1) O documento discute a economia europeia nos séculos XVII e XVIII, com foco no reforço das economias nacionais e tentativas de controle do comércio.
2) Os principais países europeus detentores de impérios coloniais no século XVIII eram disputadas áreas como a América do Norte e produtos como o tabaco, açúcar e especiarias.
3) No século XVII, o comércio mundial se expandiu através de rotas marítimas controladas pela Europa, com países adotando polí
2. REFORÇO DAS ECONOMIAS NACIONAIS
E TENTATIVAS DE CONTROLO DO
COMÉRCIO
Conteúdo estruturante
3. Impérios e rotas oceânicas
Identificar os países europeus detentores de impérios coloniais no séc. XVIII.
Identificar as principais áreas coloniais em disputa.
Identificar os principais produtos transacionados.
4. O tempodo grande comérciooceânico
• No séc. XVII, comércio era a principal atividade económica dos
países europeus, aquela que gerava mais lucro (apesar da
agricultura continuar a ocupar a maior parte da população).
• O comércio mundializa-se, reforçando-se o comércio
intercontinental através de rotas marítimas controladas pelos
europeus.
• Desenvolve-se o capitalismo comercial, um sistema
económico que se caracterizou pelo facto do comércio ser o
motor de desenvolvimento da economia – eram os lucros
obtidos com o comércio que permitiam dinamizar os outros
setores da economia, nomeadamente as manufaturas.
5. Mercantilismo
• Foi uma doutrina e política económica vigente nos séculos XVI a
XVIII na Europa que se baseava na riqueza de um país como meio de
o tornar mais poderoso.
• Princípios: a riqueza e o poder de um Estado assenta na quantidade
de metal precioso que este acumula; a atividade que melhor
possibilita a acumulação de dinheiro é o comércio externo (balança
comercial favorável = acumulação de capital); defende a intervenção
do Estado na economia.
• Para concretizar estes princípios, os governantes europeus tomaram
medidas que visavam aumentar as exportações e diminuir as
importações, segundo o ideal de autarcia (= autossuficiência):
• Desenvolvimento das manufaturas (aumentar a produção para
aumentar as exportações e diminuir as importações)
• Protecionismo económico (aumento dos direitos alfandegários pagos
pelas importações; publicação de leis pragmáticas)
• Incremento do comércio externo (criação de companhias de
comércio e estabelecimento do exclusivo comercial)
• Limitação da livre iniciativa e da livre circulação de mercadorias
Doc. 107, p. 83
Doc. 108, p. 83
6.
7.
8.
9. Colbertismo
• O mercantilismo francês, também conhecido por colbertismo,
caracteriza-se por uma forte intervenção do Estado na economia e
é uma política virada para o fomento industrial e comercial, com o
recurso de medidas protecionistas e monopolistas.
• Destacam-se as medidas tomadas por Colbert:
• Desenvolvimento das manufaturas e da produção manufatureira
• Criação e desenvolvimento de manufaturas de têxteis, faiança e
vidros, que apoiava (concessão de subsídios, privilégios e monopólios de
fabrico e de venda, além de benefícios fiscais)
• Criação de grandes manufaturas reais, que abasteciam a corte de
produtos de luxo e eram protegidas pela realeza.
• Modernização das técnicas e dos processos de fabrico (importação de
técnicas e contratação de técnicos estrangeiros especializados)
• Regulamentação da produção por inspetores do Estado (que avaliam
a qualidade e os preços dos produtos)
• Fixação dos salários
• Pautas aduaneiras protecionistas
• Fomento do comércio externo (alargamento das áreas coloniais)
• Incentivo ao desenvolvimento da frota mercante e da marinha de
guerra
• Criação de grandes companhias comerciais monopolistas
Doc. 113, p. 87
Doc. 116, p. 88
10. Mercantilismo inglês
• O mercantilismo inglês é mais flexível e baseado no domínio dos mares e
de vastas zonas coloniais, com as quais estabelecia relações comerciais.
Valoriza portanto o comércio internacional.
• A flexibilidade do mercantilismo inglês explica em parte o seu sucesso:
foram capazes de se adaptar mais facilmente às circunstâncias. Por ex, o
sistema fiscal e aduaneiro era ajustado de acordo com a conjuntura
económica (protecionismo em épocas de crise industrial e abundância
agrícola; livre trânsito na situação contrária)
• No âmbito desta política distinguem-se os Atos de Navegação, um
conjunto de leis publicadas por Cromwell entre 1651 e 1663 com o
objetivo de superar a forte concorrência holandesa e desenvolver a frota
mercante inglesa.
• Também foram criadas companhias comerciais monopolistas e foi
reforçada a política colonial, expandindo o seu domínio pela América do
Norte e Antilhas e reforçando os contactos com o Oriente.
Doc. 112, p. 85
11.
12. Todas as mercadorias que fossem importadas por Inglaterra só
podiam ser transportadas por barcos ingleses ou do próprio país
de origem
• Eliminaram assim os intermediários que encareciam o produto.
O transporte de mercadorias coloniais para Inglaterra era
reservado em exclusivo à marinha britânica
• Para evitar fraudes foi determinado que a tripulação dos navios deveria ser
constituída maioritariamente por ingleses e comandada por um capitão inglês.
Exclusivo comercial
• As colónias inglesas só podiam comercializar os seus produtos com a metrópole e só
nela se podiam abastecer.
Atos de Navegação (1651-63)
14. Equilíbrioeuropeuedisputa dasáreascoloniais
Exclusivo comercial – forma de exploração económica que reserva para a
metrópole os recursos e o mercado das colónias. Trata-se de uma medida
protecionista cujo objetivo é garantir a obtenção de matérias-primas e
produtos exóticos a baixo preço, bem como escoar as produções
manufatureiras do país dominador.
Ficha informativa
15. As guerras anglo-
holandesas
Data Acontecimento
1651 1.º Ato de Navegação.
1652-1654 Primeira guerra anglo-holandesa. A Holanda reage às restrições impostas pelos Ingleses.
1660 2.º Ato de Navegação.
1663 3.º Ato de Navegação.
1665-1667 Segunda guerra anglo-holandesa.
1672-1674 Terceira guerra anglo-holandesa. Derrota holandesa (fragilizada pela guerra de 1672 com a
França): cedência à Inglaterra das suas colónias americanas e de parte das possessões no Oriente
e África; perda de parte do império colonial (mantendo apenas a Indonésia, o Cabo e a Guiana).
Consequências: fim da hegemonia holandesa (de meio século) no comércio europeu.
Subalternização política: arrastada em 1688 para a esfera inglesa por Guilherme de Orange,
tornou-se aliada da sua anterior inimiga.
A Inglaterra alargou os seus domínios coloniais e intensificou as reexportações de produtos
ultramarinos (tabaco, açúcar e especiarias).
Ficha informativa
16. Inglaterra vs. França
Conflitos Inúmeros conflitos pela posse de territórios e mercados
coloniais, sobretudo na América do Norte e no Índico.
Desfecho
Tratado de Ultreque (1714): coloca fim à guerra de sucessão
espanhola e garante à Inglaterra importantes vantagens, que
vêm aumentar o seu poderio económico, marítimo e colonial;
recrudesce a animosidade entre a Inglaterra e a França;
Guerra dos 7 anos (1756-1763), vitória inglesa e Tratado de
Paris.
Consequências
A França cede à Inglaterra a maior parte das suas possessões
na Índia, o Canadá, a margem esquerda do Mississípi, o vale
do Ohio, o Senegal; à Espanha cede a Luisiana, para a
compensar da perda da Florida anexada pelos ingleses.
Ficha informativa
20. 2)Criaçãode ummercadonacionalforteecoeso
• Graças a vários fatores:
• Aumento demográfico (= aumento
do n.º de consumidores)
• Urbanização (a cidade é mais
consumista que o campo: a
concentração populacional e os
abastecimentos organizados, em
lojas e mercados semanais,
facilitam tanto a aquisição de bens
essenciais como de artigos
supérfluos)
• Abolição das alfândegas internas
(descida do preço dos produtos)
• Melhoramento dos transportes e
vias de comunicação (sistema de
canais; ampliação e melhoramento
da rede de estradas; caminho-de-
ferro; melhoramentos nos portos)
• Desenvolvimento agrícola e
industrial
A Rocket, locomotiva utilizada na
linha férrea entre Liverpool e
Manchester (1829) – London Science
Museum
Doc., 130 p. 97
21. 3)Alargamentodo mercadoexterno
• Na Europa – Os Ingleses conseguiram abrir brechas no rigoroso
protecionismo dos Estado europeus (os seus produtos impunham-se
pela sua qualidade e baixo preço)
• Na América – o comércio triangular atlântico partia dos portos
ingleses: comprava-se em África os escravos negros por baixo preço,
que eram transportados para as plantações e minas da América,
onde eram vendidos a um preço elevado (tráfico negreiro). Da
América, os ingleses traziam os metais preciosos e os produtos
tropicais (ex: algodão, tabaco e açúcar)
• No Oriente – a vitória inglesa na Guerra dos Sete Anos expulsou os
Franceses da Índia, assegurando à Companhia das Índias Orientais o
comércio dos produtos indianos (especiarias, porcelanas, panos de
algodão, chá, produtos agrícolas), quer para exportação para a
Europa quer para troca local, proibindo os produtores locais de
venderem a outros estrangeiros que não os ingleses. Dá Índia, os
ingleses partiam para a China, de onde traziam o famoso chá.
O alargamento dos mercados constituiu, assim, um dos fatores da
preponderância inglesa sobre o mundo.
Doc., 129 p. 96
Doc., 132 p. 97
22. 4)O sistemafinanceiro–a Bolsade Londres
• Em Londres funcionava uma das primeiras bolsas de comércio da Europa, onde se
centralizavam os grandes negócios da cidade: negociava-se a dívida pública,
cotavam-se ações da Companhia das Índias Orientais e de grandes empresas.
• A atividade bolsista foi um importante fator de prosperidade económica, já que
permitiu canalizar as poupanças particulares para o financiamento de empresas,
alargando assim o mercado de capitais. Adquirir ações passou a ser uma aplicação
rentável, que atraía numerosos investidores.
O sistema financeiro inglês
era muito desenvolvido, o que
facilitava o desenvolvimento
económico.
23. 4)O sistemafinanceiro–Bancode Inglaterra
• Em 1694 foi criado o Banco de
Inglaterra, que realizava todas as
operações necessárias ao grande
comércio: aceitação de depósitos,
transferências, desconto de letras e
também financiamentos.
• O banco tinha ainda a capacidade de
emitir notas, que circulavam como
uma verdadeira moeda.
• Embora este papel-moeda pudesse
ser, em qualquer momento,
convertido em ouro, o valor das notas
em circulação ultrapassou largamente
as reservas metálicas do banco,
fornecendo assim os meios de
pagamento necessários ao incremento
dos pequenos negócios.
• Esta estrutura financeira serviu de
base à prosperidade do comércio, a
gestão capitalista do setor agrícola e à
Revolução Industrial.
27. 6)O arranqueindustrial
• A partir de 1750 – Revolução Industrial
• Setores iniciais – algodão e metalurgia
• Invenção da máquina a vapor (criada por Newcomen em 1708 e aperfeiçoada
por James Watt em 1767) – pela 1ª vez na História cria-se uma fonte de energia
artificial, eficaz e adaptável a muitos usos (maquinismos e meios de transporte)
Doc.140, p. 101
Texto info. p. 100
TPC – ex. 1 pág. 101
28. Síntesedas condiçõesda hegemoniabritânica
Condições técnicas e
económicas
Condições sociais e
demográficas
Condições político-
militares
Condições comerciais e
financeiras
Na agricultura:
- sistema de rotação de
culturas
- articulação entre a
agricultura e a criação de
gado
- vedações (enclosures)
- novas máquinas agrícolas
Na indústria:
- inovações técnicas no sector
algodoeiro e metalúrgico
- Substituição da manufatura
pela maquinofatura nos
diferentes setores da
economia
- crescimento
demográfico
- crescimento
urbano
- afirmação da
burguesia industrial
- espírito
empreendedor dos
landlords
- clima de paz
- publicação dos Atos de
Navegação
- vitória na Guerra dos
Sete Anos e nas guerras
contra a Holanda
- afirmação do
imperialismo
- Criação de Companhias
de Comércio
- balança comercial favorável
- criação de um mercado
nacional (abolição das taxas
alfandegárias e
desenvolvimento dos
transportes e vias de
comunicação)
- alargamento do mercado
externo (Tratado de Éden;
comércio triangular;
Companhia das Índias
Orientais; comércio com a
China)
- Banco de Inglaterra
- Bolsa de Valores
29. Economia Portuguesa – séc. XVII
• A economia portuguesa no séc. XVII estava dependente do
comércio colonial.
• O comércio era a atividade mais lucrativa – Portugal
reexportava produtos coloniais, como o açúcar e o tabaco do
Brasil e as especiarias do Oriente; e exportava produtos
nacionais, como o vinho, azeite e sal.
• A agricultura era rudimentar, pouco produtiva e virada para o
autoconsumo.
• A “indústria” era insipiente e atrasada.
A) Contexto
30. Crise comercial (1670-1692)
Não nos devemos admirar de que a
implantação desta nova economia do açúcar
e do tabaco no Mediterrâneo americano –
de 1650 a 1670 – e a política económica de
Colbert tenham tido consequências
económicas desastrosas para o comércio
atlântico português. Os produtos
portugueses vêem-se expulsos dos
mercados franceses, ingleses e holandeses.
[…] E é cerca de 1670 que esta falta se
começa a fazer sentir em Lisboa. As
existências acumulam-se nos armazéns; os
produtos não se vendem; vende-se por
preço inferior ao do custo; e não só isso,
mas também queda dos preços porque a
oferta aumenta muito mais rapidamente
que a procura.
V. Magalhães Godinho, Ensaios II. Lisboa: Sá
da Costa, 1978.
Preços de venda em Lisboa dos produtos
coloniais portugueses (em réis)
Produtos 1650 1668 1688
Açúcar
[arroba]
3800 2400 1400
Tabaco
[arrátel]
260 200 70
31. B)Crisecomercial(1670-1692)
• Entre 1670 e 1692, Portugal enfrentou uma grave crise comercial
provocada pela adopção das medidas mercantilistas e protecionistas
pelos vários países europeus.
• Estas medidas visavam diminuir as importações e impedir a saída de
metal precioso. Desta forma, ingleses, holandeses e franceses
começaram a produzir nas suas colónias os produtos que
anteriormente importavam aos portugueses (açúcar e tabaco).
Também começaram a concorrer com os portugueses no comércio
oriental. Por outro lado, diminuíram as suas importações de produtos
nacionais.
• Durante a crise, os stocks foram-se acumulando nos armazéns sem
encontrarem comprador, apesar da deflação dos preços. Esta descida
foi tão acentuada que muitas vezes o preço final de um produto era
inferior ao seu custo de produção e de transporte.
• Como Portugal continuava a importar na mesma quantidade, apesar de
ter diminuído drasticamente as suas exportações, o défice da balança
comercial agravou-se. Contudo, Portugal deixou de dispor de meios de
pagamento – e foi assim que a crise comercial se transformou também
em crise financeira.
32. C)Mercantilismoportuguês
• É neste contexto de crise que se introduzem as primeiras políticas
mercantilistas em Portugal.
• Duarte Pacheco Pereira, embaixador português em França no tempo de Luís
XIV, foi o grande teorizador do mercantilismo português. Influenciado pelo
colbertismo, defendia o desenvolvimento das artes (= manufaturas) para
que Portugal produzisse internamente os produtos que habitualmente
importava.
• Durante a regência de D. Pedro, os vedores da Fazenda (Marquês da
Fronteira e principalmente o Conde da Ericeira) tomaram medidas
mercantilistas para resolver a crise, tais como:
• Criação e desenvolvimento de manufaturas, às quais foram concedidos
privilégios e subsídios;
• Contratação de técnicos especializados do estrangeiro;
• Políticas protecionistas - Publicação de Leis Pragmáticas; desvalorização da
moeda, de modo a tornar os produtos nacionais mais competitivos no
mercado externo.
• Criação de companhias comerciais monopolistas (ex: Companhia do Cachéu
para o tráfico negreiro; Companhia do Maranhão para o comércio brasileiro).
Doc.143, p. 103
33. A política manufatureira
1670-71 Indústrias vidreiras (Lisboa)
1671-72 Indústrias têxteis (Estremoz)
1675 Companhia do Cachéu e de Cabo Verde
1676 Cultivo de amoreiras
1677 Indústrias de lanifícios (Covilhã, Fundão, Tomar)
1679 Companhia do Maranhão; Fábrica de meias de seda
1680 Fundições de ferro (Lisboa, Tomar, Figueiró dos
Vinhos)
1686 Pragmática
1687 Companhia para o Comércio da China; Pragmática
1688 Desvalorização monetária
1689 Companhia para o Comércio de Timor
1690 Pragmática
1697 Companhia da África Ocidental
Descoberta de minas de ouro no Brasil
35. Mordaça de ferro para os
escravos mineiros (destinava-se a
impedir que engolissem pepitas
de ouro durante o trabalho)
Bandeirantes
As bandeiras de iniciativa particular eram financiadas
por pequenos capitalistas locais, que adiantavam o
necessário à «armação» da expedição: compra de
armas e munições de guerra, gargalheiras, pequenos
empréstimos aos participantes, com o compromisso
da entrega, no regresso, de uma parte das «peças»
(índios) aprisionadas ou de reembolso da quantia
adiantada. […] As viagens faziam-se aproveitando a
experiência indígena, através das veredas utilizadas
pelos nativos […].
Mas, atrás dos bandeirantes, em particular depois da
descoberta das minas, acorriam os colonos,
comerciantes, negros que se organizavam em
povoações, transformadas depois em núcleos
permanentes de população. O devassamento do
território brasileiro pelos bandeirantes, seguido pelo
povoamento das zonas de mineração, ampliou
extraordinariamente para o oeste e para o sul a área
territorial brasileira, inicialmente demarcada pelo
Tratado de Tordesilhas.
«Bandeirante», Dicionário de História de Portugal
36. D)Entravesaodesenvolvimentomanufatureiro
• A decadência do esforço industrializante deveu-se, acima de tudo, à
descoberta de minas de ouro (1690) e de diamantes (1729) no Brasil. A
entrada de toneladas de metal precioso em Portugal, ao longo do séc. XVIII,
originou um clima de prosperidade sem preocupações com o
desenvolvimento económico. As leis pragmáticas deixaram de ser
respeitadas e o país voltou-se para o comércio como atividade prioritária.
• O segundo obstáculo foi a assinatura do Tratado de Methuen (1703),
segundo o qual a Inglaterra comprometia-se a comprar os vinhos
portugueses em condições alfandegárias favoráveis, enquanto Portugal
comprava lanifícios ingleses sem restrições. Este tratado gerou uma situação
de dependência de Portugal em relação à Inglaterra pois, não só contribuía
para o abandono das manufaturas de panos em Portugal, como conduzia ao
escoamento do ouro brasileiro para pagar as importações inglesas (calcula-
se que ¾ do ouro brasileiro tenha sido canalizado para Inglaterra!). Além
disso, no terceiro quartel do séc. XVIII, 94% do vinho português exportado
tinha como destino a Inglaterra, reforçando a dependência face a este país.
Como dizia o economista José Acúrsio das Neves, “Portugal, nadando em
ouro, viu-se pobre”.
Doc.150, p. 107 Doc.151 e 152, p. 107