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1
Ofício Divino das Comunidades (ODC) no Santuário do Bom Jesus da Lapa –
BA. Relato de uma experiência.
Pe. Cristóvão Dworak, CSsR1
________________________________
Como é feliz quem em ti confia,
Com fé e esperança vai em romaria!
Nossos pés se apressam para lá chegar,
Ao Bom Jesus da Lapa, vamos caminhar.
Para ver tua face, vamos, ó Senhor,
Por uma longa estrada, sempre com fervor.2
Muito já foi escrito sobre o Ofício Divino das Comunidades na Revista de Liturgia, e sob vários
aspectos. O objetivo deste breve relato é apresentar a experiência de aplicação do Ofício Divino das
Comunidades no Santuário do Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Esta experiência foi motivada pelos
estudos realizados sobre o Ofício Divino das Comunidades em vista de sua possível aplicação nas
Missões Populares Redentoristas na Bahia.3
O Santuário do Bom Jesus da Lapa é um dos maiores, entre
mais de cem, santuários do Brasil. Ele fica situado à margem
direita do Rio São Francisco, no Oeste Baiano, distante a 800 km
de Salvador e a 665 km de Brasília. A sua fundação está ligada à
descoberta de um morro calcário com suas maravilhosas grutas4
,
em 1691, feita por um leigo português, Francisco de Mendonça
Mar (1657-1722), conhecido como o “Monge da Lapa” e o “Padre
Francisco da Soledade”.
Hoje, o Santuário do Bom Jesus da Lapa é um dos lugares sagrados na terra da Santa Cruz,
ao qual se dirigem milhares de romeiros e turistas vindos da Bahia, de Minas Gerais, do Espírito
Santo, de Goiás, de São Paulo, do Distrito Federal e de vários outros estados do Brasil. Neste lugar
santo, nesta “Igreja da Lapa feita de pedra e luz”, como este Santuário é chamado num dos
benditos mais populares cantados pelos romeiros5
, os peregrinos vivem a experiência do Sagrado e
fazem o seu encontro com Cristo (cf. 1Rs 8,27-40; Lc 2,41-49; Jo 2,13-22),6
o Bom Jesus da Lapa, nos
mistérios da fé celebrados ao longo de todo o Ano Litúrgico.7
O ODC no Santuário do Bom Jesus da Lapa
Certamente um destes encontros orantes que passou a marcar as romarias do Santuário da
Lapa é a celebração do Ofício Divino das Comunidades (ODC).
Ao longo dos últimos anos, foram introduzidos no esquema celebrativo do Santuário, vários
momentos para a oração dos ofícios. Assim, o ODC começou a ser cantado no Tempo de Advento e
do Natal, seja preparando a vinda do Salvador, seja contemplando o mistério do seu nascimento.
Igualmente o tempo da Quaresma, passou a ser marcado pela oração do Ofício, ajudando a
vivenciar mais profundamente a espiritualidade quaresmal e ao mesmo tempo preparando a Páscoa
da Ressurreição. Uma experiência significativa deste tempo foi enriquecer a tradicional caminhada
penitencial e subida ao Morro da Lapa com a oração do Ofício, onde, ao romper o dia,
contemplando a beleza dos arredores e o sol nascente que veio visitar e iluminar a quantos jazem
entre as trevas (Lc 1, 78-79), era cantado o Oficio da Manhã.
2
Outro marco importante para a formação da espiritualidade pascal dos romeiros e lapenses
foram os Ofícios da Semana Santa, destacando neles a celebração do Ofício da Agonia, cantado na
Quinta-Feira Santa, antes da meia-noite, e os Ofícios da Sexta-Feira Santa, cantados na Gruta do
Bom Jesus em diversos horários do dia, e aos pés do Cruzeiro em cima do Morro, às 9h e 12h.
Também foram cantados os ofícios do Sábado Santo. O Ofício contava sempre com a presença dos
catecúmenos. Desta maneira os Ofícios da Semana Santa proporcionaram aos romeiros, lapenses e
aos catecúmenos a vivência profundamente mística do Mistério da Paixão do Senhor. Os Ofícios da
Ressurreição, a orante memória das maravilhas pascais realizadas pelo Senhor a favor do seu povo,
marcaram as manhãs da Oitava da Páscoa e de todo o Tempo Pascal.
O ODC marcou também significativamente a própria romaria, em especial, a solene Novena
do Bom Jesus da Lapa, celebrada anualmente entre os dias 28 de julho a 05 de agosto, e o Setenário
de Nossa Senhora da Soledade, celebrado entre os dias 8 a 14 de setembro. Os esquemas
celebrativos da Novena e do Setenário foram elaborados a partir da estrutura do Ofício Divino das
Comunidades e enriquecidos com alguns elementos da piedade popular, tornando-se assim, um
esquema ágil, celebrativo e ao mesmo tempo distinto da missa, capaz de incorporar tanto a riqueza
teológico-litúrgica do mistério celebrado, quanto a propostas da liturgia renovada pelo Concílio
Vaticano II. No ano de 2007, o Ofício para Romarias foi também adaptado, pela primeira vez, para
a celebração da abertura da 30ª Romaria da Terra e das Águas proporcionando aos romeiros uma
celebração muito mais significativa, participativa e mística.
Outro elemento importante para a celebração da romaria no Santuário do Bom Jesus da Lapa
foi a inserção do ODC para Romarias, na celebração das 15 h. Este horário é tradicionalmente
dedicado a celebração de bênçãos de pessoas e de objetos de devoção, como forma de louvor
dirigido ao Pai, por ter abençoado o seu povo com toda sorte de bens espirituais, em Cristo (cf. Ef
1,3). A introdução do Ofício para Romarias neste horário atendia igualmente a proposta das
orientações do Diretório sobre a Piedade Popular e Liturgia que considera os santuários lugares e
tempos favoráveis para que os romeiros apreciem a beleza da Liturgia das Horas e celebrem
festivamente este louvor cotidiano (cf. n. 271). Assim, cantar o Ofício para Romarias tornava-se uma
oportunidade que permitia experimentar a presença do Ressuscitado, que se juntava aos peregrinos,
explicava-lhes as Escrituras, partia com eles o Pão da Palavra e os abençoava para retomarem sua
caminhada peregrina (cf. Lc 24,13-35).
Além destes momentos fortes que marcaram a caminhada do Ano Litúrgico no Santuário,
vale a pena ressaltar, que o ODC estava presente também em outros momentos celebrativos no
Santuário, na Paróquia e na Diocese do Bom Jesus da Lapa. Assim, o Ofício da Manhã passou a ser
cantado nas orações da Escola Diocesana de Teologia, nas diversas celebrações de ação de graças,
nas exéquias e nos cursos e encontros promovidos pelo Santuário, pela paróquia e pela Diocese, em
especial, em diversos Cursos de Formação Litúrgico-Musical.
Para possibilitar a participação de todos no Ofício Divino, estes ofícios eram impressos nos
folhetos Cantos da Igreja da Lapa, que acompanhavam o andamento do Ano Litúrgico.
É importante deixar claro neste relato que tal experiência, foi possível graças à implantação da
Pastoral Litúrgica do Santuário (PLS) e graças à formação litúrgico-musical que foi, e continua
sendo oferecida sistematicamente a todos os membros da Pastoral.
Concluindo
Com a introdução do Ofício Divino das Comunidades no Santuário do Bom Jesus da Lapa, na
Bahia, pretendeu-se, não só colocar em prática o desejo do Concílio Vaticano II, que quis devolvê-
la a todo o povo de Deus recomendando que os leigos, associados a Cristo, recitassem o Ofício
divino, como verdadeiro louvor que o Cristo eleva ao Pai, ou com sacerdotes, ou reunidos entre si, e
até cada um em particular”.8
Procurou-se antes de tudo proporcionar aos romeiros do Bom Jesus da
Lapa, um modo popular de rezar e cantar o Ofício Divino, porque, como já dizia o Santo Afonso de
3
Ligório (1696-1787), fundador dos redentoristas, “depois da eucaristia, não existe na Igreja mais
precioso tesouro que o Ofício Divino, do qual podemos receber tantas torrentes de graças”.9
Assim,
a romaria ao Santuário do Bom Jesus da Lapa pode ser considerada como um tempo favorável e
ocasião privilegiada para ajudar aos romeiros do Bom Jesus a apreciarem a beleza e a importância
do Ofício Divino, como louvor cotidiano,10
e como maneira própria de realizar seus encontro com o
Senhor, no qual os peregrinos apresentam a ele, este extraordinário sacrifício dos lábios (Sl 50,14; Sl
119,108).
O presente relato certamente não esgota todos os aspectos vivenciados ao longo de todo o
processo de implantação do ODC no Santuário do Bom Jesus da Lapa, tanto mais, que este processo
está ainda em andamento. E muito precisa ser ainda feito para que o ODC encontre o devido
reconhecimento junto dos romeiros. Mas certamente a sua aplicação concreta abriu perspectivas
para uma nova maneira de rezar a romaria, contribuindo com a espiritualidade capaz de enriquecer a
caminhada do Ano Litúrgico no Santuário da Lapa, favorecendo esquemas capazes de enriquecer as
celebrações oficiadas no Santuário e mostrando-se capaz de acolher também alguns elementos da
piedade própria dos romeiros, possibilitando uma relação frutuosa entre a liturgia e piedade popular.
1
Pe. Cristóvão Dworak é missionário redentorista, doutorando em Ciências da Religião (PUC/SP) e mestre em Teologia Sistemática
com Especialização em Liturgia. Nos anos 2004-2010 era responsável pela Pastoral Litúrgica do Santuário do Bom Jesus da
Lapa/BA. Este artigo foi publicado na Revista de Liturgia, n. 225, São Paulo, Maio/Junho 2011, p. 13-15; ISSN 1982-6303;
In: <www.revistadeliturgia.com.br>. Foto do autor: Canto do Oficio da Semana Santa no Morro da Lapa.
2
Ofício Divino das Comunidades, Abertura do Ofício para Romarias.
3
Cf. DWORAK, K. Ofício no Ofício. Estudo sobre a contribuição do Oficio Divino das Comunidades (ODC) para a Missão Popular
Redentorista na Bahia. Dissertação do Mestrado. São Paulo: Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, 2004.
4
Em total são mais que dez grutas de diferentes tamanhos. Algumas delas fazem parte do espaço celebrativo do Santuário.
5
Sobre os benditos, cf.: FROZONI, G.; DWORAK, K. Cantos da Igreja da Lapa: a espiritualidade da romaria a partir dos benditos
cantados pelos romeiros do santuário do Bom Jesus da Lapa. In: COSTA, V. Liturgia, peregrinação ao coração do Mistério. São
Paulo: Paulinas, pp. 59-86.
6
CELAM, Documento de Aparecida, n. 260.
7
Os principais períodos de romaria são: Romaria da Terra e das Águas (primeiro final de semana de julho); o Novenário e a festa do
Bom Jesus (6 de agosto/ Transfiguração); o Setenário e a festa de Nossa Senhora da Soledade (15 de setembro); tríduo e a festa de
Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro); a festa de Santa Luzia (13 de dezembro); a festa do Bom Jesus dos Navegantes (quarto
domingo de janeiro); a Semana Santa e Natal. O mês de janeiro é marcado preferencialmente pelo turismo religioso.
8
Sacrosanctum Concilium, n. 100; 83.
9
LIGÓRIO, A. M. La messa e l´officio strapazzati. Cf. http://www.intratext.com/IXT/ITASA0000/_P2LC.
10
Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Diretório sobre a piedade popular
e liturgia. Principios e orientações. São Paulo: Paulinas, 2003, n. 271.

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O Ofício Divino das Comunidades no Santuário do Bom Jesus da Lapa

  • 1. 1 Ofício Divino das Comunidades (ODC) no Santuário do Bom Jesus da Lapa – BA. Relato de uma experiência. Pe. Cristóvão Dworak, CSsR1 ________________________________ Como é feliz quem em ti confia, Com fé e esperança vai em romaria! Nossos pés se apressam para lá chegar, Ao Bom Jesus da Lapa, vamos caminhar. Para ver tua face, vamos, ó Senhor, Por uma longa estrada, sempre com fervor.2 Muito já foi escrito sobre o Ofício Divino das Comunidades na Revista de Liturgia, e sob vários aspectos. O objetivo deste breve relato é apresentar a experiência de aplicação do Ofício Divino das Comunidades no Santuário do Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Esta experiência foi motivada pelos estudos realizados sobre o Ofício Divino das Comunidades em vista de sua possível aplicação nas Missões Populares Redentoristas na Bahia.3 O Santuário do Bom Jesus da Lapa é um dos maiores, entre mais de cem, santuários do Brasil. Ele fica situado à margem direita do Rio São Francisco, no Oeste Baiano, distante a 800 km de Salvador e a 665 km de Brasília. A sua fundação está ligada à descoberta de um morro calcário com suas maravilhosas grutas4 , em 1691, feita por um leigo português, Francisco de Mendonça Mar (1657-1722), conhecido como o “Monge da Lapa” e o “Padre Francisco da Soledade”. Hoje, o Santuário do Bom Jesus da Lapa é um dos lugares sagrados na terra da Santa Cruz, ao qual se dirigem milhares de romeiros e turistas vindos da Bahia, de Minas Gerais, do Espírito Santo, de Goiás, de São Paulo, do Distrito Federal e de vários outros estados do Brasil. Neste lugar santo, nesta “Igreja da Lapa feita de pedra e luz”, como este Santuário é chamado num dos benditos mais populares cantados pelos romeiros5 , os peregrinos vivem a experiência do Sagrado e fazem o seu encontro com Cristo (cf. 1Rs 8,27-40; Lc 2,41-49; Jo 2,13-22),6 o Bom Jesus da Lapa, nos mistérios da fé celebrados ao longo de todo o Ano Litúrgico.7 O ODC no Santuário do Bom Jesus da Lapa Certamente um destes encontros orantes que passou a marcar as romarias do Santuário da Lapa é a celebração do Ofício Divino das Comunidades (ODC). Ao longo dos últimos anos, foram introduzidos no esquema celebrativo do Santuário, vários momentos para a oração dos ofícios. Assim, o ODC começou a ser cantado no Tempo de Advento e do Natal, seja preparando a vinda do Salvador, seja contemplando o mistério do seu nascimento. Igualmente o tempo da Quaresma, passou a ser marcado pela oração do Ofício, ajudando a vivenciar mais profundamente a espiritualidade quaresmal e ao mesmo tempo preparando a Páscoa da Ressurreição. Uma experiência significativa deste tempo foi enriquecer a tradicional caminhada penitencial e subida ao Morro da Lapa com a oração do Ofício, onde, ao romper o dia, contemplando a beleza dos arredores e o sol nascente que veio visitar e iluminar a quantos jazem entre as trevas (Lc 1, 78-79), era cantado o Oficio da Manhã.
  • 2. 2 Outro marco importante para a formação da espiritualidade pascal dos romeiros e lapenses foram os Ofícios da Semana Santa, destacando neles a celebração do Ofício da Agonia, cantado na Quinta-Feira Santa, antes da meia-noite, e os Ofícios da Sexta-Feira Santa, cantados na Gruta do Bom Jesus em diversos horários do dia, e aos pés do Cruzeiro em cima do Morro, às 9h e 12h. Também foram cantados os ofícios do Sábado Santo. O Ofício contava sempre com a presença dos catecúmenos. Desta maneira os Ofícios da Semana Santa proporcionaram aos romeiros, lapenses e aos catecúmenos a vivência profundamente mística do Mistério da Paixão do Senhor. Os Ofícios da Ressurreição, a orante memória das maravilhas pascais realizadas pelo Senhor a favor do seu povo, marcaram as manhãs da Oitava da Páscoa e de todo o Tempo Pascal. O ODC marcou também significativamente a própria romaria, em especial, a solene Novena do Bom Jesus da Lapa, celebrada anualmente entre os dias 28 de julho a 05 de agosto, e o Setenário de Nossa Senhora da Soledade, celebrado entre os dias 8 a 14 de setembro. Os esquemas celebrativos da Novena e do Setenário foram elaborados a partir da estrutura do Ofício Divino das Comunidades e enriquecidos com alguns elementos da piedade popular, tornando-se assim, um esquema ágil, celebrativo e ao mesmo tempo distinto da missa, capaz de incorporar tanto a riqueza teológico-litúrgica do mistério celebrado, quanto a propostas da liturgia renovada pelo Concílio Vaticano II. No ano de 2007, o Ofício para Romarias foi também adaptado, pela primeira vez, para a celebração da abertura da 30ª Romaria da Terra e das Águas proporcionando aos romeiros uma celebração muito mais significativa, participativa e mística. Outro elemento importante para a celebração da romaria no Santuário do Bom Jesus da Lapa foi a inserção do ODC para Romarias, na celebração das 15 h. Este horário é tradicionalmente dedicado a celebração de bênçãos de pessoas e de objetos de devoção, como forma de louvor dirigido ao Pai, por ter abençoado o seu povo com toda sorte de bens espirituais, em Cristo (cf. Ef 1,3). A introdução do Ofício para Romarias neste horário atendia igualmente a proposta das orientações do Diretório sobre a Piedade Popular e Liturgia que considera os santuários lugares e tempos favoráveis para que os romeiros apreciem a beleza da Liturgia das Horas e celebrem festivamente este louvor cotidiano (cf. n. 271). Assim, cantar o Ofício para Romarias tornava-se uma oportunidade que permitia experimentar a presença do Ressuscitado, que se juntava aos peregrinos, explicava-lhes as Escrituras, partia com eles o Pão da Palavra e os abençoava para retomarem sua caminhada peregrina (cf. Lc 24,13-35). Além destes momentos fortes que marcaram a caminhada do Ano Litúrgico no Santuário, vale a pena ressaltar, que o ODC estava presente também em outros momentos celebrativos no Santuário, na Paróquia e na Diocese do Bom Jesus da Lapa. Assim, o Ofício da Manhã passou a ser cantado nas orações da Escola Diocesana de Teologia, nas diversas celebrações de ação de graças, nas exéquias e nos cursos e encontros promovidos pelo Santuário, pela paróquia e pela Diocese, em especial, em diversos Cursos de Formação Litúrgico-Musical. Para possibilitar a participação de todos no Ofício Divino, estes ofícios eram impressos nos folhetos Cantos da Igreja da Lapa, que acompanhavam o andamento do Ano Litúrgico. É importante deixar claro neste relato que tal experiência, foi possível graças à implantação da Pastoral Litúrgica do Santuário (PLS) e graças à formação litúrgico-musical que foi, e continua sendo oferecida sistematicamente a todos os membros da Pastoral. Concluindo Com a introdução do Ofício Divino das Comunidades no Santuário do Bom Jesus da Lapa, na Bahia, pretendeu-se, não só colocar em prática o desejo do Concílio Vaticano II, que quis devolvê- la a todo o povo de Deus recomendando que os leigos, associados a Cristo, recitassem o Ofício divino, como verdadeiro louvor que o Cristo eleva ao Pai, ou com sacerdotes, ou reunidos entre si, e até cada um em particular”.8 Procurou-se antes de tudo proporcionar aos romeiros do Bom Jesus da Lapa, um modo popular de rezar e cantar o Ofício Divino, porque, como já dizia o Santo Afonso de
  • 3. 3 Ligório (1696-1787), fundador dos redentoristas, “depois da eucaristia, não existe na Igreja mais precioso tesouro que o Ofício Divino, do qual podemos receber tantas torrentes de graças”.9 Assim, a romaria ao Santuário do Bom Jesus da Lapa pode ser considerada como um tempo favorável e ocasião privilegiada para ajudar aos romeiros do Bom Jesus a apreciarem a beleza e a importância do Ofício Divino, como louvor cotidiano,10 e como maneira própria de realizar seus encontro com o Senhor, no qual os peregrinos apresentam a ele, este extraordinário sacrifício dos lábios (Sl 50,14; Sl 119,108). O presente relato certamente não esgota todos os aspectos vivenciados ao longo de todo o processo de implantação do ODC no Santuário do Bom Jesus da Lapa, tanto mais, que este processo está ainda em andamento. E muito precisa ser ainda feito para que o ODC encontre o devido reconhecimento junto dos romeiros. Mas certamente a sua aplicação concreta abriu perspectivas para uma nova maneira de rezar a romaria, contribuindo com a espiritualidade capaz de enriquecer a caminhada do Ano Litúrgico no Santuário da Lapa, favorecendo esquemas capazes de enriquecer as celebrações oficiadas no Santuário e mostrando-se capaz de acolher também alguns elementos da piedade própria dos romeiros, possibilitando uma relação frutuosa entre a liturgia e piedade popular. 1 Pe. Cristóvão Dworak é missionário redentorista, doutorando em Ciências da Religião (PUC/SP) e mestre em Teologia Sistemática com Especialização em Liturgia. Nos anos 2004-2010 era responsável pela Pastoral Litúrgica do Santuário do Bom Jesus da Lapa/BA. Este artigo foi publicado na Revista de Liturgia, n. 225, São Paulo, Maio/Junho 2011, p. 13-15; ISSN 1982-6303; In: <www.revistadeliturgia.com.br>. Foto do autor: Canto do Oficio da Semana Santa no Morro da Lapa. 2 Ofício Divino das Comunidades, Abertura do Ofício para Romarias. 3 Cf. DWORAK, K. Ofício no Ofício. Estudo sobre a contribuição do Oficio Divino das Comunidades (ODC) para a Missão Popular Redentorista na Bahia. Dissertação do Mestrado. São Paulo: Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, 2004. 4 Em total são mais que dez grutas de diferentes tamanhos. Algumas delas fazem parte do espaço celebrativo do Santuário. 5 Sobre os benditos, cf.: FROZONI, G.; DWORAK, K. Cantos da Igreja da Lapa: a espiritualidade da romaria a partir dos benditos cantados pelos romeiros do santuário do Bom Jesus da Lapa. In: COSTA, V. Liturgia, peregrinação ao coração do Mistério. São Paulo: Paulinas, pp. 59-86. 6 CELAM, Documento de Aparecida, n. 260. 7 Os principais períodos de romaria são: Romaria da Terra e das Águas (primeiro final de semana de julho); o Novenário e a festa do Bom Jesus (6 de agosto/ Transfiguração); o Setenário e a festa de Nossa Senhora da Soledade (15 de setembro); tríduo e a festa de Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro); a festa de Santa Luzia (13 de dezembro); a festa do Bom Jesus dos Navegantes (quarto domingo de janeiro); a Semana Santa e Natal. O mês de janeiro é marcado preferencialmente pelo turismo religioso. 8 Sacrosanctum Concilium, n. 100; 83. 9 LIGÓRIO, A. M. La messa e l´officio strapazzati. Cf. http://www.intratext.com/IXT/ITASA0000/_P2LC. 10 Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Diretório sobre a piedade popular e liturgia. Principios e orientações. São Paulo: Paulinas, 2003, n. 271.