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Capítulo 3 
 
A Ciência Grega 
O cientista grego, ao menos no período clássico, era o filósofo
grego.
Especulação, não experimento, era a fórmula do pensador grego.
Os nomes dos filósofos que chegaram até nós são os nomes dos
homens que estavam procurando explicar a natureza de todo o
universo e tentando justificar a si mesmos.
Eles poucas vezes se contentavam a dar alguma consideração a
apenas uma parte do universo,
Tudo era feito em escalas grandiosas, com generalizações
radicais e especulações vastas.
A única restrição era a razoabilidade intelectual das suas ideias.
Eles tinham que justificar suas ideias para si mesmos e para uma
audiência altamente crítica de filósofos contemporâneos, não em
termos de deuses e força sobrenaturais, mas em termos de
lógica.
A característica chave que distinguia os gregos dos cientistas
modernos, que também pensam logicamente e deduzem suas
ideias a partir da observação, é sua tendência a generalizar sem
dados suficientes.
Para o cientista moderno, o próximo passo mais natural é checar
as suas deduções através de experimentos reais.
Isso o filósofo grego nunca fez.
A sociedade na qual ele viveu prevenia-o até mesmo de pensar
em tal procedimento.
Os filósofos eram membros de um pequeno grupo de elite, os
cidadãos livres.
As glórias da Grécia se originaram com este pequeno grupo, mas
é frequentemente esquecido que esse grupo nunca teria feito as
contribuições que fez se não tivesse existido um grupo muito
maior de escravos para fazer o trabalho manual que mantinha a
sociedade funcionando .
O trabalho com as mãos era para o escravo; trabalho com a
mente, era para o cidadão livre.
Experimentos podiam ter funcionado com o trabalho manual.
Entretanto o filósofo especulava, elaborava vastas cosmologias,
fundamentava com a mais exata lógica, mas nunca pensava em
realizar o trabalho servil do experimento prático.
Essa é a mais característica faceta da ciência grega que nos
explica a quase incompreensível boa vontade dos gregos em
aceitar ideias que continham o germe da verdade, mas que eram
embelezadas com o que é hoje visto como sendo uma
sobreposição de teorias fantásticas.
Se uma ideia parecia razoável, se ela se encaixava no padrão de
uma imagem de mundo que gradualmente se desenvolveu em
todas as várias escolas da filosofia grega, então ela era uma
ideia aceitável e não necessitava de maiores justificativas.
A atitude é perfeitamente expressa por Platão no livro Timeu.
Se então, Sócrates, após tantos homens terem dito várias coisas com
relação aos deuses e à geração do universo, nós podemos podemos nos
provar incapazes de prestar contas em qualquer lugar e em todos os
aspectos de forma consistente e acurada, que ninguém fique surpreso,
mas, se nós podemos produzir um tão provável quanto o outro, devemos
ficar contentes, lembrando que EU que falo e vocês que são meus juízes
somos apenas homens, de tal forma que nesses assuntos nós deveríamos
ficar satisfeitos com o provável e não procurar nada mais. [A quem
Sócrates retruca] excelente, Timeu. nós devemos por todas as maneiras
aceitar isso tal como você sugere.
A importância da especulação filosófica grega para a ciência
moderna pode parecer pequena se essa atitude for considerada
por si mesma. Isso, entretanto, não pode ser feito.
Os pensadores gregos estabeleceram generalizações nas quais
residem as sementes de muitos dos nossos conceitos modernos,
mas, o que é mais importante, eles estabeleceram para si
mesmos uma autoridade que seria reconhecida pelos próximos
dois mil anos.
Suas ideias formaram a base sobre a qual a ciência Alexandrina,
medieval e da renascença foram construídas e foram
consideradas a resposta final a todos os problemas pelas
gerações que se seguiram.
No campo da matemática, uma ciência que não requer
experimentos, o desenvolvimento do assunto foi, no todo, válido.
Nas ciências físicas e biológicas isso é menos frequentemente
verdade, ainda que suas teorias formem a base para a história do
desenvolvimento intelectual do homem ocidental.
Sua explanação da natureza (​physis​) afetou a alquimia e a
química em cada ramificação.
Portanto nós devemos seguir suas ideias para ver como elas
influenciaram o desenvolvimento da ciência Química.
A filosofia grega, e portanto a ciência grega, começou na Iônia,
na região de Mileto, no 6º século aC.
Isso não aconteceu por acidente.
Geograficamente, a Iônia está na extremidade oeste da Ásia
Menor, de frente para a Grécia, mas em contato direto com a
Babilônia e com o Egito.
As rotas de comércio através da Síria e Lídia levavam
diretamente à Iônia, existe pouca dúvida de que as ideias
viajaram pelo mesmo caminho.
Também é de interesse que a Iônia era o ponto no continente
que tinha os contatos mais próximos com a civilização de Creta.
Desde que nós não sabemos nada sobre a antiga ciência
cretense, essa influência não pode ser avaliada, mas o fato é ao
menos digno de nota.
Assim a Iônia foi o local onde os pontos de vista orientais antigos
encontraram a fresca mente grega, e a filosofia grega nascia.
O primeiro filósofo cujo nome, embora não por seus escritos,
chegou a nós foi ​Tales​ (640-546 aC).
Tradicionalmente, ele viajou ao Egito e lá aprendeu os
fundamentos de geometria e astronomia.
A ele é dado crédito pelos primeiros desenvolvimentos de um
verdadeiro interesse científico nesses assuntos.
Ele tomou emprestadas as medidas práticas de terreno dos
egípcios, a astrologia dos babilônios, e as generalizou em
ciências.
A curiosidade intelectual mais que a necessidade prática guiou
suas atividades.
Ele foi o primeiro de uma longa linhagem de pensadores gregos
que buscou o conhecimento para suas próprias causas.
A ele ocorreu a questão que, em variadas formas, ocupou as
mentes dos filósofos gregos por gerações: pode tudo ser tratado
como uma única realidade, aparecendo em diferentes formas?
Sua resposta estava na afirmativa, e ele encontrou essa
realidade única na água.
Os babilônios tinham sustentado que a água era a origem do
cosmos, mas eles não fizeram tentativas para remover esse
conceito do campo da mitologia.
Tales, entretanto, procurou explicar essas ideias em termos mais
físicos.
Água podia ser convertida em ar (evaporação); ela pode ser
congelada e formar um sólido.
Ela pode servir como uma origem de todas as coisas.
O padrão assim estabelecido, a tentativa de explicar as múltiplas
mudanças no mundo em torno de nós em termos puramente
físicos tornou-se a característica principal da escola Iônica de
filosofia.
Anaximandro (611-545 aC), um pupilo de Tales, generalizou o
conceito da fonte primordial ainda mais.
Para ele a origem de todas as coisas era o ​appeiron​, o indefinido
e infinito.
Essa massa indiferenciada deu origem aos mundos que
apareceram e desapareceram como bolhas no ​appeiron​.
Esses mundos, embora emergindo do ​appeiron​, eram eles
próprios compostos de calor e frio.
O conceito de opostos, tão característico da ciência primitiva, foi
introduzido aqui em uma explanação cosmológica de mundo.
Essa ideia de uma forma ou de outra fui típica de toda a posterior
física grega.
A ideia foi expandida por ​Anaxímenes (546-528 aC), por sua vez
um pupilo de ​Anaximandro ​(611-545 aC).
Descartando a vaga ideia do ​appeiron​, ​Anaxímenes ​descobriu a
matéria primordial no ​AR​.
Como a ​ÁGUA de ​Tales ​e o ​appeiron ​de ​Anaximandro​, essa
matéria original ainda porta alguma semelhança com o caos
primitivo do qual as forças físicas produziram o mundo visível.
Anaxímenes ​(546-528 aC), entretanto, tinha uma explicação mais
clara para como o mundo veio a ser.
O ​AR está sujeito aos processos reversos de condensação e
rarefação.
A rarefação do ar produz o fogo; a condensação leva à formação
de água, terra, e pedras.
Esses processos estão ocorrendo continuamente em ambas as
direções.
Tudo está em um estado de mudança.
Pode-se ver que não existe uma ideia de elementos envolvidos
aqui, é mais um conceito de estados da matéria: gás, líquido,
sólido.
Suas interconversões, as quais são aparentes na vida cotidiana,
criaram a base para uma explicação de todo o sistema da
natureza.
Em 494 aC Mileto foi capturada pelos persas.
A escola Iônica de filósofos foi impulsionada para o oeste e
fertilizou o pensamento de outras partes da Grécia.
Os filósofos encontraram uma recepção particularmente favorável
na Sicília e no sul da Itália onde escolas filosóficas também tinha
sido fundadas.
Este era o lar de ​Pitágoras ​e seus seguidores.
O personagem é mais ou menos lendário, mas sua escola estava
bem estabelecida, algo como uma irmandade secreta devotada
ao ​estudo místico dos números​.
Eles descobriram as relações matemáticas na harmonia musical,
e foram responsáveis pela ideia de que uma mistura (​krasis​) de
contrários poderia produzir uma média.
Aplicado a música, isso levou à harmonia; aplicado à medicina
implicava em que a saúde consistia e evitar os extremos, em
fazer um balanço de forças opostas.
Mais ou menos ao mesmo tempo ​Parmênides ​e seus seguidores,
especialmente ​Zeno​, propuseram uma ​teoria da unidade que
negava a existência de movimento, separação, ou qualquer outra
coisa que poderia implicar em desunidade.
Essa ideia extrema não avançou por si só no pensamento grego,
mas apresentou problemas, a resposta a qual levou a
desenvolvimentos posteriores na formulação de um esquema
cosmológico.
Heráclito​, continuando o desenvolvimento da escola Iônica,
escolheu como a origem de todas as coisas o ​FOGO​.
Seus conceitos tiveram seu desenvolvimento definido a partir
daqueles de ​Anaxímenes​.
Ele enfatizou particularmente a constância da mudança. de fato,
talvez a ​mobilidade do fogo que produziu a escolha lógica deste
como a matéria primal. como um rio, ”tudo flui”.
Um mundo começa quando o fogo, seguindo “o caminho
descendente”, condensa como água e então como terra.
Por sua vez, no “caminho ascendente”, ele rarefaz uma vez mais
à forma fogo.
Em adição, a sua filosofia era uma ”física dos contrários”.
Noite dia, verão e inverno, frio e quente, úmido e seco, esses
opostos compunham o cosmos, o ​macrocosmo​.
O mesmo conjunto de contrários, a mesma mudança contínua,
ocorre no ​microcosmo, o homem​.
Assim, na escola Iônica existe uma progressão continuada e o
desenvolvimento da ideia de uma matéria prima organizada em
contrários, especialmente quente e frio, mas também enfatizando
a umidade e a secura.
Estes são exemplificados nas ideias de fogo e água, com os
conceitos relacionados de ​AR​ e ​TERRA​.
Outros fatores também estão envolvidos, mas do ponto de vista
dos desenvolvimentos posteriores do pensamento essas ideias
são as mais importantes.
A interação desses princípios leva à rarefação e condensação, a
um constante estado de movimento e mudança.
Ideias de elementos, de átomos, e de um vácuo ainda estavam
por aparecer.
Esses conceitos emergiram como o próximo passo no
desenvolvimento do pensamento filosófico grego.
O último filósofo da escola Iônica foi ​Anaxágoras de Clazômena
(499-428 aC).
Como todos os filósofos contemporâneos, ele tinha que explicar a
causa do movimento.
Os primeiros Iônicos tinham assumido o movimento como algo
autoevidente, mas, após ​Parmênides negar sua existência,
tornou se necessário considerá-lo em todas as teorias
subsequentes.
Tanto ​Parmênides ​quanto ​Anaxágoras ​foram a Atenas por volta
da metade do Século V aC, por essa época Atenas tornou-se o
centro do pensamento filosófico grego, tal como era o centro da
arte e do drama.
Anaxágoras assumiu a existência de um número finito de
partículas diminutas que lhe chamou de “​SEMENTES​”.
essas não eram nem criadas nem destruídas. a mudança
consistia na sua mistura e separação, o que ocorria
constantemente.
Essas sementes não eram átomos no nosso sentido desde que
elas continham porções extremamente pequenas de tudo que
existe no mundo visível.
As quantidades desses eram variáveis em uma semente
individual.
Sobre o princípio que Anaxágoras introduziu, de que semelhante
atrai semelhante, sementes que continham mais carne, por
exemplo, tendiam a se agrupar para formar mais carne.
Para considerar a separação e movimento, ​Anaxágoras
introduziu o conceito de uma inteligência diretora, o ​Nous​, mente
ou razão, a qual era fundamentalmente responsável pelo
constante fluxo que era parte do seu esboço, como tinha sido
para os outros Iônicos.
Empédocles de Agrigento ​na Sicília (490-435 aC), um
contemporâneo de ​Anaxágoras​, foi um físico, mas também um
filósofo no sentido grego amplo.
Ele transformou as ideias anteriores de fogo, água e terra (gás,
líquido, sólido) em uma forma mais precisa, e deu ao ​AR um
lugar igual aos outros três.
Havia uma forte tendência em tratar o AR meramente como uma
transição entre água e fogo.
Por essa aceitação do AR como um parceiro igual, ​Empédocles
deu ao ​FOGO um lugar no mundo acima daquele de um mero
gás.
Ele era uma substância etérea que por sua luminosidade poderia
ser bem associado, assim como o fez ​Aristóteles​, com os corpos
celestes.
Empédocles ​assumiu a existência dos átomos​, não infinitos em
tipos como ​Anaxágoras ​assumiu, mas de apenas quatro
diferentes tipos.
Agora pela primeira vez a teoria estava claramente estabelecida
desde que existiam apenas quatro elementos, compostos de
minúsculas e imutáveis partículas.
Todos os objetos visíveis eram compostos desses elementos, ou
raízes como ​Empédocles ​as chamava.
Ao invés de assumir um ​Nous ​inteligente para explicar o
movimento, Empédocles preferencialmente assumiu a existência
de dois componentes adicionais de todos os objetos: ​AMOR e
ÓDIO​ (no sentido de contenda, luta, briga, confronto).
Sob a influência do amor os objetos tendiam a combinar; sob
influência do ódio eles se separavam.
Essa foi a primeira tentativa de explicar a combinação em termos
de um conjunto fixo de forças, e como tal é precursora da
doutrina da afinidade que mais tarde tornou se tão importante na
Química.
Empédocles​, entretanto, não pensou em termos de energia como
nós fazemos quando usamos o termo afinidade.
Para ele amor e ódio eram tão materiais quanto a terra, a água, o
ar e o fogo.
A importância de sua ideia reside no fato de que todas as
mudanças as quais os elementos sofrem sob a influência do
amor e do ódio eram mecânicas e governados por leis.
A filosofia de Empédocles era materialista ao extremo;
Empédocles é também famoso por sua prova por meios físicos
preferencialmente a argumentos intelectuais de que o ar é um
corpo material.
Para isso ele usou uma clepsidra, ou relógio de água.
Era um objeto cônico com aberturas na base e no ápice.
Quando colocado na água, ele levava um tempo definido para
afundar, e assim servia como uma medida grosseira de tempo.
Empédocles colocou seu dedo sobre abertura no ápice e mostrou
que quando o cone estava imerso em água ela não poderia
preenchê-lo completamente.
Quando ele se movia seu dedo, o ar escapava pela abertura.
Esse experimento, um dos poucos dos tempos clássicos que
chegou até nós, é digno de nota por mostrar o início do apelo à
observação direta.
Está longe de ser um experimento no sentido moderno,
entretanto, já que não foi desenvolvido para testar uma teoria ou
servir como uma base para novos desenvolvimentos.
.Ao invés disso. Foi uma demonstração para confirmar uma ideia
já estabelecida por um processo de arrazoamento.
ATOMISMO 
A teoria atômica atingiu seu ápice, na medida da preocupação
dos gregos, nas ideias desenvolvidas por ​Leucipo​, de quem
quase nada é conhecido, e por seu pupilo, ​Demócrito de Abdera
(460-370 AC).
Pela primeira vez, uma verdadeira ​teoria cinética de átomos
estava expressada.
O movimento dos átomos tinha sido assumido por ​Anaxágoras ​e
Empédocles​, mas em qual meio o movimento ocorreria não
estava claro.
Na teoria de Demócrito a ideia de vazio, ou vácuo, está
positivamente expressada.
Esse conceito tinha sido rejeitado como impossível por
Parmênides​ e sua escola.
Demócrito assume um vazio no qual os átomos dos quatro
elementos, terra, ar, água, e fogo estavam em ​contínuo
movimento aleatório​.
Esses átomos tinham um tamanho e forma física, o que explicava
muitas de suas propriedades.
Assim os átomos de fogo eram bolas redondas que não se
misturavam com os outros elementos.
Os átomos dos demais elementos tinham formas geométricas e
podiam se emaranhar com os outros para produzir substâncias
visíveis.
A teoria atômica de ​Demócrito ​era a mais completamente
materialista que havia sido desenvolvida até aquele momento.
Tal atomismo era ao menos parcialmente responsável pelo
câmbio de ideias do caminho que tinha sido seguido até aquele
ponto.
Essa mudança torna-se evidente na escola Pitagórica, mais
recente, que floresceu na Sicília.
Preocupado com números, harmonia e forma os Pitagóricos
tomaram emprestadas algumas teorias dos atomistas.
Eles provavelmente foram os primeiros a usar a palavra
stoicheion ​(letras) para significar elementos, e esses aceitaram a
ideia de formas geométricas como uma propriedade essencial
dos átomos.
Suas ideias sobre o vazio eram menos claras que as de
Demócrito​.
Para eles ela provavelmente lembrava mais o ar do que o vácuo.
Entretanto, eles não estavam prontos para ir além das suas
ideias e aceitar um cosmos completamente materialista.
Eles se preocupavam mais consigo mesmo e com ideias de
perfeição na esfera moral.
A reação contra o extremo materialismo quase atingiu seu ponto
mais alto com ​Sócrates ​(470-399 aC).
Após falhar em encontrar satisfação nas teorias da escola Iônica
quando ele era jovem, Sócrates começou a perseguir um ideal de
perfeição para o homem, em oposição à natureza; essa visão
Sócrates passou adiante ao seu maior pupilo, Platão (428-348
aC).
É em ​Platão ​que encontramos no mais elevado grau o
afastamento das cosmologias científicas e uma tentativa de
realizar o ideal através de processos puramente intelectuais.
Tem sido afirmado que isso é uma tentativa de encontrar a chave
para a natureza não no início, mas no fim.
A causa das coisas solicitada não como um processo mecânico
que é acionado da parte de trás, mas como um propósito final
que atrai da frente.
Isso pode parecer ser uma perversão da tentativa de explicar o
universo no que hoje poderia ser considerado termos científicos,
mas Platão era um filósofo demasiado grego para tentar
encontrar algum tipo de explicação física do mundo.
Desde que era a ideia platônica modificada e desenvolvida por
Aristóteles ​que governaria o pensamento dos homens inteligente
pelo próximos dois mil anos, o progresso dessas ideias deve ser
seguido, porque a ciência nesse longo período seguiu os
caminhos que foram criados pelos dois grandes filósofos.
Apesar das afirmativas isoladas de ideias científicas de Platão
terem se espalhado por um grande número dos seus diálogos,
eles são coletados e expressos mais claramente no Timeu.
Esse é também o diálogo que teve a maior influência no
pensamento medieval.
Até por volta de 1156 DC, este foi o único diálogo Platônico
conhecido diretamente no ocidente.
Muito do pensamento químico posterior pode ser traçado a ele.
Ainda que a atitude geral de Platão para com as questões
científicas deixassem claro que elas eram de importância
secundária.
“um homem pode às vezes meditar sobre coisas eternas, e por
recreação tornar a considerar as verdades da geração que são
apenas prováveis; ele irá assim ganhar um prazer não para se
arrepender de, e segurança para si mesmo, enquanto ele vive,
um sábio e moderado passatempo.”
De forma geral, a explicação platônica da natureza é Pitagórica e
Socrática.
Todas as coisas são combinadas pela Divina Inteligência para
produzir o melhor de todos os mundos possíveis.
Harmonia e Forma são igualmente importantes.
Platão ​assume os ​quatro elementos ​de ​Empédocles​, mas dá aos
seus átomos formas geométricas feitas de planos limitados.
Para a ​Terra​, os planos são quadrados que podem ser
combinados apenas para formar um ​CUBO​, uma figura estável
que não pode ser rearranjada em outras formas.
Aassim a solidez e estabilidade da terra são explicadas.
Os átomos dos três outros elementos são feitos de triângulos
delimitados.
A partir de tais triângulos é possível construir vários poliedros
regulares: ​TETRAEDROS​, ​OCTAEDROS​, ​ICOSAEDROS​.
E são associados aos diferentes elementos com base nas
propriedades dos próprios elementos.
O FOGO, o elemento mais penetrante, deve ser composto de
TETRAEDROS, desde que essa figura têm as pontas mais
afiadas e pode penetrar melhor.
O OCTAEDRO representa o AR; o ICOSAEDRO, a ÁGUA.
Nessa tentativa de considerar as propriedades físicas dos
elementos por cruas analogias mecânicas nós vemos um
desenvolvimento das ideias de Demócrito.
Platão​, entretanto, diferente de Demócrito, não concebeu os
elementos como imutáveis.
Os triângulos delimitados poderiam rearranjar-se em outras
figuras, e assim os elementos poderiam ser convertidos uns nos
outros.
Dessa forma, o conceito de “caminhos ascendentes e
descendentes,” de rarefação e condensação tais como
explicados pelos filósofos Iônicos, poderia ser levado em conta.
Obviamente, esses “​elementos​” de Platão nada têm em comum
com nossa ideia de elementos, mas sua explicação de
interconversibilidade foi de grande significância na teoria
alquímica mais adiante desenvolvida.
O uso de analogias mecânicas por Platão ao explicar mudanças
químicas é claramente mostrada na seguinte passagem, que
também contém os germes das ideias que prevaleceram por
longo tempo nas mentes dos químicos das gerações posteriores.
Congelamentos. De todas as espécies denominadas fusíveis, a
qual é a mais densa e formada das mais finas e mais uniformes
partes é aquela mais preciosa possessão chamada ouro, a qual
é endurecida por filtração através de rochas. Esse é único em
espécie e têm ambos um brilho e uma cor amarelada. uma peça
de ouro que é tão densa Quanto dura, e tem uma cor negra, a
chamada de adamanto. existe outra espécie, que tem partes
quase como ouro, das quais Existem muitos tipos; ele é mais
denso que o ouro, e contém uma pequena e fina proporção de
terra, E é assim ainda mais duro, e ainda mais leve, por causa
dos grandes interstícios que ele contém; essa substância, que é
uma das formas mais brilhantes e densas de água, quando
solidificada a chamada de cobre. existe uma liga de terra
Misturada com ela que, enquanto as duas partes envelhecem
estamos unidos, mostram-se separadamente, sendo chamadas
de ferrugem.
Nessa passagem são encontradas algumas ideias que mais tarde
foram expandidas pelos alquimistas.
Ouro é o mais perfeito metal; outros metais são essencialmente
o mesmo, mas contém outras substâncias misturadas.
Metais, por causa de sua fusibilidade, participam da natureza
líquida da água e são assim chamados de “águas”; e como a
água, eles podem ser solidificados.
A formação de “​ferrugem​” consiste na perda de uma parte da
substância integral.
Isso, naturalmente, implica em uma perda de peso.
O desenvolvimento completo dessas ideias será discutido mais
adiante.
Platão aceitava a ideia de mudança constante da escola Iônica.
Sua descrição desse processo dá uma clara ideia do sentimento
dos filósofos gregos.
Vemos que o que acabamos de chamar de água, por
condensação eu suponho torna-se pedra e terra, e esse mesmo
elemento, quando derretido e disperso, passa a vapor e ar. Ar
novamente, quando inflamado, torna-se fogo; e novamente o
fogo, quando condensado e extinto, passa mais uma vez para
as forma de ar; e uma vez mais, ar, quando coletado e
condensado, produz nuvens e brumas, e a partir desses,
quando ainda mais comprimido, começa a fluir como água. E da
água vem a terra e pedras mais uma vez; e assim a geração
parece ser transmitida de uma a outra forma em um círculo.
Por trás dessa constante mudança, Platão sentiu que devia
existir algo permanente e fixo.
Suponha que uma pessoa faça todos os tipos de figuras de ouro
e esteja sempre transbordando uma forma em todo o resto de
formas; alguém aponta para uma delas e pergunta qual é. De
longe a mais segura e verdadeira resposta é, aquilo é o ouro; e
não nomear o triângulo ou qualquer outra das figuras que são
formadas a partir do ouro, como se eles tivessem qualquer
existência, desde que eles estão no processo de mudança
enquanto a pessoa está fazendo a asserção.
A matéria que existe por baixo das várias formas dos elementos
Platão considerou ser o espaço, ao qual ele se referiu como “​a
ama da geração​”. Sobre isso estava impressa a forma da
substância que estava sujeita a mudança, mas a ama da
geração ela própria não mudava.
Portanto, aquele que recebe todas as formas não deve ter forma;
como na fabricação de perfumes, eles primeiro engenham que a
substância líquida que vai receber o aroma deve ser deve ser tão
inodora quanto possível; ou aqueles que desejam imprimir figuras
em substâncias macias não permitem a permanência de
quaisquer impressões prévias, mas iniciam fazendo a superfície
tão plana e suave quanto possível. Dessa forma, aquele que vai
receber perpetuamente e através de toda a sua extensão a
semelhança de todas as coisas externas deve ser desprovido de
qualquer forma particular.
No Timeu Platão expande em grande extensão essas ideias e as
aplica a muitas observações comuns tanto do mundo mineral
quanto do mundo orgânico, mas sempre usando seus
princípios-guia de lógica dedutiva sem qualquer pensamento ou
testes experimentais.
Ainda mais diretamente Influentes nas gerações posteriores que
as ideias de Platão estavam aquelas do seu pupilo, ​Aristóteles
(384-323 a.C.).
Apesar de suas ideias serem baseadas nas de Platão,
naturalmente, na corrente completa da filosofia grega primordial,
Aristóteles desenvolveu um certo número de princípios próprios.
Ele construiu um grande corpo de teorias auto-consistentes que
tentavam explicar toda a natureza de uma forma mais detalhada
que qualquer um dos seus predecessores tenha se aventurado.
Aristóteles ​tinha uma mente mais prática, e pode ser dito, mais
científica que Platão.
Apesar de suas observações no campo da Biologia serem
frequentemente surpreendentemente acuradas, o que é mais
importante é que a imagem de natureza que ele desenvolveu
tornou-se o único padrão aceito de pensamento científico até o
período da Renascença.
Os cientistas helênicos da Alexandria, os Árabes, e os homens
da cristandade latina estudaram tão profundamente que suas
ideias tornaram-se a herança inconsciente de todos os
pensadores por dois mil anos.
Cada fato observado, cada nova especulação era
automaticamente ajustada no quadro aristotélico.
Isso deu uma unidade ao pensamento dos homens, não
importando quão diversos os seus panos de fundos culturais.
Eventualmente, quando a fusão da ciência árabe e ocidental
ocorreu, existia uma base comum a partir da qual novos avanços
poderiam surgir com muito menos esforço e confusão que
poderiam de outra forma ter ocorrido.
Apesar de Aristóteles ter se se afastado das ideias de Platão a
medida que seu interesse em um pensamento mais prático e
menos abstrato aumentou, ele nunca abandonou a ideia
platônica de propósito final para explicar o mecanismo do mundo.
Como todos os filósofos gregos, Aristóteles desejou explicar
tudo.
Seu sistema de pensamento foi desenvolvido para ser completo.
Em consequência ele sofreu das mesmas falhas que seus
predecessores.
Suas ideias, desenvolvidas por dedução ou a partir de
observações parciais, eram raramente submetidas a qualquer
tipo de teste.
Como Platão, a melhor explicação, para ele, era aquela que
parecia ser mais razoável.
Desde que suas explicações eram mais frequentemente sobre
eventos no mundo físico do que no mundo espiritual ou moral,
sua influência na ciência posterior foi correspondentemente maior
do que aquela de Platão.
A base de tudo, de acordo com Aristóteles, é a matéria primordial
(​proto hyle​), sobre as quais estão impressas as qualidades
específicas que dão a forma característica a uma substância
individual.
A matéria primordial obviamente corresponde à “ama de geração”
de Platão.
A divisão entre matéria e forma repousa na base de todos os
objetos materiais.
Essa matéria primordial é claramente um desenvolvimento da
água, do ar, do ​appeiron, ​e do fogo dos vários filósofos Iônicos.
Entretanto, no conceito de Aristóteles existe uma explicação
mais razoável das vastas diferenças entre os inúmeros objetos
materiais se nós considerarmos que uma forma específica em
cada caso está impressa na matéria primordial.
É natural que em tempos posteriores mais atenção foi devotada
aos aspectos da teoria que envolvem forma, desde que por
essas observações práticas dos trabalhadores posteriores isso
poderia ser explicado, mas o conceito de matéria primordial
permaneceu básico a todas as ideias que se ocupavam da
transformação de um elemento em outro.
Na matéria primordial estava a base de tudo, não havia espaço
restante para átomos em um vazio como postulado por
Demócrito, e Aristóteles não era um atomista.
Não obstante ele aceitava a ideia dos quatro elementos, e, para
explicar sua existência, ele assumiu a mediação de um conjunto
de qualidades.
Isso provocou um retorno à física dos contrários de Heráclito.
Ao invés de aceitar o vasto número de contrários aos quais
Heráclito tinha dado corpo em sua teoria, Aristóteles
restringiu-se aqueles que ele sentia que eram verdadeiramente
tangíveis.
Essas qualidades eram o calor, o frio, a secura e a umidade.
O primeiro par consistia de qualidades ativas; o segundo, de
qualidades passivas.
Ele desenvolveu a ideia da seguinte maneira:
As qualidades elementares são quatro, e qualquer um dos
quatro termos pode ser combinado em seis pares. Contrários,
entretanto, recusam-se ser acoplados; porque é impossível para
a mesma coisa ser quente e fria, ou úmida e seca. Portanto é
evidente que os acoplamentos de qualidades elementares serão
em número de quatro; calor com secura, e umidade com calor,
e novamente frio com secura e frio com umidade, e esses
quatro pares são eles próprios conectados aos corpos
aparentemente simples (fogo, ar, água e terra) de uma maneira
consonante com a teoria. Porque o fogo é quente e seco,
enquanto o ar é quente e úmido (ar pensado como um tipo de
vapor aquoso), a água é fria e úmida, enquanto terra é fria e
seca. assim as diferenças são razoavelmente distribuídas entre
os corpos primários, e o número dos. posteriores é consonante
com a teoria.
Àqueles quatro elementos que compõem toda a matéria terrestre,
Aristóteles sentiu ser necessário adicionar um Quinto Elemento,
uma essência, a “​quintessência​,” que não tomava parte no
caminho de ascensão ou de queda (rarefação e condensação).
Esse “éter” era uma extensão da ideia de Heráclito de tornar o
fogo o quarto elemento, pela época de Aristóteles, o fogo era
aceito como um igual dos três outros elementos, então um
Quinto Elemento tinha que ser adicionado aos materiais mais
ideais que os pensadores gregos demandavam.
O éter tinha um movimento circular, desde que ele era a forma
perfeita, e dele as formas celestes eram compostas.
Apesar dessas ideias continuarem a influenciar o pensamento
humano quase até o presente dia, não era de grande
importância em explicar as mudanças que ocorriam na terra.
É óbvio que os elementos de Aristóteles não são elementos no
nosso sentido, mas meramente combinações e qualidades.
Posteriormente, essas qualidades poderiam variar em qualquer
grau, então era possível transformar qualquer elemento em
outro. para converter ar em água, era apenas necessário que o
calor fosse superado pelo frio, desde que a umidade era comum
a ambos. os elementos como conhecemos não eram os
verdadeiros elementos.
O fogo não era o elemento fogo, desde que seu balanço de
quente e seco não era perfeito. e ele continha um excesso de
calor, entretanto.
Em tempos posteriores esse conceito levou a uma idealização de
certas propriedades do mercúrio ou enxofre a uma extensão tal
que essas substâncias vieram a representar as qualidades elas
próprias.
A combinação de qualidades para produzir elementos era o
primeiro grau da combinação.
Os elementos, entretanto, podiam combinar se em qualquer
proporção para produzir ​homoimeria que corresponde às
sementes de Anaxágoras.
Aquelas eram as partículas das quais sangue, pedra e carne
eram formadas. que por sua vez, combinados produziam
anhomoimeria​, faces, mãos e por aí em diante.
Essa combinação de elementos que é particularmente importante
para a história da química, por tais combinações Aristóteles
explicou todos os fatos químicos que eram conhecidos a ele.
Aristóteles distinguiu três tipos de combinações: ​synthesis​, que
correspondia à nossa ideia de mistura mecânica; ​mixis​, a
composição de corpos sólidos para produzir um novo corpo; e
krasis​, uma composição similar de líquidos.
Os novos corpos assim produzidos eram absolutamente
uniformes em composição, e nenhum traço dos componentes
originais restaria. Aristóteles pensou que os líquidos podiam se
combinar mais facilmente que sólidos, e seus seguidores
concluíram que os líquidos sozinhos poderiam se combinar.
Na realidade, os produtos da ​mixis e ​krasis estavam mais
próximos a nossa ideia de amálgamas do que de compostos.
A ideia de combinação química pode ser reconhecida mesmo no
início do século 19 nas teorias de Berthollet.
Uma visão Clara das ideias de Aristóteles de homogeneidade da
sua ​homoimeria é ​encontrada na explicação da fabricação do
Bronze:
O comportamento dos metais é um caso a considerar. Para o
estanho quase desaparecido, comportando-se como se fosse
uma propriedade imaterial do Bronze; ao ser combinado, ele
desaparece, não deixa traço exceto a cor transmitida ao bronze.
O mesmo fenômeno ocorre em outras instâncias também.
Para Aristóteles, a individualidade de uma substância é
completamente perdida quando ela se combina, e o produto
resultante é algo completamente novo, apesar de que ele pode
mostrar quantidades que são resultantes dos componentes.
Essas qualidades, entretanto, são uma propriedade do novo
produto, não do velho, e podem ser imateriais (cor) no nosso
conceito.
Como um desenvolvimento posterior de suas ideias, Aristóteles
então assumiu que dois tipos de “exalações” podiam surgir da
terra, uma vaporosa, a outra fumacenta.
Essas exalações são predominantemente úmidas ou secas,
respectivamente.
O aprisionamento das exalações da terra resulta em sua
mudança nas substâncias encontradas lá.
A exalação “vaporosa” úmida dá origem aos metais (“Águas”),
Ferro, cobre, ouro, as quais são os fusíveis ou maleáveis.
Pedras, que provém da exalação “fumacenta” seca, comprime
a exalação úmida de tal forma que ela congela “da mesma forma
que o orvalho ou a geada.”
Portanto os metais “são água em um sentido, mas não são água
em outro sentido.
Sua matéria era tal que poderia ter se tornado água, mas não
mais capaz de fazê-lo… em cada caso a evaporação congelou
a antes de que água pudesse se formar. portanto todos são (
exceto ouro) afetados por fogo, e eles possuem uma admistura
de terra, pois eles ainda contém a exalação seca.
Essas ideias são desenvolvidas em grande extensão no quarto
livro de ​Meteorologica​, o qual foi escrito por um pupilo de
Aristóteles .
Um estudo mais recente indica que ele foi na verdade escrito
pelo próprio Aristóteles, embora ele não forme parte da série de
livros ​Meteorologica ​quando foi originalmente composto.
O quarto livro tem sido chamado o primeiro livro-texto de química,
pois ele tenta explicar uma ampla gama de fatos em termos de
teoria aristotélica.
Ele é uma aplicação detalhada dessa teoria de uma maneira
similar a uma monografia avançada dos presentes dias.
Como um exemplo, a solidificação pode ser produzida tanto por
aquecimento quanto por resfriamento e é explicada pelo fato que
o calor age pelo secamento da unidade, e o frio age por retirada
do calor.
Em qualquer instância, as qualidades desse frio ou secura da
terra são mantidas predominantes.
Substâncias solicitadas pela remoção da umidade
dissolver-se-ão em água, a menos que os poros deixados pela
remoção da unidade sejam muito pequenos para admitir água;
corpos solidificadas pela remoção de calor podem ser derretidas
por aquecimento.
Tais corpos são o gelo, o chumbo e o cobre.
Essas ideias de variação nas proporções das quatro qualidades
ocorreram em todas as explicações de fenômenos naturais pelos
escritores posteriores gregos e romanos, tais como Plínio e
Vitrúvio.
Eles foram aplicados por Galeno na Medicina na forma da teoria
dos quatro humores, sanguíneo, fleumático, bile negra e
amarela, as quais tinham que ser bem balanceadas no corpo se
a saúde tivesse que ser preservada.
Essa teoria foi influente na medicina assim como a teoria dos
quatro elementos na química.
A influência de Aristóteles não pode ser super enfatizada em
qualquer história da ciência .
QUESTÕES
(1) Liste os nomes dos filósofos gregos responsáveis por abordar os elementos ÁGUA,
FOGO, AR, TERRA, APPEIRON.
ÁGUA
Tales​ (640-546 aC).
AR
A ideia foi expandida por ​Anaxímenes (546-528 aC), por sua vez
um pupilo de ​Anaximandro ​(611-545 aC).
Descartando a vaga ideia do ​appeiron​, ​Anaxímenes ​descobriu a
matéria primordial no ​AR​.
FOGO
Heráclito​, continuando o desenvolvimento da escola Iônica,
escolheu como a origem de todas as coisas o ​FOGO​.
TERRA
Anaxágoras de Clazômena ​(499-428 aC).
APPEIRON
Anaximandro​ (611-545 aC)
(2) Qual a contribuição de Platão para a noção de matéria e suas transformações?
A matéria era formada por átomos dos elementos ar, terra, água e fogo. Esses elementos
possuíam formas geométricas (cubo, tetraedro, icosaedro e octaedro). Podiam se trnasmutar
mutuamente.
A combinação de átomos resultava nas diferentes formas de matéria que conhecemos.
(3) Qual a contribuição de Aristóteles para a noção de matéria e suas transformações?
Ele estabeleceu a teoria dos quatro elementos e adicionou a esses elementos quatro
qualidades (quente, frio, seco, úmido). A alteração de qualidades dos elementos produzia a
transmutação de um elemento em outro (água para ar).
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A Ciência Grega e as Origens da Especulação Filosófica

  • 1. Capítulo 3    A Ciência Grega  O cientista grego, ao menos no período clássico, era o filósofo grego. Especulação, não experimento, era a fórmula do pensador grego. Os nomes dos filósofos que chegaram até nós são os nomes dos homens que estavam procurando explicar a natureza de todo o universo e tentando justificar a si mesmos. Eles poucas vezes se contentavam a dar alguma consideração a apenas uma parte do universo, Tudo era feito em escalas grandiosas, com generalizações radicais e especulações vastas. A única restrição era a razoabilidade intelectual das suas ideias. Eles tinham que justificar suas ideias para si mesmos e para uma audiência altamente crítica de filósofos contemporâneos, não em termos de deuses e força sobrenaturais, mas em termos de lógica. A característica chave que distinguia os gregos dos cientistas modernos, que também pensam logicamente e deduzem suas
  • 2. ideias a partir da observação, é sua tendência a generalizar sem dados suficientes. Para o cientista moderno, o próximo passo mais natural é checar as suas deduções através de experimentos reais. Isso o filósofo grego nunca fez. A sociedade na qual ele viveu prevenia-o até mesmo de pensar em tal procedimento. Os filósofos eram membros de um pequeno grupo de elite, os cidadãos livres. As glórias da Grécia se originaram com este pequeno grupo, mas é frequentemente esquecido que esse grupo nunca teria feito as contribuições que fez se não tivesse existido um grupo muito maior de escravos para fazer o trabalho manual que mantinha a sociedade funcionando . O trabalho com as mãos era para o escravo; trabalho com a mente, era para o cidadão livre. Experimentos podiam ter funcionado com o trabalho manual. Entretanto o filósofo especulava, elaborava vastas cosmologias, fundamentava com a mais exata lógica, mas nunca pensava em realizar o trabalho servil do experimento prático.
  • 3. Essa é a mais característica faceta da ciência grega que nos explica a quase incompreensível boa vontade dos gregos em aceitar ideias que continham o germe da verdade, mas que eram embelezadas com o que é hoje visto como sendo uma sobreposição de teorias fantásticas. Se uma ideia parecia razoável, se ela se encaixava no padrão de uma imagem de mundo que gradualmente se desenvolveu em todas as várias escolas da filosofia grega, então ela era uma ideia aceitável e não necessitava de maiores justificativas. A atitude é perfeitamente expressa por Platão no livro Timeu. Se então, Sócrates, após tantos homens terem dito várias coisas com relação aos deuses e à geração do universo, nós podemos podemos nos provar incapazes de prestar contas em qualquer lugar e em todos os aspectos de forma consistente e acurada, que ninguém fique surpreso, mas, se nós podemos produzir um tão provável quanto o outro, devemos ficar contentes, lembrando que EU que falo e vocês que são meus juízes somos apenas homens, de tal forma que nesses assuntos nós deveríamos ficar satisfeitos com o provável e não procurar nada mais. [A quem Sócrates retruca] excelente, Timeu. nós devemos por todas as maneiras aceitar isso tal como você sugere. A importância da especulação filosófica grega para a ciência moderna pode parecer pequena se essa atitude for considerada por si mesma. Isso, entretanto, não pode ser feito. Os pensadores gregos estabeleceram generalizações nas quais residem as sementes de muitos dos nossos conceitos modernos,
  • 4. mas, o que é mais importante, eles estabeleceram para si mesmos uma autoridade que seria reconhecida pelos próximos dois mil anos. Suas ideias formaram a base sobre a qual a ciência Alexandrina, medieval e da renascença foram construídas e foram consideradas a resposta final a todos os problemas pelas gerações que se seguiram. No campo da matemática, uma ciência que não requer experimentos, o desenvolvimento do assunto foi, no todo, válido. Nas ciências físicas e biológicas isso é menos frequentemente verdade, ainda que suas teorias formem a base para a história do desenvolvimento intelectual do homem ocidental. Sua explanação da natureza (​physis​) afetou a alquimia e a química em cada ramificação. Portanto nós devemos seguir suas ideias para ver como elas influenciaram o desenvolvimento da ciência Química. A filosofia grega, e portanto a ciência grega, começou na Iônia, na região de Mileto, no 6º século aC.
  • 5. Isso não aconteceu por acidente. Geograficamente, a Iônia está na extremidade oeste da Ásia Menor, de frente para a Grécia, mas em contato direto com a Babilônia e com o Egito. As rotas de comércio através da Síria e Lídia levavam diretamente à Iônia, existe pouca dúvida de que as ideias viajaram pelo mesmo caminho. Também é de interesse que a Iônia era o ponto no continente que tinha os contatos mais próximos com a civilização de Creta. Desde que nós não sabemos nada sobre a antiga ciência cretense, essa influência não pode ser avaliada, mas o fato é ao menos digno de nota. Assim a Iônia foi o local onde os pontos de vista orientais antigos encontraram a fresca mente grega, e a filosofia grega nascia. O primeiro filósofo cujo nome, embora não por seus escritos, chegou a nós foi ​Tales​ (640-546 aC). Tradicionalmente, ele viajou ao Egito e lá aprendeu os fundamentos de geometria e astronomia. A ele é dado crédito pelos primeiros desenvolvimentos de um verdadeiro interesse científico nesses assuntos.
  • 6. Ele tomou emprestadas as medidas práticas de terreno dos egípcios, a astrologia dos babilônios, e as generalizou em ciências. A curiosidade intelectual mais que a necessidade prática guiou suas atividades. Ele foi o primeiro de uma longa linhagem de pensadores gregos que buscou o conhecimento para suas próprias causas. A ele ocorreu a questão que, em variadas formas, ocupou as mentes dos filósofos gregos por gerações: pode tudo ser tratado como uma única realidade, aparecendo em diferentes formas? Sua resposta estava na afirmativa, e ele encontrou essa realidade única na água. Os babilônios tinham sustentado que a água era a origem do cosmos, mas eles não fizeram tentativas para remover esse conceito do campo da mitologia. Tales, entretanto, procurou explicar essas ideias em termos mais físicos. Água podia ser convertida em ar (evaporação); ela pode ser congelada e formar um sólido. Ela pode servir como uma origem de todas as coisas.
  • 7. O padrão assim estabelecido, a tentativa de explicar as múltiplas mudanças no mundo em torno de nós em termos puramente físicos tornou-se a característica principal da escola Iônica de filosofia. Anaximandro (611-545 aC), um pupilo de Tales, generalizou o conceito da fonte primordial ainda mais. Para ele a origem de todas as coisas era o ​appeiron​, o indefinido e infinito. Essa massa indiferenciada deu origem aos mundos que apareceram e desapareceram como bolhas no ​appeiron​. Esses mundos, embora emergindo do ​appeiron​, eram eles próprios compostos de calor e frio. O conceito de opostos, tão característico da ciência primitiva, foi introduzido aqui em uma explanação cosmológica de mundo. Essa ideia de uma forma ou de outra fui típica de toda a posterior física grega. A ideia foi expandida por ​Anaxímenes (546-528 aC), por sua vez um pupilo de ​Anaximandro ​(611-545 aC). Descartando a vaga ideia do ​appeiron​, ​Anaxímenes ​descobriu a matéria primordial no ​AR​.
  • 8. Como a ​ÁGUA de ​Tales ​e o ​appeiron ​de ​Anaximandro​, essa matéria original ainda porta alguma semelhança com o caos primitivo do qual as forças físicas produziram o mundo visível. Anaxímenes ​(546-528 aC), entretanto, tinha uma explicação mais clara para como o mundo veio a ser. O ​AR está sujeito aos processos reversos de condensação e rarefação. A rarefação do ar produz o fogo; a condensação leva à formação de água, terra, e pedras. Esses processos estão ocorrendo continuamente em ambas as direções. Tudo está em um estado de mudança. Pode-se ver que não existe uma ideia de elementos envolvidos aqui, é mais um conceito de estados da matéria: gás, líquido, sólido. Suas interconversões, as quais são aparentes na vida cotidiana, criaram a base para uma explicação de todo o sistema da natureza. Em 494 aC Mileto foi capturada pelos persas. A escola Iônica de filósofos foi impulsionada para o oeste e fertilizou o pensamento de outras partes da Grécia.
  • 9. Os filósofos encontraram uma recepção particularmente favorável na Sicília e no sul da Itália onde escolas filosóficas também tinha sido fundadas. Este era o lar de ​Pitágoras ​e seus seguidores. O personagem é mais ou menos lendário, mas sua escola estava bem estabelecida, algo como uma irmandade secreta devotada ao ​estudo místico dos números​. Eles descobriram as relações matemáticas na harmonia musical, e foram responsáveis pela ideia de que uma mistura (​krasis​) de contrários poderia produzir uma média. Aplicado a música, isso levou à harmonia; aplicado à medicina implicava em que a saúde consistia e evitar os extremos, em fazer um balanço de forças opostas. Mais ou menos ao mesmo tempo ​Parmênides ​e seus seguidores, especialmente ​Zeno​, propuseram uma ​teoria da unidade que negava a existência de movimento, separação, ou qualquer outra coisa que poderia implicar em desunidade. Essa ideia extrema não avançou por si só no pensamento grego, mas apresentou problemas, a resposta a qual levou a desenvolvimentos posteriores na formulação de um esquema cosmológico.
  • 10. Heráclito​, continuando o desenvolvimento da escola Iônica, escolheu como a origem de todas as coisas o ​FOGO​. Seus conceitos tiveram seu desenvolvimento definido a partir daqueles de ​Anaxímenes​. Ele enfatizou particularmente a constância da mudança. de fato, talvez a ​mobilidade do fogo que produziu a escolha lógica deste como a matéria primal. como um rio, ”tudo flui”. Um mundo começa quando o fogo, seguindo “o caminho descendente”, condensa como água e então como terra. Por sua vez, no “caminho ascendente”, ele rarefaz uma vez mais à forma fogo. Em adição, a sua filosofia era uma ”física dos contrários”. Noite dia, verão e inverno, frio e quente, úmido e seco, esses opostos compunham o cosmos, o ​macrocosmo​. O mesmo conjunto de contrários, a mesma mudança contínua, ocorre no ​microcosmo, o homem​. Assim, na escola Iônica existe uma progressão continuada e o desenvolvimento da ideia de uma matéria prima organizada em contrários, especialmente quente e frio, mas também enfatizando a umidade e a secura.
  • 11. Estes são exemplificados nas ideias de fogo e água, com os conceitos relacionados de ​AR​ e ​TERRA​. Outros fatores também estão envolvidos, mas do ponto de vista dos desenvolvimentos posteriores do pensamento essas ideias são as mais importantes. A interação desses princípios leva à rarefação e condensação, a um constante estado de movimento e mudança. Ideias de elementos, de átomos, e de um vácuo ainda estavam por aparecer. Esses conceitos emergiram como o próximo passo no desenvolvimento do pensamento filosófico grego. O último filósofo da escola Iônica foi ​Anaxágoras de Clazômena (499-428 aC). Como todos os filósofos contemporâneos, ele tinha que explicar a causa do movimento. Os primeiros Iônicos tinham assumido o movimento como algo autoevidente, mas, após ​Parmênides negar sua existência, tornou se necessário considerá-lo em todas as teorias subsequentes. Tanto ​Parmênides ​quanto ​Anaxágoras ​foram a Atenas por volta da metade do Século V aC, por essa época Atenas tornou-se o
  • 12. centro do pensamento filosófico grego, tal como era o centro da arte e do drama. Anaxágoras assumiu a existência de um número finito de partículas diminutas que lhe chamou de “​SEMENTES​”. essas não eram nem criadas nem destruídas. a mudança consistia na sua mistura e separação, o que ocorria constantemente. Essas sementes não eram átomos no nosso sentido desde que elas continham porções extremamente pequenas de tudo que existe no mundo visível. As quantidades desses eram variáveis em uma semente individual. Sobre o princípio que Anaxágoras introduziu, de que semelhante atrai semelhante, sementes que continham mais carne, por exemplo, tendiam a se agrupar para formar mais carne. Para considerar a separação e movimento, ​Anaxágoras introduziu o conceito de uma inteligência diretora, o ​Nous​, mente ou razão, a qual era fundamentalmente responsável pelo constante fluxo que era parte do seu esboço, como tinha sido para os outros Iônicos. Empédocles de Agrigento ​na Sicília (490-435 aC), um contemporâneo de ​Anaxágoras​, foi um físico, mas também um filósofo no sentido grego amplo.
  • 13. Ele transformou as ideias anteriores de fogo, água e terra (gás, líquido, sólido) em uma forma mais precisa, e deu ao ​AR um lugar igual aos outros três. Havia uma forte tendência em tratar o AR meramente como uma transição entre água e fogo. Por essa aceitação do AR como um parceiro igual, ​Empédocles deu ao ​FOGO um lugar no mundo acima daquele de um mero gás. Ele era uma substância etérea que por sua luminosidade poderia ser bem associado, assim como o fez ​Aristóteles​, com os corpos celestes. Empédocles ​assumiu a existência dos átomos​, não infinitos em tipos como ​Anaxágoras ​assumiu, mas de apenas quatro diferentes tipos. Agora pela primeira vez a teoria estava claramente estabelecida desde que existiam apenas quatro elementos, compostos de minúsculas e imutáveis partículas. Todos os objetos visíveis eram compostos desses elementos, ou raízes como ​Empédocles ​as chamava. Ao invés de assumir um ​Nous ​inteligente para explicar o movimento, Empédocles preferencialmente assumiu a existência
  • 14. de dois componentes adicionais de todos os objetos: ​AMOR e ÓDIO​ (no sentido de contenda, luta, briga, confronto). Sob a influência do amor os objetos tendiam a combinar; sob influência do ódio eles se separavam. Essa foi a primeira tentativa de explicar a combinação em termos de um conjunto fixo de forças, e como tal é precursora da doutrina da afinidade que mais tarde tornou se tão importante na Química. Empédocles​, entretanto, não pensou em termos de energia como nós fazemos quando usamos o termo afinidade. Para ele amor e ódio eram tão materiais quanto a terra, a água, o ar e o fogo. A importância de sua ideia reside no fato de que todas as mudanças as quais os elementos sofrem sob a influência do amor e do ódio eram mecânicas e governados por leis. A filosofia de Empédocles era materialista ao extremo; Empédocles é também famoso por sua prova por meios físicos preferencialmente a argumentos intelectuais de que o ar é um corpo material. Para isso ele usou uma clepsidra, ou relógio de água.
  • 15. Era um objeto cônico com aberturas na base e no ápice. Quando colocado na água, ele levava um tempo definido para afundar, e assim servia como uma medida grosseira de tempo. Empédocles colocou seu dedo sobre abertura no ápice e mostrou que quando o cone estava imerso em água ela não poderia preenchê-lo completamente. Quando ele se movia seu dedo, o ar escapava pela abertura. Esse experimento, um dos poucos dos tempos clássicos que chegou até nós, é digno de nota por mostrar o início do apelo à observação direta. Está longe de ser um experimento no sentido moderno, entretanto, já que não foi desenvolvido para testar uma teoria ou servir como uma base para novos desenvolvimentos. .Ao invés disso. Foi uma demonstração para confirmar uma ideia já estabelecida por um processo de arrazoamento.
  • 16. ATOMISMO  A teoria atômica atingiu seu ápice, na medida da preocupação dos gregos, nas ideias desenvolvidas por ​Leucipo​, de quem quase nada é conhecido, e por seu pupilo, ​Demócrito de Abdera (460-370 AC). Pela primeira vez, uma verdadeira ​teoria cinética de átomos estava expressada. O movimento dos átomos tinha sido assumido por ​Anaxágoras ​e Empédocles​, mas em qual meio o movimento ocorreria não estava claro. Na teoria de Demócrito a ideia de vazio, ou vácuo, está positivamente expressada. Esse conceito tinha sido rejeitado como impossível por Parmênides​ e sua escola. Demócrito assume um vazio no qual os átomos dos quatro elementos, terra, ar, água, e fogo estavam em ​contínuo movimento aleatório​. Esses átomos tinham um tamanho e forma física, o que explicava muitas de suas propriedades. Assim os átomos de fogo eram bolas redondas que não se misturavam com os outros elementos.
  • 17. Os átomos dos demais elementos tinham formas geométricas e podiam se emaranhar com os outros para produzir substâncias visíveis. A teoria atômica de ​Demócrito ​era a mais completamente materialista que havia sido desenvolvida até aquele momento. Tal atomismo era ao menos parcialmente responsável pelo câmbio de ideias do caminho que tinha sido seguido até aquele ponto. Essa mudança torna-se evidente na escola Pitagórica, mais recente, que floresceu na Sicília. Preocupado com números, harmonia e forma os Pitagóricos tomaram emprestadas algumas teorias dos atomistas. Eles provavelmente foram os primeiros a usar a palavra stoicheion ​(letras) para significar elementos, e esses aceitaram a ideia de formas geométricas como uma propriedade essencial dos átomos. Suas ideias sobre o vazio eram menos claras que as de Demócrito​. Para eles ela provavelmente lembrava mais o ar do que o vácuo.
  • 18. Entretanto, eles não estavam prontos para ir além das suas ideias e aceitar um cosmos completamente materialista. Eles se preocupavam mais consigo mesmo e com ideias de perfeição na esfera moral. A reação contra o extremo materialismo quase atingiu seu ponto mais alto com ​Sócrates ​(470-399 aC). Após falhar em encontrar satisfação nas teorias da escola Iônica quando ele era jovem, Sócrates começou a perseguir um ideal de perfeição para o homem, em oposição à natureza; essa visão Sócrates passou adiante ao seu maior pupilo, Platão (428-348 aC). É em ​Platão ​que encontramos no mais elevado grau o afastamento das cosmologias científicas e uma tentativa de realizar o ideal através de processos puramente intelectuais. Tem sido afirmado que isso é uma tentativa de encontrar a chave para a natureza não no início, mas no fim. A causa das coisas solicitada não como um processo mecânico que é acionado da parte de trás, mas como um propósito final que atrai da frente. Isso pode parecer ser uma perversão da tentativa de explicar o universo no que hoje poderia ser considerado termos científicos,
  • 19. mas Platão era um filósofo demasiado grego para tentar encontrar algum tipo de explicação física do mundo. Desde que era a ideia platônica modificada e desenvolvida por Aristóteles ​que governaria o pensamento dos homens inteligente pelo próximos dois mil anos, o progresso dessas ideias deve ser seguido, porque a ciência nesse longo período seguiu os caminhos que foram criados pelos dois grandes filósofos. Apesar das afirmativas isoladas de ideias científicas de Platão terem se espalhado por um grande número dos seus diálogos, eles são coletados e expressos mais claramente no Timeu. Esse é também o diálogo que teve a maior influência no pensamento medieval. Até por volta de 1156 DC, este foi o único diálogo Platônico conhecido diretamente no ocidente. Muito do pensamento químico posterior pode ser traçado a ele. Ainda que a atitude geral de Platão para com as questões científicas deixassem claro que elas eram de importância secundária. “um homem pode às vezes meditar sobre coisas eternas, e por recreação tornar a considerar as verdades da geração que são apenas prováveis; ele irá assim ganhar um prazer não para se
  • 20. arrepender de, e segurança para si mesmo, enquanto ele vive, um sábio e moderado passatempo.” De forma geral, a explicação platônica da natureza é Pitagórica e Socrática. Todas as coisas são combinadas pela Divina Inteligência para produzir o melhor de todos os mundos possíveis. Harmonia e Forma são igualmente importantes. Platão ​assume os ​quatro elementos ​de ​Empédocles​, mas dá aos seus átomos formas geométricas feitas de planos limitados. Para a ​Terra​, os planos são quadrados que podem ser combinados apenas para formar um ​CUBO​, uma figura estável que não pode ser rearranjada em outras formas. Aassim a solidez e estabilidade da terra são explicadas. Os átomos dos três outros elementos são feitos de triângulos delimitados. A partir de tais triângulos é possível construir vários poliedros regulares: ​TETRAEDROS​, ​OCTAEDROS​, ​ICOSAEDROS​. E são associados aos diferentes elementos com base nas propriedades dos próprios elementos.
  • 21. O FOGO, o elemento mais penetrante, deve ser composto de TETRAEDROS, desde que essa figura têm as pontas mais afiadas e pode penetrar melhor. O OCTAEDRO representa o AR; o ICOSAEDRO, a ÁGUA. Nessa tentativa de considerar as propriedades físicas dos elementos por cruas analogias mecânicas nós vemos um desenvolvimento das ideias de Demócrito. Platão​, entretanto, diferente de Demócrito, não concebeu os elementos como imutáveis. Os triângulos delimitados poderiam rearranjar-se em outras figuras, e assim os elementos poderiam ser convertidos uns nos outros. Dessa forma, o conceito de “caminhos ascendentes e descendentes,” de rarefação e condensação tais como explicados pelos filósofos Iônicos, poderia ser levado em conta. Obviamente, esses “​elementos​” de Platão nada têm em comum com nossa ideia de elementos, mas sua explicação de interconversibilidade foi de grande significância na teoria alquímica mais adiante desenvolvida. O uso de analogias mecânicas por Platão ao explicar mudanças químicas é claramente mostrada na seguinte passagem, que
  • 22. também contém os germes das ideias que prevaleceram por longo tempo nas mentes dos químicos das gerações posteriores. Congelamentos. De todas as espécies denominadas fusíveis, a qual é a mais densa e formada das mais finas e mais uniformes partes é aquela mais preciosa possessão chamada ouro, a qual é endurecida por filtração através de rochas. Esse é único em espécie e têm ambos um brilho e uma cor amarelada. uma peça de ouro que é tão densa Quanto dura, e tem uma cor negra, a chamada de adamanto. existe outra espécie, que tem partes quase como ouro, das quais Existem muitos tipos; ele é mais denso que o ouro, e contém uma pequena e fina proporção de terra, E é assim ainda mais duro, e ainda mais leve, por causa dos grandes interstícios que ele contém; essa substância, que é uma das formas mais brilhantes e densas de água, quando solidificada a chamada de cobre. existe uma liga de terra Misturada com ela que, enquanto as duas partes envelhecem estamos unidos, mostram-se separadamente, sendo chamadas de ferrugem. Nessa passagem são encontradas algumas ideias que mais tarde foram expandidas pelos alquimistas. Ouro é o mais perfeito metal; outros metais são essencialmente o mesmo, mas contém outras substâncias misturadas. Metais, por causa de sua fusibilidade, participam da natureza líquida da água e são assim chamados de “águas”; e como a água, eles podem ser solidificados.
  • 23. A formação de “​ferrugem​” consiste na perda de uma parte da substância integral. Isso, naturalmente, implica em uma perda de peso. O desenvolvimento completo dessas ideias será discutido mais adiante. Platão aceitava a ideia de mudança constante da escola Iônica. Sua descrição desse processo dá uma clara ideia do sentimento dos filósofos gregos. Vemos que o que acabamos de chamar de água, por condensação eu suponho torna-se pedra e terra, e esse mesmo elemento, quando derretido e disperso, passa a vapor e ar. Ar novamente, quando inflamado, torna-se fogo; e novamente o fogo, quando condensado e extinto, passa mais uma vez para as forma de ar; e uma vez mais, ar, quando coletado e condensado, produz nuvens e brumas, e a partir desses, quando ainda mais comprimido, começa a fluir como água. E da água vem a terra e pedras mais uma vez; e assim a geração parece ser transmitida de uma a outra forma em um círculo. Por trás dessa constante mudança, Platão sentiu que devia existir algo permanente e fixo. Suponha que uma pessoa faça todos os tipos de figuras de ouro e esteja sempre transbordando uma forma em todo o resto de
  • 24. formas; alguém aponta para uma delas e pergunta qual é. De longe a mais segura e verdadeira resposta é, aquilo é o ouro; e não nomear o triângulo ou qualquer outra das figuras que são formadas a partir do ouro, como se eles tivessem qualquer existência, desde que eles estão no processo de mudança enquanto a pessoa está fazendo a asserção. A matéria que existe por baixo das várias formas dos elementos Platão considerou ser o espaço, ao qual ele se referiu como “​a ama da geração​”. Sobre isso estava impressa a forma da substância que estava sujeita a mudança, mas a ama da geração ela própria não mudava. Portanto, aquele que recebe todas as formas não deve ter forma; como na fabricação de perfumes, eles primeiro engenham que a substância líquida que vai receber o aroma deve ser deve ser tão inodora quanto possível; ou aqueles que desejam imprimir figuras em substâncias macias não permitem a permanência de quaisquer impressões prévias, mas iniciam fazendo a superfície tão plana e suave quanto possível. Dessa forma, aquele que vai receber perpetuamente e através de toda a sua extensão a semelhança de todas as coisas externas deve ser desprovido de qualquer forma particular. No Timeu Platão expande em grande extensão essas ideias e as aplica a muitas observações comuns tanto do mundo mineral quanto do mundo orgânico, mas sempre usando seus princípios-guia de lógica dedutiva sem qualquer pensamento ou testes experimentais.
  • 25. Ainda mais diretamente Influentes nas gerações posteriores que as ideias de Platão estavam aquelas do seu pupilo, ​Aristóteles (384-323 a.C.). Apesar de suas ideias serem baseadas nas de Platão, naturalmente, na corrente completa da filosofia grega primordial, Aristóteles desenvolveu um certo número de princípios próprios. Ele construiu um grande corpo de teorias auto-consistentes que tentavam explicar toda a natureza de uma forma mais detalhada que qualquer um dos seus predecessores tenha se aventurado. Aristóteles ​tinha uma mente mais prática, e pode ser dito, mais científica que Platão. Apesar de suas observações no campo da Biologia serem frequentemente surpreendentemente acuradas, o que é mais importante é que a imagem de natureza que ele desenvolveu tornou-se o único padrão aceito de pensamento científico até o período da Renascença. Os cientistas helênicos da Alexandria, os Árabes, e os homens da cristandade latina estudaram tão profundamente que suas ideias tornaram-se a herança inconsciente de todos os pensadores por dois mil anos. Cada fato observado, cada nova especulação era automaticamente ajustada no quadro aristotélico.
  • 26. Isso deu uma unidade ao pensamento dos homens, não importando quão diversos os seus panos de fundos culturais. Eventualmente, quando a fusão da ciência árabe e ocidental ocorreu, existia uma base comum a partir da qual novos avanços poderiam surgir com muito menos esforço e confusão que poderiam de outra forma ter ocorrido. Apesar de Aristóteles ter se se afastado das ideias de Platão a medida que seu interesse em um pensamento mais prático e menos abstrato aumentou, ele nunca abandonou a ideia platônica de propósito final para explicar o mecanismo do mundo. Como todos os filósofos gregos, Aristóteles desejou explicar tudo. Seu sistema de pensamento foi desenvolvido para ser completo. Em consequência ele sofreu das mesmas falhas que seus predecessores. Suas ideias, desenvolvidas por dedução ou a partir de observações parciais, eram raramente submetidas a qualquer tipo de teste. Como Platão, a melhor explicação, para ele, era aquela que parecia ser mais razoável.
  • 27. Desde que suas explicações eram mais frequentemente sobre eventos no mundo físico do que no mundo espiritual ou moral, sua influência na ciência posterior foi correspondentemente maior do que aquela de Platão. A base de tudo, de acordo com Aristóteles, é a matéria primordial (​proto hyle​), sobre as quais estão impressas as qualidades específicas que dão a forma característica a uma substância individual. A matéria primordial obviamente corresponde à “ama de geração” de Platão. A divisão entre matéria e forma repousa na base de todos os objetos materiais. Essa matéria primordial é claramente um desenvolvimento da água, do ar, do ​appeiron, ​e do fogo dos vários filósofos Iônicos. Entretanto, no conceito de Aristóteles existe uma explicação mais razoável das vastas diferenças entre os inúmeros objetos materiais se nós considerarmos que uma forma específica em cada caso está impressa na matéria primordial. É natural que em tempos posteriores mais atenção foi devotada aos aspectos da teoria que envolvem forma, desde que por essas observações práticas dos trabalhadores posteriores isso poderia ser explicado, mas o conceito de matéria primordial
  • 28. permaneceu básico a todas as ideias que se ocupavam da transformação de um elemento em outro. Na matéria primordial estava a base de tudo, não havia espaço restante para átomos em um vazio como postulado por Demócrito, e Aristóteles não era um atomista. Não obstante ele aceitava a ideia dos quatro elementos, e, para explicar sua existência, ele assumiu a mediação de um conjunto de qualidades. Isso provocou um retorno à física dos contrários de Heráclito. Ao invés de aceitar o vasto número de contrários aos quais Heráclito tinha dado corpo em sua teoria, Aristóteles restringiu-se aqueles que ele sentia que eram verdadeiramente tangíveis. Essas qualidades eram o calor, o frio, a secura e a umidade. O primeiro par consistia de qualidades ativas; o segundo, de qualidades passivas. Ele desenvolveu a ideia da seguinte maneira: As qualidades elementares são quatro, e qualquer um dos quatro termos pode ser combinado em seis pares. Contrários, entretanto, recusam-se ser acoplados; porque é impossível para a mesma coisa ser quente e fria, ou úmida e seca. Portanto é
  • 29. evidente que os acoplamentos de qualidades elementares serão em número de quatro; calor com secura, e umidade com calor, e novamente frio com secura e frio com umidade, e esses quatro pares são eles próprios conectados aos corpos aparentemente simples (fogo, ar, água e terra) de uma maneira consonante com a teoria. Porque o fogo é quente e seco, enquanto o ar é quente e úmido (ar pensado como um tipo de vapor aquoso), a água é fria e úmida, enquanto terra é fria e seca. assim as diferenças são razoavelmente distribuídas entre os corpos primários, e o número dos. posteriores é consonante com a teoria. Àqueles quatro elementos que compõem toda a matéria terrestre, Aristóteles sentiu ser necessário adicionar um Quinto Elemento, uma essência, a “​quintessência​,” que não tomava parte no caminho de ascensão ou de queda (rarefação e condensação). Esse “éter” era uma extensão da ideia de Heráclito de tornar o fogo o quarto elemento, pela época de Aristóteles, o fogo era aceito como um igual dos três outros elementos, então um Quinto Elemento tinha que ser adicionado aos materiais mais ideais que os pensadores gregos demandavam. O éter tinha um movimento circular, desde que ele era a forma perfeita, e dele as formas celestes eram compostas. Apesar dessas ideias continuarem a influenciar o pensamento humano quase até o presente dia, não era de grande importância em explicar as mudanças que ocorriam na terra.
  • 30. É óbvio que os elementos de Aristóteles não são elementos no nosso sentido, mas meramente combinações e qualidades. Posteriormente, essas qualidades poderiam variar em qualquer grau, então era possível transformar qualquer elemento em outro. para converter ar em água, era apenas necessário que o calor fosse superado pelo frio, desde que a umidade era comum a ambos. os elementos como conhecemos não eram os verdadeiros elementos. O fogo não era o elemento fogo, desde que seu balanço de quente e seco não era perfeito. e ele continha um excesso de calor, entretanto. Em tempos posteriores esse conceito levou a uma idealização de certas propriedades do mercúrio ou enxofre a uma extensão tal que essas substâncias vieram a representar as qualidades elas próprias. A combinação de qualidades para produzir elementos era o primeiro grau da combinação. Os elementos, entretanto, podiam combinar se em qualquer proporção para produzir ​homoimeria que corresponde às sementes de Anaxágoras.
  • 31. Aquelas eram as partículas das quais sangue, pedra e carne eram formadas. que por sua vez, combinados produziam anhomoimeria​, faces, mãos e por aí em diante. Essa combinação de elementos que é particularmente importante para a história da química, por tais combinações Aristóteles explicou todos os fatos químicos que eram conhecidos a ele. Aristóteles distinguiu três tipos de combinações: ​synthesis​, que correspondia à nossa ideia de mistura mecânica; ​mixis​, a composição de corpos sólidos para produzir um novo corpo; e krasis​, uma composição similar de líquidos. Os novos corpos assim produzidos eram absolutamente uniformes em composição, e nenhum traço dos componentes originais restaria. Aristóteles pensou que os líquidos podiam se combinar mais facilmente que sólidos, e seus seguidores concluíram que os líquidos sozinhos poderiam se combinar. Na realidade, os produtos da ​mixis e ​krasis estavam mais próximos a nossa ideia de amálgamas do que de compostos. A ideia de combinação química pode ser reconhecida mesmo no início do século 19 nas teorias de Berthollet. Uma visão Clara das ideias de Aristóteles de homogeneidade da sua ​homoimeria é ​encontrada na explicação da fabricação do Bronze:
  • 32. O comportamento dos metais é um caso a considerar. Para o estanho quase desaparecido, comportando-se como se fosse uma propriedade imaterial do Bronze; ao ser combinado, ele desaparece, não deixa traço exceto a cor transmitida ao bronze. O mesmo fenômeno ocorre em outras instâncias também. Para Aristóteles, a individualidade de uma substância é completamente perdida quando ela se combina, e o produto resultante é algo completamente novo, apesar de que ele pode mostrar quantidades que são resultantes dos componentes. Essas qualidades, entretanto, são uma propriedade do novo produto, não do velho, e podem ser imateriais (cor) no nosso conceito. Como um desenvolvimento posterior de suas ideias, Aristóteles então assumiu que dois tipos de “exalações” podiam surgir da terra, uma vaporosa, a outra fumacenta. Essas exalações são predominantemente úmidas ou secas, respectivamente. O aprisionamento das exalações da terra resulta em sua mudança nas substâncias encontradas lá. A exalação “vaporosa” úmida dá origem aos metais (“Águas”), Ferro, cobre, ouro, as quais são os fusíveis ou maleáveis.
  • 33. Pedras, que provém da exalação “fumacenta” seca, comprime a exalação úmida de tal forma que ela congela “da mesma forma que o orvalho ou a geada.” Portanto os metais “são água em um sentido, mas não são água em outro sentido. Sua matéria era tal que poderia ter se tornado água, mas não mais capaz de fazê-lo… em cada caso a evaporação congelou a antes de que água pudesse se formar. portanto todos são ( exceto ouro) afetados por fogo, e eles possuem uma admistura de terra, pois eles ainda contém a exalação seca. Essas ideias são desenvolvidas em grande extensão no quarto livro de ​Meteorologica​, o qual foi escrito por um pupilo de Aristóteles . Um estudo mais recente indica que ele foi na verdade escrito pelo próprio Aristóteles, embora ele não forme parte da série de livros ​Meteorologica ​quando foi originalmente composto. O quarto livro tem sido chamado o primeiro livro-texto de química, pois ele tenta explicar uma ampla gama de fatos em termos de teoria aristotélica. Ele é uma aplicação detalhada dessa teoria de uma maneira similar a uma monografia avançada dos presentes dias.
  • 34. Como um exemplo, a solidificação pode ser produzida tanto por aquecimento quanto por resfriamento e é explicada pelo fato que o calor age pelo secamento da unidade, e o frio age por retirada do calor. Em qualquer instância, as qualidades desse frio ou secura da terra são mantidas predominantes. Substâncias solicitadas pela remoção da umidade dissolver-se-ão em água, a menos que os poros deixados pela remoção da unidade sejam muito pequenos para admitir água; corpos solidificadas pela remoção de calor podem ser derretidas por aquecimento. Tais corpos são o gelo, o chumbo e o cobre. Essas ideias de variação nas proporções das quatro qualidades ocorreram em todas as explicações de fenômenos naturais pelos escritores posteriores gregos e romanos, tais como Plínio e Vitrúvio. Eles foram aplicados por Galeno na Medicina na forma da teoria dos quatro humores, sanguíneo, fleumático, bile negra e amarela, as quais tinham que ser bem balanceadas no corpo se a saúde tivesse que ser preservada. Essa teoria foi influente na medicina assim como a teoria dos quatro elementos na química.
  • 35. A influência de Aristóteles não pode ser super enfatizada em qualquer história da ciência . QUESTÕES (1) Liste os nomes dos filósofos gregos responsáveis por abordar os elementos ÁGUA, FOGO, AR, TERRA, APPEIRON. ÁGUA Tales​ (640-546 aC). AR A ideia foi expandida por ​Anaxímenes (546-528 aC), por sua vez um pupilo de ​Anaximandro ​(611-545 aC). Descartando a vaga ideia do ​appeiron​, ​Anaxímenes ​descobriu a matéria primordial no ​AR​. FOGO Heráclito​, continuando o desenvolvimento da escola Iônica, escolheu como a origem de todas as coisas o ​FOGO​. TERRA Anaxágoras de Clazômena ​(499-428 aC). APPEIRON Anaximandro​ (611-545 aC) (2) Qual a contribuição de Platão para a noção de matéria e suas transformações? A matéria era formada por átomos dos elementos ar, terra, água e fogo. Esses elementos possuíam formas geométricas (cubo, tetraedro, icosaedro e octaedro). Podiam se trnasmutar mutuamente. A combinação de átomos resultava nas diferentes formas de matéria que conhecemos.
  • 36. (3) Qual a contribuição de Aristóteles para a noção de matéria e suas transformações? Ele estabeleceu a teoria dos quatro elementos e adicionou a esses elementos quatro qualidades (quente, frio, seco, úmido). A alteração de qualidades dos elementos produzia a transmutação de um elemento em outro (água para ar).