioteconomia UFPE, onde tivemos; 25 alunos do primeiro período, 32
alunos do terceiro período e 14 alunos do oitavo período que responderam as
perguntas sobre o assunto proposto, dando um total de 71 alunos abordados. Para
cada questionário aplicado presencialmente, foi dado um tempo de 10 minutos para
resposta e no caso do questionário aplicado virtualmente, um prazo de quatro dias
correntes.
29
ANEXO A - QUESTIONÁRIO APLICADO: A importância do ensino de libras na
formação do bibliotecário
1. Você conhece a LIBRAS?
Sim
Não
2. Tem conhecimento da disponibilidade desta disciplina no quadro de
eletivas no perfil curricular de Biblioteconomia?
Sim
Não
3. Conhece os departamentos que ofertam esta disciplina?
Sim
Não
4. Numa escala de 0 a 5, quanto você atribui, no que diz respeito à
importância do ensino de LIBRAS nos cursos de Graduação em
Biblioteconomia?
0 1 2 3 4 5
1 - Importante
2-Não muito importante
3 - Necessário
4 - Desnecessário
5 - Não sei
5. Uma vez aplicado o ensino de LIBRAS, estaria o curso investindo em
algo necessário à atuação do bibliotecário?
Sim
Não
30
6. Com suas palavras, nos diga o que você acha do ensino de LIBRAS no
curso de Biblioteconomia?
31
A seguir trazemos os resultados obtidos com a aplicação do questionário para
alunos do curso de Biblioteconomia.
1º Quantidade de alunos e a qual período pertencem:
Gráfico 1: No primeiro gráfico, temos a porcentagem de alunos de cada período que
respondeu os questionários aplicados. Percebe-se uma maior representatividade de alunos do 3º
período no que diz respeito ao interesse sobre o tema abordado e em participar desta pesquisa
voluntariamente.
2º Conhecimento da LIBRAS por parte dos alunos:
Gráfico 2: Neste segundo gráfico percebemos que 7% dos alunos abordados ainda não
sabem o que seja ou sobre o quê se trata a LIBRAS.
Figura 1 – Fonte: autor
Figura 2 – Fonte: autor
32
3º Conhecimento da existência da disciplina como eletiva no perfil de
Biblioteconomia:
Gráfico 3: Neste terceiro gráfico, percebemos que 44% dos alunos não sabem da existência
da disciplina como eletiva no perfil curricular do curso, o que talvez seja a pouca propagação da
mesma, indiferença quanto a sua necessidade ou falta de professores bibliotecários que
compreendam a língua e possa estar à frente desta disciplina.
4º Conhecimento dos departamentos que a ofertam:
Gráfico 4: 66% dos alunos não sabem ou conhecem os departamentos que ofertam esta
disciplina, assim como não sabem que esta disciplina deveria ser oferta pelo próprio departamento de
biblioteconomia, o que podemos compreender como; uma omissão que pode vir a ser tanto do aluno
por não buscar saber a respeito, mas também, da própria instituição que não divulga ou busca por
tornar ciente a presença deste ensino e dos departamentos que abarca ele de forma obrigatória ou
eletiva.
Figura 3 – Fonte: autor
Figura 4 – Fonte: autor
33
5º Como especificar o grau de valor atribuído ao seu ensino no curso:
Gráfico 5: Neste quinto gráfico, trazemos uma pontuação atribuída ao quão importante,
necessário e desnecessário seria o investimento no ensino da LIBRAS, onde 63% dos alunos
consideram importante e 37% necessário para o curso o ensino da língua.
6º A importância de seu ensino para o curso:
Gráfico 6: 94% dos alunos consideram que o investimento no ensino da LIBRAS é necessário
por ser uma das ferramentas de atuação do bibliotecário, 4% não pensa ser necessário e 1%
considera que talvez.
Figura 5 – Fonte: autor
Figura 6 – Fonte: autor
34
7º Questão aberta feita aos discentes:
Na questão aberta, a pergunta proposta foi: Com suas palavras, nos diga o
que acha do ensino da LIBRAS no curso de Biblioteconomia?. O motivo maior
apresentado foi “a disseminação da informação e acesso a mesma”, onde os alunos
acreditam serem estes motivos essenciais para que esta disciplina venha a ser
ofertada e disponibilizada no curso.
Muitos discentes também trouxeram a questão da comunicação e inclusão
social do indivíduo Surdo, onde o uso da língua de sinais seria uma forma de suprir
a necessidade informacional apresentada, houve também quem usou como
argumento sobre a importância de seu ensino, o fato da educação estar inserida no
contexto da biblioteconomia, onde, uma vez propagado e ofertado o ensino da
LIBRAS a mesma estaria capacitando o bibliotecário a um atendimento adequado e
construindo assim, um contato direto, tornando-o ponte entre a informação (seu
objeto de trabalho) e o usuário (aquele que precise e necessite dela) suprindo sua
necessidade informacional, independente de qual seja ela. Sendo assim, a inclusão
desta disciplina no curso e sua oferta seriam de suma importância por trazer uma
interação, acessibilidade, união de perfis diferentes, interatividade, despertar do lado
humano do curso, maior circulação da informação (ultrapassando fronteiras e
barreiras) e um convívio social mais harmonioso.
35
6 CONCLUSÃO
Estar bibliotecário é se enxergar dentre todos os meios que contextualizam e
fazem parte da educação humana, pois, a partir do momento em que se trabalha
com a informação e percebe-se um crescimento e ampliação do público alvo ao qual
ela está destinada, precisamos ser flexíveis e nos moldar de forma a estarmos
preparados para os desafios, sejam eles positivos ou negativos que a área nos
traga.
O estar preparado implica também na questão de buscarmos estar
preparados, atribuindo ao nosso auto contexto, meios que justifiquem o motivo de
sermos nós a ponte que liga a resposta ao questionamento, o suprimento a
necessidade informacional de cada um, sendo então, acessos informacionais.
Neste âmbito acessível, inclui-se a acessibilidade e pensando em toda a
gama que ela envolve, no quesito; físico, visual ou auditivo, precisamos pensar no
todo que se dirige aos espaços informacionais. É fato que muito se tem pensado em
ajustes dos espaços para este público, mas, será que apenas isso conta? Viver
pensando que a acessibilidade esta ligada apenas aos nossos espaços físicos, é
limitar-se a um único método e ignorarmos os outros aspectos de nosso perfil diante
da sociedade e suas necessidades.
A comunicação é uma das ferramentas fundamentais para o bibliotecário,
pois, através dela podem-se resolver diversos problemas que nos é apresentado, e
a inclusão da LIBRAS como meio para esta compreensão é algo que já deveria ter
sido desenvolvido e abordado de forma presente dentre a formação do bibliotecário.
O fato de pensar nela como algo importante precisa partir daqueles que
pretendem se formar e trabalhar com a informação, pois, o informar está em formar
e educar as pessoas através daquilo que repassamos e indicamos a elas. Então,
resgatando o paradigma social e cognitivo do perfil do bibliotecário, percebemos que
a tomada e iniciativa para que o conhecimento e ensino desta língua se faça mais
presente, não esta relacionada apenas ao disseminar e acessar a informação, mas,
incluir, integrar, conviver, capacitar, gerar um acesso direto do bibliotecário com as
necessidades apresentadas pelo usuário e o principal, despertar o lado humano do
bibliotecário, garantindo e demonstrando um interesse do mesmo para com o todo.
36
Sendo assim, o presente trabalho serviu não apenas para revelar um simples
estudo, questionamento ou posicionamento pessoal e coletivo por estudantes do
curso de biblioteconomia, mas, salientar que não deve ser tardia, como futuros
disseminadores da informação, a busca por métodos e meios que busquem o
benefício e melhora do perfil. Isso deve partir não apenas de imposições curriculares
já formatadas, mas, de um diálogo aberto entre aqueles que buscam ajudar o
usuário, como também de uma vivência maior daquilo que é nossa realidade, cultura
e sociedade atual.
37
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A importância do ensino da libras para a formação do bibliotecário joice dias costa

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO Joice Dias Costa Recife 2016
  • 2. Joice Dias Costa A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO Monografia apresentada ao Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco como requisito para conclusão do Curso de Graduação em Biblioteconomia. Orientador: Prof. Dr. Hélio M. Pajeú. Recife 2016
  • 3. Dedico este trabalho, todo o esforço e percepção de vida que obtive durante sua elaboração com o mais profundo e sincero amor a minha família, que sempre buscou, a sua maneira, me incentivar a buscar e persistir naquilo que almejo para minha vida. A minha mãe Juraci, que sempre me apoiou, me ajudou, incentivou e motivou diante de cada dia, ao meu pai que mesmo distante se fez presente em seus conselhos e palavras de incentivo. Aos meus irmãos e irmãs, em especial, a Juciane e Rafael que todos os dias me serviram como exemplo e dedicação em permanecer até o fim da presente jornada.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço tudo o que tenho que sinto que sou e que conquisto a DEUS, sem a presença constante Dele em meus dias, nada que venho conquistando pessoalmente e profissionalmente seria possível. Agradeço aos meus sonhos, pois, se não acreditasse neles, talvez não tivesse chegado aqui. Aos colegas do meu primeiro trabalho, onde encontrei apoio em dar inicio a esta etapa e não desanimar nunca. Aos colegas de curso, e as amizades que pude construir nesta caminhada, em especial aos amigos: Everton, Priscila, Rodrigo Deyvson (in memorian), Ana Rosa, Marcos, Adriana e Suethene, que entre os maus e bons momentos fez prevalecer o amor, carinho e respeito. Aos profissionais que atuam na Biblioteca Celso Furtado/SUDENE onde estagiei, em especial a bibliotecária Juçara Melo pelo incentivo e experiências repassadas á mim. Aos professores Lourival Pinto, Sônia Riascos, Ângela Moura e Erinaldo Dias pela atenção e carinho e a todos os professores que oportunizaram a transferência do saber. Ao meu orientador Hélio Márcio Pajeú pelo exemplo de ser o que é, pelo incentivo, atenção e motivação que sempre me demonstrou, durante todo o curso de graduação. Deixo aqui minha admiração pelo exemplo de professor e profissional, dedicado, inovador, motivador e atencioso que sempre é! Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que eu estivesse onde estou. Muito obrigada, de coração.
  • 5. “A língua de sinais é para os olhos o que as palavras são para os ouvidos” Daniane Pereira
  • 6. RESUMO O presente trabalho traz como tema “A importância do ensino da LIBRAS para a formação do Bibliotecário”, abordando um pouco da história da LIBRAS, sua legalização como língua, bem como, a importância de seu ensino e conhecimento por profissionais da informação, em especifico o Bibliotecário, onde aborda a inserção e ensino desta linguagem dentre estudantes que estão se formando no curso de Biblioteconomia, como incentivo a mediação da informação em seus vários âmbitos. O objetivo deste estudo é apresentar a necessidade em se compreender esta língua e utilizá-la no atendimento e trato com usuários surdos, utilizando-a como ponte para a inclusão espontânea. Serão abordados também a formação do bibliotecário, sua forma de atuação no espaço informacional e uso da comunicação dentre boa parte de suas atividades, o que nos remete ao uso da mesma como ponte entre Usuário X Bibliotecário e necessidade primordial para compreensão das necessidades do usuário. Foi feito um levantamento bibliográfico sobre o assunto, onde foi aplicado questionário com estudantes do curso de Biblioteconomia do primeiro, terceiro e oitavo período pela UFPE, no intuito de saber a opinião dos mesmos com relação a esta língua e seu ensino na formação do bibliotecário. Como resultado, obtivemos um novo olhar de alunos ingressos e já presentes no curso que confirmam a necessidade e reflexão a respeito da inserção e presença desta disciplina para sua formação. Palavras-chave: LIBRAS. Biblioteconomia. Formação. Comunicação. Inclusão.
  • 7. ABSTRACT This work brings the theme "The importance of teaching LBS for the formation of the Librarian" by addressing some of the history of LBS, its legalization as a language, as well as the importance of their education and knowledge by information professionals in specific Librarian, which addresses the integration and teaching of this language among students who are graduating in the course of librarianship as an incentive to information mediation in their various fields. The aim of this study is to present the necessity to understand this language and use it in service and dealing with deaf users, using it as a bridge to the spontaneous inclusion. Also will address the formation of the librarian, the way it operates in the informational space and use of communication among a large part of its activities, which brings us to the use of it as a bridge between User X Librarian and primal need for understanding of user needs. It was done a literature on the subject, which was the questionnaire with students of librarianship course of the first, third and eighth period UFPE, in order to know the opinion of the same with respect to this language and its teaching in the education of the librarian. As a result, we obtained a new look of students registered and already in the course confirm the need and reflection about inclusion and presence of this discipline to your training. Keywords: LBS. Librarianship. Formation. Communication. Inclusion.
  • 8. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................9 2 A LÍNGUA DE SINAIS E A LIBRAS: diferença............................................16 3 A HISTÓRIA DA LIBRAS E SUA LEGALIZAÇÃO........................................18 4 A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO............................................................23 4.1 O Bibliotecário e a LIBRAS...........................................................................25 5 QUESTIONÁRIO: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO: questionário aplicado e resultados.....28 6 CONCLUSÃO..................................................................................................35 REFERÊNCIAS...................................................................................................37
  • 9.
  • 10. 9 1 INTRODUÇÃO Informação, ferramenta essencial para a formação e meio fundamental para a atividade de comunicação dentre os indivíduos. Dentre as áreas que tratam desta ferramenta e buscam por criar métodos e trazer formas de disseminar e facilitar o acesso a ela está a Ciência da Informação. A Ciência da Informação, também conhecida como Biblioteconomia, teve por muito tempo o seu desenvolvimento baseado em conceitos ambíguos e como referência; a produção, seleção, organização, interpretação, armazenamento, recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, tornando-se, portanto, “uma ciência social rigorosa que se apoia em uma tecnologia rigorosa” (LE COADIC, 2004, p.25). Como toda ciência, ela possui suas propriedades peculiares, no que diz respeito aos seus aspectos físico (que traz um modelo postulado na teoria de que há algo, um objeto físico, transmitido pelo emissor a um receptor), cognitivo (que busca colocar explícita a intenção em distinguir entre o conhecimento e seu registro em documentos) e social (que coloca a informação, ou como algo separado do usuário, ou de ver o usuário, se não exclusivamente como sujeito, em primeiro lugar como tal, deixando de lado os condicionamentos). Do desenvolvimento e produção científica, mais as tecnologias eletrônicas e setores industriais da informação, que se tornaram depósitos de conhecimento sobre assuntos rebuscados continuamente pelas pessoas, ocorreu uma crescente, que resultou em mudanças categóricas no setor cultural, econômico e tecnológico (fator epistemológico) convergindo assim como objeto de estudo não apenas as bibliotecas e centros de documentação, mas, a informação em si. Diante disto, a Ciência da informação passou a se configurar no campo das ciências sociais, que está voltada também para o ser social, buscando suprir suas necessidades informacionais no âmbito social e cultural. Na busca por resolver os problemas que surgem relacionados a informação, a ciência da informação cruza os limites das disciplinas tradicionais, levando recursos a várias áreas, o que atribui a ela o perfil de uma ciência interdisciplinar também, resultando em uma troca mútua. Trazendo então este lado interdisciplinar e partindo do paradigma social da Ciência da informação, lembramos assim da necessidade em disponibilizar o acesso
  • 11. 10 à informação e disseminar a mesma para todo e qualquer individuo que a queira ou precise utilizar ela. Recorrente a estas características, a nível social, ela precisa estar acessível, o que valoriza o cunho liberal e humanista da profissão. Para fazer jus àquilo que representa o profissional da informação muitas vezes precisa estar preparado para as propostas, ideias e principalmente para aquilo que intenciona ao longo de sua busca; disseminar de forma harmoniosa e sucinta a informação e estar acessível a todo e qualquer usuário que necessite de sua ajuda. É fato que na formação atual deste profissional, exige-se muita determinação e atualização do mesmo, por se tratar daqueles que irão organizar e disponibilizar conteúdos importantes à sociedade, sociedade esta que abrange vários perfis de usuários (crianças, jovens, adultos, idosos, deficientes físico, pessoas especiais...) que apresentam ideias, objetivos, necessidades e ambições de caráter ora semelhantes, ora únicos e peculiares a si. Tratar, organizar e propagar a informação é algo que requer flexibilidade e conhecimento das necessidades de cada um que venha buscar por ela, pois, no decorrer do percurso que se faz, no que diz respeito à aprimoração desta prática, existe o que chamamos de inclusão social e acessibilidade, no intuito de integrar, incluir e interagir com todo e qualquer individuo com o qual venhamos a nos deparar, dando a eles abertura para se expressar e se colocar como usuário presente e parte complementar social em espaços informacionais. As mudanças no âmbito físico e disponibilidade de ferramentas que auxiliem usuários é algo já apresentado nestes espaços, como: cadeiras, estantes, espaço, materiais específicos, como livros em Braille, dentre outros suportes importantes. Mas, o que dizer do âmbito social perfilado ao bibliotecário. O acesso e disponibilidade da informação não devem ser pensados apenas no âmbito físico do espaço e imposição desta concepção durante todo o trajeto de formação do bibliotecário, pois, a ciência da informação faz parte de uma rede de organização formal e informal que desempenha várias funções, o que atribui ao bibliotecário uma cognição que busca sempre se amplificar e construir meios que interajam com a deficiência informacional de cada um. Como ponto marcante desta inclusão, salientamos aqui a acessibilidade, que nada mais é que a possibilidade de estabelecer contato, de estar acessível e permissível, no que diz respeito à
  • 12. 11 qualidade de vida de todas as pessoas, delineando assim, uma sociedade mais inclusiva. Deste conceito, partimos especificamente para a questão da acessibilidade comunicacional, que reflete sobre a necessidade de inexistir barreiras na comunicação, seja ela interpessoal, escrita ou virtual. A comunicação é uma das ferramentas primordiais para interpretação e entendimento das dúvidas expressas. Ela é a ponte que liga a dúvida a resposta, o meio que produz a relação necessária para obtenção de resultados condizentes com aquilo que é buscado pelo usuário. Existem diversos tipos de comunicação e toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, uma ideia, um contexto, uma necessidade, uma informação. Ela é uma característica intrínseca a todos os seres, onde seu uso permite o convívio social, através do compartilhamento de experiências, culturas e sentimentos diversos. Junto a comunicação, esta a linguagem que pode apresentar mais de um sentido, onde quando nos referimos a esses sentidos, podemos atribuir que, primeiramente: Ele é mais comumente empregado para referir-se a qualquer processo de comunicação, como a linguagem dos animais, a linguagem corporal, a linguagem das artes, a linguagem da sinalização, a linguagem escrita, entre outras. Nessa acepção, as línguas naturais, como o português ou o italiano, por exemplo, são formas de linguagem, já que constituem instrumentos que possibilitam o processo de comunicação entre os membros de uma comunidade. (MARTELOTTA, 2008, p.15). A linguagem como habilidade, de acordo com Martelotta (2008, p.15) “é a capacidade que apenas os seres humanos possuem de se comunicar por meio de línguas”, sendo a língua definida como um sistema de signos vocais que venha a ser utilizados como meio de comunicação dentre membros de um grupo social ou de uma comunidade. Estes três conceitos; comunicação, linguagem e língua, estão estritamente interligados e diretamente ligados à natureza humana, no caso, a capacidade humana formada por estas combinações, o que resulta no desenvolvimento do pensamento, construindo conhecimento e constituindo o próprio sujeito por estar presente nele, sendo assim indispensável seu papel nos processos mentais, assim como nos sociais, “a linguagem e a língua não podem ser pensadas separadamente, pois estão indissoluvelmente ligadas” (In: GOLDFELD, 2002). A manifestação linguística, que trata da expressão do pensamento se apresenta sob
  • 13. 12 diversas formas, atribuídas a gestos, olhares, danças e músicas, esculturas, culturas e símbolos. Quando falamos de linguagem, a busca pela compreensão da mesma nos remete a dois grandes representantes no estudo da mesma e suas compreensões sobre a língua; Ferdinand Saussure e Mikhail Bakthin, onde o primeiro traz a questão da língua como um sistema de regras e o segundo contrapõem-se a está concepção. Bakthin acredita que todas as esferas inclusas na rotina humana e suas atividades, em suas variedades, se relacionam com a língua. De acordo com Bakthin (1997b, p.124), a língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema linguístico abstrato das formas da língua, tampouco no psiquismo individual dos falantes. Sendo assim, para ele, a substância da língua está constituída na interação verbal realizada socialmente. Perini (2010, p.2) salienta que “a língua falada por um povo é parte da imagem que esse povo tem de si mesmo, em certos casos ainda mais significativos do que as unidades políticas em que o povo se organiza”. A fala que pode ser definida como a utilização oral da língua pelo indivíduo, porém, torna-se individual, pois, cada um escolhe o que lhe convém conforme seu gosto ou necessidade, situação, personalidade ou até mesmo o ambiente sociocultural no qual vive, resultando assim em sua maior parte de comunicação, a posição do indivíduo, com relação aos meios que utiliza. A língua utilizada nela vem a ser o sistema de signos socializado no todo ou por uma comunidade específica, sendo determinado por suas inter-relações, e estas inter-relações um conjunto onde nada significa por si só, mas, em função dos outros elementos. Olhando então a linguagem como habilidade, podemos compreendê-la, representa-la e significá-la a partir da expressão corporal em conjunto com as palavras, de forma expressiva e participativa. Expressar-se equivale a agir criativamente, é fazer-se fazendo, é movimento, processo de onde emergem, simultaneamente, o conhecimento de si e do mundo, resultando assim, na interação com o outro, de forma a incluí-lo, independente de seus meios ou atributos, porém, de acordo com os veículos utilizados e apresentados por ele.
  • 14. 13 Com base neste fato, podemos compreender que não se pode buscar ou realizar uma inclusão, sem que se saliente e leve em consideração as necessidades específicas sociais de cada um, em especial, daqueles que possuem deficiência e dificuldades voltadas para o desenvolvimento linguístico, ou que impliquem neste processo. Sendo assim, trazemos como destaque neste trabalho a realidade dos usuários com limitações auditivas que nos revelam estas especificidades linguísticas ainda ignoradas pela sociedade, no âmbito da acessibilidade comunicacional, prevendo através disto a quebra de barreiras nas relações interpessoais no âmbito informacional. A LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais é a linguagem utilizada pelos Surdos e atualmente foi legalizada como língua oficial primeiramente sob a lei de número 10.436 de 24 de abril de 2002, sendo esta regulamentada e oficialmente imputada sua inclusão como disciplina curricular obrigatória e eletiva, no decreto de número 5.626 de 22 de dezembro de 2005, o que nos torna cientes de que a LIBRAS é uma língua, assim como qualquer outra. Tornar ela uma aptidão comum e necessária para orientação, formação e comunicação entre os indivíduos é fator importante e saliente que precisa ser incluído já na formação de profissionais que irão lidar com a informação para com todo e qualquer tipo de usuário e onde estes, no caso o Surdo, fazem parte. O reconhecimento da LIBRAS como língua oficial vem estimulando os Surdos a estudarem e ingressarem em cursos técnicos e universitários, diante disto, a presença de um interprete ou profissional que saiba comunicar-se ou compreender a necessidade deste usuário, descrito no capitulo III do mesmo decreto citado aqui, é ponto importante a ser analisado. “Ora, a diversidade humana deve ser contemplada no mundo globalizado, que pressupõe a inclusão de todos.” (PUPO, 2008, p.19). Sendo assim, trazer um pouco a atenção dos atuais formandos na área da informação, em específico os estudantes de biblioteconomia, assim como de profissionais que já atuam na mesma área para este assunto é algo que precisa ser estimulado e incentivado, pois, sendo então o bibliotecário, agente disseminador de informação e se deparando com usuários de perfis variados, como podemos enxergar o tratamento e adequação do mesmo às necessidades especiais de
  • 15. 14 determinados clientes, em específico o surdo? Qual a importância do ensino da LIBRAS para a formação do bibliotecário diante das atividades exercidas pelo mesmo dentro de uma unidade informacional ou qualquer outro espaço, vindo ele a se deparar com usuários que apresentem estas necessidades? Se adequar a estas questões, colocar mais em prática o paradigma social da área e conhecer a importância da presença destes meios de comunicação, no caso a LIBRAS, deve ser um dos pontos primordiais para coletivizar os meios abarcados pelo conhecimento. Compreender, tornar participativo e estar a par das necessidades do usuário requer uma inserção no mundo deles e percepção daquilo que mais se aproxima positivamente do que ele realmente precisa. A inclusão social nos direciona a moldar nossos ambientes e profissionais de modo quê ao menos atinjamos uma condição que o faça competente para entender e responder aquilo que é buscado. De acordo com Freire (2001, p.2); “o papel do profissional da Ciência da Informação, perante comunidades que experimentam diversas formas de exclusão, é disseminar a informação ao delinear um caminho para a inclusão social". A evolução da informação, no que concerne a sua variedade de meios acessíveis que expõe ou conectam os seres, exige também novos modelos e posição no espaço organizacional, institucional e individual e a responsabilidade social do profissional, precisa adaptar-se a estas necessidades. Pessoas com deficiência não podem nem devem ser excluídas desse processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações proporcionadas pelos meios de comunicação, e não nos compete, nem é lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em nosso ambiente de trabalho. (PUPO, 2008, p.18). Por que não nos adaptamos aos métodos utilizados para comunicação por outras comunidades, se as mesmas, em especial o Surdo, desde o nascer lutam para adaptar-se ao nosso? Segundo Almeida Junior (2009) com a constatação da ideia de ponte: a mediação, segundo o senso comum dos profissionais da área, permite, assim como a ponte, a relação entre dois pontos que, de certa forma, podem/estão impedidos de interagir por algum obstáculo ou empecilho. O presente trabalho busca trazer um estudo e reflexão, assim como, salientar o que é a LIBRAS e sua importância para o papel do bibliotecário, no que diz
  • 16. 15 respeito à comunicação e trato com o usuário que apresente esta deficiência, na busca em disseminar a informação em seu âmbito coletivo e social com o objetivo de despertar a necessidade do ensino e prática de uso desta ferramenta de comunicação. Como uma língua oficializada e parte essencial de uma comunidade de pessoas que circulam por nossa sociedade, ela torna-se ponte para que haja uma relação e compreensão maior daquilo que o outro precisa. Não só para a comunicação social, mas, sanamento de dúvidas e suporte informacional, que é onde entra o papel do bibliotecário. A pesquisa também traz um pouco sobre a formação, perfil e competências profissionais do bibliotecário, sua relação com a Língua de sinais e o resultado de um questionário aplicado em três turmas do curso de Biblioteconomia pela UFPE (1º período, 3º período e 8º período). O questionário aplicado buscou extrair a opinião de alunos ingressantes e daqueles que já estão por se formar sobre a importância da inserção e ensino da LIBRAS como disciplina no curso de biblioteconomia. O estudo é de caráter bibliográfico e exploratório onde o levantamento foi realizado em bases de dados da área de biblioteconomia e de outras também.
  • 17. 16 2 A LÍNGUA DE SINAIS E A LIBRAS: diferença A língua de sinais é uma língua social, também conhecida como natural, pelo fato de surgir espontaneamente da interação entre pessoas, “devido a sua estrutura, permite a expressão de qualquer conceito e de qualquer significado decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do ser humano” (BRITO et al., 1998) podendo ser comparada a expressividade e complexidade da língua oral por passarem conceitos, concreto ou abstrato, complexo ou simples. É uma língua organizada e não uma simples junção de gestos, sendo por este motivo chamada de língua. Apresenta modalidade espaço-visual por não se realizar pelo canal oral- auditivo, mas, pelo visual e utilização do espaço, expressões faciais e movimentos gestuais perceptíveis pela visão. No caso, é necessário um contato visual direto com os movimentos do emissor. A língua de sinais não é universal, pois, cada região possui sua própria estrutura gramatical e assim como a oral, ela representa a cultura de um povo, sendo assim, da mesma forma que ouvintes e suas diferentes línguas (inglês, francês, alemão...), indivíduos em comunidades surdas apresentam suas próprias línguas, com características e estruturas familiares. A LIBRAS ou Língua Brasileira de Sinais é a língua utilizada pelos Surdos no BRASIL de modalidade gestual-visual. È chamada de sinal das línguas de sinais, não podendo ser comparada ou chamada de mimica ou gestos e possui cinco parâmetros para a confecção de seus sinais: a Configuração de Mão (CM), Ponto de articulação (PA), Movimento (M), Orientação ou Direcionalidade (O/D) e Expressão Facial e/ou Corporal (EF/C). A LIBRAS também apresenta mecanismos morfológicos, sintáticos e semânticos e o canal utilizado por ela, contribui para sua realização e elaboração de sinais que estejam mais em comum com nossa realidade do que com as palavras em si, o que não significa que seus gestos sejam vetados a mudanças, pois, assim como qualquer outra língua, a língua de sinais esta em constante mudança, com novos sinais introduzidos de acordo com a necessidade do individuo surdo.
  • 18. 17 Tratando-se de uma língua oficial, os indivíduos que fala português e LIBRAS são considerados bilíngues, pelo fato da mesma ser uma língua materna, voltada para o público a que se referem, no caso, os surdos. Para Moura, Lodi e Harrison (2005); o fundamento do bilinguismo é oferecer a criança surda um ambiente linguístico em que à comunicação acontece de forma natural, da mesma forma que acontece com a criança ouvinte por meio da língua oral. A LIBRAS, assim como as outras línguas, também apresenta características intrínsecas a si e o fato de se atribuir muitas vezes o termo surdo-mudo, torna-se antiético, pois, o surdo não é analfabeto, mas, alfabetizado em LIBRAS e português. Sacks diz que (2010, p.105), a língua de sinais é para os surdos uma adaptação única a outro modo sensorial; mas é também uma corporificação da identidade pessoal e cultural dessas pessoas. Ou seja, o fato de incorporar esta língua nos diversos âmbitos sociais informacionais, é uma forma de inclusão natural e coerente com a prática da mediação coletiva e cultural de cada ser. Com base em dados fornecidos pelo IBGE (2000) 24,5 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência, sendo 14,5% da população total. Dentre eles, 4,6 milhões possuem deficiência auditiva e 1,1 milhão são surdas, totalizando aproximadamente 5,7 milhões de pessoas, destes, 30% não compreendem o português e os 70% restantes sabe, mas não possuem um entendimento claro.
  • 19. 18 3 A HISTÓRIA DA LIBRAS E SUA LEGALIZAÇÃO A Língua Brasileira de Sinais é uma língua de sinais social e natural, que surgiu do convívio entre pessoas, voltada para o público Surdo. Apresenta a mesma complexidade e expressão gramatical, não sendo apenas uma junção de gestos. Foi idealizada por homens que propiciaram o resgate de um sistema de comunicação, através do meio gesto/visão. No caso da língua brasileira de sinais, em que o canal percentual é diferente, por ser uma língua de modalidade gestual visual, a mesma não teve sua origem da língua portuguesa; que é constituída pela oralidade, portanto é considerada oral-auditiva; mas, em outra língua de modalidade gestual visual, a Língua de Sinais Francesa, apesar de a língua portuguesa ter influenciado diretamente a construção lexical da língua brasileira de sinais, mas apenas por meio de adaptações por serem línguas em contato. (ALBRES, 2005, p. 1). A utilização deste meio de comunicação era algo proibido no século XV, no qual o aluno que fosse pego praticando-a era punido, pois, a igreja condenava o Surdo, fornecendo a ideia de atribuir a causas sobrenaturais, as “anormalidades” que eles apresentavam. Os Surdos não eram considerados humanos porque, de acordo com gregos e romanos, a fala era resultado do pensamento, logo aquele que não pensava não era humano, não tinham direito a testamentos, a escolarização e não podiam frequentar os mesmos lugares que pessoas ouvintes. Os Surdos também foram alvos da medicina e da religião católica que estavam mais interessados em pesquisas próprias ou em promover a caridade com pessoas desafortunadas, pois para elas a surdez era uma doença que merecia punição. No que diz respeito à educação, apesar dos atritos e dificuldades iniciais, a mesma iniciou-se com Pedro Ponce de Leon (1510-1584) na Europa-Espanha. Ele foi um monge beneditino e grande educador filantrópico, determinando o ensino (escola) para surdos filhos de nobres, aplicados em um monastério. Ele utilizou sinais rudimentares para se comunicar e tornou-se um marco importante na história da educação surda, por defender que a língua era algo natural e própria do surdo, desenvolvendo sua comunicação e cognição no âmbito social. O primeiro alfabeto manual foi idealizado e desenhado pelo padre espanhol Juan Pablo Bonet (1579-1633), que era filólogo e soldado a serviço secreto do rei e foi o primeiro a destacar como ideia principal a facilidade de aprendizado, por parte do Surdo, se cada som da fala fosse substituído por gestos visuais.
  • 20. 19 Logo após vieram o holandês Van Helmont (1614-1699) que foi o primeiro a descrever a leitura labial e uso do espelho, método aperfeiçoado mais tarde, por Johann Conrad Amman (1669-1724) um médico e educador suíço que era a favor do oralismo e contra a língua de sinais, por pensar que esta atrofiaria a mente do Surdo. Tivemos também o Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780) que foi um educador português e que defendia a oralização, utilizando a desmutização por meio da visão usando um alfabeto digital especial que manipulava os órgãos da fala. A primeira escola para surdos foi fundada em Edimburgo na Grã-Bretanha por Thomas Braidwood (1715-1806) como uma academia privada, onde ele recomendava o uso de um alfabeto que utilizasse das duas mãos, ainda em uso hoje pela Inglaterra. Mas, foi o abade Charles-Michel de L’Epée (1712-1789) um educador filantrópico da França que ficou conhecido como o “Pai dos Surdos” e um dos primeiros que defendeu o uso da língua de sinais, reconhecendo ele que a língua existia, desenvolvia-se e servia de base comunicativa e essencial entre os Surdos. Ele aprendeu a língua e criou a primeira escola no mundo para Surdos em Paris, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos, em 1760. Mesmo após tudo isso, houve uma oscilação de métodos onde surgiam sempre médicos e psiquiatras que resgatavam a discriminação pelo ensino da língua de sinais e defendia a oralização á força do Surdo, alegando que a língua de sinais era pobre e deveria ser banida da educação. Os precursores da língua de sinais nos Estados Unidos foram Thomas Gallaudet, estagiário do Instituto Nacional de Surdos- mudos e Laurent Clerc (1785-1869) professor Surdo da escola. Ambos abriram uma escola com doações que receberam (isso com um diferencial de mais de 50 anos desde a iniciativa na Europa) e a primeira faculdade para Surdos foi aberta pelo filho de Thomas, Edward Gallaudet em 1864. A Universidade Gallaudet é a única escola superior de artes liberais onde a primeira língua utilizada nas aulas foi a língua de sinais. Ainda assim, os problemas sobre o ensino e propagação da língua tiveram seus altos e baixos, e o seu uso só voltou a ser aceito a partir de 1970. No Brasil, a educação para surdos teve inicio através da chegada de um educador surdo francês e ex-aluno do Instituto, chamado Hernest Huet (1822-1886) com mestrado em Paris que trouxe o alfabeto manual francês e a língua francesa de
  • 21. 20 sinais dando origem a Língua Brasileira de Sinais. Os surdos, até o final do século XV eram considerados incapazes de serem educados, porém, mesmo diante disto, havia a intenção por parte do Imperador D.Pedro II em inaugurar uma escola voltada para eles, atrelada aos padrões europeus. No Brasil, a primeira escola foi fundada em 26 de setembro de 1857, no Rio de Janeiro com o nome de Instituto dos Surdos-mudos no Rio de Janeiro, atualmente intitulada de Instituto de Educação dos Surdos (INES). A princípio o instituto utilizava da língua de sinais, porém em 1911 passou a usar o oralismo puro, de acordo com o Congresso de Surdos-Mudos de Milão (1880), que considerava a língua de sinais um método secundário e pensava ser um desperdício alfabetizar Surdos em um país de analfabetos. A escola disponibilizava de 100 vagas, sendo que destas, 30 estavam destinadas a educação gratuita, e os alunos que a frequentavam tinha dentre 9 e 14 anos e aprendiam sobre pautação, encadernação e sapataria, profissões que na época acreditavam ser mais adequadas ao Surdo. Ainda aqui no Brasil, ocorreram entraves entre a forma aplicada para comunicação do surdo; se o uso da oralização ou da língua de sinais. Apenas em 1970, Ivete Vasconcelos, docente da Universidade Gallaudet, ao visitar o Brasil, introduziu a filosofia da Comunicação Total. Partindo das pesquisas da professora de linguística Lucinda Ferreira Brito e da professora Eulália Fernandes, sobre a língua de sinais e educação de surdos, o bilinguismo foi difundido e persiste no Brasil até os dias atuais. Em conjunto com o INES, houve outras instituições que fizeram parte da história da educação de surdos no Brasil, dentre elas o Instituto Santa Terezinha, fundado em 1929 em Campinas-SP e voltado à educação de meninas Surdas, aceitando logo após 1970 a matrícula de meninos Surdos também; a Escola Municipal de Educação Especial Helen Keller, fundada em 1951 em São Paulo e o Instituto Nacional de São Paulo – IESP fundado em 1954, atualmente referência para pesquisas e estudos na área de deficiência auditiva. Foi doado a PUC/SP em 1969. Além destes, temos também o FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) outro espaço conquistado pelos Surdos onde eles podem compartilhar ideias, sentimentos, concepções e valores.
  • 22. 21 A conquista e obtenção do direito á educação trazem impactos significativos na vida social e política de um local, como condições básicas e fundamentais de acessibilidade à LIBRAS. Isso requisita o seu ensino, a formação de profissionais, a presença de interpretes em locais públicos e inserção nas políticas de saúde também, na educação e uso da língua pelos meios de comunicação e nas relações cotidianas entre pessoas surdas e não surdas. No que diz respeito à legalização da língua, com o decreto de nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, foi regulamentada e legalizada a lei de nº 10.436 expressa em 24 de abril de 2002, que reconhece oficialmente a Língua Brasileira de Sinais, o que garantiu formas institucionais de apoio ao uso e difusão da LIBRAS como meio de comunicação pelas comunidades surdas de forma objetiva e de uso corrente, estipulando através disto que instituições e unidades de serviços públicos de assistência a saúde, forneçam atendimento e tratamento adequado aos deficientes auditivos e determinou sua inserção como disciplina curricular obrigatória nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia e Magistério, nos níveis médio e superior e de forma eletiva em outros cursos. Deste decreto, surgiu um cronograma que determinava que instituições de ensino médio e superior incluíssem a disciplina de LIBRAS em seu currículo. Em até três anos, 20% dos cursos deverão oferecer a disciplina; em até cinco anos, 60%; em até sete anos, 80%; e em dez anos, 100% dos cursos de cada instituição deverão ter a disciplina no currículo. O processo de inclusão da LIBRAS como disciplina curricular deve começar nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas.( QUEIROZ E RÚBIO, p. 5, 2014). A aplicação da LIBRAS e seu uso é um ponto a salientar dentre unidades que possuem a função de repassar e disponibilizar a informação, dando acesso total á elas, nesse caso, esses ambientes precisam estar atentos a qualquer necessidade, voltando seu olhar não só aos sem deficiência como também, aos que a possuem, sejam elas físicas, visuais ou auditivas. A definição desta lei e oficialização da mesma leva-nos a analisar melhor e reconhecer que a LIBRAS e os representantes da mesma, no caso, o Surdo, precisam de adequação destes meios a eles. No artigo 3º, § 2 do decreto de número 5.626 que expressa uma atualização da lei de nº 10.436 e do artigo 18 da lei de nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000,
  • 23. 22 nos diz que, "a libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste decreto", sendo assim, todos os segmentos sociais devem estar atentos á esta necessidade, sobretudo a ciência da informação por ser um curso que se mostra interdisciplinar e arquiteto da mediação da informação e conhecimento. Diante disto entra o papel da mediação da informação e do bibliotecário, no qual acreditamos que ambos poderão exercer sua responsabilidade social, promovendo e incorporando aos seus afazeres a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência (salientando aqui, o Surdo) nas suas áreas de atuação, buscando assim realizar um contato maior com usuários nestas condições através dos meios de comunicação que eles utilizam também. A apropriação da informação (disponibilização de interpretes nas unidades informacionais) independe da forma como esta será veiculada, mas, o bibliotecário não deve apoiar-se em substituições, no caso o interprete, cabe á ele também, estar flexível e acessível quando for buscado. A informação concorre, assim, para o exercício da cidadania, à medida que possibilita ao indivíduo compreender a dimensão desta mudança e oferece os meios de ação individual e coletiva de auto ajustamento. Para isso, no entanto, é necessário garantir ao indivíduo o acesso à educação e à informação. (ROCHA, 200, p.40). Com estas grandes mudanças que vem ocorrendo na sociedade e dada à importância da informação na formação do cidadão como um todo, o bibliotecário apto a lidar com métodos diferentes no trato e repasse da informação torna-se fundamental. Sendo assim ele precisa estar aberto ao diálogo com sua realidade, consciente de seu importante papel a fim de desempenhá-lo de forma libertadora, e garantindo desta forma uma troca de competência para engrandecimento coletivo.
  • 24. 23 4 A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO A profissão do bibliotecário, com relação a sua atuação, sempre teve como característica principal a biblioteca – onde havia mais interesse no armazenamento, organização, catalogação, indexação, recuperação da informação - porém, com o decorrer do tempo, as competências relacionadas ao bibliotecário teve expansão, o que buscou por formar profissionais que pudessem lidar não só com as questões de tratamento, mas, a disseminação e acesso a informação. De acordo com o PPC do curso de Biblioteconomia pela UFPE; O principal objetivo é formar profissionais com competências e habilidades para solucionar questões relacionadas à seleção, à coleta, à organização, ao tratamento, à disseminação e ao acesso da informação e do conhecimento produzido, em diferentes meios e suportes. (2011, p.14). Salientamos, dentre esta definição, duas práticas importantes e que pouco é colocado em prática pelo bibliotecário: a disseminação e acesso a informação, sendo que em seu âmbito social. O bibliotecário não deve apenas se limitar a esta disseminação dentre o meio científico, mas, colocar também a flexibilidade do profissional, com relação às transformações sociais, tecnológicas e no mundo do trabalho, onde, percebemos que a quantidade de pessoas que buscam se informar cresce e varia em seu teor, com isto, a partir do momento em que é colocado dentre os objetivos gerais e específicos que o bibliotecário é formado para diagnosticar as necessidades informacionais do público em geral e realizar atividades que democratizem a informação, não podemos pensar no profissional limitado em aptidões e iniciativas tecnicistas. A relação ensino-aprendizagem não deve se limitar à aquisição de conhecimentos, mas também à formação de pessoas integradas socialmente com seu meio e com o mundo, capazes de responder às necessidades dos outros, aptas a perceber e se adaptar às mudanças e que sejam, sobretudo, éticas. (MORIN, 2003). Existem atividades presentes na formação do Bibliotecário que remetem a estas abordagens, mas, os currículos quando estudados para serem aplicados para tal, levam em consideração tais questões e seu papel? Presenciando todo o ensino que atualmente é abordado em sala, pouco se trata ou se aborda o lado social do bibliotecário, a fim de desenvolver seu lado
  • 25. 24 humano, que necessita ser explorado e externado por ele, para que haja necessária interação com os meios a quê realmente se dirige. Devemos englobar questionamentos com relação aos contextos ministrados para bibliotecários durante sua formação, de forma que se mostre um profissional atuante, de reconhecimento social, importante para a sociedade e capaz de se moldar ao que reflete a profissão, disponível á todos, pois assim se evidência a competência informacional que ele possui; “cursos de graduação devem prepara bibliotecários” (PIMENTEL, 1985, p.1). Atualmente, podemos perceber uma dissociação da realidade, por parte de alguns bibliotecários, em que há um foco maior com as atividades técnicas do que profissão. A principal meta de todo o sistema de educação é fazer com que o educando adquira o conhecimento que ele possa aplicar em diversas situações de sua vida pessoal e profissional. Para isso, a instituição de ensino deve ter a preocupação com a formação do pensamento crítico de seus educandos, preparando-os para a autonomia e comprometimento social. (VALENTIM, 2010, p.4). Em seu perfil, está inclusa a ação social, representando sua atuação como cidadão e elemento contribuinte para a formação da cidadania, sendo assim, ele precisa estar “qualificado para interagir, criticamente, com o processo de transferência da informação, da geração ao uso, participando de seu contexto social” (PPC de Biblioteconomia UFPE, 2011, p.16). De acordo com o PPC de Biblioteconomia UFscar (2004, p.21): A educação na sociedade da informação e do conhecimento está fundada em quatro pilares, que constituem ao mesmo tempo em pilares do conhecimento e da formação continuada, ou seja, de aprendizagem ao longo da vida: a) aprender a aprender; b) aprender a fazer; c) aprender a viver juntos; d) aprender a ser. A estes pilares juntam-se as setes competências e saberes necessários para a educação: as cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; os princípios do conhecimento pertinente; ensinar a condição humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão; a ética do gênero humano. Mais do que meramente "educar" como sinônimo de treinamento, devemos educar no sentido de criar e despertar competências necessárias para atuar na sociedade e na tomada de decisões fundamentadas no conhecimento. Destes quatro pilares, o terceiro que diz “aprender a viver juntos” é um dos pontos iniciais de partida para que compreendamos a necessidade em se colocar mais humanamente e socialmente para com os outros, de forma que eles compreendam que nossa atuação está além de práticas técnicas e metodológicas. O
  • 26. 25 fato de despertar competências necessárias começa, a partir do momento em que eu, como bibliotecária e agente da informação, de forma ética e prestativa, me coloco a disposição do todo, com aptidões que me envolvam ao todo, que respeite as condições e, principalmente, a necessidade do todo e suas peculiaridades. 4.1 O Bibliotecário e a LIBRAS Assim como tantas outras aptidões requeridas ao profissional da informação, dentre elas; competência informacional, compreensão das necessidades, capacidade em línguas, porque não haver uma politica que disponha o estudo da LIBRAS para estar adequado ao usuário especial que se direcionar a unidade na qual atua? O perfil atual requer esta flexibilidade, de forma que não nos limitemos a técnicas e tratos no âmbito físico, pois, ser bibliotecário está além de técnicas informacionais, mas, em se colocar no lugar do outro, a fim de se estar apto e aberto as mudanças que exigem determinadas necessidades. Pensando assim, lembramo-nos da necessidade da inclusão e interpretamos esta necessidade como a relação do sujeito com o grupo em conjunto com o profissional responsável por mediar à informação, tornando este ponto de vista uma extensão informacional que inclua sujeitos de todos os tipos de deficiência, no caso usuários especiais. O conceito de inclusão inverte a lógica da integração e prevê que os currículos se adaptem para atender os deficientes, assim como também os espaços sociais devem facilitar o acesso e eliminar barreiras para o trânsito e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência.(BATTISTI, 2010, p.42). A atuação do profissional da informação, no caso, do bibliotecário, está relacionada, em sua maioria, com habilidades e competências adquiridas no decorrer de sua formação. Cabe a ele buscar continuamente a atualização e o aperfeiçoamento, desenvolver as competências necessárias que o mercado e a sociedade exigem e ter consciência do seu papel como profissional e como cidadão, visando uma maior participação na denominada sociedade da informação, não apenas em seu formato interno, mas, para o externo.
  • 27. 26 De acordo com Cunha (2003, p.2) isto significa entender os novos papéis que surgem, as novas necessidades informacionais e as novas formas de responder a estas necessidades criando novos métodos e formas de trabalho. A busca deste profissional pelo conhecimento e estudo da LIBRAS, seria uma forma de agregar não só importância por um grupo que busca estar em equilíbrio com o mundo, voltando esta afirmação para a adequação que eles procuram agregar relacionada a nossa rotina, como também, uma forma de tornar comum o uso deste meio de comunicação, que nada mais é que, mais uma língua importante e de suma precisão para compreensão deste usuário. Dito isso, queremos ressaltar que não basta simplesmente tornar os ambientes acessíveis (espaços físicos, disponibilizar conhecimento, etc.). As barreiras mais difíceis de serem contornadas são as "barreiras de atitude". É preciso que nos tornemos pessoas acessíveis e inclusivas, ou seja, fazer uma revisão de nossas atitudes e mudá-las, tendo como foco principal a ideia de que todas as pessoas têm direitos e deveres em uma sociedade democrática e que ninguém deve ser excluído por qualquer razão que seja. (BAPTISTA , 2008, p.24). Para uma aptidão interior e exterior é de suma condição comunicarmo-nos com os usuários que frequentam nossos ambientes de trabalho: Nas unidades de informação, essas transformações têm causado um grande impacto, exigindo mudanças de paradigmas em relação aos modelos de gestão, tratamento e disseminação da informação. Produtos e serviços precisam ser repensados e reestruturados, bem como novas formas de mediação da informação necessitam ser estudadas e implementadas, visando atingir o objetivo final que é a disseminação da informação. (RUBI, EUCLIDES e SANTOS, 2006, p.82). A questão de aptidão entra aqui, no contexto de adequação social, respeito e aprimoramento profissional, sendo assim necessário não só implicar o ensino da LIBRAS especificamente a áreas de ensino, como também em áreas de tratamento informacional. Por não terem pessoas proficientes com quem se comunicar, os surdos deixam de vivenciar todos os usos efetivos da linguagem. Muitos pais acabam por utilizar sinais para informar, e não para comentar, explicar, contar histórias, contar piadas. Isso pode ter implicações significativas, como atraso na aquisição da língua de sinais e, consequentemente, atraso cognitivo (considerando-se a inter-relação entre linguagem e cognição), impossibilitando de se constituir-se um sujeito falante e exclusão social do surdo.(SANTANA, 2002, p.117).
  • 28. 27 O resultado de forma positiva, com relação à busca pela inclusão depende da intenção, vontade, capacidade e interesse das pessoas com e sem deficiência, de mudanças e ações que demonstrem atitudes que busquem esta aprimoração, além de todo um contexto físico e social composto de recursos que contribuam para a independência da pessoa com deficiência. A aplicação de meios acessíveis, garante ao usuário uma condição e possibilidade de alcance, de forma segura e autônoma dos lugares (espaços) informacionais, assim como outros e garante a precisão disto. Abarcar a real intensão da inclusão que se busca, nos refere também a utilização da LIBRAS em ambientes de informação, o que consiste não só na presença de uma interprete, mas, mas de um profissional que conheça o espaço e tenha uma percepção precisa desta língua que a cada dia se faz mais presente na sociedade. O aprendizado da LIBRAS pelo bibliotecário é uma forma de mostrar a sociedade que como facilitadores e disseminadores da informação, que estamos preocupados com o todo e que somos um profissional competente e que busca sempre estar atualizado e buscando sempre oferecer o melhor que podemos a todo o tipo de usuário que precise de nós. Informar é formar pessoas, e nos dias atuais, percebemos que o bibliotecário, ainda que não pareça, é a melhor fonte a dar inicio nesta investida, mostrando as outras áreas que qualquer uma delas tem uma ponte que correlaciona umas as outras, que forneça meios acessíveis e que coloque em prática viva a inclusão e não apenas a integração, basta ter vontade em buscar, entender, se colocar no lugar do outro para que percebamos a necessidade de estar aberto a novos desafios.
  • 29. 28 5 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS PARA FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO – Questionário aplicado e resultados Quando trazemos a ideia do ensino da LIBRAS, não significa que estamos tentando impor um fator, mas, salienta a importância deste tipo de comunicação e língua para o bibliotecário. Tratar da informação é atividade que requer habilidade e flexibilidade pelo simples fato de estarmos tratando de conteúdos voltados para o todo e não limitado. Hoje ou amanhã, um usuário diferente vai buscar por acessar esse conteúdo e o pensamento de qual canal agregar a este conteúdo para futuros acessos é algo que tem de partir do próprio profissional. A LIBRAS é uma linguagem, e partindo deste princípio, nada mais coerente do que estar preparado também para o caso de sermos abordados por este tipo de usuário e fazer com que o mesmo se sinta integrado e incluso no espaço ao qual se direciona, e no momento em que se comunica perceber que o espaço e quem o compõe necessita se adequa ao que o usuário precisa, independente de qual seja o espaço, sendo isto, um resultado de inclusão voluntária e natural da sociedade, mostrando que buscamos por estar acessíveis e de acordo com aquilo que eles também precisarem. Pessoas com deficiência não podem nem devem ser excluídas desse processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações proporcionadas pelos meios de comunicação, e não nos compete, nem é lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em nosso ambiente de trabalho. (PUPO, 2008, p. 18). Para melhor compreensão da proposta abordada neste trabalho, não houve apenas um levantamento bibliográfico sobre o assunto, como também foi aplicado 1 questionário, de 2 tipos; físico e virtual. Sendo então; 80 no formato físico (para alunos do primeiro e terceiro período) e um virtual (para alunos do oitavo período), ambos com seis perguntas, sendo 5 fechadas e uma aberta. Todos os alunos foram do curso de Biblioteconomia UFPE, onde tivemos; 25 alunos do primeiro período, 32 alunos do terceiro período e 14 alunos do oitavo período que responderam as perguntas sobre o assunto proposto, dando um total de 71 alunos abordados. Para cada questionário aplicado presencialmente, foi dado um tempo de 10 minutos para resposta e no caso do questionário aplicado virtualmente, um prazo de quatro dias correntes.
  • 30. 29 ANEXO A - QUESTIONÁRIO APLICADO: A importância do ensino de libras na formação do bibliotecário 1. Você conhece a LIBRAS? Sim Não 2. Tem conhecimento da disponibilidade desta disciplina no quadro de eletivas no perfil curricular de Biblioteconomia? Sim Não 3. Conhece os departamentos que ofertam esta disciplina? Sim Não 4. Numa escala de 0 a 5, quanto você atribui, no que diz respeito à importância do ensino de LIBRAS nos cursos de Graduação em Biblioteconomia? 0 1 2 3 4 5 1 - Importante 2-Não muito importante 3 - Necessário 4 - Desnecessário 5 - Não sei 5. Uma vez aplicado o ensino de LIBRAS, estaria o curso investindo em algo necessário à atuação do bibliotecário? Sim Não
  • 31. 30 6. Com suas palavras, nos diga o que você acha do ensino de LIBRAS no curso de Biblioteconomia?
  • 32. 31 A seguir trazemos os resultados obtidos com a aplicação do questionário para alunos do curso de Biblioteconomia. 1º Quantidade de alunos e a qual período pertencem: Gráfico 1: No primeiro gráfico, temos a porcentagem de alunos de cada período que respondeu os questionários aplicados. Percebe-se uma maior representatividade de alunos do 3º período no que diz respeito ao interesse sobre o tema abordado e em participar desta pesquisa voluntariamente. 2º Conhecimento da LIBRAS por parte dos alunos: Gráfico 2: Neste segundo gráfico percebemos que 7% dos alunos abordados ainda não sabem o que seja ou sobre o quê se trata a LIBRAS. Figura 1 – Fonte: autor Figura 2 – Fonte: autor
  • 33. 32 3º Conhecimento da existência da disciplina como eletiva no perfil de Biblioteconomia: Gráfico 3: Neste terceiro gráfico, percebemos que 44% dos alunos não sabem da existência da disciplina como eletiva no perfil curricular do curso, o que talvez seja a pouca propagação da mesma, indiferença quanto a sua necessidade ou falta de professores bibliotecários que compreendam a língua e possa estar à frente desta disciplina. 4º Conhecimento dos departamentos que a ofertam: Gráfico 4: 66% dos alunos não sabem ou conhecem os departamentos que ofertam esta disciplina, assim como não sabem que esta disciplina deveria ser oferta pelo próprio departamento de biblioteconomia, o que podemos compreender como; uma omissão que pode vir a ser tanto do aluno por não buscar saber a respeito, mas também, da própria instituição que não divulga ou busca por tornar ciente a presença deste ensino e dos departamentos que abarca ele de forma obrigatória ou eletiva. Figura 3 – Fonte: autor Figura 4 – Fonte: autor
  • 34. 33 5º Como especificar o grau de valor atribuído ao seu ensino no curso: Gráfico 5: Neste quinto gráfico, trazemos uma pontuação atribuída ao quão importante, necessário e desnecessário seria o investimento no ensino da LIBRAS, onde 63% dos alunos consideram importante e 37% necessário para o curso o ensino da língua. 6º A importância de seu ensino para o curso: Gráfico 6: 94% dos alunos consideram que o investimento no ensino da LIBRAS é necessário por ser uma das ferramentas de atuação do bibliotecário, 4% não pensa ser necessário e 1% considera que talvez. Figura 5 – Fonte: autor Figura 6 – Fonte: autor
  • 35. 34 7º Questão aberta feita aos discentes: Na questão aberta, a pergunta proposta foi: Com suas palavras, nos diga o que acha do ensino da LIBRAS no curso de Biblioteconomia?. O motivo maior apresentado foi “a disseminação da informação e acesso a mesma”, onde os alunos acreditam serem estes motivos essenciais para que esta disciplina venha a ser ofertada e disponibilizada no curso. Muitos discentes também trouxeram a questão da comunicação e inclusão social do indivíduo Surdo, onde o uso da língua de sinais seria uma forma de suprir a necessidade informacional apresentada, houve também quem usou como argumento sobre a importância de seu ensino, o fato da educação estar inserida no contexto da biblioteconomia, onde, uma vez propagado e ofertado o ensino da LIBRAS a mesma estaria capacitando o bibliotecário a um atendimento adequado e construindo assim, um contato direto, tornando-o ponte entre a informação (seu objeto de trabalho) e o usuário (aquele que precise e necessite dela) suprindo sua necessidade informacional, independente de qual seja ela. Sendo assim, a inclusão desta disciplina no curso e sua oferta seriam de suma importância por trazer uma interação, acessibilidade, união de perfis diferentes, interatividade, despertar do lado humano do curso, maior circulação da informação (ultrapassando fronteiras e barreiras) e um convívio social mais harmonioso.
  • 36. 35 6 CONCLUSÃO Estar bibliotecário é se enxergar dentre todos os meios que contextualizam e fazem parte da educação humana, pois, a partir do momento em que se trabalha com a informação e percebe-se um crescimento e ampliação do público alvo ao qual ela está destinada, precisamos ser flexíveis e nos moldar de forma a estarmos preparados para os desafios, sejam eles positivos ou negativos que a área nos traga. O estar preparado implica também na questão de buscarmos estar preparados, atribuindo ao nosso auto contexto, meios que justifiquem o motivo de sermos nós a ponte que liga a resposta ao questionamento, o suprimento a necessidade informacional de cada um, sendo então, acessos informacionais. Neste âmbito acessível, inclui-se a acessibilidade e pensando em toda a gama que ela envolve, no quesito; físico, visual ou auditivo, precisamos pensar no todo que se dirige aos espaços informacionais. É fato que muito se tem pensado em ajustes dos espaços para este público, mas, será que apenas isso conta? Viver pensando que a acessibilidade esta ligada apenas aos nossos espaços físicos, é limitar-se a um único método e ignorarmos os outros aspectos de nosso perfil diante da sociedade e suas necessidades. A comunicação é uma das ferramentas fundamentais para o bibliotecário, pois, através dela podem-se resolver diversos problemas que nos é apresentado, e a inclusão da LIBRAS como meio para esta compreensão é algo que já deveria ter sido desenvolvido e abordado de forma presente dentre a formação do bibliotecário. O fato de pensar nela como algo importante precisa partir daqueles que pretendem se formar e trabalhar com a informação, pois, o informar está em formar e educar as pessoas através daquilo que repassamos e indicamos a elas. Então, resgatando o paradigma social e cognitivo do perfil do bibliotecário, percebemos que a tomada e iniciativa para que o conhecimento e ensino desta língua se faça mais presente, não esta relacionada apenas ao disseminar e acessar a informação, mas, incluir, integrar, conviver, capacitar, gerar um acesso direto do bibliotecário com as necessidades apresentadas pelo usuário e o principal, despertar o lado humano do bibliotecário, garantindo e demonstrando um interesse do mesmo para com o todo.
  • 37. 36 Sendo assim, o presente trabalho serviu não apenas para revelar um simples estudo, questionamento ou posicionamento pessoal e coletivo por estudantes do curso de biblioteconomia, mas, salientar que não deve ser tardia, como futuros disseminadores da informação, a busca por métodos e meios que busquem o benefício e melhora do perfil. Isso deve partir não apenas de imposições curriculares já formatadas, mas, de um diálogo aberto entre aqueles que buscam ajudar o usuário, como também de uma vivência maior daquilo que é nossa realidade, cultura e sociedade atual.
  • 38. 37 REFERÊNCIAS ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de. Mediação da informação e múltiplas linguagens. Revista Brasileira de Ciência da Informação, Brasília, v.2, n.1, p.89- 103, jan./dez. Disponível em: <http://inseer.ibict.br/ancib/index.php/tpbci/article/viewArticle/17>. Acesso em: 10 jan. 2015. BAKTHIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira, 8 ed. São Paulo: Hucitec, 1997. BAPTISTA, Maria Isabel S. Dias. Convivendo com as diferenças. Acessibilidade: discurso e prática no cotidiano das bibliotecas, Campinas, SP: UNICAMP/Biblioteca Central Cesar Lattes – 2008, p.24-27. BATTISTI, C. M. Da segregação à inclusão: evolução do conceito de inclusão. Ágora- Revista Eletrônica, Cerro Grande, n. 11, dez. 2010. Disponível em: <http://www.ceedo.com.br/agora/agora11/CleusaMolinariBattisti_inclus%E3odod eficiente_Desafioseoportunidades.pdf>. Acesso em: 18 jan.2015. BRITO et al. (org). Língua Brasileira de Sinais. In: Brasil, SEESP. Brasília, 1998. v3. CUNHA, M. V. O papel social do bibliotecário. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. 15, 1º sem. 2003. Disponível em: <http://www.encontros-bibli.ufsc.br/>. Acesso em: 10 jan. 2015. ________ Decreto Nº 5.626. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Publicada no Diário Oficial da União em 22/12/2005 FREIRE, I. M. A responsabilidade social da Ciência da Informação e/ou o olhar da consciência possível sobre o campo científico. 2001. 166f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Instituto Brasileiro de Ciência de Informação em Ciência e Tecnologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001. GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. São Paulo: Plexus Editora, 2002. LE COADIC, Yves-François. A Ciência da Informação. 2 ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004. MATA, Marta Leandro da, CASARIN, Helen de Castro Silva. A formação do bibliotecário e a competência informacional: um olhar através das competências. São Paulo: Editora Unesp, 2010, p. 300-318. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: Mai, 2015 MARTELOTTA, Mário Eduardo; CUNHA, Angélica Furtado da; COSTA, Marcos Antonio. Manual de linguística. São Paulo: Editora Contexto, 2008.
  • 39. 38 MOURA, M. C.; LODI, A. C.; HARRISON, K. M. A história e educação; o surdo, a oralidade e o uso de sinais. In: LOPES FILHO, O. C. (Ed.). o tratado de fonoaudiologia. 2. ed. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd, 2005. v. 2, p. 341-364. PERINI, Mário A. Sobre língua, linguagem e Linguística: uma entrevista com Mário A. Perini. ReVEL. Vol. 8, n. 14, 2010. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br]. PUPO, Deise Tallarico. Acessibilidade e Inclusão: o que isso tem a ver com os bibliotecários?. Acessibilidade: discurso e prática no cotidiano das bibliotecas, Campinas, SP: UNICAMP/Biblioteca Central Cesar Lattes – 2008, p.18-21. QUEIROZ, Luana de Sousa.; RÚBIO, Juliana de Alcântara Silveira. A Aquisição da linguagem e a integração social: a libras como formadora da identidade do surdo. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 5 – nº 1 - 2014, p.5. ROCHA, Marisa Perrone Campos. A Questão Cidadania na Sociedade da Informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 40-45, jan./abr.2000. RUBI, Milena Polsinelli.;EUCLIDES, Maria Luzinete.; SANTOS, Juliana Cardoso dos. Profissional da informação: aspectos de formação, atuação profissional e marketing para o mercado de trabalho.Inf. &Soc.:Est., João Pessoa, v.16, n.1, p.82, jan./jun. 2006 SACKS, Oliver: Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. SANTANA, Ana Paula. Surdez e linguagem: aspectos e implicações neurolinguisticas. São Paulo: Plexus, 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. PPC de Biblioteconomia. Recife, 2011. Disponível em: < https://biblioteconomiaufpe.wordpress.com/.../ppc-de- biblioteconomia-perfil-0406/>. Acesso em: 06, jun.2016. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. PPC de Biblioteconomia. São Carlos, 2014. Disponível em: < www.prograd.ufscar.br/projetoped/projeto_bci.pdf>. Acesso em: 06, jun. 2016.