O documento discute várias doenças osteomusculares e articulares comuns em idosos, incluindo osteoporose, artrite, artrose, bursite, câimbras e gota. Ele também aborda prevenção de quedas em idosos e fatores que aumentam o risco de quedas relacionados a medicamentos. O documento fornece informações sobre sintomas, causas, diagnóstico e tratamento dessas condições.
2. Sistema Músculo esquelético
É composto por ossos, músculos, ligamentos, tendões,
articulações e tecido gorduroso que, no seu conjunto,
sustentam e dão mobilidade ao corpo.
Ossos
Os ossos são estruturas sólidas, pouco flexíveis que dão
sustentação ao corpo.
Tecido cartilaginoso, tendinoso e ligamentar
Cartilaginoso- é um tipo especial de tecido conjuntivo que
ajuda o movimento da articulação
Tendões e ligamentos
Tendem a se tornar mais curtos e menos flexíveis, resultando
em menor amplitude de movimento articular
3. Complicações musculares nos Idosos
Sarcopenia
Perda de massa muscular relacionada ao processo do
envelhecimento
Há redução no número e no tamanho das fibras
musculares!
Diminuição da flexibilidade
Diminuição da elasticidade da pele, da presença de
encurtamentos musculares.
4. Artrite Reumatóide (AR)
É uma das principais causas de incapacidades em
idosos, pois suas deformidades geram dificuldades
para as atividades cotidianas;
Caracterizada pela inflamação da membrana
sinovial e da bainha dos tendões.
AR é uma doença autoimune, o sistema
imunológico, que normalmente defende o nosso
corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a
atacar o próprio organismo.
5. A inflamação persistente das articulações, pode levar à
destruição das “juntas”, o que ocasiona deformidades e
limitações para o trabalho e para as atividades da vida
diária.
Mais comum em mulheres por volta dos 50 anos de idade.
• Hereditariedade
• Hormonal
Sintomas
-Edema nas articulações, quentes e dolorosas
-Rigidez no movimento (pode durar horas até melhorar. );
Locais : Mãos, punhos e pés, evolui para articulações
maiores e mais centrais como cotovelos, ombros,
tornozelos, joelhos e quadris.
6. Tratamento
Acompanhamento continuado com o
reumatologista.;
Medicamentos que regulam essa autoimunidade
exagerada, diminuindo a inflamação e suas
consequências (imunossupressores).
Tem Cura??
Não existe nada conhecido que faça desaparecer a
doença;
Pode ser bem controlada e ter seus sintomas
resolvidos quando se atinge a remissão da
doença!
7. Artrose - Osteoartrite
Degeneração da cartilagem e do osso que pode
causar dor articular e rigidez. Dor, edema nas
“Juntas”
Doença que afeta a maioria das pessoas acima de
50 anos de idade.
*Não é uma doença causada apenas pelo
envelhecimento. (obesidade, idade, esforço físico
excessivo)
8. Bursite
Inflamação na bursa, que é uma bolsa que recobre as saliências dos
ossos nas articulações, para amortecer e facilitar os movimentos.
Causas
Esforços repetitivos, lesões nas articulações, por traumatismo ou
esforço, infecções, artrite, ficar na mesma posição durante muito
tempo.
Com o enfraquecimento muscular que ocorre nos idosos, esta
doença é mais comum na terceira idade.
Locais
Geralmente, essa doença afeta o ombro, pois essa articulação tem
muitas bursas. Ela também é comum nos joelhos, quadril, cotovelos
e calcanhar.
Bursite
9. Tratamento da bursite
• Imobilização;
• Diminuição completa do esforço no local
afetado;
• Aplicação de compressas com gelo;
• Administração de medicamentos (analgésicos,
relaxantes musculares e anti-inflamatórios);
• Exercícios fisioterápicos podem ajudar.
10. Câimbras:
Espasmo ou contração involuntária do músculo,
normalmente muito dolorosa, que pode durar de
alguns segundos até vários minutos.
Pode atingir um ou mais músculos de uma vez, sendo
os episódios mais comuns nos músculos da perna ou
dos pés.
Espasmo Muscular x Câimbra
Contração de forma involuntária
Se o espasmo for intenso e persistente, damos o nome
de câimbra.
Estima-se que até 95% das pessoas irá experimentar
uma cãibra em algum momento da sua vida.
11. Causas
Atividade física vigorosa (Durante ou após);
Problemas vasculares de má circulação;
Baixas temperaturas;
Desidratação (Perca de sódio)-Sinais nervosos
que levam ao movimento nos músculos;
Magnésio;
Cálcio;
Potássio.
Prevenção
Alongar o músculo;
Hidratação:
Alimentação balanceada
Aplicação de calor no local (relaxamento)
12. Gota
Forma de artrite que causa episódios súbitos e graves
de dor, sensibilidade, rubor, calor.
Articulação do Hálux. Pode afetar também outras
articulações, como as do joelho, tornozelo, pé, mão,
punho e cotovelo.
Causadas por cristais de ácido úrico depositados na
articulação. (uso de diurético) hiperuricemia
Os cristais de ácido úrico
podem formar pedras nos
rins, nos ureteres (tubos que
ligam os rins com a bexiga), ou
na própria bexiga.
• Os rins não conseguem
livrar-se do ácido úrico
com rapidez suficiente.
• O organismo produz ácido
úrico demais
13. Os alimentos ricos em purina (ácido úrico) são:
Carnes: bacon, porco, vitela, cabrito, carneiro,
miúdos (fígado, coração, rim, língua).
Peixes e frutos do mar: salmão, sardinha, truta,
bacalhau, ovas de peixe, caviar, marisco, ostra,
camarão.
Aves: peru e ganso.
Bebidas alcoólicas.
O valor normal -3,4 até 7,0md/dl e de 3,0 até
6,0mg/dl, em homens e mulheres,
respectivamente.
O exame exige cerca de 4 a 8 horas de jejum.
14. Lombalgia (dor lombar)
Irradia a partir do dorso até os glúteos e à
extremidade inferior.
Na maioria das vezes a dor lombar pode ter sido
causada pelo carregamento de peso de forma
incorreta ao longo da vida, que acaba por
prejudicar não só a coluna lombar, mas também a
coluna cervical por posições ruins, viciosas e
exercícios físicos feitos incorretamente.
Graus extremos- Escoliose
15. Tratamento
• Lombalgia Aguda:
Recomenda-se repouso completo no leito ou pelo menos
permanecer recostado; medicamentos; tempo; calor ou
gelo na região lombar.
• Lombalgia Recidivante:
Recuperar e manter a flexibilidade do dorso, atividades
físicas (força muscular e adotar postura correta ao se
levantar, recostar e sentar.)
• Lombalgia Baixa Crônica: é a lombalgia com ou sem
limitação da mobilidade ; 3 a 6 meses.
Fazer relaxamento, contraindo e relaxando o músculo.
16. Osteoporose
• O que é a osteoporose?
A osteoporose é uma doença que leva à perda de massa óssea
e à fragilização do osso, aumentando o risco de fraturas. A
doença pode tornar os ossos tão frágeis, que uma queda, ou
até mesmo leves impactos, como curvar-se ou tossir, podem
causar uma fratura. Os ossos mais acometidos pelo processo
de demineralização costumam ser os do quadril, punho e
coluna.
17. • A massa óssea diminui naturalmente a partir dos 35
anos de idade, mas torna-se mais intensa nas
mulheres após a menopausa. Além da falta de
estrogênio, outros fatores de risco incluem a história
familiar, falta de exercício físico, baixo consumo de
cálcio e vitamina D, tabagismo, consumo excessivo
de álcool e outros.
18. Osso saudável
• Os nossos ossos não são todos maciços, como a sua aparência
sugere, e o nosso esqueleto não é apenas uma estrutura de
sustentação, mas, sim, um órgão vivo com várias funções no
organismo.
• Na parte externa (cortical), o osso é compacto e tem uma aparência
sólida. Porém, no seu interior ele é trabeculado, com a aparência de
uma esponja. É através desses espaços que passam os vasos
sanguíneos e localiza-se a medula óssea. O osso é composto por
uma parte orgânica e outra mineral, constituída basicamente de
fosfato de cálcio (fósforo + cálcio).
• A osteoporose é o distúrbio no qual há redução da massa mineral,
tanto do osso cortical quanto trabecular, levando a uma grande
redução da densidade do osso, tornando-o mais frágil e menos
resistente aos traumas mecânicos normais do dia a dia. Não por
acaso, a palavra osteoporose significa osso poroso.
19.
20. • A osteoporose é uma doença silenciosa, que só
costuma causar sintomas em fases avançadas. Os
principais sintomas da osteoporose são as dores
ósseas, principalmente dor lombar, facilidade em ter
fraturas e redução da estatura por colapsos das
vértebras da coluna.
• A fratura do colo do fêmur é um dos problemas
mais comuns nos indivíduos idosos que sofrem de
osteoporose.
• Todos os anos e em todo o mundo, dezenas de
milhares de idosos precisam de atendimento médico
devido à fratura do colo do fêmur, que surge
habitualmente após uma queda da própria altura.
Quanto mais idoso for o paciente e mais grave for a
osteoporose, maior é risco de fratura óssea. Além da
fratura do colo do fêmur e das vértebras, também
são bastante comuns a fratura do punho e das
costelas.
21. • Diagnóstico
O melhor teste para o diagnóstico de osteoporose é a
densitometria óssea. Os resultados são fornecidos através da
comparação com a densidade óssea de pessoas jovens (T-score ou
desvio padrão).
O critério para osteoporose, segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), é um T-score menor que -2.5 na densitometria óssea.
Os resultados da densitometria costumam ser divididos da seguinte
forma:
• Densidade óssea normal: T-score entre 0 e -1.
• Osteopenia: T-score entre -1 e -2,5.
• Osteoporose: T-score menor que -2,5.
Quanto mais baixo for o T-score, maior a gravidade da osteoporose
e maiores são os riscos de fraturas.
22. • Tratamento
Na osteoporose o ditado “prevenir é melhor que
remediar” é especialmente verdadeiro, visto que,
quando as lesões na arquitetura óssea causadas pela
osteoporose estão presentes, elas são praticamente
irreversíveis.
Ainda não existe cura para a osteoporose, pois os
medicamentos atuais não revertem completamente
a perda de massa óssea. O tratamento tem como
principal objetivo evitar a progressão da doença. Na
prática, portanto, o que chamamos tratamento da
osteoporose é mais uma prevenção da osteoporose
do que um tratamento propriamente dito.
23. Prevenção
• Exponha-se ao sol da manhã regularmente.
• Não fume.
• Evite o consumo de café e bebidas alcoólicas.
• Exercite-se, principalmente através de
caminhadas e exercícios que requeiram força
muscular.
• Tenha uma alimentação rica em cálcio e vitamina
D. O leite e seus derivados são as melhores
fontes, mesmo desengordurados.
• O ideal é ingerir de 800 a 1.200 mg/cálcio por dia.
24. Prevenção de quedas no idoso
• Anualmente, 28,6% dos idosos caem e 12% fraturam devido as quedas. No
Brasil, as quedas foram responsáveis por 12,551 mortes em 2013, sendo
que 69,9% das vítimas eram idosos.
• Fatores extrínsecos relacionados a quedas: Os fatores ambientais estão
presentes em grande parte das quedas ( 20 a 58%), sendo que superfícies
irregulares, molhadas, escorregadias, objetos e/ou tapetes soltos,
desníveis no chão e problemas com degraus sãos os mais prevalentes.
• Fatores intrínsecos relacionados a quedas: Alterações fisiológicas
relacionadas a idade, presença de doenças limitantes, fatores psicológicos,
reações adversas a medicamentos.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34. • Os medicamentos que potencializam o risco de queda causam
efeitos como hipotensão ortostática, disfunção cognitiva,
distúrbios de equilíbrio, tontura, sonolência, disfunção
motora, alterações visuais e parkinsonismo. Também é
possível que determinados medicamentos contribuam
indiretamente para quedas. O uso de diurético, por exemplo,
está associado às quedas devido à poliúria, sobretudo se
ocasionar também nictúria.
• Pesquisa feita pelo ISMP Canadá mostrou que as classes de
medicamentos mais comumente associadas à ocorrência de
quedas são, por ordem decrescente de frequência: opioides,
psicotrópicos (incluindo antipsicóticos, hipnóticos sedativos e
antidepressivos), medicamentos utilizados no tratamento de
doenças cardiovasculares (incluindo os diuréticos) e
hipoglicemiantes (incluindo a insulina).
35. Recomendações para reduzir o risco de quedas
associadas a medicamento
• Na admissão do paciente, verificar a utilização de
medicamentos que potencializam risco de queda e realizar
conciliação medicamentosa.
• Informar ao paciente e ao seu acompanhante sobre o uso de
medicamentos que podem causar sintomas relacionados ao
aumento do risco de queda (exemplos: sonolência, vertigem,
tontura, sudorese excessiva, palidez, mal-estar geral,
alterações visuais, comprometimento de reflexos, hipotensão,
hipoglicemia).
36.
37. Estudo de caso
• Paciente I.R.N, 69 anos, sexo feminino. Durante visita domiciliar,
apresentou queixa de falta de equilíbrio e dificuldade na mobilidade.
Paciente relata estar sentindo falta de equilíbrio e dificuldade para
deambular. Relata também que devido a estes sintomas, quase sofreu
uma queda em sua residência. Possui artrose, osteoporose, hipertensão e
diabetes mellitus tipo 2 em uso de insulina 2x ao dia e furosemida a
noite. Alega que seus pais faleceram de IAM. Paciente mora sozinha,
repousa 8 horas no período noturno, costura tapetes 3 vezes na semana,
faz boa ingestão hídrica durante o dia, alimenta-se 4 vezes ao dia,
evacuação 1 vez a cada 2 dias, não faz uso de álcool ou tabaco. Moradia
própria de madeira, sem adaptações, com 4 cômodos, possui um gato
como animal doméstico. Paciente apresentou-se ao exame físico lúcida e
orientada em tempo e espaço.
1. Quais as adequações ambientais poderiam ser feitas para prevenir o risco
de queda na paciente do caso?
2. Que relação podemos estabelecer entre as patologias que ela possui e o
risco de quedas?