1) As eleições de 2014 na Bahia e no Brasil são decisivas para mudar o rumo do desenvolvimento neoliberal e da incompetência governamental.
2) Na Bahia, há crises de planejamento, estratégia de desenvolvimento e finanças públicas durante o governo Wagner.
3) No Brasil, os governos desde Collor adotaram medidas neoliberais em detrimento dos interesses nacionais.
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
2014 decisivo Bahia Brasil
1. 2014: ANO DECISIVO PARA A BAHIA E PARA O BRASIL
Fernando Alcoforado*
As eleições de 2014 para os cargos majoritários de governador do Estado e presidente
da República e para o Parlamento (Assembleia Legislativa e Congresso Nacional) são
decisivas para a Bahia e o Brasil porque o povo da Bahia e do Brasil terão a
oportunidade de derrotar os atuais governantes e parlamentares que se divorciaram das
expectativas da nação por adotarem um modelo econômico de desenvolvimento
neoliberal e por demonstrarem incompetência na gestão da coisa pública.
A Bahia terá que eleger um governante e parlamentares que sejam capazes de
solucionar três tipos de crise no campo da gestão do setor público durante o governo
Wagner: 1) Crise de planejamento; 2) Crise da estratégia de desenvolvimento; e, 3)
Crise fiscal das finanças públicas. A crise de planejamento do governo da Bahia se
caracteriza pela ausência de um plano de desenvolvimento regional sistêmico e
estratégico que seja capaz de promover o desenvolvimento econômico, social e
ambiental equilibrado abrangendo todo o estado da Bahia. Na ausência de um plano de
desenvolvimento para a Bahia é utilizado o receituário neoliberal que privilegia a
primazia da ação do mercado em detrimento da ação governamental.
A crise da estratégia de desenvolvimento resulta do fato de o governo do Estado da
Bahia não possuir um plano de desenvolvimento regional sistêmico e estratégico. Em
outras palavras, sem um plano estratégico não há estratégia de desenvolvimento. A ação
governamental se caracteriza por intervenções pontuais que, na essência, não promovem
o desenvolvimento da Bahia na verdadeira acepção do termo. Pelo contrário, esta ação
promove desequilíbrios no desenvolvimento regional.
Por sua vez, a recente crise fiscal das finanças públicas do governo da Bahia é uma
demonstração clara da incompetência gerencial do governo Wagner cujos dirigentes
nada fizeram para reduzir as despesas governamentais desde quando eclodiu a crise de
2008 haja vista a perspectiva de queda na receita do Estado. O governo da Bahia não
reduziu os gastos com custeio e não houve um controle eficaz do fluxo de caixa. Disto
resultou a caótica situação financeira atual do governo da Bahia que está carente de
recursos para fazer frente a suas necessidades mais elementares.
Por sua vez, o Brasil terá que eleger um novo presidente da República e um novo
Parlamento que contribuam para levar ao fim os desastrosos governos neoliberais e
antinacionais inaugurado por Fernando Collor e mantido por Itamar Franco, Fernando
Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Roussef. A partir do governo Fernando
Collor, em 1990, o governo brasileiro adotou um conjunto de medidas preconizado pelo
FMI e pelo Banco Mundial — o Consenso de Washington — que estabelecia três passos
a serem dados na seguinte ordem: 1) estabilização da economia (combate à inflação); 2)
realização de reformas estruturais (privatizações, desregulamentação de mercados,
liberalização financeira e comercial); e, 3) retomada dos investimentos estrangeiros para
alavancar o desenvolvimento.
Além de ter adotado as medidas baseadas no Consenso de Washington, Collor, Itamar
Franco, FHC, Lula e Dilma Roussef privilegiaram os interesses do sistema financeiro em
detrimento dos interesses nacionais ao destinarem grande parte do orçamento da União para
o pagamento de juros e amortização das dívidas interna e externa com tendência de crescer
nos próximos anos e que está resultando na incapacidade cada vez maior do governo
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2. brasileiro em todos os seus níveis (federal, estadual e municipal) de investir na solução dos
problemas de infraestrutura econômica e social e de promover o desenvolvimento do País.
Durante o governo Dilma Roussef, por exemplo, foram destinados 43,98% do orçamento
da União em 2013 para o pagamento de juros e amortização das dívidas interna e externa.
Além disso, os indicadores relativos ao investimento estrangeiro direto no Brasil, à
participação do capital estrangeiro na indústria brasileira e à remessa de lucros para o
exterior que têm apresentado números crescentes em detrimento dos interesses da nação
brasileira demonstram a subordinação de todos os governos do Brasil no período recente ao
capital estrangeiro. Associe-se a tudo isto a incompetência gerencial do governo federal
que resulta do fato de atuar sem um plano de desenvolvimento que oriente suas ações. É
por tudo isto, que o ano de 2014 será decisivo para que os eleitores da Bahia e do Brasil
possam reverter a grave situação vivida na Bahia e no Brasil elegendo governantes
comprometidos com os interesses da nação brasileira, competentes e voltados para a
promoção do progresso econômico e social.
Na Bahia, os eleitores estão diante da opção de eleger o candidato do PT (Rui Costa)
imposto pelo governador Wagner, o candidato apoiado pelo DEM, PSDB e PMDB (Paulo
Souto ou Geddel Vieira Lima) ou a candidata do PSB (Lidice da Mata). Votar nos
candidatos do PT, DEM, PSDB e PMDB significa a manutenção do atraso econômico e
social da Bahia com a subordinação do governo da Bahia ao capital nacional e
internacional. A candidata Lidice da Mata do PSB só se tornará uma verdadeira alternativa
de poder na Bahia se assumir o papel de crítica contundente aos candidatos do DEM,
PSDB, PMDB e PT demonstrando que são “farinha do mesmo saco”, evidenciar o fiasco
dos governos Wagner e Dilma Roussef e apresentar uma proposta concreta de mudança
política, econômica e social na Bahia e no Brasil.
No Brasil, os eleitores estão diante da opção de reeleger Dilma Roussef do PT, Aécio Neves
do PSDB ou Eduardo Campos do PSB para a presidência da República. Desses candidatos,
Aécio Neves e Dilma Roussef são de partidos que contribuíram nos governos FHC, Lula e
Dilma Roussef para o quadro econômico desastroso em que se encontra o Brasil. Ambos
significam a manutenção do status quo. Eduardo Campos só se tornará alternativa real de
poder se caracterizar todos os governos anteriores como antinacionais e contrários ao real
progresso econômico e social do Brasil e se assumir o papel de crítica contundente aos
candidatos do DEM, PSDB, PMDB e PT demonstrando que são “farinha do mesmo saco”,
evidenciar o fiasco dos governos FHC, Lula e Dilma Roussef e apresentar uma proposta
concreta de mudança política, econômica e social para o Brasil.
*Fernando Alcoforado, 74, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela
Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico,
planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros
Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial
(Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os
condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São
Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador,
2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e
Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011) e Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento
Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), entre outros.
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