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Miguel Torga  :  poeta da Terra, de Deus e do Homem
Uma literatura que produz no mesmo século dois vultos do calibre de Pessoa e Torga,  pode considerar-se uma literatura de excelente saúde . Torrente Ballester In Entrevista a Miguel Viqueira em 1986
Miguel Torga  (Adolfo Correia Rocha)  nasceu em S. Martinho de Anta a 12.08.1907 e  morreu em Coimbra a 17.01.1995. Depois de concluída a  instrução primária na terra natal , foi  servir  para uma casa no Porto . Ainda  frequentou o seminário de Lamego  durante dois anos. Foi, depois,  enviado para o Brasil  , para a fazenda de um tio, que, mais tarde, lhe custearia os estudos em  Coimbra.  Nesta cidade,  formar-se-ia em medicina  em 1933.
Em 1929, com 22 anos,  inicia a sua colaboração na revista  Presença ,  folha de arte e crítica ,  com o poema  “ Altitudes…”. A revista ,  fundada em 1927 pelo grupo literário de  José Régio, Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca , era bandeira literária do grupo modernista . Em 1930  rompe  definitivamente  com a  revista  Presença ,  por  razões de discordância estética e de liberdade humana .
Com Branquinho da Fonseca fundaria a revista  Sinal que saiu em Julho de 1930
1931  - Pão Ázimo .  1931  - Criação do Mundo .  1934  - A Terceira Voz .  1937  - Os Dois Primeiros Dias .  1938  - O Terceiro Dia da Criação do Mundo .  1939  - O Quarto Dia da Criação do Mundo .  1940  - Bichos .  1941  - Contos da Montanha .  1942  - Rua .  1943  - O Senhor Ventura .  1944  - Novos Contos da Montanha .  1945  - Vindima .  1951  - Pedras Lavradas   1974  - O Quinto Dia da Criação do Mundo .  1976  - Fogo Preso .  1981  - O Sexto Dia da Criação do Mundo .  1982  - Fábula de Fábulas .  Ficção        
                                                            1928  - Ansiedade .  1930  - Rampa .  1931  - Tributo .  1932  - Abismo .  1936  - O Outro Livro de Job .  1943  - Lamentação .  1944  - Libertação .  1946  - Odes .  1948  - Nihil Sibi .  1950  - Cântico do Homem .  1952  - Alguns Poemas Ibéricos .  1954  - Penas do Purgatório .  1958  - Orfeu Rebelde .  1962  - Câmara Ardente .  1965  - Poemas Ibéricos .  Poesia        
Peças de Teatro        1941  - "Terra Firme" e "Mar" .  1947  - Sinfonia .  1949  - O Paraíso .  1950  - Portugal .  1955  - Traço de União .
Prémios        1969 - Prémio do Diário de Notícias.  1976 - Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist.  1980 - Prémio Morgado de Mateus, ex-aecquo com Carlos    Drummond de Andrade.  1981 - Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S. 1989 -   Oficial da Ordem  das Artes e Letras da República Francesa . 1989 - Prémio Camões. 1991 - Prémio Personalidade do Ano.  1992 - Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de   Escritores.  1993 - Prémio da Crítica, consagrando a sua obra .
A origem do pseudónimo ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Tal escolha indicia já , nas palavras de  José Bernardes [1] ,  a opção por « um programa ético  e estético centrado no confessionalismo e na busca de autenticidade ».   Como sublinha  Eduardo Lourenço [2 ] , o pseudónimo escolhido é « na sua origem e na sua intenção um baptismo à maneira bíblica onde se inscreve de antemão um destino a cumprir ».  ______________________ [1]  BERNARDES, José (s.d.) [2] LOURENÇO, Eduardo (1994)“Um nome para uma obra”  in Aqui, Neste Lugar e Nesta Hora.  Actas do Primeiro Congresso Internacional Sobre Miguel Torga , Porto, Universidade Fernando Pessoa,1994, pp. 278-284.
Como escreve  David Mourão-Ferreira [1 ] , « a sua posição , nas nossas letras, continua a ser a  de um grande isolado  – que,  no entanto  (ou por isso mesmo) consubstancia e  representa , ora de forma mais directa ora através de inevitáveis símbolos,  quanto existe de viril, de vertical, de insubornável,   no homem português contemporâneo .»  O próprio poeta assume que lhe calhou em sorte « ser o mau da peça, o inconformado, o frontal, o desmancha-prazeres [2] »  [1]  MOURÃO-FERREIRA, 1978 : 1093  [2] Diário XIV
Linhas temáticas na poesia de Torga ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
   Problemática religiosa ,[object Object],« Não, / Senhor dum sonho exausto! / Deus, se viesse, /Seria a claridade/Do amanhecer,  /Nunca este breu de morte/ Que tu és, / Terrífica presença, / medieva e soturna encarnação !  / Perto do sol a luz é mais intensa,  / Corpo de trevas sem ressurreição, / Noite nua suspensa! » «A um Cristo Negro» ( poesia completa : 515)
«Pão Ázimo» ( Rampa, 1930) ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
   Sendo um  permanente lutador pela liberdade humana ,  Torga não podia aceitar as imposições prepotentes das convenções católicas.  Não nega a existência de Deus, mas , como o próprio afirma,  corre o risco de o recusar, substituindo-o , com frequência  pela religião da Terra, princípio de coerência e de ordem da vida.     Há na sua obra, um  permanente confronto entre o Além e o Aqui, um permanente desejo de conciliar Sagrado e Profano, humanizando Deus e mitificando o Homem e a vida.
«Prece»[1]:exprime a  relação conflituosa que  Torga  mantém com Deus ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Cf. Poesia completa:101
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[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[1]Cf. Poesia completa:636 «Desfecho» [1]( Câmara Ardente )  O que perturba Torga é o facto de não existir um Deus humano e iminente que se possa sentir e ter, que responda às muitas questões do Homem
● Em síntese, podemos pois considerar a existência de  três atitudes  fundamentais de Torga face a Deus:  conflito pessoal, desafio e acusação a um Deus mudo e ausente.  No fundo, o que o poeta  recusa  é a  perversão dos princípios básicos do Cristianismo pela Civilização que instaurou ritos, crenças e representações, criando a imagem de um Deus-pai terrível, distribuidor de aniquilação e de morte,  o que levou Torga a uma disjunção inultrapassável:  Ou Deus ou nós [1] ».   [1] Fernão Gonçalves, 1995:57
   Desespero Humanista « O homem  continua a ser a minha  grande aposta.  Sem acreditar nele, como poderia acreditar em mim?» Torga, Diário, Lisboa, 23/11/1982
[object Object],[object Object]
   Crítica aos tempos que correm ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],O desejo de liberdade ganha vida  em  « Ar livre [2 ] »  :  « Ar livre, que não respiro!/ Ou são pela asfixia?/ miséria de cobardia/  Que não arromba a janela/ Da sala onde a fantasia/ Estiola e fica amarela! (…) / Antes o caos que a morte! »  O mesmo sentimento subjaz, aliás, a  «Conquista [3 ] »  :  « Livre não sou, que nem a própria vida/ Mo consente/ Mas a minha aguerrida /teimosia /É quebrar dia a dia /  um grilhão da corrente. //  Livre não sou, mas quero a liberdade . / Trago-a dentro de mim como um destino.  / E vão lá desdizer o sonho do menino /  Que se afogou, e flutua /Entre nenúfares de serenidade/Depois de ter a lua. ».
«Liberdade»[1] ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[1]Cf  Poesia completa : 819
[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],« Tantas formas reveste, e nenhuma/ Me satisfaz!/   Vens às vezes no amor,  e quase te acredito. /   Mas todo o amor é um grito /  Desesperado /  Que ouve apenas o eco… /  Peco /  Por absurdo humano: /  Quero não sei que cálice profano /  Cheio de um vinho herético e sagrado» [1]Cf. Poesia completa: 101 [2] cf. Poesia completa:483
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[1]Cf. Poesia completa: 488 [2] cf. Poesia completa:496
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Cf. Poesia completa: 372
   Esperança ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],« Sou eu,  nado e criado para amar, /  e que não sei amar! (…)/  que vi Deus e nunca acreditei/ (…)//  Sou eu,  que há vinte e sete anos/  vivo sem Anjo da Guarda/ Sou eu , que ou tudo ou nada, ou vida ou morte,/ E acerto sempre na Morte//  Sou eu – e mostro-me todo!/  Quem puder arranque os olhos/  e venha cheio de fé/  ver o Lázaro real/ que não vem nos evangelhos, mas é!... » [1] Cf. Poesia completa: 357-358 [2] Cf. Poesia completa:69
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[1] Cf. Poesia completa:116 [2] Cf. Poesia completa:369
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[1] Cf. Poesia completa:480
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 Mito de Orfeu ,[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object]
   Telurismo ,[object Object],[object Object]
 Mito de Anteu ,[object Object],« Filho da terra, minha mãe amada, / É ela que levanta o lutador caído. / Anteu anão / Toco-lhe o coração,  / e ergo-me do chão/ Fortalecido. » «Comunicado»[1] [1]Cf .  Poesia completa:  648
« Anda a terra no cio: /Chegou a lua. / E é como um falus de aço macio/ A ponta aguda da charrua. //  Com a certeza de procriar/ Cai a semente da mão do vento…// E tudo lento, /Num ritual, / Como se o homem, pachorrento, / Realizasse o casamento / Do natural .». «Lavram e semeiam aqui ao lado»[1] [1]Cf .  Poesia completa:  412
[object Object],[object Object],[object Object],Regresso às fragas de onde me roubaram. Ah! minha serra, minha dura infância! Como os rijos carvalhos me acenaram, Mal eu surgi, cansado na distância!// Cantava cada fonte à sua porta: O poeta voltou! Atrás ia ficando a terra morta Dos versos que o desterro esfarelou. Depois o céu abriu-se num sorriso, E eu deitei-me no colo dos penedos A contar aventuras e segredos Aos deuses do meu velho paraíso.» «Regresso»[1] [1] Cf .  Poesia completa:  446
[object Object],[object Object]
   o drama da criação poética : Torga ou o poeta «cavador de ideias» ,[object Object],[object Object]
   Aproveitamento do Mito de Orfeu: «Das tuas mãos divinas de Poeta  Herdei a lira que não sei tanger; Por eleição ou maldição secreta, Tenho uma grade para me prender.  Cercam-me as cordas, tensa de emoção, Versos de ferro onde me rasgo inteiro .  Mas do fundo da alma e da prisão,  Obrigado, meu Deus e carcereiro! «Ode à Poesia» [1] ,[object Object]
   A tónica do desencanto ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
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[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],« Ergo a voz no silêncio hostil do mundo,  / Como um galo que canta a horas mortas. / nem me posso calar, / nem posso amortecer/ A força que faz dela um desafio. ». «Caudal» (3) [1]  Cf Poesia completa: 465 [2] Cf Poesia completa: 835 [3] Cf Poesia completa: 746 [4] Cf Poesia completa: 743
[object Object],Pisa os meus versos , Musa insatisfeita! Nenhum deles te merece. São frutos acres que não apetece Comer. Falta-lhes génio, o sol que amadurece O que sabe nascer. Cospe de tédio e de nojo Em cada imagem que te desfigura. Nega esta rima impura Que responde de ouvido. Denuncia estas sílabas contadas, Vestígios digitais do evadido Que deixa atrás de si as impressões marcadas. E corta-me de vez as asas que me deste . Mandaste-me voar; E eu tinha um corpo inteiro a recusar Esse ímpeto celeste. ,[object Object],[object Object]
   Mito de Sísifo ,[object Object],Sem musa que me inspire, Canto como um pedreiro Que, de forma singela, Embala a sua pedra pela serra fora… Upa! que lá vai ela! Upa! Que vai agora! A pedra penitente que eu arrasto Tem o tamanho duma vida humana. E só nesta toada a movimento, Embora o salmo já me saia rouco. Upa! Meu sofrimento! Upa! Que falta pouco… ,[object Object],“ Cantilena de Pedra ”
[object Object],[object Object]
 Conclusão Telurismo (Mito de Anteu) Desespero humanista (mito de Orfeu) Problemática religiosa Drama da criação  poética (mito de Sísifo Liberdade e esperança
[object Object],[object Object],António José Saraiva e   Óscar   Lopes, 2001:1015
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[object Object]
 
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Trabalho de pesquisa apresentado à  Unidade Curricular de Técnicas de Análise Textual (TAT), ministrada no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA), de Aveiro   Maio de 2010 Autores do trabalho: Paulo Marques Pedro Ribeiro Docente: Professora Doutora Dina Baptista

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Miguel torga: Vida e Obra

  • 1. Miguel Torga : poeta da Terra, de Deus e do Homem
  • 2. Uma literatura que produz no mesmo século dois vultos do calibre de Pessoa e Torga, pode considerar-se uma literatura de excelente saúde . Torrente Ballester In Entrevista a Miguel Viqueira em 1986
  • 3. Miguel Torga (Adolfo Correia Rocha) nasceu em S. Martinho de Anta a 12.08.1907 e morreu em Coimbra a 17.01.1995. Depois de concluída a instrução primária na terra natal , foi servir para uma casa no Porto . Ainda frequentou o seminário de Lamego durante dois anos. Foi, depois, enviado para o Brasil , para a fazenda de um tio, que, mais tarde, lhe custearia os estudos em Coimbra. Nesta cidade, formar-se-ia em medicina em 1933.
  • 4. Em 1929, com 22 anos, inicia a sua colaboração na revista Presença , folha de arte e crítica , com o poema “ Altitudes…”. A revista , fundada em 1927 pelo grupo literário de José Régio, Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca , era bandeira literária do grupo modernista . Em 1930 rompe definitivamente com a revista Presença , por razões de discordância estética e de liberdade humana .
  • 5. Com Branquinho da Fonseca fundaria a revista Sinal que saiu em Julho de 1930
  • 6. 1931 - Pão Ázimo . 1931 - Criação do Mundo . 1934 - A Terceira Voz . 1937 - Os Dois Primeiros Dias . 1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo . 1939 - O Quarto Dia da Criação do Mundo . 1940 - Bichos . 1941 - Contos da Montanha . 1942 - Rua . 1943 - O Senhor Ventura . 1944 - Novos Contos da Montanha . 1945 - Vindima . 1951 - Pedras Lavradas 1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo . 1976 - Fogo Preso . 1981 - O Sexto Dia da Criação do Mundo . 1982 - Fábula de Fábulas . Ficção        
  • 7.                                                           1928 - Ansiedade . 1930 - Rampa . 1931 - Tributo . 1932 - Abismo . 1936 - O Outro Livro de Job . 1943 - Lamentação . 1944 - Libertação . 1946 - Odes . 1948 - Nihil Sibi . 1950 - Cântico do Homem . 1952 - Alguns Poemas Ibéricos . 1954 - Penas do Purgatório . 1958 - Orfeu Rebelde . 1962 - Câmara Ardente . 1965 - Poemas Ibéricos . Poesia        
  • 8. Peças de Teatro        1941 - "Terra Firme" e "Mar" . 1947 - Sinfonia . 1949 - O Paraíso . 1950 - Portugal . 1955 - Traço de União .
  • 9. Prémios        1969 - Prémio do Diário de Notícias. 1976 - Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist. 1980 - Prémio Morgado de Mateus, ex-aecquo com Carlos Drummond de Andrade. 1981 - Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S. 1989 - Oficial da Ordem das Artes e Letras da República Francesa . 1989 - Prémio Camões. 1991 - Prémio Personalidade do Ano. 1992 - Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores. 1993 - Prémio da Crítica, consagrando a sua obra .
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  • 11. Tal escolha indicia já , nas palavras de José Bernardes [1] , a opção por « um programa ético e estético centrado no confessionalismo e na busca de autenticidade ». Como sublinha Eduardo Lourenço [2 ] , o pseudónimo escolhido é « na sua origem e na sua intenção um baptismo à maneira bíblica onde se inscreve de antemão um destino a cumprir ». ______________________ [1] BERNARDES, José (s.d.) [2] LOURENÇO, Eduardo (1994)“Um nome para uma obra” in Aqui, Neste Lugar e Nesta Hora. Actas do Primeiro Congresso Internacional Sobre Miguel Torga , Porto, Universidade Fernando Pessoa,1994, pp. 278-284.
  • 12. Como escreve David Mourão-Ferreira [1 ] , « a sua posição , nas nossas letras, continua a ser a de um grande isolado – que, no entanto (ou por isso mesmo) consubstancia e representa , ora de forma mais directa ora através de inevitáveis símbolos, quanto existe de viril, de vertical, de insubornável, no homem português contemporâneo .» O próprio poeta assume que lhe calhou em sorte « ser o mau da peça, o inconformado, o frontal, o desmancha-prazeres [2] » [1] MOURÃO-FERREIRA, 1978 : 1093 [2] Diário XIV
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  • 16. Sendo um permanente lutador pela liberdade humana , Torga não podia aceitar as imposições prepotentes das convenções católicas. Não nega a existência de Deus, mas , como o próprio afirma, corre o risco de o recusar, substituindo-o , com frequência pela religião da Terra, princípio de coerência e de ordem da vida.  Há na sua obra, um permanente confronto entre o Além e o Aqui, um permanente desejo de conciliar Sagrado e Profano, humanizando Deus e mitificando o Homem e a vida.
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  • 21. ● Em síntese, podemos pois considerar a existência de três atitudes fundamentais de Torga face a Deus: conflito pessoal, desafio e acusação a um Deus mudo e ausente.  No fundo, o que o poeta recusa é a perversão dos princípios básicos do Cristianismo pela Civilização que instaurou ritos, crenças e representações, criando a imagem de um Deus-pai terrível, distribuidor de aniquilação e de morte, o que levou Torga a uma disjunção inultrapassável: Ou Deus ou nós [1] ». [1] Fernão Gonçalves, 1995:57
  • 22. Desespero Humanista « O homem continua a ser a minha grande aposta. Sem acreditar nele, como poderia acreditar em mim?» Torga, Diário, Lisboa, 23/11/1982
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  • 39. « Anda a terra no cio: /Chegou a lua. / E é como um falus de aço macio/ A ponta aguda da charrua. // Com a certeza de procriar/ Cai a semente da mão do vento…// E tudo lento, /Num ritual, / Como se o homem, pachorrento, / Realizasse o casamento / Do natural .». «Lavram e semeiam aqui ao lado»[1] [1]Cf . Poesia completa: 412
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  • 50.  Conclusão Telurismo (Mito de Anteu) Desespero humanista (mito de Orfeu) Problemática religiosa Drama da criação poética (mito de Sísifo Liberdade e esperança
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  • 57. Trabalho de pesquisa apresentado à Unidade Curricular de Técnicas de Análise Textual (TAT), ministrada no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA), de Aveiro Maio de 2010 Autores do trabalho: Paulo Marques Pedro Ribeiro Docente: Professora Doutora Dina Baptista