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Trivium e Quadrivium: A Universidade na Europa nos
Séculos XI e XII
César Augusto – Astrólogo
Colaboração: Carlos Fini
Palestra
A organização dos saberes nos séculos XII e XIII na
Europa: Dialética, Gramática, Retórica, Geometria,
Aritmética, Música e Astronomia (Astrologia) e a
produção dos saberes sob uma ótica integrada.
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Do Macro ao Micro
A Transmissão dos Símbolos e a Pluralidade do Conhecimento
Das fornalhas dos núcleos estelares das supernovas surgiram átomos e em
meio ao espaço interestelar as moléculas e posteriormente, com a
estabilidade de Sóis menores, surgiram Planetas estáveis e capazes de
conter a emergência da complexidade e da vida e nela o Homem, uma
imensa mutação de inúmeros estágios da transformação termodinâmica do
Universo.
Neste sentido o Homem se liga ao Universo, por ser sua extensão complexa.
A Astrologia, em uma de suas modalidades. é o esforço de compreender as
sofisticadas relações entre o Homem e o Universo.
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Do Macro ao Micro
A Transmissão dos Símbolos e a Pluralidade do Conhecimento
Por isto , sua linguagem constantemente discutida e aperfeiçoada,
pretende compreender o sujeito, suas inclinações e seu porvir.
Os estudos astrológicos pretendem discutir as interrelações possíveis
entre os movimentos do céu e dos astros e os modelos de organização em
uma dada Biosfera.
A Astrologia se manifesta no vivo, nos átomos, nas espécies e nos modelos
de organização que se diferem no campo da vida.
A Astrologia não é feita para o homem.
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Da Natureza Celeste como Modelo
Conforme Morin, a Astrologia foi uma das primeiras formas de
racionalização, pois procurou dar ordem e sentido à vida das pessoas por
meio da ordem que era expressa no firmamento. Compreendemos que a
educação medieval pode ser tida como exemplo de modelo
transdisciplinar de ensino, pois não concebia a vida fora da natureza,
como pertencente movida tanto por uma natureza como por uma
Natureza (a natureza celeste)1.
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Da Natureza Celeste como Modelo
A transdisciplinaridade se assenta em três pilares: os vários
níveis de realidade, a Lógica do Terceiro Termo Incluído* e a
Complexidade. A vida, sobretudo do ser humano, como animal
simbólico, é vista através de várias óticas, sem que ela seja
reduzida a um aspecto particular apregoado por determinada
área do saber. Na perspectiva transdisciplinar, não se reduz o ser
humano, por exemplo, à sua condição social, biológica ou
cultural, mas procura-se enxergá-lo como ser multifacetado,
incompreendido, portanto, à luz de uma única ciência1.
*A lógica do terceiro incluído (ou lógica do terceiro
termo incluído) se contrapõe e complementa a lógica
clássica, restringindo o campo de validade da Lei do
Terceiro Excluído, sem anulá-la.
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Do Princípio do Trivium e Quadrivium
Em sua análise dos campos de conhecimento do Trivium na
educação medieval, Durkheim afirma que: O Trivium tinha por
objetivo ensinar a própria mente, isto é, as leis às quais obedece
ao pensar e expressar seu pensamento, e, reciprocamente, as
regras às quais deve sujeitar-se para pensar e expressar-se
corretamente. Tal é, com efeito, a meta da gramática, da retórica
e da dialética. Esse triplo ensino é, pois, totalmente formal.
Manipula unicamente as formas gerais do raciocínio, abstração
feita de sua aplicação às coisas, ou com o que é ainda mais
formal do que o pensamento, ou seja, a linguagem2.
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Do Princípio do Trivium e Quadrivium
Para Durkheim, em sua análise sobre os campos de conhecimento, o Quadrivium:
(...) era um conjunto de conhecimentos relacionados com as coisas. Seu papel era tornar
conhecidas as realidades externas e suas leis, leis dos números, leis do espaço, leis dos astros, leis
dos sons. Assim, as artes que abraçava eram chamadas artes reales ou physica2.
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O que é o Quadrivium
Alguns pesquisadores falam que o termo “Quadrivium”
aparece pela primeira na obra De institutione arthmetica
de Boécio (489 – 524 d.C.). No mesmo documento, o
monge explica que “se o investigador carece dessas
quatro partes (Aritmética, Geometria, Música e
Astronomia), não poderá encontrar o que e verdadeiro, e
sem essa especulação da verdade nada pode ser
retamente sabido (…) Este, pois é o Quadrivium”17.
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De institutione musica
A listagem dos autores utilizados no ensino das sete artes liberais no século XII
atesta a profunda influência das obras de Boécio na educação medieval:
A relação do que era estudado no século XII pode ser conferida facilmente. Em
1141, Thierry de Chartres fez uma compilação dos textos e dos autores que
utilizava como base para suas aulas das sete artes. Para a Gramática, textos de
Donato e de Prisciano (Priscianus Caesariensis); para a Retórica, Cícero,
Severiano e Martianus Capella; a Dialética analisava Porfírio, Aristóteles, Boécio
e um anônimo; a Aritmética era trabalhada através de Boécio, Martianus Capella
e um anônimo; a Música, através de Boécio; a Geometria com textos de
Abelardo, Isidoro de Sevilha, Frontino, Columelle, Gerberto, Boécio, Gerlard e
outros anônimos, e a Astronomia (Astrologia), com Hygino e Ptolomeu18.
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De institutione musica
Atesta, ainda, juntamente com outras fontes, que o estudo da música no
Quadrivium tinha um único texto base: De institutione musica. De fato, mesmo
existindo outras obras sobre música na Idade Média o tratado de Santo
Agostinho; o livro final de De nuptiis Philologiae et Mercurii, de Marciano
Capela; os trabalhos de Macróbio e Censorino, só para citar alguns nenhuma
apresentava descrição tão meticulosa do desenvolvimento do sistema musical
da Grécia antiga e o mesmo rigor ao tratar das quantidades numéricas que
regiam a música. Dessa forma, pode-se concluir que o tratado de Boécio foi
responsável por fornecer, sozinho, toda a base matemática para a teoria
musical do Ocidente e, nesse sentido, é significativo que tenha sido usado em
Oxford, até o século XVIII, como principal texto sobre música 18.
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Das Escolas de Formação
O impacto que o currículo das escolas visigodas
nas escolas carolíngias está refletido na intensa
difusão que as obras de Isidoro de Sevilha
(+636) tiveram na Alta Idade Média européia.
Casiodoro (+570) com sua ‘Instituciones’ e
Isidoro de Sevilha com suas ‘Etymologiae’ e seu
‘De viris illustribus’ tornaram possível a
integração da educação clássica nas escolas
escolásticas8.
* As escolas monásticas foram as mais importantes instituições de
ensino da cristandade latina na chamada "Idade das Trevas" (a
antiguidade tardia, séculos IV ao VIII); importância mantida no
período restante do alto medieval, desde o Renascimento
Carolíngio (quando funcionou a escola palatina de Aquisgrán e
outras escolas carolíngias) até o renascimento do século XII
(quando nas escolas catedrais começou a se criar os ‘studia
generalia’ mais tarde conhecido como universidade).
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Das Escolas de Formação
Estas obras, concretamente, serviram no período carolíngeo de
guias bibliográficos para as escolas que continuaram o caminho
empreendido por Santo Agostinho no século IV ‘De doctrina
christiana’ para outorgar às Artes Liberais uma função propedêutica
como passo prévio ao estudo das Sagradas Escrituras. As Artes
Liberais (Trivium e Quadrivium), tal e como a estabelecerá Marciano
Capella no século V foram a base de partida dos programas escolares
ao longo da Idade Média8.
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Silvestre II* , O Papa do ano mil
Em uma obra mais recente, 1986, sobre as ‘Artes Liberais’ na Idade
Média (The Seven Liberal Arts in the Middle Ages), David L. Wagner
adota a viagem de Gerberto a Reims como ponto de arranque para um
novo período do pensamento. Textualmente Wagner considera que entre
o ano de 972 a 1100 “não apenas houve a associação de Gerberto com a
lógica, como também foi um período capital no renascimento do século
XII com a recuperação do saber grego”.
* O Papa Silvestre II (Gerberto de Aurillac) foi o intelectual mais influente do século X. Considerado um
alquimista beneditino.
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Silvestre II* , O Papa do ano mil
(...) Em 984 Gerberto solicitou aos seus contatos na Catalunha que lhe
enviassem um tratado sobre o astrolábio, o De astrologia – traduzido do
árabe por um clérigo da catedral de Barcelona – (...).
Segundo conta o cronista inglês Guillermo de Malmersbury, Gerberto
andou por cidades muçulmanas como Toledo e Córdoba em busca de
conhecimentos sobre astrología e outras ciencias herméticas (…).
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Silvestre II* , O Papa do ano mil
De acordo com William, Gerberto adquiriu o conhecimento e a
habilidade para lidar com o saber oracular durante uma longa
permanência em Sevilha11. (...) Gerberto foi um aluno aplicado e ali
ele adquiriu o conhecimento do astrolábio de Ptolomeu, de
Alhandreus sobre a posição das estrelas e de Julius Firmicus a
astrologia11.
A inspeção cuidadosa dos céus, o uso de instrumentos
astronômicos e a matemática foram fundamentais para a ciência
astral, uma das matérias do Quadrivium. É importante notar que a
distinção moderna entre astrologia e astronomia não era visível na
terminologia medieval (...)11.
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De Toledo a Palermo do Árabe ao Latim
Outro manuscrito latino do décimo século, preservado na Bibliotèque
Nationale em Paris, é intitulado ‘mathematica alhandrei summi astrologi'
(matemática de Alhandreus, supremo astrólogo), ‘Alhandreus' parece ter
sido uma corruptela de ‘Alkindes', o latino para al-Kindi, o filósofo
islâmico do século IX12.
No século XII, os termos árabes foram cada vez mais suprimidos em
favor da expressão latina pura. Os termos estrangeiros não eram sempre
de origem árabe genuína; especialmente na astrologia, muitos termos
persas - na ortografia árabe - foram mantidos nas traduções latinas13.
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De Toledo a Palermo do Árabe ao Latim
Outros textos gregos, especialmente em astrologia,
chegaram aos árabes através do Irã, em versões persas;
suas traduções em árabe, no século VIII, parecem
preceder as traduções diretas de Grego. Além de tudo
isso, deve-se estabelecer o que existia e sobreviveu na
Idade Média de uma terminologia latina, romana e
astronômica mais antiga13.
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De Toledo a Palermo do Árabe ao Latim
Existem as mais antigas influências árabes, sensíveis nos primeiros
tratados astrológicos latinos da Idade Média. Com base em fontes
árabes especialmente, e mencionando os Sarraceni, Caldaei,
Ismahelitae, Hebraei e Iudaei, a Alchandreana constitui um
testemunho excepcional de intercâmbios culturais antes do ano 1000.
A publicação deste corpus (D. Juste) é para reviver o problema da
origem desses textos e sua introdução à Europa a partir do mundo
árabe 14.
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A Divisio Philosophiae – Um Manuscrito Medieval Islandês
O manuscrito GKS 1812 4º tem 21x14 cm, encadernado em pele de foca.
Consiste em um total de 36 folhas (= 72 páginas). Composto no século XII.
As ilustrações dos signos do zodíaco e as anotações em latim no f. 3r-4r, bem
como a ilustração das constelações no f. 7v, pertencem ao mesmo tratado, De
ordine ac positione stellarum in signis, que consiste em 42 constelações
ilustradas, (...). Este material faz parte da Astronomia Arati, uma tradução
latina, com anotações e ilustrações, do poema astronômico Phenomena do
poeta helenístico Aratus de Soli5.
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A Divisio Philosophiae – Um Manuscrito Medieval Islandês
Aqui vemos os ramos da filosofia nas artes liberais, mais as quatro virtudes cardeais. Duas matérias do
Trivium, a retórica (rhetorica) e dialética (dialectica), são agrupadas como subcategorias da lógica
(logica), demonstrando a origem estóica do esquema, que não inclui gramática (grammatica). Por outro
lado, as matérias do Quadrivium, aritmética (arithmetica), geometria (geometrica), astronomia
(astronomia) e música (musica), pertencem ao ramo da Physica. As quatro virtudes cardeais, sabedoria
ou prudência (prudentia), a força ou a fortaleza (fortitudo), temperança (temperantia) e justiça (justitia),
são sub-ramos da Ethica5.
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A Divisio Philosophiae – Um Manuscrito Medieval Islandês
A ordenação da divisão tripartida, conforme descrito por Isidoro (física, ética, lógica), é a mesma
seguida pelo polímato Poseidonius durante o período helenístico. De Isidoro obtemos o seguinte
esquema da divisão da filosofia:
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O Ensino Escolástico da Retórica na Idade Média
Do ponto de vista histórico, pode-se evocar o criticismo*
para classificar como "escolástico" o ramo da retórica
medieval, ou seja, os comentários latinos do século XIII ao
século XIV sobre obras retóricas de Cícero, Boécio e
Aristóteles, definidos como "escolástico" é o que significa
algo caracteristicamente medieval, não é escolástico no
sentido de uma contribuição particularmente medieval,
assim como as Artes de Letras (Artes Dictaminis) ou, até
certo ponto, as Artes da Pregação (Artes Preadicandi) )6.
*Criticismo representa em filosofia a posição metodológica
própria de Immanuel Kant. Caracteriza-se por considerar
que as análises críticas da possibilidade, da origem, do valor,
das leis e dos limites do conhecimento racional constituem-
se no ponto de partida da reflexão filosófica.
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O Ensino Escolástico da Retórica na Idade Média
Se o termo escolástico é mais estritamente entendido como se referindo a
uma metodologia característica da Idade Média, outros ramos medievais
de retóricos não têm reivindicação igual para o termo escolástico, no
sentido de que eles também foram oferecidos aos alunos nas universidades
medievais ou no estudo das Ordens mendicantes*.
* Ordens mendicantes são ordens religiosas formadas por frades ou freiras que vivem em
conventos. Eles centram a sua ação ou apostolado na oração, na pregação, na evangelização, no
serviço aos pobres e nas demais obras de caridade.
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Da Escrita Astrológica no Século XII
Com o declínio da cosmogonia platônica veio a recepção
da astronomia ptolemaica e da física aristotélica
transmitida pelos árabes de Espanha. Para isso, não é
fácil dar datas precisas. Assim, em Chartres, um
manuscrito da catedral preserva um tratado de
astrologia contendo palavras árabes que datam de
1135, com notas adicionadas de 1137 a 1141; e outro
manuscrito do século XII contém a versão de Adelardo
para as tabelas de Khorasmian.7.
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Da Escrita Astrológica no Século XII
Uma reminiscência da escola de Chartres pode ser vista na
Microcosmographia que um certo William dedica a William,
arcebispo de Reims de 1176 a 1202, e anteriormente (1164-
1168) bispo de Chartres. O manuscrito é precedido por uma
tabela astrológica para 1178, o tratado pode muito bem ter sido
escrito em 1177. Não é, como esperamos, uma obra de
astronomia ou cosmologia, mas uma comparação de natureza
humana e animal, discutindo a inteligência, o livre arbítrio e os
sentidos, e com base em uma coleção das opiniones antiquorum,
entre as quais Platão figurava devidamente7.
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Astronomia, Cosmologia e Cosmografia
Apesar de existir uma complexidade rudimentar, em grande parte platônica, da astronomia e cosmologia
latinas antes do século XII, foi o influxo da ciência greco-árabe, especialmente Aristóteles De caelo e Ptolomeo
Almagest, nos séculos XII e XIII que estabeleceram a cosmologia ou a cosmografia como um componente
importante da filosofia natural no currículo latino e introduziu a astronomia como ciência. A este corpo de
literatura secular foi adicionada uma mistura significativa de Teologia Cristã9.
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Astronomia, Cosmologia e Cosmografia
A partir dessa herança intelectual, os autores escolásticos medievais criaram
uma literatura de astronomia e cosmologia. Além de tratados principalmente
astronômicos, como Campano de Novara Theorica planetarum (1261-64) e o
breve anônimo Theorica planetarum (1260-80), as principais fontes da
cosmologia foram os questionamentos de Aristóteles em De caelo, Physica (2,
5 e 8), Metaphysica (12) e Meteora; o tratado de John de Sacrobosco De spera
(c. 1220), as Sentences de Pedro Lombardo (c. 1140), Livro 2, que trata da
criação, e enciclopédias como o De proprietatibus rerum de Bartholomaeus
Anglicus (fl. 1220-50) e o Speculum naturale de Vincent de Beauvais (d.C.
1264)9.
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Do Devir dos Seres
Este progresso se dá na medida em que o discurso se encaminha
de uma investigação extrinsece (extrinsecamente) do que se
considera particular para uma investigação intrinsece
(intrinsecamente do que se considera universal): “todo o nosso
conhecimento inicia-se nos sentidos, cujo objeto são as coisas
singulares, o conhecimento humano procede do particular para
o universal” 15.
Suma conta os gentios – Tomás de Aquino
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Do Devir dos Seres
Nesse percurso do particular para o universal, o
discurso busca a origem das coisas. Isso significa que
o discurso tanto investiga a constituição das coisas e,
caso sejam constituídas de partes, investiga em que
consiste estas partes, quanto busca compreender as
causas (ou a causa) das partes e como da relação das
partes obtém-se uma unidade15.
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“Do Devir dos Seres
É preciso substituir um pensamento que separa por um
pensamento que une, e essa ligação exige a substituição da
causalidade unilinear e unidimensional por uma causalidade
em círculo e multirreferencial, assim como a troca da rigidez da
lógica clássica por uma dialógica capaz de conceber noções ao
mesmo tempo complementares e antagônicas; que o
conhecimento da integração das partes num todo seja
completada pelo reconhecimento da integração do todo no
interior das partes” 16.
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Do Devir dos Seres
Edgar Morin, ainda nos albores do seu método de conhecimento
da complexidade, lembrava que antropologia e cosmologia, na
filosofia e na ciência modernas, não pararam de derivar uma da
outra, seja na forma metafísica heideggeriana* do estar-no-
mundo, sob a forma teórico-evolucionista do teilhardismo*, ou
até da astrologia.
O próprio Morin vislumbrava, em decorrência disso, a
necessidade de uma “ética antropocosmológica”16.
*teilhardismo: (“evolucionismo cristão”– uma variedade de
panteísmo idealista).
*heideggeriana: Martin Heidegger desenvolve uma analítica
existencial do ente que cada um de nós, dessa ou daquela
maneira, já sempre somos.
www.espacoastrologico.org
O Espaço Astrológico e o Futuro da Astrologia
O site Espaço Astrológico foi idealizado e criado em
2007 para a divulgação do estudo da astrologia
produzido no meio acadêmico.
O Espaço Astrológico também é uma marca
registrada®.
O propósito deste projeto é prestigiar os estudantes e
pesquisadores das universidades que estudam a
astrologia como uma disciplina fundamental na
formação acadêmica do ser humano.
www.espacoastrologico.org
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Princeton Theological Seminary
http://www.ptsem.edu/
Geografia Astrológica Antiga e Atos 2:9-11
Bruce Manning Metzger
https://espacoastrologico.org/2014/10/23/geografia-
astrologica-antiga-e-atos-29-11/
www.espacoastrologico.org
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Ciência Astral Babilônica no Mundo Helenístico - Recepção e
Transmissão
Francesca Rochberg
https://espacoastrologico.org/2014/09/21/ciencia-astral-babilonica-no-
mundo-helenistico-recepcao-e-transmissao/
Near Eastern Studies, UC Berkeley.
http://nes.berkeley.edu/index.html
www.espacoastrologico.org
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Ensinamentos de Placidus no início do século
dezenove na Grã-Bretanha
Martin Gansten
https://espacoastrologico.org/2016/09/24/ensinamentos-de-
placidus-no-inicio-do-seculo-dezenove-na-gra-bretanha/
Lund University, Sweden
http://www.lunduniversity.lu.se/
www.espacoastrologico.org
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Observação e Previsão em Astrologia Antiga
Daryn Lehoux
https://espacoastrologico.org/2016/09/24/observacao-
e-previsao-em-astrologia-antiga/
Queen's University
http://www.queensu.ca/
www.espacoastrologico.org
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Astrologia e Política na Renascença Húngara -
Martin Bylica na Corte de Matthias Corvinus
Darin Hayton
https://espacoastrologico.org/2016/10/12/astrologia-e-
politica-na-renasenca-hungara/
Haverford College
https://www.haverford.edu
/
www.espacoastrologico.org
Um Zodíaco e Horóscopo Fragmentário Romano
de Cesaréia Marítima
Asher Ovadiah & Sonia Mucznik
https://espacoastrologico.org/2013/12/22/um-zodiaco-e-
horoscopo-fragmentario-romano-de-cesareia-maritima/
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Tel Aviv University
https://en-arts.tau.ac.il/art-history
www.espacoastrologico.org
Universidad Autónoma de Madrid
https://www.uam.es
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
El Engarce de la Astrología en el Pensamiento
Medieval y Humanista: El Hilo Cortado
Luis Miguel Vicente García
https://espacoastrologico.org/el-engarce-de-la-astrologia-en-
el-pensamiento-medieval-y-humanista-el-hilo-cortado/
www.espacoastrologico.org
Universidade Estadual de Maringá
http://www.uem.br/
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
A Educação Medieval e a Filosofia em Tomás de
Aquino Elementos para Compreensão de uma
Astrologia Cristã
José Aparecido Celório
https://espacoastrologico.org/a-educacao-medieval-e-a-
filosofia-em-tomas-de-aquino-elementos-para-
compreensao-de-uma-astrologia-crista/
www.espacoastrologico.org
O sistema astrológico como modelo narrativo
Maria Elizabeth de Andrade Costa
https://espacoastrologico.org/o-sistema-astrologico-como-
modelo-narrativo/
Universidade Federal do Rio de Janeiro
https://ufrj.br/
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
www.espacoastrologico.org
Astrologia e a Noção de Destino: Outra Forma de
Racionalidade
Vani Terezinha de Rezende
https://espacoastrologico.org/astrologia-e-a-nocao-de-destino-
outra-forma-de-racionalidade/
Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
Universidade de São Paulo
http://www5.usp.br/
www.espacoastrologico.org
A Academia Celeste
A Academia Celeste foi fundada em 2004, por pesquisadores de
diferentes formações, interessados em investigar a astrologia de
maneira crítica.
Em 2014, o grupo foi registrado no diretório do CNPq (Conselho
Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico), uma agencia
brasileira de fomento à pesquisa. A principal linha de pesquisa do
grupo é a cosmologia antiga, suas dimensões éticas e repercussões
em diversas áreas do conhecimento.
Desde 2004 os integrantes do grupo produzem artigos, traduções,
teses, dissertações e organizam simpósios para a divulgação das
pesquisas. A produção acadêmica do grupo pode ser acompanhada
pelas páginas:
http://www.academiaceleste.blogspot.com.br/
Facebook: Academia Celeste
www.espacoastrologico.org
Fechamento
O Espaço Astrológico e o Futuro da Astrologia
Além de prestigiar os estudantes e autores que pesquisam sobre a
Astrologia, objetivo do site Espaço Astrológico é abrir uma janela para o
universo e para a percepção superior do ser humano neste processo de
transição, pois o que ouvimos falar como a Era de Aquário ainda está longe
de se materializar, seja pelas vias astronômicas ou pelas vias da
consciência do homem.
Para a reflexão deste nosso estágio de vida, ofereço esta janela para o céu,
para que pessoas ao redor do mundo comecem a entender a vida de um
modo menos infantil e mais evoluído.
www.espacoastrologico.org
Fechamento
O Espaço Astrológico e o Futuro da Astrologia
Por isso o Espaço Astrológico não foi idealizado com o intuito de se
aproximar de uma filosofia qualquer que esteja em maior ou menor
consonância com os postulados astrológicos que agradam ou
desagradam a maioria ou a mídia ou qualquer pessoa que, imbuída de
sobranceiros títulos acadêmicos, se julga apta para avaliar os conceitos
do que é verdadeiro ou não.
César Augusto – Astrólogo
(11) 986 – 492 – 194
E-mail: cesar@espacoastrologico.org
www.espacoastrologico.org
Créditos e Agradecimentos:
A Antônio Carlos Fini, meu orientador no
desenvolvimento desta palestra e meu professor no
Centro de Pesquisas Astrológicas Hermes. Agradeço a
oportunidade de me permitir apresentar o site Espaço
Astrológico neste Simpósio e ao apoio e orientação nos
estudos sobre a Astrologia e a Transdisciplinaridade
desde 1996.
www.espacoastrologico.org
www.espacoastrologico.org
www.espacoastrologico.org
Bibliografia:
1 _CELORIO, José Aparecido- UFPel/UEM1 - HENTGES, Angelita- UFPel/IFsul2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE UMA PRÁTICA
TRANSDISCIPLINAR EM SALA DE AULA. Grupo de Trabalho: Formação de Professores e Profissionalização Docente.
2 _Maria Rita Sefrian de Souza Peinado - O ENSINO DO TRIVIUM E DO QUADRIVIUM, A LINGUAGEM E A HISTÓRIA NA PROPOSTA DE
EDUCAÇÃO AGOSTINIANA * Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
3_ Jesús Martínez Moro - El papa del año mil: Gerberto de Aurillac; Silvestre II - Universidad de Cantabria.
4_ SILVESTRE II, EL PAPA MAGO (http://www.alotroladodelarealidad.com/2015/04/silvestre-ii-el-papa-mago/).
5_ Gunnar Harðarson - A Divisio Philosophiae in the Medieval Icelandic Manuscript GKS 1812 4o – Université de Copenhague – Cahiers
de L’institute du Moyen-Âge Grec et Latin – Centre for the Aristotelian Tradition – Saxo institute – 2015.
6_ Karin Margareta Fredborg: The Scholastic Teaching of Rhetoric in the Middle Ages.
7 _ Charles Homer Haskins: Studies in the History of Medieval Science – Cambridge – Harvard University Press – 1924.
8 _ Susana Guijarro Gonzáles – Las escuelas y la formación del clero de las Catedrales en las diócesis castellano-leonesas (siglos XI al
XV).
9_ Edward Grant: Astronomy, Cosmology, and Cosmography.
www.espacoastrologico.org
Bibliografia:
10 _ Elly Truitt - Bryn Mawr College, Celestial Divination and Arabic Science in Twelfth Century England: The History of Gerbert of
Aurillac’s Talking Head.
11_ E. R. Truitt - Medieval Robots: Mechanism, Magic, Nature, and Art.
12_ John Freely - Aladdin's Lamp.
13_ PAUL KUNITZSCH: Translations from Arabic (Astronomy/Astrology): The Formation of Terminology.
14_ Mercè VILADRICH – LA TRANSMISSION DES IDÉES SCIENTIFIQUES ET ASTROLOGIQUES D’ORIGINE ARABE DANS LA MARCA
HISPANICA AU TEMPS DE L’ABBÉ OLIBA: vieilles idées et questions nouveles - Universitat de Barcelona.
15 _ EVANIEL BRÁS DOS SANTOS (GT História da Filosofia da Natureza) - Estrutura e devir dos seres em Tomás de Aquino.
16 _ Gilbraz S. Aragão - TEOLOGIA, TRANSDISCIPLINARIDADE E FÍSICA: uma nova lógica para o diálogo inter-religioso.
17_ Wagner Jales - Quadrivium: O Estudo dos Números: (http://escoladeartesliberais.com.br/quadrivium-o-estudo-dos-numeros/).
18_ CAROLINA PARIZZI CASTANHEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - DE INSTITUTIONE MUSICA, DE BOÉCIO LIVRO
1: TRADUÇÃO E COMENTÁRIOS.

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  • 1. Trivium e Quadrivium: A Universidade na Europa nos Séculos XI e XII César Augusto – Astrólogo Colaboração: Carlos Fini Palestra A organização dos saberes nos séculos XII e XIII na Europa: Dialética, Gramática, Retórica, Geometria, Aritmética, Música e Astronomia (Astrologia) e a produção dos saberes sob uma ótica integrada. www.espacoastrologico.org
  • 2. Do Macro ao Micro A Transmissão dos Símbolos e a Pluralidade do Conhecimento Das fornalhas dos núcleos estelares das supernovas surgiram átomos e em meio ao espaço interestelar as moléculas e posteriormente, com a estabilidade de Sóis menores, surgiram Planetas estáveis e capazes de conter a emergência da complexidade e da vida e nela o Homem, uma imensa mutação de inúmeros estágios da transformação termodinâmica do Universo. Neste sentido o Homem se liga ao Universo, por ser sua extensão complexa. A Astrologia, em uma de suas modalidades. é o esforço de compreender as sofisticadas relações entre o Homem e o Universo. www.espacoastrologico.org
  • 3. Do Macro ao Micro A Transmissão dos Símbolos e a Pluralidade do Conhecimento Por isto , sua linguagem constantemente discutida e aperfeiçoada, pretende compreender o sujeito, suas inclinações e seu porvir. Os estudos astrológicos pretendem discutir as interrelações possíveis entre os movimentos do céu e dos astros e os modelos de organização em uma dada Biosfera. A Astrologia se manifesta no vivo, nos átomos, nas espécies e nos modelos de organização que se diferem no campo da vida. A Astrologia não é feita para o homem. www.espacoastrologico.org
  • 4. www.espacoastrologico.org Da Natureza Celeste como Modelo Conforme Morin, a Astrologia foi uma das primeiras formas de racionalização, pois procurou dar ordem e sentido à vida das pessoas por meio da ordem que era expressa no firmamento. Compreendemos que a educação medieval pode ser tida como exemplo de modelo transdisciplinar de ensino, pois não concebia a vida fora da natureza, como pertencente movida tanto por uma natureza como por uma Natureza (a natureza celeste)1.
  • 5. www.espacoastrologico.org Da Natureza Celeste como Modelo A transdisciplinaridade se assenta em três pilares: os vários níveis de realidade, a Lógica do Terceiro Termo Incluído* e a Complexidade. A vida, sobretudo do ser humano, como animal simbólico, é vista através de várias óticas, sem que ela seja reduzida a um aspecto particular apregoado por determinada área do saber. Na perspectiva transdisciplinar, não se reduz o ser humano, por exemplo, à sua condição social, biológica ou cultural, mas procura-se enxergá-lo como ser multifacetado, incompreendido, portanto, à luz de uma única ciência1. *A lógica do terceiro incluído (ou lógica do terceiro termo incluído) se contrapõe e complementa a lógica clássica, restringindo o campo de validade da Lei do Terceiro Excluído, sem anulá-la.
  • 6. www.espacoastrologico.org Do Princípio do Trivium e Quadrivium Em sua análise dos campos de conhecimento do Trivium na educação medieval, Durkheim afirma que: O Trivium tinha por objetivo ensinar a própria mente, isto é, as leis às quais obedece ao pensar e expressar seu pensamento, e, reciprocamente, as regras às quais deve sujeitar-se para pensar e expressar-se corretamente. Tal é, com efeito, a meta da gramática, da retórica e da dialética. Esse triplo ensino é, pois, totalmente formal. Manipula unicamente as formas gerais do raciocínio, abstração feita de sua aplicação às coisas, ou com o que é ainda mais formal do que o pensamento, ou seja, a linguagem2.
  • 7. www.espacoastrologico.org Do Princípio do Trivium e Quadrivium Para Durkheim, em sua análise sobre os campos de conhecimento, o Quadrivium: (...) era um conjunto de conhecimentos relacionados com as coisas. Seu papel era tornar conhecidas as realidades externas e suas leis, leis dos números, leis do espaço, leis dos astros, leis dos sons. Assim, as artes que abraçava eram chamadas artes reales ou physica2.
  • 8. www.espacoastrologico.org O que é o Quadrivium Alguns pesquisadores falam que o termo “Quadrivium” aparece pela primeira na obra De institutione arthmetica de Boécio (489 – 524 d.C.). No mesmo documento, o monge explica que “se o investigador carece dessas quatro partes (Aritmética, Geometria, Música e Astronomia), não poderá encontrar o que e verdadeiro, e sem essa especulação da verdade nada pode ser retamente sabido (…) Este, pois é o Quadrivium”17.
  • 9. www.espacoastrologico.org De institutione musica A listagem dos autores utilizados no ensino das sete artes liberais no século XII atesta a profunda influência das obras de Boécio na educação medieval: A relação do que era estudado no século XII pode ser conferida facilmente. Em 1141, Thierry de Chartres fez uma compilação dos textos e dos autores que utilizava como base para suas aulas das sete artes. Para a Gramática, textos de Donato e de Prisciano (Priscianus Caesariensis); para a Retórica, Cícero, Severiano e Martianus Capella; a Dialética analisava Porfírio, Aristóteles, Boécio e um anônimo; a Aritmética era trabalhada através de Boécio, Martianus Capella e um anônimo; a Música, através de Boécio; a Geometria com textos de Abelardo, Isidoro de Sevilha, Frontino, Columelle, Gerberto, Boécio, Gerlard e outros anônimos, e a Astronomia (Astrologia), com Hygino e Ptolomeu18.
  • 10. www.espacoastrologico.org De institutione musica Atesta, ainda, juntamente com outras fontes, que o estudo da música no Quadrivium tinha um único texto base: De institutione musica. De fato, mesmo existindo outras obras sobre música na Idade Média o tratado de Santo Agostinho; o livro final de De nuptiis Philologiae et Mercurii, de Marciano Capela; os trabalhos de Macróbio e Censorino, só para citar alguns nenhuma apresentava descrição tão meticulosa do desenvolvimento do sistema musical da Grécia antiga e o mesmo rigor ao tratar das quantidades numéricas que regiam a música. Dessa forma, pode-se concluir que o tratado de Boécio foi responsável por fornecer, sozinho, toda a base matemática para a teoria musical do Ocidente e, nesse sentido, é significativo que tenha sido usado em Oxford, até o século XVIII, como principal texto sobre música 18.
  • 11. www.espacoastrologico.org Das Escolas de Formação O impacto que o currículo das escolas visigodas nas escolas carolíngias está refletido na intensa difusão que as obras de Isidoro de Sevilha (+636) tiveram na Alta Idade Média européia. Casiodoro (+570) com sua ‘Instituciones’ e Isidoro de Sevilha com suas ‘Etymologiae’ e seu ‘De viris illustribus’ tornaram possível a integração da educação clássica nas escolas escolásticas8. * As escolas monásticas foram as mais importantes instituições de ensino da cristandade latina na chamada "Idade das Trevas" (a antiguidade tardia, séculos IV ao VIII); importância mantida no período restante do alto medieval, desde o Renascimento Carolíngio (quando funcionou a escola palatina de Aquisgrán e outras escolas carolíngias) até o renascimento do século XII (quando nas escolas catedrais começou a se criar os ‘studia generalia’ mais tarde conhecido como universidade).
  • 12. www.espacoastrologico.org Das Escolas de Formação Estas obras, concretamente, serviram no período carolíngeo de guias bibliográficos para as escolas que continuaram o caminho empreendido por Santo Agostinho no século IV ‘De doctrina christiana’ para outorgar às Artes Liberais uma função propedêutica como passo prévio ao estudo das Sagradas Escrituras. As Artes Liberais (Trivium e Quadrivium), tal e como a estabelecerá Marciano Capella no século V foram a base de partida dos programas escolares ao longo da Idade Média8.
  • 13. www.espacoastrologico.org Silvestre II* , O Papa do ano mil Em uma obra mais recente, 1986, sobre as ‘Artes Liberais’ na Idade Média (The Seven Liberal Arts in the Middle Ages), David L. Wagner adota a viagem de Gerberto a Reims como ponto de arranque para um novo período do pensamento. Textualmente Wagner considera que entre o ano de 972 a 1100 “não apenas houve a associação de Gerberto com a lógica, como também foi um período capital no renascimento do século XII com a recuperação do saber grego”. * O Papa Silvestre II (Gerberto de Aurillac) foi o intelectual mais influente do século X. Considerado um alquimista beneditino.
  • 14. www.espacoastrologico.org Silvestre II* , O Papa do ano mil (...) Em 984 Gerberto solicitou aos seus contatos na Catalunha que lhe enviassem um tratado sobre o astrolábio, o De astrologia – traduzido do árabe por um clérigo da catedral de Barcelona – (...). Segundo conta o cronista inglês Guillermo de Malmersbury, Gerberto andou por cidades muçulmanas como Toledo e Córdoba em busca de conhecimentos sobre astrología e outras ciencias herméticas (…).
  • 15. www.espacoastrologico.org Silvestre II* , O Papa do ano mil De acordo com William, Gerberto adquiriu o conhecimento e a habilidade para lidar com o saber oracular durante uma longa permanência em Sevilha11. (...) Gerberto foi um aluno aplicado e ali ele adquiriu o conhecimento do astrolábio de Ptolomeu, de Alhandreus sobre a posição das estrelas e de Julius Firmicus a astrologia11. A inspeção cuidadosa dos céus, o uso de instrumentos astronômicos e a matemática foram fundamentais para a ciência astral, uma das matérias do Quadrivium. É importante notar que a distinção moderna entre astrologia e astronomia não era visível na terminologia medieval (...)11.
  • 16. www.espacoastrologico.org De Toledo a Palermo do Árabe ao Latim Outro manuscrito latino do décimo século, preservado na Bibliotèque Nationale em Paris, é intitulado ‘mathematica alhandrei summi astrologi' (matemática de Alhandreus, supremo astrólogo), ‘Alhandreus' parece ter sido uma corruptela de ‘Alkindes', o latino para al-Kindi, o filósofo islâmico do século IX12. No século XII, os termos árabes foram cada vez mais suprimidos em favor da expressão latina pura. Os termos estrangeiros não eram sempre de origem árabe genuína; especialmente na astrologia, muitos termos persas - na ortografia árabe - foram mantidos nas traduções latinas13.
  • 17. www.espacoastrologico.org De Toledo a Palermo do Árabe ao Latim Outros textos gregos, especialmente em astrologia, chegaram aos árabes através do Irã, em versões persas; suas traduções em árabe, no século VIII, parecem preceder as traduções diretas de Grego. Além de tudo isso, deve-se estabelecer o que existia e sobreviveu na Idade Média de uma terminologia latina, romana e astronômica mais antiga13.
  • 18. www.espacoastrologico.org De Toledo a Palermo do Árabe ao Latim Existem as mais antigas influências árabes, sensíveis nos primeiros tratados astrológicos latinos da Idade Média. Com base em fontes árabes especialmente, e mencionando os Sarraceni, Caldaei, Ismahelitae, Hebraei e Iudaei, a Alchandreana constitui um testemunho excepcional de intercâmbios culturais antes do ano 1000. A publicação deste corpus (D. Juste) é para reviver o problema da origem desses textos e sua introdução à Europa a partir do mundo árabe 14.
  • 19. www.espacoastrologico.org A Divisio Philosophiae – Um Manuscrito Medieval Islandês O manuscrito GKS 1812 4º tem 21x14 cm, encadernado em pele de foca. Consiste em um total de 36 folhas (= 72 páginas). Composto no século XII. As ilustrações dos signos do zodíaco e as anotações em latim no f. 3r-4r, bem como a ilustração das constelações no f. 7v, pertencem ao mesmo tratado, De ordine ac positione stellarum in signis, que consiste em 42 constelações ilustradas, (...). Este material faz parte da Astronomia Arati, uma tradução latina, com anotações e ilustrações, do poema astronômico Phenomena do poeta helenístico Aratus de Soli5.
  • 20. www.espacoastrologico.org A Divisio Philosophiae – Um Manuscrito Medieval Islandês Aqui vemos os ramos da filosofia nas artes liberais, mais as quatro virtudes cardeais. Duas matérias do Trivium, a retórica (rhetorica) e dialética (dialectica), são agrupadas como subcategorias da lógica (logica), demonstrando a origem estóica do esquema, que não inclui gramática (grammatica). Por outro lado, as matérias do Quadrivium, aritmética (arithmetica), geometria (geometrica), astronomia (astronomia) e música (musica), pertencem ao ramo da Physica. As quatro virtudes cardeais, sabedoria ou prudência (prudentia), a força ou a fortaleza (fortitudo), temperança (temperantia) e justiça (justitia), são sub-ramos da Ethica5.
  • 21. www.espacoastrologico.org A Divisio Philosophiae – Um Manuscrito Medieval Islandês A ordenação da divisão tripartida, conforme descrito por Isidoro (física, ética, lógica), é a mesma seguida pelo polímato Poseidonius durante o período helenístico. De Isidoro obtemos o seguinte esquema da divisão da filosofia:
  • 22. www.espacoastrologico.org O Ensino Escolástico da Retórica na Idade Média Do ponto de vista histórico, pode-se evocar o criticismo* para classificar como "escolástico" o ramo da retórica medieval, ou seja, os comentários latinos do século XIII ao século XIV sobre obras retóricas de Cícero, Boécio e Aristóteles, definidos como "escolástico" é o que significa algo caracteristicamente medieval, não é escolástico no sentido de uma contribuição particularmente medieval, assim como as Artes de Letras (Artes Dictaminis) ou, até certo ponto, as Artes da Pregação (Artes Preadicandi) )6. *Criticismo representa em filosofia a posição metodológica própria de Immanuel Kant. Caracteriza-se por considerar que as análises críticas da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional constituem- se no ponto de partida da reflexão filosófica.
  • 23. www.espacoastrologico.org O Ensino Escolástico da Retórica na Idade Média Se o termo escolástico é mais estritamente entendido como se referindo a uma metodologia característica da Idade Média, outros ramos medievais de retóricos não têm reivindicação igual para o termo escolástico, no sentido de que eles também foram oferecidos aos alunos nas universidades medievais ou no estudo das Ordens mendicantes*. * Ordens mendicantes são ordens religiosas formadas por frades ou freiras que vivem em conventos. Eles centram a sua ação ou apostolado na oração, na pregação, na evangelização, no serviço aos pobres e nas demais obras de caridade.
  • 24. www.espacoastrologico.org Da Escrita Astrológica no Século XII Com o declínio da cosmogonia platônica veio a recepção da astronomia ptolemaica e da física aristotélica transmitida pelos árabes de Espanha. Para isso, não é fácil dar datas precisas. Assim, em Chartres, um manuscrito da catedral preserva um tratado de astrologia contendo palavras árabes que datam de 1135, com notas adicionadas de 1137 a 1141; e outro manuscrito do século XII contém a versão de Adelardo para as tabelas de Khorasmian.7.
  • 25. www.espacoastrologico.org Da Escrita Astrológica no Século XII Uma reminiscência da escola de Chartres pode ser vista na Microcosmographia que um certo William dedica a William, arcebispo de Reims de 1176 a 1202, e anteriormente (1164- 1168) bispo de Chartres. O manuscrito é precedido por uma tabela astrológica para 1178, o tratado pode muito bem ter sido escrito em 1177. Não é, como esperamos, uma obra de astronomia ou cosmologia, mas uma comparação de natureza humana e animal, discutindo a inteligência, o livre arbítrio e os sentidos, e com base em uma coleção das opiniones antiquorum, entre as quais Platão figurava devidamente7.
  • 26. www.espacoastrologico.org Astronomia, Cosmologia e Cosmografia Apesar de existir uma complexidade rudimentar, em grande parte platônica, da astronomia e cosmologia latinas antes do século XII, foi o influxo da ciência greco-árabe, especialmente Aristóteles De caelo e Ptolomeo Almagest, nos séculos XII e XIII que estabeleceram a cosmologia ou a cosmografia como um componente importante da filosofia natural no currículo latino e introduziu a astronomia como ciência. A este corpo de literatura secular foi adicionada uma mistura significativa de Teologia Cristã9.
  • 27. www.espacoastrologico.org Astronomia, Cosmologia e Cosmografia A partir dessa herança intelectual, os autores escolásticos medievais criaram uma literatura de astronomia e cosmologia. Além de tratados principalmente astronômicos, como Campano de Novara Theorica planetarum (1261-64) e o breve anônimo Theorica planetarum (1260-80), as principais fontes da cosmologia foram os questionamentos de Aristóteles em De caelo, Physica (2, 5 e 8), Metaphysica (12) e Meteora; o tratado de John de Sacrobosco De spera (c. 1220), as Sentences de Pedro Lombardo (c. 1140), Livro 2, que trata da criação, e enciclopédias como o De proprietatibus rerum de Bartholomaeus Anglicus (fl. 1220-50) e o Speculum naturale de Vincent de Beauvais (d.C. 1264)9.
  • 28. www.espacoastrologico.org Do Devir dos Seres Este progresso se dá na medida em que o discurso se encaminha de uma investigação extrinsece (extrinsecamente) do que se considera particular para uma investigação intrinsece (intrinsecamente do que se considera universal): “todo o nosso conhecimento inicia-se nos sentidos, cujo objeto são as coisas singulares, o conhecimento humano procede do particular para o universal” 15. Suma conta os gentios – Tomás de Aquino
  • 29. www.espacoastrologico.org Do Devir dos Seres Nesse percurso do particular para o universal, o discurso busca a origem das coisas. Isso significa que o discurso tanto investiga a constituição das coisas e, caso sejam constituídas de partes, investiga em que consiste estas partes, quanto busca compreender as causas (ou a causa) das partes e como da relação das partes obtém-se uma unidade15.
  • 30. www.espacoastrologico.org “Do Devir dos Seres É preciso substituir um pensamento que separa por um pensamento que une, e essa ligação exige a substituição da causalidade unilinear e unidimensional por uma causalidade em círculo e multirreferencial, assim como a troca da rigidez da lógica clássica por uma dialógica capaz de conceber noções ao mesmo tempo complementares e antagônicas; que o conhecimento da integração das partes num todo seja completada pelo reconhecimento da integração do todo no interior das partes” 16.
  • 31. www.espacoastrologico.org Do Devir dos Seres Edgar Morin, ainda nos albores do seu método de conhecimento da complexidade, lembrava que antropologia e cosmologia, na filosofia e na ciência modernas, não pararam de derivar uma da outra, seja na forma metafísica heideggeriana* do estar-no- mundo, sob a forma teórico-evolucionista do teilhardismo*, ou até da astrologia. O próprio Morin vislumbrava, em decorrência disso, a necessidade de uma “ética antropocosmológica”16. *teilhardismo: (“evolucionismo cristão”– uma variedade de panteísmo idealista). *heideggeriana: Martin Heidegger desenvolve uma analítica existencial do ente que cada um de nós, dessa ou daquela maneira, já sempre somos.
  • 32. www.espacoastrologico.org O Espaço Astrológico e o Futuro da Astrologia O site Espaço Astrológico foi idealizado e criado em 2007 para a divulgação do estudo da astrologia produzido no meio acadêmico. O Espaço Astrológico também é uma marca registrada®. O propósito deste projeto é prestigiar os estudantes e pesquisadores das universidades que estudam a astrologia como uma disciplina fundamental na formação acadêmica do ser humano.
  • 33. www.espacoastrologico.org Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Princeton Theological Seminary http://www.ptsem.edu/ Geografia Astrológica Antiga e Atos 2:9-11 Bruce Manning Metzger https://espacoastrologico.org/2014/10/23/geografia- astrologica-antiga-e-atos-29-11/
  • 34. www.espacoastrologico.org Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Ciência Astral Babilônica no Mundo Helenístico - Recepção e Transmissão Francesca Rochberg https://espacoastrologico.org/2014/09/21/ciencia-astral-babilonica-no- mundo-helenistico-recepcao-e-transmissao/ Near Eastern Studies, UC Berkeley. http://nes.berkeley.edu/index.html
  • 35. www.espacoastrologico.org Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Ensinamentos de Placidus no início do século dezenove na Grã-Bretanha Martin Gansten https://espacoastrologico.org/2016/09/24/ensinamentos-de- placidus-no-inicio-do-seculo-dezenove-na-gra-bretanha/ Lund University, Sweden http://www.lunduniversity.lu.se/
  • 36. www.espacoastrologico.org Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Observação e Previsão em Astrologia Antiga Daryn Lehoux https://espacoastrologico.org/2016/09/24/observacao- e-previsao-em-astrologia-antiga/ Queen's University http://www.queensu.ca/
  • 37. www.espacoastrologico.org Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Astrologia e Política na Renascença Húngara - Martin Bylica na Corte de Matthias Corvinus Darin Hayton https://espacoastrologico.org/2016/10/12/astrologia-e- politica-na-renasenca-hungara/ Haverford College https://www.haverford.edu /
  • 38. www.espacoastrologico.org Um Zodíaco e Horóscopo Fragmentário Romano de Cesaréia Marítima Asher Ovadiah & Sonia Mucznik https://espacoastrologico.org/2013/12/22/um-zodiaco-e- horoscopo-fragmentario-romano-de-cesareia-maritima/ Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Tel Aviv University https://en-arts.tau.ac.il/art-history
  • 39. www.espacoastrologico.org Universidad Autónoma de Madrid https://www.uam.es Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico El Engarce de la Astrología en el Pensamiento Medieval y Humanista: El Hilo Cortado Luis Miguel Vicente García https://espacoastrologico.org/el-engarce-de-la-astrologia-en- el-pensamiento-medieval-y-humanista-el-hilo-cortado/
  • 40. www.espacoastrologico.org Universidade Estadual de Maringá http://www.uem.br/ Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico A Educação Medieval e a Filosofia em Tomás de Aquino Elementos para Compreensão de uma Astrologia Cristã José Aparecido Celório https://espacoastrologico.org/a-educacao-medieval-e-a- filosofia-em-tomas-de-aquino-elementos-para- compreensao-de-uma-astrologia-crista/
  • 41. www.espacoastrologico.org O sistema astrológico como modelo narrativo Maria Elizabeth de Andrade Costa https://espacoastrologico.org/o-sistema-astrologico-como- modelo-narrativo/ Universidade Federal do Rio de Janeiro https://ufrj.br/ Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico
  • 42. www.espacoastrologico.org Astrologia e a Noção de Destino: Outra Forma de Racionalidade Vani Terezinha de Rezende https://espacoastrologico.org/astrologia-e-a-nocao-de-destino- outra-forma-de-racionalidade/ Autores e Obras das Universidades e o Espaço Astrológico Universidade de São Paulo http://www5.usp.br/
  • 43. www.espacoastrologico.org A Academia Celeste A Academia Celeste foi fundada em 2004, por pesquisadores de diferentes formações, interessados em investigar a astrologia de maneira crítica. Em 2014, o grupo foi registrado no diretório do CNPq (Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico), uma agencia brasileira de fomento à pesquisa. A principal linha de pesquisa do grupo é a cosmologia antiga, suas dimensões éticas e repercussões em diversas áreas do conhecimento. Desde 2004 os integrantes do grupo produzem artigos, traduções, teses, dissertações e organizam simpósios para a divulgação das pesquisas. A produção acadêmica do grupo pode ser acompanhada pelas páginas: http://www.academiaceleste.blogspot.com.br/ Facebook: Academia Celeste
  • 44. www.espacoastrologico.org Fechamento O Espaço Astrológico e o Futuro da Astrologia Além de prestigiar os estudantes e autores que pesquisam sobre a Astrologia, objetivo do site Espaço Astrológico é abrir uma janela para o universo e para a percepção superior do ser humano neste processo de transição, pois o que ouvimos falar como a Era de Aquário ainda está longe de se materializar, seja pelas vias astronômicas ou pelas vias da consciência do homem. Para a reflexão deste nosso estágio de vida, ofereço esta janela para o céu, para que pessoas ao redor do mundo comecem a entender a vida de um modo menos infantil e mais evoluído.
  • 45. www.espacoastrologico.org Fechamento O Espaço Astrológico e o Futuro da Astrologia Por isso o Espaço Astrológico não foi idealizado com o intuito de se aproximar de uma filosofia qualquer que esteja em maior ou menor consonância com os postulados astrológicos que agradam ou desagradam a maioria ou a mídia ou qualquer pessoa que, imbuída de sobranceiros títulos acadêmicos, se julga apta para avaliar os conceitos do que é verdadeiro ou não. César Augusto – Astrólogo (11) 986 – 492 – 194 E-mail: cesar@espacoastrologico.org
  • 46. www.espacoastrologico.org Créditos e Agradecimentos: A Antônio Carlos Fini, meu orientador no desenvolvimento desta palestra e meu professor no Centro de Pesquisas Astrológicas Hermes. Agradeço a oportunidade de me permitir apresentar o site Espaço Astrológico neste Simpósio e ao apoio e orientação nos estudos sobre a Astrologia e a Transdisciplinaridade desde 1996.
  • 49. www.espacoastrologico.org Bibliografia: 1 _CELORIO, José Aparecido- UFPel/UEM1 - HENTGES, Angelita- UFPel/IFsul2 - CONSIDERAÇÕES SOBRE UMA PRÁTICA TRANSDISCIPLINAR EM SALA DE AULA. Grupo de Trabalho: Formação de Professores e Profissionalização Docente. 2 _Maria Rita Sefrian de Souza Peinado - O ENSINO DO TRIVIUM E DO QUADRIVIUM, A LINGUAGEM E A HISTÓRIA NA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AGOSTINIANA * Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. 3_ Jesús Martínez Moro - El papa del año mil: Gerberto de Aurillac; Silvestre II - Universidad de Cantabria. 4_ SILVESTRE II, EL PAPA MAGO (http://www.alotroladodelarealidad.com/2015/04/silvestre-ii-el-papa-mago/). 5_ Gunnar Harðarson - A Divisio Philosophiae in the Medieval Icelandic Manuscript GKS 1812 4o – Université de Copenhague – Cahiers de L’institute du Moyen-Âge Grec et Latin – Centre for the Aristotelian Tradition – Saxo institute – 2015. 6_ Karin Margareta Fredborg: The Scholastic Teaching of Rhetoric in the Middle Ages. 7 _ Charles Homer Haskins: Studies in the History of Medieval Science – Cambridge – Harvard University Press – 1924. 8 _ Susana Guijarro Gonzáles – Las escuelas y la formación del clero de las Catedrales en las diócesis castellano-leonesas (siglos XI al XV). 9_ Edward Grant: Astronomy, Cosmology, and Cosmography.
  • 50. www.espacoastrologico.org Bibliografia: 10 _ Elly Truitt - Bryn Mawr College, Celestial Divination and Arabic Science in Twelfth Century England: The History of Gerbert of Aurillac’s Talking Head. 11_ E. R. Truitt - Medieval Robots: Mechanism, Magic, Nature, and Art. 12_ John Freely - Aladdin's Lamp. 13_ PAUL KUNITZSCH: Translations from Arabic (Astronomy/Astrology): The Formation of Terminology. 14_ Mercè VILADRICH – LA TRANSMISSION DES IDÉES SCIENTIFIQUES ET ASTROLOGIQUES D’ORIGINE ARABE DANS LA MARCA HISPANICA AU TEMPS DE L’ABBÉ OLIBA: vieilles idées et questions nouveles - Universitat de Barcelona. 15 _ EVANIEL BRÁS DOS SANTOS (GT História da Filosofia da Natureza) - Estrutura e devir dos seres em Tomás de Aquino. 16 _ Gilbraz S. Aragão - TEOLOGIA, TRANSDISCIPLINARIDADE E FÍSICA: uma nova lógica para o diálogo inter-religioso. 17_ Wagner Jales - Quadrivium: O Estudo dos Números: (http://escoladeartesliberais.com.br/quadrivium-o-estudo-dos-numeros/). 18_ CAROLINA PARIZZI CASTANHEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - DE INSTITUTIONE MUSICA, DE BOÉCIO LIVRO 1: TRADUÇÃO E COMENTÁRIOS.