2. O Ofício Divino das Comunidades é uma
Liturgia das Horas
Interfere em nosso tempo,
no que há de mais imediato: A HORA.
3. Talvez seja interessante perguntar:
- Qual é o momento do dia que você mais gosta?
- Como você sente as horas?
- O que você faz nas horas do dia?
- Em que HORA da vida você está?
- Você já viveu uma ‘hora’ que marcou a sua vida?
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4. • Existe a hora marcada pelo relógio à
qual nos submetemos com uma certa
(ou estreita) disciplina.
• Aí o tempo é percebido como limitado:
“não tenho tempo”; “o tempo foi curto”;
“não dá mais tempo”; “correndo contra o
tempo”; “tempo é dinheiro”.
5. • Este tempo da hora marcada, é o tempo ligado
à economia, ao lucro... é o tempo de bater o
cartão, dos prazos, dos vencimentos.
• Neste sentido, o tempo é cruel, devora a
vida, envelhece, adoece, nos aproxima da
morte. Os gregos o identificaram com o deus
Cronos que devora os seus filhos. Projetam
o tempo ideal fora do tempo.
6. Se o tempo for percebido e vivido
apenas nesta dimensão nada
pode desabrochar.
7. Mas existe uma outra maneira de
perceber e viver o tempo. Na
bíblia, é o kairós, o tempo da
graça de Deus em que ele opera
a sua obra dentro de nós e na
história. O TEMPO QUE PASSA
nos permite aprender, crescer,
acumular sabedoria...
8. KAIRÓS tem a ver com a criação, com
êxodo, com o exílio... Tem a ver, sobretudo,
com
a manifestação de Jesus,
na plenitude do tempo.
- João identifica a HORA de Jesus com a Cruz
que é também a sua glória.
- Ao ver o Menino o velho Simeão exclamou:
AGORA, Senhor podes deixar teu servo ir
em paz...
11. O Ofício como toda a liturgia aponta para o
kairós, à medida que faz memória das
manifestações de Deus na vida.
E nos educa a fazer
de toda a nossa vida uma liturgia.
12. Neste sentido, todo trabalho feito com amor,
a serviço da vida, todo gesto de compaixão
é um OFÍCIO DIVINO.
15. O Ofício estabelece um ritmo (determinadas
horas; determinados cantos, orações,ações
simbólicas...com certa cadência na recitação, no
canto)
Vai como que estruturando a vida
Chama-nos de volta ao nosso sopro... ao
nosso equilíbrio ameaçado pelo ritmo
acelerado do nosso tempo...
16. Canto
Todo o dia o sol levanta
e a gente canta o sol de todo dia.
Fim da tarde a terra cora
E a gente chora porque é o fim da tarde.
Quando a noite a lua avança
e a gente dança venerando a noite.
Madrugada um céu de estrelas
e a gente dorme sonhando com o dia.
18. Das comunidades judaicas
Oração cotidiana, três vezes ao dia: manhã,
tarde, meio dia.
De manhã – “antecipar-se ao sol para
agradecer e adorar o Senhor” (Sb 16,28).
De tarde –ação de graças a Deus que
transformou o caos primitivo e faz surgir a
manhã depois de cada noite.
19. De Jesus
- Jesus orou como judeu, conheceu
a oração diária, três vezes ao dia.
- Ensinou que é preciso vigiar e
orar sempre com perseverança (Lc
18,1).
20. As primeiras comunidades cristãs
(I século)
Fizeram do ensinamento de Jesus seu ideal.
Às nove (h. terceira) (Atos 2,1.15) - oração da manhã
• Às três (hora nona) (Atos 3,1-2) - oração da tarde
• Vigília noturna: na comunidade de Jerusalém (At
12,12,5.12); na prisão em Filipos (At 16,25); em Trôade, a
liturgia habitual do domingo (cf. At 20,7-11).
21. DAS COMUNIDADES DO SÉCULO III
- Orar sem cessar: ao levantar-se, às nove horas, ao
meio dia, às três da tarde, ao cair da tarde e à noite
- Em particular e também em comunidade
- Uma oração de louvor a Deus e intercessão por meio
de salmos, hinos e cânticos espirituais (Cf. At 3,16)
- A cada hora um sentido em memória da paixão e
ressurreição de Jesus.
- Gestos : voltar-se para o oriente; mãos levantadas;
lucernário.
22. Das comunidades do 4º século
- Assembléias cotidianas, com o povo ( crianças)
- Especialmente manhã e tarde
- Salmos, antífonas, hinos e orações...
- Associando o mistério pascal à hora, tempo ...
- Atuação de ministros;
- O rito do lucernário.
- Vigílias noturnas cotidianas e ocasionais
(páscoa, natal, pentecostes, e do domingo).
23. • A fixação da liturgia em latim
• Sobrecarga de elementos devocionais
• A clericalização
24. DO POVO AO CLERO:
RECITADO
Individual
Sem povo
Desligado da hora.
25. Para o povo
as devoções
• O Ângelus
três vezes ao dia
(as horas)
• O rosário 150 ave-Marias
no lugar dos salmos
• O ofício de Nossa Senhora:
hinos do antigo ofício de
Maria
27. VOLTA ÀS FONTES
MOVIMENTO LITÚRGICO:
- Redescoberta da liturgia
das horas.
- A Comunidade Ecumênica
de
Taizé: a oração das horas
com
multidões.
28. CONCÍLIO ECUMÊNICO
VATICANO II
• 1963 Sacrosanctum Concilium
• 1971 publicação da
- Liturgia das Horas reformada.
- IGLH – Instrução Geral à Liturgia
das Horas, explicitando os princípios
teológicos e pastorais.
29. O OFÍCIO DIVINO
FAZ PARTE DA LITURGIA DA IGREJA
Na SC ocupa o capitulo IV da SC
– I- fundamentos teológicos
– II- eucaristia
– III sacramentos e sacramentais
– IV Ofício divino
– V ano litúrgico
– VI Música
– VI arte
30. Ofício Divino – é o nome mais antigo
breviário – abreviação – idade média
Opus Dei - tradição beneditina
Liturgia das horas – depois do Concílio
Vaticano II
Ofício Divino das Comunidades:
refere-se à versão brasileira da Liturgia das horas.
31. Ofício = lit-URGIA = trabalho; ação do
povo ou a favor do povo.
Divino – ação de Deus a favor do povo
(não apenas nossa ação)
Das horas - no ritmo das horas
Das comunidades: celebrado pelas
comunidades
32. A reforma do Concílio resgata do
Ofício:
- A memória da Páscoa
- nas horas do dia (+ manhã e tarde)
38. Dirigimos a Deus Nossa prece de
LOUVOR pela luz do novo dia...
Renovamos nossa adesão ao Cristo
assumindo nossas responsabilidades na
preservação do mundo.
- Ofício de Louvor
39. A HORA
articulando-se com:
– O DIA – domingo dos dias da semana
– O TEMPO LITÚRGICO – natal, páscoa...
– SANTORAL – solenidades, festas e memórias
41. Como Povo sacerdotal,
participamos “da mesma piedade do
unigênito do Pai, daquela oração que
ele dirigiu durante a sua vida terrena e
que agora continua, sem interrupção,
em toda Igreja e em cada um de seus
membros, em nome e pela salvação da
humanidade”(IGLH 7)
43. - Não é reservado aos clérigos e monges, mas
pertence a toda comunidade cristã (cf. IGLH
270).
- Cada comunidade, ou um pequeno grupo, ou
mesmo uma pessoa, o faz como Igreja, em
nome de Jesus, pela humanidade (IGLH 7).
44. INCULTURAÇÃO
A igreja não deseja impor
uma forma rígida e única
(cf. SC 37-40)
Aplicando este princípio ao Ofício
Divino:
Foi elaborado o
Ofício Divino das Comunidades
levando em conta três
referências:
45. A TRADIÇÃO DA IGREJA, de celebrar em determinadas
horas, uma oração de louvor e intercessão, com
salmos, leituras bíblicas, hinos e orações...
O jeito de celebrar a fé em nossa América Latina, no
contexto das Comunidades Eclesiais de Base
sobretudo a partir da II Conferência do Celam em
Medellin.
A PIEDADE POPULAR, buscando realizar a “mútua
fecundação” entre liturgia e a piedade popular,
correspondendo “aos anseios de oração e de vida
Cristã” que o povo manifesta.