SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
A história do método cientifico
Idade Moderna
Com as invasões bárbaras, a partir do séc. V, a maior parte da literatura filosófica e
científica grega na Europa perdeu-se. O pouco que havia sido traduzido para o latim
marcaria a Idade Média cristã até o séc. XII, quando novas traduções a partir das
fontes árabes transformariam a filosofia. Dentro das obras que foram importantes
para a filosofia da natureza da baixa Idade Média destacam-se o Timeu de Platão,
parte do qual Calcídio (c. 321)e as obras lógicas de Aristóteles. Foram feitas Traduções
para o latim de algumas obras médicas foram feitas de obras do Corpo Hipocrático e
de Galeno, na cidade de Ravena nos sécs. V a VII. No norte da Europa, o estudo grego
foi mantidoapenas na Irlanda, de onde surgiu João Escoto Erígena (c. 815-77), que
traduziu obras neoplatônicas. A difusão da cultura grega para o Oriente deu-se a partir
de Alexandre, mas a sobrevivência do conhecimento da língua e cultura grega deveu-
se principalmente à presença da igreja nestoriana (cristãos de língua siríaca), que no
séc. V fugiram da perseguição bizantina, e se instalaram em cidades da Pérsia (actual
Iraque), como Nisibis e Jundishapur. Após a morte de Maomé, em 632, o islamismo se
expandiu rapidamente, e o Califado Abássida (a partir de 749) estabeleceu contactos
amigáveis comcristãos e persas helenizado semseu território, especialmente após a
mudança da capital para Bagdá (em 762), perto deJundishapur. Médicos nestorianos
foram trazidos para a corte, e fundou-se a “Casa da Sabedoria” (c. 820) em torno de
uma grande biblioteca mantida principalmente por nestorianos, e que se encarregava
de traduzir do siríaco e do grego obras de interesse prático – sobre medicina,
astrologia, lógica e matemática – e, devido ao crescimento de interesses teológicos,
também as obras de Platão e Aristóteles. A manufactura de papel fora assimilada de
conquistas de territórios chineses, e chegou a Bagdá em 794, facilitando as traduções.
A matemática muçulmana incorporou os algarismos hindus (com nove signos
diferentes para os primeiro nove números) e aperfeiçoou a álgebra, com al-Khwarizmi
(c.780-850), e trabalhou com números negativos. A astronomia manteve o
paradigmaptolemaico e aperfeiçoou o cálculo de previsões e a construção de
calendários, com al-Battani(c. 853-929), al-Biruni (973-1048), Omar Khayyam (1048-
1131), entre outros. A óptica e a teoria da visão avançaram com os tratados de al-Kindi
(c. 801-73) e Alhazen (965-1040). Na medicina, destacaram-se al-Razi (865-925), que
escreveu sobre a varíola e o sarampo, eAvicena (c. 980-1037), que escreveu os
famosos Cânones da Medicina e utilizou a filosofiaaristotélica como pano de fundo
para sua visão de ciência. Na alquimia, destacou-se Geberc. 721-815), cuja filosofia da
natureza baseava-se no conceito de que o microscosmo reflecte omacrocosmo, com a
conexão de forças cósmicas e celestes.
Análise na Matemática
Nas demonstrações em matemática, utilizam-se dois procedimentos fundamentais
conhecidos como “análise” e “síntese”. Esta distinção era feita na época de Euclides,
foi sublinhada por Papus de Alexandria (c. 300-350 d.C.) Na análise, parte-se de um
resultado almejado (o resultado de um teorema) e fazem-se consequencias
mais elementares; a síntese é o processo inverso, a partir das teses simples obtidas na
análise, é deduzindo o resultado em questão. Ambos os procedimentos são dedutivos.
Por exemplo, ao considerar a tese de que a soma dos ângulos internos de qualquer
triângulo é 180°. Desenha-se um triângulo de vértices A, B e C. Talvez traçar uma recta
DE passando por A que seja paralela ao lado BC. Ora, sabemos que a recta passando
por A forma o ângulo raso de 180°. Talvez possa-se provar que a soma dos ângulos
internos seja igual ao ângulo raso.
Esta etapa é a síntese, e é aquela que aparece nos Elementos.
A História do método cientifico
Nos primórdios da civilização os gregos foram os primeiros a desenvolver um tipo de
conhecimento racional mais desligado do mito, porém, foi o pensamento laico, não
religioso, que logo se tornou rigoroso e conceitual fazendo nascer a filosofia no século
VI a.C.
Nas colonias gregas da Jônia e Magna Grécia, surgiu os primeiros filósofos, e sua
principal preocupação era a cosmologia, ou estudo da natureza. Buscavam o principio
explicativo de todas as coisas , cuja unidade resumiria a extrema multiplicidade da
natureza. As respostas eram as mais variadas, mas a teoria que permaneceu por mais
tempo foi a de Empédocles, para quem o mundo físico é constituído de quatro
elementos: terra, água, ar e fogo.
Muitos desses filósofos, tais como Tales e Pitágoras no século VI a.C. e Euclides no
século III a.C. ocupavam-se com astronomia e geometria, mas, diferentemente dos
egípcios e babilônios, desligavam-se de preocupações religiosas e práticas, voltando-se
para questões mais teóricas.
Alguns princípios fundamentais da mecânica foram estabelecidos por Arquimedes no
século III a.C. visto por Galileu como único cientista grego no sentido moderno da
palavra devido à utilização de medidas e enunciação do resultado sob a forma de lei
geral. Dentre os filósofos antigos, Arquimedes constitui uma exceção, já que a ciência
grega era mais voltada para a especulação racional e desligada da técnica e das
preocupações práticas.
O auge do pensamento grego se deu nos séculos V e IV a.C. período em que viveram
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Platão opõe de maneira vigorosa os sentidos e a razão, e considera que os primeiros
levam a opinião (doxa), forma imprecisa, subjetiva e mutável de conhecer. Por isso é
preciso buscar a ciência (episteme), que consiste no conhecimento racional das
essências, das idéias imutáveis, objetivas e universais. As ciências como a matemática, a
geometria, a astronomia são passos necessários a serem percorridos pelo pensador, até
atingir as culminâncias da reflexão filosófica.
Aristóteles atenua o idealismo platônico, e seu olhar é sem duvida mais realista, não
desvalorizando tanto os sentidos. Filho de médico herdou o gosto pela observação e deu
grande contribuição a biologia, mas, como todo grego, Aristóteles também procura
apenas conhecer, estando suas reflexões desligadas da técnica e das preocupações
utilitárias. Além disso, persiste a concepção estática do mundo, pela quais os gregos
costumam associar a perfeição ao repouso, a ausência de movimento.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

História da filosofia antiga
História da filosofia antigaHistória da filosofia antiga
História da filosofia antigarafaforte
 
Mitologia e Filosofia - diferenças
Mitologia e Filosofia - diferençasMitologia e Filosofia - diferenças
Mitologia e Filosofia - diferençasBruno Carrasco
 
Filosofia moderna
Filosofia moderna Filosofia moderna
Filosofia moderna Over Lane
 
Platão e a teoria das ideias
Platão e a teoria das ideiasPlatão e a teoria das ideias
Platão e a teoria das ideiasItalo Colares
 
A ciencia através dos tempos
A ciencia através dos temposA ciencia através dos tempos
A ciencia através dos temposMonica Alves
 
Slide a origem da filosofia
Slide a origem da filosofiaSlide a origem da filosofia
Slide a origem da filosofiairanildespm
 
O nascimento da filosofia
O nascimento da filosofiaO nascimento da filosofia
O nascimento da filosofiaRaniery Braga
 
O surgimento da filosofia
O surgimento da filosofiaO surgimento da filosofia
O surgimento da filosofiaAlison Nunes
 
Empirismo Inglês - Bacon, Locke e Hume
Empirismo Inglês - Bacon, Locke e HumeEmpirismo Inglês - Bacon, Locke e Hume
Empirismo Inglês - Bacon, Locke e HumeRafael Oliveira
 
Filosofia - Idealismo Alemão e outros
Filosofia - Idealismo Alemão e outrosFilosofia - Idealismo Alemão e outros
Filosofia - Idealismo Alemão e outrosRodrigo Moysés
 
Filosofia da natureza
Filosofia da naturezaFilosofia da natureza
Filosofia da naturezaErandi Lima
 
Filosofia 02 - Sócrates, Platão e Aristóteles
Filosofia 02 - Sócrates, Platão e  AristótelesFilosofia 02 - Sócrates, Platão e  Aristóteles
Filosofia 02 - Sócrates, Platão e AristótelesDiego Bian Filo Moreira
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasAula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasLeandro Nazareth Souto
 
O surgimento da filosofia na Grégia Antiga.ppt
O surgimento da filosofia na Grégia Antiga.pptO surgimento da filosofia na Grégia Antiga.ppt
O surgimento da filosofia na Grégia Antiga.pptAndersonAlves448621
 
Conhecendo Pitágoras
Conhecendo PitágorasConhecendo Pitágoras
Conhecendo PitágorasBumario
 
O nascimento da lógica 2º ano ok
O nascimento da lógica 2º ano okO nascimento da lógica 2º ano ok
O nascimento da lógica 2º ano okMilena Leite
 

Mais procurados (20)

História da filosofia antiga
História da filosofia antigaHistória da filosofia antiga
História da filosofia antiga
 
Mitologia e Filosofia - diferenças
Mitologia e Filosofia - diferençasMitologia e Filosofia - diferenças
Mitologia e Filosofia - diferenças
 
Filosofia moderna
Filosofia moderna Filosofia moderna
Filosofia moderna
 
Platão e a teoria das ideias
Platão e a teoria das ideiasPlatão e a teoria das ideias
Platão e a teoria das ideias
 
A ciencia através dos tempos
A ciencia através dos temposA ciencia através dos tempos
A ciencia através dos tempos
 
Filosofia medieval slide
Filosofia medieval slideFilosofia medieval slide
Filosofia medieval slide
 
ORIGEM DA FILOSOFIA
ORIGEM DA FILOSOFIA ORIGEM DA FILOSOFIA
ORIGEM DA FILOSOFIA
 
Slide a origem da filosofia
Slide a origem da filosofiaSlide a origem da filosofia
Slide a origem da filosofia
 
O nascimento da filosofia
O nascimento da filosofiaO nascimento da filosofia
O nascimento da filosofia
 
O surgimento da filosofia
O surgimento da filosofiaO surgimento da filosofia
O surgimento da filosofia
 
Cap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia HelenísticaCap 4 - Filosofia Helenística
Cap 4 - Filosofia Helenística
 
Empirismo Inglês - Bacon, Locke e Hume
Empirismo Inglês - Bacon, Locke e HumeEmpirismo Inglês - Bacon, Locke e Hume
Empirismo Inglês - Bacon, Locke e Hume
 
Filosofia - Idealismo Alemão e outros
Filosofia - Idealismo Alemão e outrosFilosofia - Idealismo Alemão e outros
Filosofia - Idealismo Alemão e outros
 
Filosofia da natureza
Filosofia da naturezaFilosofia da natureza
Filosofia da natureza
 
Filosofia 02 - Sócrates, Platão e Aristóteles
Filosofia 02 - Sócrates, Platão e  AristótelesFilosofia 02 - Sócrates, Platão e  Aristóteles
Filosofia 02 - Sócrates, Platão e Aristóteles
 
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: SofistasAula de filosofia antiga, tema: Sofistas
Aula de filosofia antiga, tema: Sofistas
 
Método científico
Método científicoMétodo científico
Método científico
 
O surgimento da filosofia na Grégia Antiga.ppt
O surgimento da filosofia na Grégia Antiga.pptO surgimento da filosofia na Grégia Antiga.ppt
O surgimento da filosofia na Grégia Antiga.ppt
 
Conhecendo Pitágoras
Conhecendo PitágorasConhecendo Pitágoras
Conhecendo Pitágoras
 
O nascimento da lógica 2º ano ok
O nascimento da lógica 2º ano okO nascimento da lógica 2º ano ok
O nascimento da lógica 2º ano ok
 

Semelhante a A história do método cientifico na idade média

A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA   A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA Fernando Alcoforado
 
Módulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência MedievalMódulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência MedievalBernardo Motta
 
Apresentação de Filosofia
Apresentação de FilosofiaApresentação de Filosofia
Apresentação de FilosofiaLeandro Amorim
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometriaLuci Bragagnolo
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometriaLuci Bragagnolo
 
Fundamentos e prática da matemática I
Fundamentos e prática da matemática IFundamentos e prática da matemática I
Fundamentos e prática da matemática IF Figueiredo Habyby
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docxLucasGilCosta
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docxLucasGilCosta
 
A história e biografia de euclides
A história e biografia de euclidesA história e biografia de euclides
A história e biografia de euclidescolegio
 
Slides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
Slides Simpósio 'Astrologia e TransdisciplinaridadeSlides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
Slides Simpósio 'Astrologia e TransdisciplinaridadeEspaço Astrológico
 
Pitagoras
PitagorasPitagoras
PitagorasEmanoel
 
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhccFilosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhccNayanaEscossio
 
O Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De MundoO Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De MundoGui Cadorim
 

Semelhante a A história do método cientifico na idade média (20)

Trabalho trigonometria
Trabalho trigonometriaTrabalho trigonometria
Trabalho trigonometria
 
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA   A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
A GÊNESE DA CIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
 
Módulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência MedievalMódulo IIIB - Ciência Medieval
Módulo IIIB - Ciência Medieval
 
Ciência antiga e medieval
Ciência antiga e medievalCiência antiga e medieval
Ciência antiga e medieval
 
Apresentação de Filosofia
Apresentação de FilosofiaApresentação de Filosofia
Apresentação de Filosofia
 
Geometria espacial1
Geometria espacial1Geometria espacial1
Geometria espacial1
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometria
 
História da trigonometria
História da trigonometriaHistória da trigonometria
História da trigonometria
 
7a série história da ciência
7a série   história da ciência7a série   história da ciência
7a série história da ciência
 
História da ciência
História da ciênciaHistória da ciência
História da ciência
 
Fundamentos e prática da matemática I
Fundamentos e prática da matemática IFundamentos e prática da matemática I
Fundamentos e prática da matemática I
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont.docx
 
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
01_Ceticismo_,_de_Jean_Paul_Dumont (1).docx
 
A história e biografia de euclides
A história e biografia de euclidesA história e biografia de euclides
A história e biografia de euclides
 
Slides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
Slides Simpósio 'Astrologia e TransdisciplinaridadeSlides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
Slides Simpósio 'Astrologia e Transdisciplinaridade
 
Pitagoras
PitagorasPitagoras
Pitagoras
 
A teologia de Aristóteles
A teologia de AristótelesA teologia de Aristóteles
A teologia de Aristóteles
 
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhccFilosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
Filosofia antiga.pdfjjjhgfcccvjjjbbbhhcc
 
O Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De MundoO Velho Modelo De Mundo
O Velho Modelo De Mundo
 
rogério
rogériorogério
rogério
 

Mais de joao115

A história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade médiaA história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade médiajoao115
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberaniajoao115
 
Cidadania participada
Cidadania participadaCidadania participada
Cidadania participadajoao115
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberaniajoao115
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberaniajoao115
 
Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania joao115
 

Mais de joao115 (6)

A história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade médiaA história do método cientifico na idade média
A história do método cientifico na idade média
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
Cidadania participada
Cidadania participadaCidadania participada
Cidadania participada
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
Orgaos da soberania
Orgaos da soberaniaOrgaos da soberania
Orgaos da soberania
 
Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania Orgãos da Soberania
Orgãos da Soberania
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......suporte24hcamin
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdfBlendaLima1
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......Introdução a Caminhada do Interior......
Introdução a Caminhada do Interior......
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
 

A história do método cientifico na idade média

  • 1. A história do método cientifico Idade Moderna Com as invasões bárbaras, a partir do séc. V, a maior parte da literatura filosófica e científica grega na Europa perdeu-se. O pouco que havia sido traduzido para o latim marcaria a Idade Média cristã até o séc. XII, quando novas traduções a partir das fontes árabes transformariam a filosofia. Dentro das obras que foram importantes para a filosofia da natureza da baixa Idade Média destacam-se o Timeu de Platão, parte do qual Calcídio (c. 321)e as obras lógicas de Aristóteles. Foram feitas Traduções para o latim de algumas obras médicas foram feitas de obras do Corpo Hipocrático e de Galeno, na cidade de Ravena nos sécs. V a VII. No norte da Europa, o estudo grego foi mantidoapenas na Irlanda, de onde surgiu João Escoto Erígena (c. 815-77), que traduziu obras neoplatônicas. A difusão da cultura grega para o Oriente deu-se a partir de Alexandre, mas a sobrevivência do conhecimento da língua e cultura grega deveu- se principalmente à presença da igreja nestoriana (cristãos de língua siríaca), que no séc. V fugiram da perseguição bizantina, e se instalaram em cidades da Pérsia (actual Iraque), como Nisibis e Jundishapur. Após a morte de Maomé, em 632, o islamismo se expandiu rapidamente, e o Califado Abássida (a partir de 749) estabeleceu contactos amigáveis comcristãos e persas helenizado semseu território, especialmente após a mudança da capital para Bagdá (em 762), perto deJundishapur. Médicos nestorianos foram trazidos para a corte, e fundou-se a “Casa da Sabedoria” (c. 820) em torno de uma grande biblioteca mantida principalmente por nestorianos, e que se encarregava de traduzir do siríaco e do grego obras de interesse prático – sobre medicina, astrologia, lógica e matemática – e, devido ao crescimento de interesses teológicos, também as obras de Platão e Aristóteles. A manufactura de papel fora assimilada de conquistas de territórios chineses, e chegou a Bagdá em 794, facilitando as traduções. A matemática muçulmana incorporou os algarismos hindus (com nove signos diferentes para os primeiro nove números) e aperfeiçoou a álgebra, com al-Khwarizmi (c.780-850), e trabalhou com números negativos. A astronomia manteve o
  • 2. paradigmaptolemaico e aperfeiçoou o cálculo de previsões e a construção de calendários, com al-Battani(c. 853-929), al-Biruni (973-1048), Omar Khayyam (1048- 1131), entre outros. A óptica e a teoria da visão avançaram com os tratados de al-Kindi (c. 801-73) e Alhazen (965-1040). Na medicina, destacaram-se al-Razi (865-925), que escreveu sobre a varíola e o sarampo, eAvicena (c. 980-1037), que escreveu os famosos Cânones da Medicina e utilizou a filosofiaaristotélica como pano de fundo para sua visão de ciência. Na alquimia, destacou-se Geberc. 721-815), cuja filosofia da natureza baseava-se no conceito de que o microscosmo reflecte omacrocosmo, com a conexão de forças cósmicas e celestes. Análise na Matemática Nas demonstrações em matemática, utilizam-se dois procedimentos fundamentais conhecidos como “análise” e “síntese”. Esta distinção era feita na época de Euclides, foi sublinhada por Papus de Alexandria (c. 300-350 d.C.) Na análise, parte-se de um resultado almejado (o resultado de um teorema) e fazem-se consequencias mais elementares; a síntese é o processo inverso, a partir das teses simples obtidas na análise, é deduzindo o resultado em questão. Ambos os procedimentos são dedutivos. Por exemplo, ao considerar a tese de que a soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é 180°. Desenha-se um triângulo de vértices A, B e C. Talvez traçar uma recta DE passando por A que seja paralela ao lado BC. Ora, sabemos que a recta passando por A forma o ângulo raso de 180°. Talvez possa-se provar que a soma dos ângulos internos seja igual ao ângulo raso. Esta etapa é a síntese, e é aquela que aparece nos Elementos.
  • 3. A História do método cientifico Nos primórdios da civilização os gregos foram os primeiros a desenvolver um tipo de conhecimento racional mais desligado do mito, porém, foi o pensamento laico, não religioso, que logo se tornou rigoroso e conceitual fazendo nascer a filosofia no século VI a.C. Nas colonias gregas da Jônia e Magna Grécia, surgiu os primeiros filósofos, e sua principal preocupação era a cosmologia, ou estudo da natureza. Buscavam o principio explicativo de todas as coisas , cuja unidade resumiria a extrema multiplicidade da natureza. As respostas eram as mais variadas, mas a teoria que permaneceu por mais tempo foi a de Empédocles, para quem o mundo físico é constituído de quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Muitos desses filósofos, tais como Tales e Pitágoras no século VI a.C. e Euclides no século III a.C. ocupavam-se com astronomia e geometria, mas, diferentemente dos egípcios e babilônios, desligavam-se de preocupações religiosas e práticas, voltando-se para questões mais teóricas. Alguns princípios fundamentais da mecânica foram estabelecidos por Arquimedes no século III a.C. visto por Galileu como único cientista grego no sentido moderno da palavra devido à utilização de medidas e enunciação do resultado sob a forma de lei geral. Dentre os filósofos antigos, Arquimedes constitui uma exceção, já que a ciência grega era mais voltada para a especulação racional e desligada da técnica e das preocupações práticas. O auge do pensamento grego se deu nos séculos V e IV a.C. período em que viveram Sócrates, Platão e Aristóteles. Platão opõe de maneira vigorosa os sentidos e a razão, e considera que os primeiros levam a opinião (doxa), forma imprecisa, subjetiva e mutável de conhecer. Por isso é preciso buscar a ciência (episteme), que consiste no conhecimento racional das
  • 4. essências, das idéias imutáveis, objetivas e universais. As ciências como a matemática, a geometria, a astronomia são passos necessários a serem percorridos pelo pensador, até atingir as culminâncias da reflexão filosófica. Aristóteles atenua o idealismo platônico, e seu olhar é sem duvida mais realista, não desvalorizando tanto os sentidos. Filho de médico herdou o gosto pela observação e deu grande contribuição a biologia, mas, como todo grego, Aristóteles também procura apenas conhecer, estando suas reflexões desligadas da técnica e das preocupações utilitárias. Além disso, persiste a concepção estática do mundo, pela quais os gregos costumam associar a perfeição ao repouso, a ausência de movimento.