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Nicholas Fernandes Gimenes
O MERCADO DOS FABRICANTES DE REDES ÓPTICAS
NA ERA DA CONVERGÊNCIA
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Campinas
2013
Nicholas Fernandes Gimenes
O MERCADO DOS FABRICANTES DE REDES ÓPTICAS
NA ERA DA CONVERGÊNCIA
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Campinas
2013
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial para
obtenção do título de Especialista em
Marketing Organizacional pelo Instituto de
Economia da Universidade Estadual de
Campinas, sob a orientação do Profº Drº
Paulo Sérgio de Arruda Ignácio.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao professor Paulo Ignácio por ter aceitado orientar este trabalho, e pelas
valiosas contribuições e aulas excelentes.
Agradeço aos professores Ruy Quadros e Luciana Lenhari, pelas conversas e
referências que foram essenciais para a melhor compreensão do fenômeno da convergência
entre os setores de Telecomunicações, TI e mídia.
“Não faças de ti um sonho a realizar. Vai.”
(Cecília Meirelles)
RESUMO
A convergência tecnológica entre os setores de Telecomunicações, TI e mídia afeta
drasticamente os fabricantes de comunicações ópticas. Os impactos dessas transformações
precisam ser compreendidos para que a crescente demanda por redes ópticas seja atendida
com o máximo de benefícios socioeconômicos para o país.
O objetivo deste trabalho é assinalar as transformações tecnológicas e mercadológicas
causadas pela convergência e apresentar o estado atual do segmento. Para isso, foi realizado
um levantamento bibliográfico e uma comparação entre os 10 fabricantes de redes ópticas
com maior market share global em receitas.
As principais mudanças identificadas no segmento são: liderança da chinesa Huawei e
maior concentração do mercado, maior percentual das receitas investido em P&D e Marketing
& Vendas, maior importância de software e serviços nas soluções ofertadas, diversificação da
base de clientes, a convergência entre redes ópticas e de pacotes, a ampliação de
competências para camadas superiores de rede (L0 à L3) e as oportunidades advindas de
inovações na fotônica, SDNs e em sistemas autonômicos cognitivos.
Dentre os desafios apontados para que os fabricantes nacionais consigam competir em
nível global estão a intensificação da colaboração entre governo-universidades-empresas e da
participação nos órgãos de padronização, ampliação de competências em softwares e serviços,
investir cerca de 30% das receitas em P&D e Marketing & Vendas, entrar em outros
mercados emergentes e reduzir a dependência de componentes importados.
Palavras-chave: Convergência, Comunicações Ópticas, Internet, Redes, Banda Larga,
Inovação, Serviços.
ABSTRACT
Technological convergence between the sectors of telecommunications, IT and media
dramatically affects equipment vendors in optical communications. The impacts of these
changes need to be understood to meet the growing demand for optical networks and
maximize the socio-economic benefits for the country.
The objective of this work is to identify the changes caused by technological and
market convergence and present the current state of this market segment. For this, it was
conducted a literature review and a comparison of the 10 vendors of optical networks with
greater global market share in revenues.
The major changes identified in the segment are: Huawei's leadership and increase in
market concentration, higher percentage of revenues invested in R&D and Marketing & Sales,
growing importance of software and services in the offered solutions, diversification of the
customer segments, convergence of optical and packet networks, expanding skills in higher
network layers (L0 to L3) and arising opportunities from innovations in photonics, SDNs and
cognitive autonomic systems.
The challenges faced by the domestic vendors to compete on a global level are
intensifying collaboration between government-university-business and participation in
standardization groups, expanding skills in software and services, investing about 30% of
revenue in R&D and Marketing & Sales, entering in other emerging markets and reducing
dependence on imported components.
Keywords: Convergence, Optical Communications, Internet, Networks, Broadband,
Innovation, Services.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................9
2. PANORAMA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES .........................11
2.1. Fase da Pré-Convergência e dos Monopólios: Década de 60 até 1997...11
2.2. Fase da Convergência e da Abertura do Mercado: de 1997 até 2013 .....13
2.3. Composição Genérica do Setor de Telecomunicações............................19
2.3.1. Grupo 1: Fornecedores .......................................................................20
2.3.2. Grupo 2: Operadores de Rede.............................................................21
2.3.3. Grupo 3: Provedores de Conteúdo e Aplicativos ...............................25
2.3.4. Grupo 4: Consumidores......................................................................27
2.3.5. Órgãos de Regulação ..........................................................................27
2.3.5.1. Ministério das Comunicações ........................................................27
2.3.5.2. ANATEL........................................................................................27
2.3.5.3. TELEBRASIL................................................................................28
2.3.6. Órgãos de Fomento.............................................................................28
2.3.6.1. FINEP.............................................................................................28
2.3.6.2. BNDES...........................................................................................29
2.3.6.3. Fundos Setoriais: FUNTELL, FISTEL e FUST ............................29
2.3.6.4. Leis de Incentivo............................................................................31
2.3.6.4.1. Lei da Informática, Lei da Inovação e Lei do Bem...................32
2.3.6.4.2. Lei das Licitações......................................................................34
2.3.6.4.3. REPNBL....................................................................................34
2.3.7. Órgãos de Ensino e Pesquisa ..............................................................34
2.3.8. Órgãos de Padronização .....................................................................35
2.3.8.1. International Telecommunication Union - ITU.............................36
2.3.8.2. International Organization for Standardization - ISO ..................36
2.3.8.3. International Electrotechnical Commission - IEC.........................36
2.3.8.4. Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE ..............37
2.3.8.5. Optical Intemetworking Forum - OIF............................................37
2.3.8.6. Internet Engineering Task Force - IETF .......................................37
2.4. Demanda por Infraestrutura de Telecomunicações .................................37
3. MERCADO DE REDES ÓPTICAS ............................................................51
3.1. Tecnologias..............................................................................................51
3.1.1. Fibras Ópticas .....................................................................................51
3.1.2. DWDM - Dense Wavelength-Division Multiplexing..........................52
3.1.3. FTTH - Fiber-to-the-Home.................................................................56
3.1.4. P-OTN – Packet-Optical Transport Networks ...................................57
3.1.5. PIC – Photonic Integrated Circuits ....................................................60
3.1.6. SDN - Software Defined Networks.....................................................61
3.1.7. Redes Autonômicas e Cognitivas .......................................................63
3.2. Análise dos Principais Fabricantes de Redes Ópticas .............................65
3.2.1. Dados Coletados sobre os Fabricantes de Redes Ópticas...................67
3.2.1.1. HUAWEI .......................................................................................68
3.2.1.2. ALCATEL-LUCENT ....................................................................69
3.2.1.3. CISCO............................................................................................70
3.2.1.4. CIENA ...........................................................................................71
3.2.1.5. ZTE ................................................................................................72
3.2.1.6. NOKIA SOLUTIONS AND NETWORKS...................................73
3.2.1.7. TELLABS ......................................................................................74
3.2.1.8. INFINERA.....................................................................................75
3.2.1.9. FUJTISU ........................................................................................76
3.2.1.10. NEC................................................................................................77
3.2.2. Discussão dos dados obtidos ...................................................................78
4. CONCLUSÃO .............................................................................................82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................84
9
1. INTRODUÇÃO
A substituição gradual das redes comutadas por circuitos por redes comutadas por
pacotes IP possibilitou a oferta integrada de serviços de voz, vídeo e dados em uma mesma
rede. Anteriormente, a oferta de voz, vídeo e dados ocorria de forma separada, em redes
distintas e especializadas. Esta convergência de tecnologias de rede e de serviços propiciou a
convergência dos setores de telecomunicações, TI e mídia, e impactou profundamente os
fabricantes de equipamentos de rede.
Até a década de 80, antes da fase de convergência das tecnologias de rede e da
abertura dos mercados de telecomunicações, os fabricantes de equipamentos de rede eram
parte de um sistema de inovação fechado, dominado pelo monopólio estatal, com foco na
produção de hardware para redes estáticas e comutadas por circuitos, especializadas em cada
tipo serviço (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004).
Atualmente, os fornecedores nacionais enfrentam um ambiente com forte competição
estrangeira (principalmente das chinesas Huawei e ZTE) em um sistema de inovação aberto e
global, com altos investimentos em P&D, enormes economias de escala, padronização
tecnológica, segmentos variados de clientes (Operadoras, TI, Mídia, ISPs, Utilities,
Financeiro, Defesa, Prefeituras), diferenciação através de softwares e serviços (LICKS, 2012;
SPADINGER, 2012) e foco em redes ópticas convergentes comutadas por pacotes (PERRIN,
2009, 2013). Além disso, os fabricantes estão tendo que se posicionar frente a inovações
tecnológicas complexas na fotônica e em sistemas autonômicos cognitivos (FURTADO,
REGO e LOURAL, 2005), e com potencial disruptivo como as Software Defined Networks,
que possibilitam a utilização de hardware comoditizado e controle da rede via programação
em padrão aberto OpenFlow. (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al., 2011).
O objetivo central deste trabalho é apontar as transformações impulsionadas pela
convergência no mercado de equipamentos de comunicações ópticas e apresentar o estado
atual deste segmento. Como objetivo secundário pretende-se levantar quais fabricantes estão
obtendo resultados positivos com a convergência e quais ações podem ser adotadas pelos
fabricantes nacionais para aproveitar as oportunidades desta fase dinâmica.
Este trabalho se justifica em virtude da infraestrutura de comunicações ser alavanca
para inovação e crescimento econômico (ARTHUR D. LITTLE, 2013; KELLY e
ROSSOTTO, 2012), e a demanda atual requerer maior utilização de equipamentos de
comunicação óptica (REGO, LOURAL, et al., 2011). O governo brasileiro vem implantando
10
uma série de medidas para ampliar essa infraestrutura (SZAPIRO, 2012), e para atender a esta
demanda e alcançar os benefícios sociais esperados (inclusão social, universalização da banda
larga, criação de empregos, desenvolvimento de competências tecnológicas, entre outros) é
fundamental buscar compreender as transformações deste mercado e fortalecer os fabricantes
nacionais.
A pesquisa foi resultado de um levantamento bibliográfico sobre as características da
fase da pré-convergência e sobre as condições atuais do mercado de telecomunicações, com
enfoque no segmento de redes ópticas, e também foi realizada uma análise comparativa dos
dados dos principais fabricantes, apontando as tendências de investimentos em P&D e
Marketing, e quais fabricantes estão obtendo resultados positivos nesta fase de convergência.
O trabalho está estruturado em 2 partes. A primeira consiste no panorama geral do
setor de telecomunicações no qual são abordadas as características da fase de pré-
convergência e da fase atual, os principais grupos de atores do setor com base no modelo de
Fransman (2007) e os órgãos de fomento, de regulação, de padronização e de ensino e
pesquisa; também são apresentadas projeções da demanda pelos serviços de comunicação e
qual a situação do Brasil no atendimento a esta demanda. Na segunda parte, foi analisado em
maior detalhe o mercado de comunicações ópticas, apresentando as tecnologias mais
importantes, os dados financeiros sobre os principais fabricantes mundiais e as conclusões
feitas com base no levantamento realizado.
11
2. PANORAMA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES
2.1. Fase da Pré-Convergência e dos Monopólios: Década de 60 até 1997
Durante esta fase, o setor de telecomunicações era considerado um monopólio natural,
privado e com forte regulação, como a AT&T nos EUA, ou estatal, como foi o caso no Japão,
na França, na Alemanha e no Brasil (GALINA e PLOSNKI, 2005).
As organizações responsáveis pela operação da infraestrutura de telecomunicações
podiam ser integradas verticalmente, incorporando os seus próprios fornecedores de
equipamentos, como ocorreu na AT&T, ou horizontalmente, com fornecedores nacionais e
multinacionais, como a Telebrás. Havia também monopólios bilaterais, como a relação da
NTT com a NEC e a Fujitsu, da Deutsche Telekom com a Siemens e da France Telecom com
a Alcatel (GALINA e PLOSNKI, 2005).
O paradigma tecnológico do setor era a comutação por circuitos, utilizando
dispositivos eletromecânicos e analógicos. As redes de telefonia eram compostas por linhas
fixas ligadas através de centrais, que eram utilizadas pelas operadoras para ofertar serviços de
voz (ligações locais e de longa distância, fax e 0800). As redes de radiodifusão eram
independentes da rede de telefonia e dispunham de padrões tecnológicos próprios
(SBRAGIA, GALINA, et al., 2004).
A falta de concorrência gerava um ambiente de baixo incentivo para expansão e
melhoria dos serviços, que operava com ineficiências e custos elevados, restringindo a
competitividade de outros setores da economia (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004).
A introdução de inovações na microeletrônica e nas tecnologias da informação abriu
um novo paradigma tecnológico, baseado na comutação por pacotes, permitindo o
empacotamento e a transmissão de sinais de voz, dados e vídeo, em uma mesma rede
convergente. Essas tecnologias possibilitaram a oferta de diferentes serviços de forma
independente da oferta da rede, transformando o cenário competitivo e viabilizando o
surgimento de novos posicionamentos e competidores (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004;
FURTADO, REGO e LOURAL, 2005; LENHARI e QUADROS, 2010; LOURAL e LEAL,
2010; LICKS, 2012; SPADINGER, 2012). Na figura 1 é ilustrada a mudança decorrente da
convergência tecnológica na distribuição de conteúdo:
12
Figura 1 – Convergência de Tecnologias: transição de redes especializadas para redes convergentes,
comutadas por pacotes com base no protocolo IP.
Fonte: Adaptado de SPADINGER, 2012, p.54.
13
Para atender a demanda pelos novos serviços, as operadoras monopolistas foram sendo
privatizadas e agências governamentais foram criadas para regulação do setor. O mercado se
mostrou atrativo para novos entrantes, que podiam oferecer diversos serviços sem possuir
uma ampla infraestrutura de rede (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004).
No Brasil, até a década de 60, os serviços de telecomunicações eram ofertados por
empresas privadas. No entanto, a necessidade de maior padronização e integração dos
sistemas em escala nacional e internacional, culminou na implantação do monopólio estatal
(através da aquisição do controle acionário das empresas existentes pela Telebrás, criada em
1972) e fornecimento de equipamentos por empresas estrangeiras como a Ericsson, NEC e
Siemens (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004).
Em 1976, foi criado o CPqD, que passou a realizar grande parte da P&D do setor,
elaborando especificações, protótipos e transferindo tecnologias para indústrias nacionais
dispostas a fabricar para a Telebrás, com financiamentos disponibilizados pelo FNT – Fundo
Nacional de Telecomunicações (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004; LICKS, 2012;).
As dificuldades econômicas e políticas do governo limitavam os investimentos da
Telebrás. As indústrias nacionais tinham orientação para o mercado interno, e se
enfraqueceram com os baixos investimentos no setor. Por outro lado, a demanda por serviços
de maior qualidade e a necessidade de ganhar competitividade fortaleceram a discussão sobre
a abertura do mercado, como vinha ocorrendo em outros países, por exemplo, EUA e
Inglaterra (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004).
2.2. Fase da Convergência e da Abertura do Mercado: de 1997 até 2013
Seguindo a posição de outros países, em 1997 foi criada no Brasil a Lei Geral das
Telecomunicações (LGT), que tinha por objetivo promover a abertura do mercado e
incentivar a competição, e a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) foi
constituída para atuar na regulação (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004; LICKS, 2012).
As empresas do sistema Telebrás foram privatizadas em 1998. O mercado emergente
atraiu grandes fabricantes estrangeiros (Nortel, Nokia, Alcatel, Lucent e Motorola) e
incentivou a expansão dos fabricantes já presentes no país (Siemens, NEC e Ericsson). Os
subsídios e incentivos fiscais concedidos pela Lei da Informática (1991) e financiamentos
14
oferecidos pelo BNDES também foram de grande importância para o desenvolvimento deste
novo arranjo setorial (LICKS, 2012)
A convergência tecnológica, a padronização e modularização dos equipamentos e a
economia de escala favoreceram aquisições e fusões entre operadoras (Brasil Telecom e Oi,
Telefonica e Vivo, TIM e Intelig, Claro e NET, Claro e Embratel) e entre fabricantes (Alcatel-
Lucent, Sony-Ericsson, Nokia-Siemens, Ciena e Nortel, entre outros). No entanto, esse
movimento promoveu uma uniformização das tecnologias e dos serviços ofertados pelas
operadoras, que passaram a apresentar poucos diferenciais entre si (SPADINGER, 2012).
Por outro lado, a crescente penetração de banda larga fixa e móvel propiciou a oferta
online de uma variedade de aplicativos e de conteúdos multimídia por empresas de mídia e de
TI. Os operadores viram a ARPU (Average Revenue per User) diminuir, em função da menor
utilização de voz e SMS (que perdem atratividade para o usuário frente aos serviços de redes
sociais, mensagens instantâneas e VoIP), enquanto a taxa de utilização de suas redes cresceu
exponencialmente (principalmente em virtude dos serviços de video streaming e
compartilhamento de arquivos) e o seus mercados de origem se tornaram cada vez mais
restritos para aquisição de novos assinantes, em virtude da penetração quase universal da
banda larga nos países desenvolvidos (SPADINGER, 2012; CHETAN SHARMA
CONSULTING, 2012).
Esse cenário também suscitou a discussão em torno da Neutralidade da Rede, uma vez
que operadoras argumentam que deveria ser permitido pela regulação do setor tratar de forma
diferenciada os pacotes transmitidos, viabilizando a oferta e a cobrança por QoS (Quality of
Service) diferentes, de acordo com o que estiver sendo utilizado (TELEBRASIL, 2013b); por
exemplo, videoconferência necessita de mais banda com comunicação em tempo real e
simétrica, voz usa pouca banda, mas necessita de comunicação em tempo real e simétrica; e-
mail requer pouca banda e não necessita de comunicação em tempo real e simétrica, entre
outros (CHEN, FARLEY e YE, 2004).
Além disso, as operadoras discutem se os investimentos necessários para atingir as
metas de universalização e qualidade impostas pela ANATEL deveriam ser compartilhados
com as empresas de TI e Mídia (LICKS, 2012). A discussão é ampla e não é tema deste
trabalho, porém é um conflito presente entre as empresas de mídia, TI e operadoras, e
configura um grande problema para agências reguladoras no mundo todo, pois a inspeção dos
pacotes pelas operadoras para oferta de banda poderia limitar as inovações no setor e gerar
preocupações em torno da privacidade e segurança dos dados (WOHLERS, 2010; COMITÊ
GESTOR DA INTERNET, 2012;).
15
Para enfrentar os desafios da convergência entre as indústrias, os operadores adotaram
as seguintes diretrizes estratégicas (FLEURY, FLEURY e BATAGLIA, 2004; SPADINGER,
2012; LICKS, 2012; SZAPIRO, 2012):
Competir e Colaborar com empresas de mídia e TI na oferta convergente de
serviços, plataformas, aplicações e conteúdos;
Aumentar a presença em mercados emergentes;
Implantação (gradual) de equipamentos para redes convergentes comutadas por
pacotes, com suporte a múltiplos serviços e interoperáveis com os
equipamentos legados;
Deixar as atividades de P&D e suporte às tecnologias de rede cada vez mais a
cargo dos fabricantes de equipamentos;
Na figura 2 é mostrada como a convergência das tecnologias de rede ocasionou na
convergência dos serviços dos segmentos de Telecomunicações, TI e Mídia, formando um
setor convergente que tem sido chamado de setor de TIC (Tecnologias de Informação e
Comunicação), Infocomunicações ou Multimídia (FRANSMAN, 2007; SPADINGER, 2012).
Figura 2 - União das cadeias de valor de telecomunicações, TI e mídia.
Fonte: Adaptado de BARRET e SLAVOVA, 2011, p.22.
16
Na figura 3 são apresentados dados da Telebrasil e do IBGE sobre os setores que estão
inseridos neste contexto de convergência digital e algumas particularidades de cada um no
âmbito econômico e regulatório:
Figura 3 - Dados gerais sobre os segmentos de Telecomunicações, Provedores de Serviços e Conteúdo na
Internet, e Audiovisual, Rádio e TV.
Fonte: Extraído de LEVY, 2013, p.22.
A mudança estratégica das operadoras teve forte impacto nos fabricantes de
equipamentos de rede. Para enfrentar a comoditização do hardware e a consolidação das
operadoras, os fornecedores de equipamentos estão se dedicando mais intensamente às
atividades de P&D (com importância cada vez maior do desenvolvimento de software),
terceirizando atividades rotineiras de produção, oferecendo soluções integradas e dando maior
enfoque aos serviços (treinamentos, consultorias, integração de sistemas, gestão de redes),
além de atender diretamente empresas de outros segmentos (TI, Mídia, pequenos provedores,
Utilities, Defesa, Financeiro, Prefeituras, Universidades, Institutos de Pesquisa, entre outros).
Na figura 4 são ilustradas as mudanças na atuação dos fabricantes de equipamentos,
das operadoras de rede, dos provedores de serviços e das empresas de Internet e Software, nas
quais a oferta de software e serviços ganhou maior importância:
17
Figura 4 - Mudanças na atuação das empresas de ICT em virtude da convergência digital.
Fonte: Adaptado de ACKER, GROENE e SCHROEDER, 2012, p.9.
Na figura 5 é possível observar um crescimento significativo a partir de 2003 no
número de empregados no setor de Telecomunicações trabalhando em serviços:
Figura 5 - Crescimento no total de funcionários atuando em serviços de telecomunicações.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.76.
Atualmente, os fornecedores nacionais enfrentam um ambiente com intensa
competição estrangeira, sobretudo em preço pelas chinesas Huawei e ZTE, que contam com
forte incentivo do governo chinês, amplo mercado interno para se apoiar e uma extensa base
de fornecedores de componentes. Em contraposição, os fabricantes brasileiros apresentam
grande dependência de componentes importados, baixa interação entre universidade e
empresa, pouca influência na definição dos padrões tecnológicos, atuação segmentada e
escala limitada ao mercado nacional (SPADINGER, 2012; SZAPIRO, 2012).
18
O governo brasileiro é ciente do efeito multiplicador das telecomunicações na
produtividade dos demais setores (KELLY e ROSSOTTO, 2012; ARTHUR D. LITTLE,
2013) e vem implantando políticas para promover o desenvolvimento dos fabricantes
nacionais e a universalização da banda larga. Entre os principais instrumentos utilizados estão
as leis de incentivo (Lei do Bem e a Lei da Informática, por exemplo), financiamentos
(FUNTTEL, FINEP, BNDES), poder de compra com a reativação da TELEBRÁS e o
Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), e a Lei 12.349/2010 que estabelece a preferência
para equipamentos nacionais em editais públicos até 25% mais caros do que o concorrente
estrangeiro de menor preço, desde que comprovadas as contrapartidas na geração de
empregos, investimentos em P&D e arrecadação de tributos (REGO, LOURAL, et al., 2011).
No quadro 1 foi elaborado um resumo das diferenças em diversos aspectos entre a fase
de pré-convergência e monopólios, até a década de 90 no Brasil, e a fase da convergência e de
abertura do mercado, que representa o contexto atual do setor.
Pré-Convergência (déc. 70-90) Convergência (déc. 2000-10)
Regime Monopólio Competição
Atores poucos, com atuação específica vários atores, atuação multifacetada
Cadeia de Valor Linear Rede, mais complexa e interativa
Escala Doméstica Global
Oferta Rede = Serviços
Oferta de serviços pode ocorrer
independente da oferta de rede
Modelo Technology push Market pull
Incentivo p/ entrada Baixo Alto
Padronização Proprietária Aberta
Organização p/
Inovação
Sequencial Cooperativa
Foco Produtos Serviços
Ciclo de vida Longo Curto
Conhecimento Fragmentado Base comum
Integração setorial Vertical (EUA) ou Quase (EUR, BRA) Horizontal
Política Industrial Substituição de Importações Inserção no mercado internacional
Comutação Circuitos Pacotes IP
Redes Especializadas para cada serviço Convergente e multisserviço
Tipos de Serviços Voz Voz, Dados, Som, Imagem
Atividades de P&D Principalmente nas operadoras Principalmente nos fabricantes
Poder na Cadeia Centralizado nas Operadoras Distribuído
Clientes dos
fabricantes
Operadoras (monopolistas)
Operadoras, TI, Mídia, ISPs, Utilities,
Defesa, Financeiro, Goverpo, etc
Fontes de Receitas
dos fabricantes
Hardware
Hardware, Software, Serviços
(Treinamentos, Consultorias, Integração,
Instalação, Leasing, gestão de redes, etc)
Estratégia Custo Orientação para o Cliente, Agregar Valor
Quadro 1 - Resumo das mudanças no setor de telecomunicações em virtude da convergência.
Fonte: Adaptado de CAPELLA FILHO, 2006, p.29; FRANSMAN, 2001, p.97.
19
2.3. Composição Genérica do Setor de Telecomunicações
Segundo o modelo de Fransman (2007 apud LICKS, 2012; LOURAL e LEAL, 2010),
apresentado na figura 6, o setor é dividido em 4 grupos principais: Fornecedores, Operadores
de Rede, Provedores de Conteúdo/Aplicações e os Consumidores. A convergência
tecnológica está diluindo os limites entre os grupos e intensificando suas as relações de
competição, colaboração e comércio.
Figura 6 - Modelo de Fransman do setor convergente de TIC (Tecnologias de Informação e Comcunicação).
Fonte: Adaptado de FRANSMAN, 2007.
20
Além dos 4 grupos principais (Fornecedores, Operadores, Provedores de Serviços e
Consumidores), temos mais 4 outros grupos com influência na dinâmica no setor: os órgãos
de regulação, órgãos de padronização, órgãos de fomento e órgãos de ensino e pesquisa. Nos
próximos itens será explicada a atuação de cada grupo.
2.3.1. Grupo 1: Fornecedores
As empresas fornecedoras atuam basicamente em um ou mais destes segmentos
(LICKS, 2012; GALINA e PLOSNKI, 2005):
Fabricantes de componentes, materiais de infraestrutura (chips, fibras ópticas,
conectores, cabos, antenas). Exemplos: Furukawa, Corning, 3M.
Fabricantes de terminais (celulares, tablets, PCs) e acessórios. Exemplos:
Apple, Samsung, HP, LG, Huawei.
Fabricantes de Equipamentos para Redes (roteadores, switches, amplificadores,
multiplexadores, modems). Exemplos: Cisco, Juniper, Alcatel-Lucent, Huawei,
Padtec, NEC.
Fornecedores de Software (Gerência de Redes, CRM, Detecção de Fraudes,
Cobrança). Exemplos: Cisco, HP, CPqD, Trópico.
Prestadoras de Serviços (Instalação, Consultorias, Treinamentos,
Gerenciamento de Redes). Exemplos: Alcatel-Lucent, NEC, PSG Telecom.
Os fabricantes de equipamentos para redes ópticas são o objeto principal deste
trabalho e serão analisados com mais detalhes no capítulo 3.
21
2.3.2. Grupo 2: Operadores de Rede
As operadoras de rede englobam as empresas que oferecem serviços de rede de
telefonia fixa e móvel, banda larga fixa e móvel, TV a cabo e via Satélite. Há um movimento
de consolidação dentro do grupo entre gigantes como Vivo-Telefonica, Tim-Intelig, Oi-Brasil
Telecom-Portugal Telecom, América Móvil-Telmex-Claro-Embratel-NET, Vivendi-GVT
(TELECO, 2012). Além das grandes operadoras, segundo o Ministério das Comunicações
(2013c) atuam no Brasil cerca de 3.800 pequenos provedores locais (ISPs – Internet Service
Providers). No quadro 2 estão listados os movimentos de consolidação envolvendo os grandes
operadores no Brasil, entre o período de 2000 à 2012:
Aquisição Anúncio
Aprovação
Anatel
Embratel assume controle da Net Jan/12
Sky compra Acom Comunicações (MMDS) Jan/12 -
Telesp S. A. incorpora a Vivo Mar/11 Mar/11
Portugal Telecom entra na Oi Jul/10 Out/10
Telefonica compra parte da Portugal Telecom na Vivo Jul/10 Set/10
Tim compra a Intelig Mar/09 Mai/10
Vivendi compra a GVT Nov/09 Nov/09
Net compra a ESC 90 Set/08 Jun/09
Oi compra Brasil Telecom Abr/08 Dez/08
Vivo compra a Telemig Celular Ago/07 Out/07
Oi compra Amazônia celular Dez/07 Mar/08
Net compra a BIGTV Dez/07 Dez/08
Net compra a Vivax Out/06 Mai/07
Oi compra Way TV Jul/06 Out/07
Telefonica compra TVA* Out/06 Out/07
Fusão da Sky com a DirecTv Out/04 Nov/05
Telmex adquiriu participação na Net incorporada em
Set/05 na Embratel
Jun/04 Mar/06
Telmex compra Embratel Mar/04 Jun/04
Embratel compra a Vesper Ago/03 Nov/03
Portugal Telecom e Telefonica unificam suas operações
de celular no Brasil formando a Vivo
2002 -
Claro foi formada pela aquisição de várias operadoras de
celular entre 2000 e 2005.
- -
Quadro 2 - Principais fusões e aquisições realizadas entre os grupos de operadoras no Brasil entre 2000-2012.
Fonte: Extraído de TELECO, 2012.
22
No quadro 3 são apresentados os dados financeiros dos principais grupos de
operadores no Brasil, e em destaque está o lider de cada categoria em 2012:
2012
Receita (%) Market Share (Acessos)
Bruta Líquida Fixos Celulares
Banda
Larga
TV por
assinatura
Telefônica/Vivo 26,2% 26,0% 23,8% 29,1% 19,7% 3,7%
Oi/PT 23,1% 21,5% 42,1% 18,8% 30,0% 4,6%
Claro/Embratel/Net 22,3% 23,5% 21,9% 24,9% 29,7% 52,5%
Tim/Intelig 14,5% 14,4% 1,1% 26,9% - -
Nextel 4,2% 4,3% - - - -
GVT/Vivendi 3,6% 3,3% 8,2% - 11,4% 2,6%
Sky 4,5% 5,3% - - - 31,1%
Outros 1,5% 1,8% 2,9% 0,3% 9,3% 5,5%
Total Brasil 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Quadro 3 - Principais grupos de operadoras no Brasil.
Fonte: Adaptado de TELECO, 2012.
Na figura 7 estão listadas as maiores operadoras em nível global. No Brasil, estão a
Telefónica e também a América Móvil, que controla o grupo Claro, Embratel e NET.
Figura 7 - As 10 maiores operadoras de rede em volume de vendas no mundo em 2011.
Fonte: Extraído de BARRAULT, 2013, p.12.
23
Na figura 8 é possível observar a evolução do market share das operadoras no mercado
de telefonia móvel. No início dos anos 2000, a Vivo dominava com mais de 50% de market
share. Atualmente, 4 grandes operadoras detém cerca de 99% do mercado: a Vivo, a TIM, a
Claro e a Oi.
Figura 8 - Evolução do Market Share (%) dos Celulares.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.97.
No mercado de banda larga, a Telefonica perdeu metade do market share na última
década, enquanto a NET triplicou sua participação e se tornou líder juntamente com a Oi,
conforme apresentado na figura 9.
Figura 9 - Evolução do Market Share (%) de Banda Larga.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.118.
24
Na figura 10 é mostrado o histórico no segmento de TV por assinatura, no qual o
grupo da Embratel-NET-Claro é líder com 52% de market share, seguido pela Sky com 31%.
Figura 10 - Evolução do Market Share (%) de assinantes de TV por Assinatura
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.127.
Na telefonia fixa, a liderança é da Oi com mais de 40% de market share, seguida pela
Telefonia e Embratel com cerca de 20% cada, como pode ser observado na figura 11.
Figura 11 - Evolução do Market Share (%) de Acessos de Serviço Telefônico Fixo Comutado.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.88.
Em 2010, pelo decreto N° 7.175/2010 o governo deu início ao Programa Nacional de
Banda Larga (PNBL) e reativou a Telebrás (Telecomunicações Brasileiras S.A. - empresa de
economia mista), com o objetivo de oferecer uma infraestrutura de comunicação pública com
preços baixos e qualidade para regiões sem acesso ou precariamente atendidas. Entre as
25
estratégias adotadas, está o fortalecimento de pequenos provedores locais (ISPs – Internet
Service Providers) com financiamentos e incentivos para construírem as redes de acesso
(TELECO, 2013c; SZAPIRO, 2012).
2.3.3. Grupo 3: Provedores de Conteúdo e Aplicativos
A maioria das empresas que compõe o grupo atua nas áreas de mídia, TI ou web e
criam conteúdos, aplicativos e plataformas que serão comercializados através da internet para
os usuários finais. Muitas vezes a oferta é independente da oferta da rede pelas operadoras,
embora necessite que seus clientes tenham conectividade com a internet. Essa cadeia de
ofertas independentes de serviços interdependentes é demonstrada na figura 21. As ofertas de
serviços de VoIP e redes sociais por provedores (Skype, Whatsapp, Google, Facebook) estão
competindo com os serviços de voz e SMS e substituindo-os, que ainda são a principal fonte
de receitas das operadoras (LICKS, 2012; SPADINGER, 2012).
Figura 12 - Oferta de Conteúdos através de aplicativos e distribuídos trafegando nas redes das operadoras.
Fonte: Adaptado de MONTEIRO, 2012, p.3.
26
Os serviços de vídeo e cloud computing (Globo, Youtube, Netflix, Dropbox, entre
outros) aumentam exponencialmente a taxa de ocupação das redes das operadoras e elevam os
custos da operação da rede. A regulação brasileira não permite que as operadoras tratem os
pacotes de dados de forma diferenciada, a fim de manter a neutralidade da rede. A
preocupação principal é referente à privacidade dos dados e sobre possíveis restrições às
inovações no setor (COMITÊ GESTOR DA INTERNET, 2012; WOHLERS, 2010). As
operadoras argumentam que tratando os pacotes de dados de forma diferenciada, seria
possível oferecer uma qualidade de conexão adequada conforme o serviço contratado
(TELEBRASIL, 2013b). Na figura 13 estão listados diversos serviços online e a velocidade
de conexão que necessitam. Os serviços que envolvem vídeo digital de alta qualidade
requerem uma conexão entre 10 Mbit/s e 100 Mbit/s.
Figura 13 – Velocidade de conexão exigida por tipo de serviço.
Fonte: Adaptado de KELLY e ROSSOTTO, 2012, p.18.
27
2.3.4. Grupo 4: Consumidores
Os serviços de telecomunicações são consumidos por indivíduos e organizações em
praticamente todos os setores da economia. Permite o acesso a uma grande variedade de
serviços e conteúdos, ganhos de produtividade, trabalho remoto, crescimento econômico,
inovações e inclusão social. (ARTHUR D. LITTLE, 2013; KELLY e ROSSOTTO, 2012)
Entre os principais setores que contratam os serviços de telecomunicações estão organizações
públicas, financeiras, institutos de pesquisa e ensino, utilities, empresas de TI e de mídia.
2.3.5. Órgãos de Regulação
2.3.5.1. Ministério das Comunicações
O Ministério das Comunicações (MiniCom) faz parte do poder executivo federal e é
responsável pela formulação das políticas nas áreas de radiodifusão, serviços postais,
telecomunicações e inclusão digital, além de fiscalizar a atuação da ANATEL, dos Correios
(ECT), da Telebras e os serviços de radiodifusão. Foi criado pelo Decreto-Lei nº 200, de 25
de fevereiro de 1967 (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2013b).
2.3.5.2. ANATEL
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi instalada em 5 de Novembro
de 1997, de acordo com a Lei Geral das Telecomunicações (LGT - Lei nº 9.472/1997). Esta
agência reguladora é vinculada ao Ministério das Comunicações, mas com total autonomia
administrativa e financeira, e suas decisões somente podem ser contestadas na Justiça
(MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2013a).
Dentre as atribuições da Anatel, estão (AGÊNCIA NACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES, 2013):
28
Expedir normas quanto à prestação dos serviços de telecomunicações;
Administrar o espectro de radiofrequências e o uso de órbitas;
Homologar os equipamentos de telecomunicações de acordo com os padrões
estabelecidos;
2.3.5.3. TELEBRASIL
A Associação Brasileira de Telecomunicações (TELEBRASIL) é um importante
agente no ambiente regulatório das Telecomunicações, e reúne os principais fornecedores,
prestadores de serviços e provedores para discutir os posicionamento das empresas privadas
nas questões regulatórias do setor (TELEBRASIL, 2013c).
2.3.6. Órgãos de Fomento
O governo busca fomentar as empresas nacionais do setor através de financiamentos,
subvenção econômica, investimento direto, incentivos fiscais e do poder de compra do
governo. Entre os órgãos de fomentos de maior destaque estão a FINEP e o BNDES
(SZAPIRO, 2012).
2.3.6.1. FINEP
A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) é subordinada ao Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação, e visa financiar a inovação tecnológica e a pesquisa científica
de instituições públicas ou privadas (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E
INOVAÇÃO, 2013). Entre os principais programas disponibilizados pela FINEP estão o
Programa Subvenção Econômica e o Programa FINEP Inova Brasil.
29
2.3.6.2. BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é subordinado
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e tem por finalidade
oferecer financiamentos (reembolsáveis e não reembolsáveis) de longo prazo e efetuar
investimentos em setores estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico do país.
O BNDES tem programas de apoio para aquisição de equipamentos, exportação de
bens e serviços, e de fortalecimento do capital das empresas (BANCO NACIONAL DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, 2013).
2.3.6.3. Fundos Setoriais: FUNTELL, FISTEL e FUST
Os fundos primários utilizados pelo governo para financiar os projetos no setor de
telecomunicações são o FUNTTEL, o FISTEL e o FUST. Pela figura 14 é possível observar a
evolução da arrecadação em cada fundo setorial para desenvolvimento das telecomunicações.
Figura 14 - Arrecadação do Funttel, Fust e Fistel.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.151.
No quadro 4, estão listadas a descrição, a finalidade e as principais fontes de receitas
dos 3 maiores fundos para o setor de telecomunicações:
30
FUNTTEL
- Descrição
Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações - FUNTTEL, instituído pela Lei no
10.052, de 28/11/2000.
- Finalidade
estimular o processo de inovação tecnológica, incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a
geração de empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a recursos de capital, de modo a
ampliar a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações.
- Fonte principal de receita
contribuição de 0,5% sobre a receita bruta das empresas prestadoras de serviços de telecomunicações,
decorrente de prestação de serviços de telecomunicações, excluindo-se, para determinação da base de
cálculo, as vendas canceladas, os descontos concedidos, o ICMS, o PIS e a COFINS.
FISTEL
- Descrição
Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) criado pela Lei nº 5070 de 07/07/66.
- Finalidade
prover recursos para cobrir despesas feitas pelo Governo Federal na execução da fiscalização de serviços
de telecomunicações, desenvolver os meios e aperfeiçoar a técnica necessária a essa execução.
- Fontes principais de receita
• Taxas de fiscalização: Instalação (TFI) e Funcionamento (TFF)
• 50% das receitas de outorga de concessões, permissões e autorizações de uso de radiofrequências e as
decorrentes de multas previstas na LGT.
FUST
- Descrição
O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), instituído pela Lei no 9.998, de
17/08/2000.
- Finalidade
proporcionar recursos destinados a cobrir a parcela de custo exclusivamente atribuível ao cumprimento das
obrigações de universalização de serviços de telecomunicações, que não possa ser recuperada com a
exploração eficiente do serviço.
Fontes principais de receita
• 50% das receitas de outorga de concessões, permissões e autorizações de uso de radiofrequências e as
decorrentes de multas previstas na LGT, a té o limite máximo anual de R$ 700 milhões.
• 100% das receitas de transferência de concessões, permissões e autorizações de uso de radiofrequências.
• 1% da receita operacional bruta, decorrente de prestação de serviços de telecomunicações, excluindo-se o
ICMS, o PIS e a COFINS.
Quadro 4 - Fundos públicos para investimentos no setor de Telecomunicações.
Fonte: Adaptado de TELECO, 2013a.
31
2.3.6.4. Leis de Incentivo
A partir da década de 90, o governo brasileiro implantou diversas leis de incentivo e
desonerações para ampliação da infraestrutura de telecomunicações e das atividades de P&D
no setor, como a Lei da Informática, a Lei Federal da Inovação e a Lei do Bem (SZAPIRO,
2012; GRIZENDI, 2012).
No entanto, é importante destacar que a carga tributária nos serviços de
telecomunicações do país ainda está entre as maiores do mundo (TELEBRASIL, 2013a;
STRUSANI e SOLOMON, 2011), alcançando mais de 40% da receita líquida
(TELEBRASIL, 2013a). Na figura 15 é possível observar a evolução da arrecadação dos
tributos e o percentual das receitas que a carga tributária representa.
Figura 15 - Evolução da carga tributária nos serviços de telecomunicações.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a , p.64.
32
2.3.6.4.1. Lei da Informática, Lei da Inovação e Lei do Bem
Abaixo, estão listadas as principais leis de incentivo à Inovação no setor de TIC e a
finalidade de cada uma. No quadro 5a são mencionadas a Lei da Informática, a Lei da
Inovação Federal e a Lei de Desoneração de INSS para empresas de TIC.
Legislação Ano Finalidade
Lei de Informática -
Lei n° 8.248/91 e Lei
nº 8.387/91 (alteradas por diversas
leis e recentemente pelo Decreto nº
7.010/09)
1991 • Traz a isenção ou redução de IPI para
Produtos de Informática e Automação;
• Impõe a condição para esta isenção ou
redução do IPI, aplicar no mínimo 4%
da receita em P&D, fabricar de acordo com o
Processo Produtivo Básico (PPB)
e possuir ISO 9.000;
Lei de Inovação federal – Lei nº
10.973/04, regulamentada pelo
Decreto nº 5.563/05
2004 • Introduz os incentivos à inovação e à
pesquisa científica e tecnológica no
ambiente produtivo e dá outras providências
• Regulamentada pelo decreto nº 5.563 de
10/2005;
• Traz vários instrumentos para fomentar a
inovação no país, principalmente no
aproveitamento de resultados de P&D das
ICTs – Instituições Científicas e
Tecnológicas;
Art. 7º da Lei nº 12.546/11 – Lei de
Desoneração de INSS para Empresas
de TIC
Medida Provisória nº 563/12
2011 • Desonera a folha de pagamento de empresas
de Tecnologia da Informação e
de Call Center,
• Em vez das empresas pagarem 20% de
contribuição previdenciária sobre a
folha de pagamento, elas passam a recolher
2,5% do faturamento e, a partir de Agosto de
2012, 2,0% do faturamento (MP nº 563)
• Revoga a Medida Provisória nº 540, de
08/2011
Quadro 5a - Síntese da legislação brasileira de incentivo à P&D e Inovação para empresas de TIC.
Fonte: Adaptado de GRIZENDI, 2012, p.28.
33
No quadro 5b, são destacados os capítulos 3 e 4 da Lei do Bem:
Capítulo III da Lei do Bem - Lei nº
11.196/05, regulamentado, pelo
Decreto nº 5.798/ 06
2001 • Introduz os incentivos fiscais à pesquisa
tecnológica e desenvolvimento da
Inovação Tecnológica para Pessoas Jurídicas;
• Permite a dedução de 100% dos dispêndios
com Inovação Tecnológica da
Base de calculo (BC) do IR e da CSLL;
• Permite a dedução de mais 60%
(100+60=160%) dos dispêndios com
Inovação Tecnológica da Base de calculo
(BC) do IR e da CSLL;
• Permite a dedução de mais 20%
(160+20=180%) dos dispêndios com
Inovação Tecnológica da Base de calculo
(BC) do IRPJ e da CSLL, incrementando o
número de pesquisadores (RH);
• Permite a dedução de mais 20%
(180+20=200%) dos dispêndios com
Inovação Tecnológica da Base de calculo
(BC) do IRPJ e da CSLL, através de
pagamentos vinculados a patente concedida
ou cultivar registrado;
• Traz a redução de 50% de IPI na aquisição
de máquinas em equipamentos, aparelhos e
instrumentos novos, destinados à P&D de
Inovação Tecnológica;
• Permite a depreciação acelerada integral no
ano da aquisição, de máquinas em
equipamentos, aparelhos e instrumentos
novos, destinados à P&D de Inovação
Tecnológica;
• Permite a amortização acelerada na
aquisição de bens intangíveis, vinculados
exclusivamente às atividades de destinados à
P&D de Inovação Tecnológica;
• Traz a redução a zero da alíquota do IRRF
nas remessas efetuadas para o
exterior destinadas ao registro e manutenção
de marcas, patentes e cultivares;
Capítulo IV da Lei do Bem - Lei nº
11.196/05
2005 • Reduz a 0 (zero) as alíquotas de PIS/PASEP
e COFINS os Produtos de
Informática.do Programa de Inclusão Digital,
sobre a receita bruta de venda a
varejo.
• Aplica-se também às aquisições realizadas
por pessoas jurídicas de direito
privado ou por órgãos e entidades da
Administração Pública Federal, Estadual
ou Municipal e do Distrito Federal;
• Aplica-se, também às vendas efetuadas às
sociedades de arrendamento
mercantil leasing.
Quadro 5b - Síntese da legislação brasileira de incentivo à P&D e Inovação para empresas de TIC.
Fonte: Adaptado de GRIZENDI, 2012, p.28.
34
2.3.6.4.2. Lei das Licitações
Em 2010, a MP 495, posteriormente a Lei 12.349/2010, altera a Lei das Licitações
(8.666/93) para que produtos fabricados no Brasil em conformidade com o PPB tenham uma
margem de preferência de 15%, e produtos com tecnologia nacional tenham mais 10%,
alcançando uma margem de preferência de até 25% sobre o menor preço ofertado de um
produto concorrente estrangeiro (SZAPIRO, 2012). A margem é definida com base em
estudos a cada 5 anos, e portanto tem validade até 31 de dezembro de 2015 (POSSETI, 2013).
2.3.6.4.3. REPNBL
O Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga é um
instrumento de desoneração fiscal para incentivar a modernização e ampliação de redes de
banda larga, incluído na Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, e regulamentado pelo
Decreto nº 7.921, de 15 de fevereiro de 2013 (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES,
2013d). O decreto contempla a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
2.3.7. Órgãos de Ensino e Pesquisa
A fundação CPqD é o principal instituto de pesquisa em telecomunicações no Brasil.
Outros institutos de destaque são o Inatel, Venturus, Instituto Eldorado, CESAR, FACTI,
Instituto Atlântico, e os departamentos de engenharia elétrica e computação de universidades
como os da Unicamp, UnB, Unifei, USP, UECE, UFSCAR, UFRJ, PUC-Rio, PUC-RS,
UFRGS (KUBOTA, OLIVEIRA e MAYER, 2013; REGO, LOURAL, et al., 2011).
Ainda há pouca colaboração entre universidades e empresas em projetos de inovação
em telecomunicações, porém esse cenário está mudando em virtude da maior complexidade
tecnológica que precisa ser incorporada nos equipamentos nacionais (SPADINGER, 2012).
35
2.3.8. Órgãos de Padronização
A padronização tecnológica é fundamental no setor para garantir a interoperabilidade
entre os equipamentos, estabelecer níveis de qualidade e segurança, reduzir a incerteza
tecnológica, obter economias de escala e permitir maior direcionamento na alocação dos
recursos de desenvolvimento, no entanto, a participação do Brasil é pequena em comparação
com outros países (MIRANDA e MELLO, 2012).
Há diversos órgãos de padronização de tecnologias de comunicação, sendo que o de
maior destaque é a ITU-T. Para os fabricantes de comunicações ópticas, que são o foco deste
trabalho, há outros órgãos de padronização com grande influência no desenvolvimento atual
das tecnologias: a ISO, a IEC, o IEEE, o OIF e a IEFT. (MIRANDA e MELLO, 2012;
ALOIA, CÉSAR e ROMERO, 2005).
A homologação dos equipamentos de rede em conformidade com a regulação
brasileira está a cargo da Anatel. O processo está representado na figura 16 e se inicia com o
fornecedor contratando um dos Organismos de Certificação Designados (OCDs), o OCD irá
apontar um dos Laboratórios de Ensaio autorizados, que fará o teste da conformidade com as
normas vigentes e enviará o relatório de testes para análise pelo OCD, que irá emitir um
Certificado de Conformidade. Com base no certificado de conformidade, a Anatel poderá
emitir a homologação do equipamento.
Figura 16 - Procedimento Geral para Homologação de Equipamentos pela Anatel.
Fonte: Adaptado de TUDE, 2003.
36
2.3.8.1. International Telecommunication Union - ITU
A ITU-T é o grupo de padronização das telecomunicações da ITU, que assessora a
ONU e agências reguladoras nacionais, e publica recomendações que servem como base
principal para o desenvolvimento da infraestrutura global de comunicação. A participação
brasileira se dá pela Anatel, que indica os membros que poderão comparecer às reuniões
(INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2013; MIRANDA e MELLO,
2012).
2.3.8.2. International Organization for Standardization - ISO
A ISO é uma organização não-governamental constituída por grupos normalização de
145 países, que elabora padrões em todos os campos tecnológicos, com exceção da
engenharia eletrônica e elétrica, a cargo da ITU-T e da IEC. A participação brasileira é pela
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas (INTERNATIONAL
TELECOMMUNICATION UNION, 2013; MIRANDA e MELLO, 2012).
2.3.8.3. International Electrotechnical Commission - IEC
A IEC é desenvolve padrões para sistema eletrônicos com 162 países membros, no
qual o Brasil é representado pelo Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e
Telecomunicações (COBEI), como membro integral e direito a voto (INTERNATIONAL
ELECTROTECHNICAL COMMISSION , 2013; MIRANDA e MELLO, 2012).
37
2.3.8.4. Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE
A IEEE é uma associação internacional de profissionais de engenharia e define normas
para uma gama de tecnologias da informação, comunicação e eletrônica (INSTITUTE OF
ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS, 2013; MIRANDA e MELLO, 2012). O
ComSoc (Communications Society) é o comitê da IEEE responsável pela normalização na
área de redes e comunicações (IEEE COMMUNICATIONS SOCIETY, 2013).
2.3.8.5. Optical Intemetworking Forum - OIF
O OIF promove acordos internacionais para interoperabilidade de equipamentos de
redes ópticas, componentes e sofwares, com a contribuição de operadoras, usuários,
prestadores de serviços e fornecedores (OPTICAL INTERNETWORKING FORUM, 2013).
2.3.8.6. Internet Engineering Task Force - IETF
A IETF é uma comunidade internacional, aberta, composta por: operadores,
fornecedores, pesquisadores na área de redes, com a finalidade de desenvolver os modelos de
arquitetura e operação da Internet (INTERNET ENGINEERING TASK FORCE, 2013).
2.4. Demanda por Infraestrutura de Telecomunicações
As inovações nas tecnologias da informação e comunicações possibilitaram uma
variedade de serviços e ganhos de produtividade para todo o sistema econômico. Na figura 17
são mostradas as contribuições que a presença dos serviços de TIC promove nos países, como
por exemplo: criação de empregos, aumento da renda familiar e da qualidade de vida, redução
38
das emissões de carbono, maior integração e crescimento do PIB (ARTHUR D. LITTLE,
2013).
Figura 17 - Benefícios socioeconômicos da banda larga.
Fonte: Adaptado de ARTHUR D. LITTLE, 2013, p.4.
Na figura 18 é apresentado o impacto no crescimento do PIB para cada 10% no
aumento da penetração de diferentes serviços de telecomunicações, em países de alta e baixa
renda. O maior impacto positivo no crescimento do PIB está no aumento da penetração da
banda larga nos países de baixa renda.
39
Figura 18 - Impacto do aumento de 10% de diferentes tecnologias de informação e comunicação no
crescimento do PIB, em economias de baixa e alta renda, entre 2000-2006.
Fonte: Adaptado de KELLY e ROSSOTTO, 2012, p.6.
Apesar dos impactos socioeconômicos positivos da banda larga, na figura 19 é
apresentado que apenas 1/3 das pessoas tem acesso à internet na escola, no trabalho, na
residência ou em algum outro local público de acesso (BUSINESS INSIDER, 2012).
Figura 19 - População Global e número de pessoas com acesso à internet.
Fonte: Extraído de BUSINESS INSIDER, 2012.
40
Nas últimas 2 décadas, o tráfego de dados cresceu em ritmo acelerado e a perspectiva
é de que o crescimento continue forte em todos os continentes, conforme indicado na figura
20 (CISCO, 2013a).
Figura 20 - Previsão de crescimento no tráfego médio de dados mensal em dispositivos móveis por
continente até 2017.
Fonte: Extraído de CISCO, 2013a, p.6.
Grande parte do crescimento do tráfego se deve à disseminação dos smartphones
(como exibido nas figuras 21 e 22), da computação em nuvem e da Internet das Coisas
(CISCO, 2013a). A Internet das Coisas somará mais 50 bilhões de dispositivos conectados à
Internet até 2020 (CISCO, 2013b), serão cerca de 10 dispositivos para cada pessoa conectada
à internet, e isso aumentará a expectativa das pessoas de acessar qualquer conteúdo ou objeto,
em qualquer lugar, a qualquer hora, a partir de qualquer terminal (SPADINGER, 2012).
41
Figura 21 - Vendas Globais de Dispositivos para acesso à Internet.
Fonte: Extraído de BUSINESS INSIDER, 2012.
Figura 22 - Previsão de crescimento no tráfego médio de dados mensal em dispositivos móveis por tipo de
aparelho até 2017.
Fonte: Extraído de CISCO, 2013a, p.7.
42
Os governos estão conscientes da importância da banda larga para a competitividade
das empresas e qualidade de vida da população, e estão criando planos nacionais de banda
larga para acelerar a universalização do acesso a redes de alta velocidade. Na figura 23 é
mostrado o aumento no número de países com planos nacionais de banda larga.
Figura 23 – Crescimento dos Planos Nacionais de Banda Larga 2005-2013.
Fonte: Extraído de BROADBAND COMISSION FOR DIGITAL DEVELOPMENT, 2013, p.41.
No Brasil, também é possível observar a tendência de crescimento das conexões e do
consumo de serviços de telecomunicações, principalmente a partir dos dispositivos móveis,
como indicado nas figuras 24 e 25:
Figura 24 - Acessos de Banda Larga por tipo de conexão.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.119.
43
Figura 25 - Quantidade de Assinantes.
Nota: SME = Serviço Móvel Especializado. Exemplo: Nextel.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.39.
Segundo as previsões, o tráfego da internet brasileira em 2017 será 297x maior do que
toda a Internet brasileira de 2005, com um tráfego médio de 9 Tbps, alcançando 28 Tbps nos
horários de pico, equivalente a 23 milhões de pessoas assistindo simultaneamente vídeos em
HD pela internet (CISCO, 2013c). Na figura 26, pode-se verificar o aumento do uso da
internet no dia-a-dia dos brasileiros:
Figura 26 - Frequência de utilização da Internet pelos usuários.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.149.
44
Para atender a imensa demanda por capacidade de comunicação de dados, o governo
brasileiro pretende ampliar a oferta de rede através do PNBL 2.0, que contempla o satélite
geoestacionário, implantação de redes ópticas terrestres e submarinas ilustradas na figura 27,
e desonerações em projetos de infraestrutura de rede (MARTINHÃO, 2013).
Figura 27 – Rede completa que irá compor o sistema Telebrás.
Fonte: Extraído de BONILHA, 2012, p.20.
Na figura 28 são apresentados em cores os cabos ópticos submarinos em operação
com conexão no Brasil, e em cinza os novos cabos submarinos com implantação prevista a
partir de 2014.
45
Figura 28 - Cabos ópticos submarinos com conexão no Brasil.
Nota: Os cabos em cinza estão com implantação prevista para depois 2013.
Fonte: Extraído de TELEGEOGRAPHY, 2013.
Na figura 29 são listados os novos cabos ópticos submarinos para atendimento da
demanda da América Latina e os países com os quais terão conexão.
Figura 29 - Cabos ópticos submarinos com implantação prevista a partir de 2014 no Brasil.
Fonte: Extraído de STRONGE, 2012, p.9.
46
Além dos investimentos públicos no setor, grupos privados também aumentaram os
investimentos nos últimos anos. De acordo com a previsão do BNDES, ainda serão investidos
mais R$ 125 bilhões entre 2014 e 2017, isto é, 39% a mais do que no período de 2009 a 2012
(BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, 2013). Na figura 30 é apresentada a
evolução dos investimentos e da relação com a formação bruta de capital fixo:
Figura 30 - Investimentos no setor de Telecomunicações e a relação com a Formação Bruta de Capital Fixo.
Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.67.
Apesar dos esforços do governo e das empresas para ampliar e baratear o acesso à
internet de banda larga, a velocidade média da conexão no Brasil é 6x menor do que na
Coréia do Sul (AKAMAI, 2013) e 56x mais cara (UOL ECONOMIA, 2013) como exibido na
figura 31, e as conexões estão concentradas na região sudeste e sul (MARTINHÃO, 2013)
conforme exibido na figura 32. A cobertura da telefonia móvel alcança quase todo o território
brasileiro, como pode ser visualizado na figura 33.
47
Figura 31 - Custo e Velocidade do Acesso à Internet em países selecionados.
Fonte: Adaptado de UOL ECONOMIA, 2013; AKAMAI, 2013.
Figura 32 - Densidade de Acesso de Banda Larga por Domicílio.
Fonte: Extraído de MARTINHÃO, 2013, p.27.
48
Figura 33 - Municípios com cobertura 2.5G (GPRS), 2.75G (EDGE) e 3G no Brasil.
Fonte: Extraído de TELETIME, 2011.
De acordo com o levantamento realizado pelo Procon, em 2012 os serviços de
telecomunicações estiveram entre os maiores volumes de reclamações no órgão,
representando 21,7% do total (SOUSA, SOUZA e KUBOTA, 2013), conforme indicado na
figura 34. A pesada carga tributária de mais de 40% aplicada aos serviços de
telecomunicações, e o alto volume de equipamentos e componentes importados são fatores
que contribuem para o alto custo do serviço (TELEBRASIL, 2013a; TELECO, 2013).
49
Figura 34 - Assuntos mais demandados nos Procons.
Fonte: Adaptado de SOUSA, SOUZA e KUBOTA, 2013, p.11.
A balança comercial do setor de telecomunicações tem apresentado grandes déficits
nos últimos anos, em virtude da queda nas exportações e pelo aumento nas importações de
equipamentos e componentes, refletindo a dependência cada vez maior de fornecedores
estrangeiros.
Na figura 35 é apresentada o histórico da balança comercial do setor de
telecomunicações e do valor do dólar comercial em reais. O déficit cresceu bastante entre
2008 e 2012, incentivado pela valorização do real frente ao dólar.
Figura 35 - Balança Comercial de Telecomunicações.
Fonte: Adaptado de TELECO, 2013; INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN, 2013.
50
Na figura 36 é apresentada a balança comercial específica para componentes de
telecomunicações, evidenciando a grande dependência da indústria nacional de componentes
importados.
Figura 36 - Balança Comercial de Componentes de Telecomunicações.
Fonte: Adaptado de TELECO, 2013; INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN, 2013.
51
3. MERCADO DE REDES ÓPTICAS
3.1. Tecnologias
3.1.1. Fibras Ópticas
A comunicação por fibras ópticas apresenta muitas vantagens (INTERNATIONAL
TELECOMMUNICATION UNION, 2011):
menor custo por bit transmitido;
maior capacidade e alcance de transmissão (dezenas de terabits de dados por
milhares de kms, em uma única fibra, sem regeneração);
menor degradação do sinal e latência;
menor consumo de energia (nanowatts);
maior vida útil (mais de 20 anos);
matéria-prima abundante (areia);
maior escalabilidade (não é preciso substituir o cabo óptico, apenas os
equipamentos nos terminais do cabo);
maior segurança e flexibilidade (a fibra óptica é um meio físico confinado que
dificulta a interceptação de dados; é fina, leve, resistente a choques, a
interferências eletromagnéticas, à corrosão, à umidade, e não é inflamável);
Por estas características, as fibras ópticas estão ganhando preferência como meio de
conexão e transporte de dados em redes submarinas, backbones, metropolitanas, redes de
acesso (FTTU – Fiber-to-the-User) e data centers (SAN – Storage Area Networks), como
indicado na figura 37:
52
Figura 37 - Demanda do Mercado Global de Fibra Óptica até 2013.
Fonte: Adaptado de TOWERY, 2013, p.2.
3.1.2. DWDM - Dense Wavelength-Division Multiplexing
Parte da difusão das comunicações ópticas se deve à tecnologia DWDM (Dense
Wavelength-Division Multiplexing) com detecção coerente, que vêm substituindo o TDM
(Time-Division Multiplexing) e permite a transmissão comercial de mais de 100 canais
simultâneos em diferentes comprimentos de onda (cores) a uma taxa de 100 Gb/s, em diversas
topologias (P2P, Anel, Mesh, entre outras). O aprimoramento das tecnologias de modulação,
detecção, correção de erros, amplificação, comutação, multiplexação, além dos avanços na
fotônica e na nanotecnologia indicam que serão possíveis redes de transporte All-Optical
(com mínima conversão para sinais elétricos), permitindo a transmissão de um número ainda
maior de canais, com uso mais eficiente do espectro, em taxas e distâncias maiores, e menor
consumo de energia (SALEH e SIMMONS, 2012; REGO, LOURAL, et al., 2011;
53
FURTADO, REGO e LOURAL, 2005). Na figura 38 é apresentada a evolução da capacidade
dos sistemas de transmissão óptica e a transição entre os diferentes paradigmas tecnológicos,
passando pelas tecnologias TDM, WDM e pela detecção coerente do sinal óptico.
Figura 38 - Evolução das taxas de transmissão óptica e transições tecnológicas.
Fonte: Extraído de REGO, LOURAL, et al., 2011, .
Na figura 39, é apresentado um esquema do funcionamento da tecnologia Time-
Division Multiplexing, no qual os sinais são divididos em fragmentos e enviados em série.
Figura 39 – TDM - Time-Division Multiplexing.
Fonte: Adaptado de RAMASWAMI, SIVARANJAN e SASAKI, 2009, p.6.
54
Na figura 40, é apresentado um esquema do funcionamento da tecnologia Wavelength-
Division Multiplexing, no qual os sinais são transmitidos em comprimentos de onda (cor)
diferentes e enviados em paralelo, ampliando a capacidade dos sistemas de comunicação
óptica. A detecção coerente, que consiste na compensação da dispersão pelo processamento
eletrônico do sinal foi fundamental para expandir a capacidade dos equipamentos WDM de
transmissão óptica.
Figura 40 – WDM - Wavelength-Division Multiplexing.
Fonte: Adaptado de RAMASWAMI, SIVARANJAN e SASAKI, 2009, p.11.
Na figura 41 estão exemplificadas algumas topologias de redes ópticas (Mesh, Anel,
P2P) em diferentes tipos de redes (Submarinas, Backbones, Metropolitanas e Acesso).
55
Figura 41 - Redes Ópticas em diferentes topologias e aplicações.
Fonte: Adaptado de CISCO SYSTEMS, 2000, p58.
A estimativa realizada pela consultoria Infonetics Research (SCHMITT, 2013b) é de
que o mercado global de equipamentos de comunicação óptica alcançará 14 bilhões de dólares
em 2017, um crescimento de mais de 50% em relação ao valor estimado para 2013, conforme
exibido na figura 42.
Figura 42 - Previsão de Receitas no Mercado Global de Redes Ópticas: US$ 13 bilhões em 2017.
Fonte: Extraído de SCHMITT, 2013b.
56
3.1.3. FTTH - Fiber-to-the-Home
Os avanços nas comunicações ópticas tornaram o seu uso atraente em redes de acesso,
levando a conexão via fibra óptica até a casa do usuário final (FTTH - Fiber-to-the-home)
com a tecnologia GPON (Gigabit-capable Passive Optical Networks), disponibilizando uma
banda compartilhada de 2.5 Gb/s para os assinantes e a oferta convergente de triple play, que
reúne VoIP, IPTV e banda larga (FTTH COUNCIL EUROPE, 2012). Na figura 43 podem ser
observados diferentes tipos de redes ópticas de acesso.
Figura 43 - Redes Ópticas de Acesso FTTx.
Fonte: Extraído de UBICO NETWORKS, [2013].
Na figura 44, a consultoria IDATE apresenta sua projeção do crescimento do acesso
de acessos Fiber-to-the-Home e Fiber-to-the-Building.
57
Figura 44 - Projeção de Crescimento de Redes VDSL e FTTH/B no mundo, em milhões.
Fonte: Extraído de MONTAGNE, 2012.
3.1.4. P-OTN – Packet-Optical Transport Networks
No início, os equipamentos de comunicação óptica tinham poucas funcionalidades e
suas redes eram estáticas e comutadas por circuitos. O roteamento e a comutação da
informação eram realizados por outras camadas de equipamentos, mais complexos e
comutados por pacotes, porém com baixa capacidade de transmissão. A incorporação de
tecnologias da informação nos equipamentos de comunicação óptica possibilitou a introdução
de funcionalidades de comutação, construindo redes ópticas mais flexíveis e dinâmicas. Na
figura 45 são ilustradas diferentes camadas de equipamentos de rede.
58
Figura 45 - Diferentes Camadas de Equipamentos de Rede.
Fonte: Extraído de JDSU, 2011, p.1.
Os custos e a complexidade de operar redes distintas e com difícil interconexão deram
origem ao desenvolvimento das P-OTN (packet-optical transport networks), com
equipamentos ópticos comutados por pacotes, eliminando camadas redundantes e operando
como uma rede convergente (PERRIN, 2009). Na figura 46 é ilustrada a convergência de
diferentes camadas de rede nos equipamentos packet-optical.
59
Figura 46 - Redes Packet-Optical.
Fonte: Adaptado de VISCARDI, 2011, p.5.
Entre as principais abordagens nos equipamentos para redes ópticas de pacotes estão o
IPoDWDM (IP over DWDM), que consiste em adicionar portas de comunicação óptica aos
roteadores, e o P-OTS (Packet-Optical Transport Systems) cujo conceito é o oposto,
adicionando funcionalidades de comutação e roteamento aos equipamentos de comunicação
óptica. A principal aplicação das P-OTN seria nas redes metropolitanas, que demandam maior
flexibilidade, além da alta capacidade de transmissão (MATSUMOTO, 2010). Na figura 47 é
apresentada uma projeção da Heavy Reading sobre o crescimento da demanda por P-OTS
(Packet-Optical Tranport Systems), que a partir de 2013 superaria a de equipamentos WDM
metropolitanos.
60
Figura 47 - Mercado de redes ópticas metropolitanas por tecnologia.
Fonte: Extraído de PERRIN, 2013, p.2.
3.1.5. PIC – Photonic Integrated Circuits
Os avanços na fotônica estão propiciando o desenvolvimento de “sistemas WDM em
um chip”, ou seja, circuitos fotônicos integrados com capacidade de transmissão, de recepção
e de comutação óptica. Entre os principais benefícios estão a redução de custo, de espaço e do
consumo de energia. Na figura 48 são exibidos o transmissor (transmitter) e o receptor
(receiver) fotônico integrado da Infinera, com capacidade total de 500 Gb/s.
Figura 48 - PIC Infinera 500G.
Fonte: Adaptado de INFINERA, 2011, p.18-19.
61
3.1.6. SDN - Software Defined Networks
Apesar do êxito nos esforços de padronização e interoperação, os controles internos
dos equipamentos de rede ainda são softwares fechados dentro de um hardware proprietário.
Pesquisas acadêmicas nas áreas de redes passaram a demandar maior abertura e flexibilidade
para facilitar a experimentação e inserção de funcionalidades (ROTHENBERG,
NASCIMENTO, et al., 2011).
Para atender a esta demanda, surgiu o protocolo OpenFlow, como um padrão aberto
para programar dispositivos de rede genéricos, controlando-os a partir de um servidor remoto
de alta capacidade. O potencial do conceito se assemelha à introdução de sistemas
operacionais nos computadores e celulares, o que permitiu desenvolvimento de milhões de
aplicativos (antes restritos aos aplicativos do fabricante e seus parceiros) e à virtualização, que
promove uma separação do software do hardware, possibilitando executar aplicativos onde
houver maior disponibilidade de recursos físicos (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al.,
2011). Na figura 49 é mostrada a diferença entre as redes atuais e as redes definidas por
software, com separação do plano de controle do equipamento para um controle centralizado.
Figura 49 - SDN separa as funções de controle das funções de encaminhamento. O controle é feito a partir de
servidores remoto via padrão de programação aberto OpenFlow.
Fonte: Extraído de THEODORAS, 2013, p.2.
62
Entre os principais benefícios estão (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al., 2011):
Ambiente de inovação mais aberto, com maior possibilidade de desenvolver
soluções inovadoras de rede por startups, operadores de rede, provedores de
serviços e comunidade acadêmica;
Redução no CAPEX e OPEX por alocação dinâmica e otimizada de recursos,
por utilização de hardware mais simples e pela automação de funções;
Mais flexibilidade, agilidade e integração, com serviços baseados na
virtualização dos recursos de rede (Network-as-a-Service) e incorporação
rápida de novas funcionalidades (atualizando apenas o software de controle
central ou o firmware dos equipamentos);
O OpenFlow permite a configuração de fatias de rede, garantindo a operação
isolada entre o tráfego operacional e o tráfego experimental, ou visualizar
diferentes camadas de rede com uma única rede virtual;
Na figura 50 é demonstrado como redes de diferentes camadas poderiam ser
visualizadas como uma única rede convergente, utilizando SDN.
Figura 50 - SDN permite visualizar uma rede multicamada como uma camada única virtual.
Fonte: Adaptado de INFINERA, 2012, p.5.
63
O portal SDN Central projeta que os gastos com SDNs podem chegar à 35 bilhões de
dólares em 2018. Na figura 51 é mostrada essa projeção, por segmento.
Figura 51 - Projeção de Gastos com SDNs em milhões de US$.
Fonte: Adaptado de SDNCENTRAL, 2013, p.6.
O principal órgão de padronização das SDNs é a ONF (Open Networking Foundation)
criada com a finalidade de difundir as SDNs através de padrões abertos, como o OpenFlow.
Conta com mais de 100 membros entre fornecedores de equipamentos, empresas de software
e TI, operadoras, institutos de pesquisas (OPEN NETWORKING FOUNDATION, 2013).
3.1.7. Redes Autonômicas e Cognitivas
O ambiente de comunicação está cada vez mais complexo e gera grandes desafios para
o seu controle e operação. As técnicas de inteligência artificial têm possibilitado redes com
64
capacidade de auto-configuração, auto-proteção, auto-recuperação e auto-otimização, que
aprende com dados históricos e usa modelos preditivos. No entanto, a aplicação deste
conceito requer intensa transdisciplinaridade e mudanças radicais nos paradigmas de
comunicação e operação das redes atuais (pacotes IP), que estão sendo discutidos por grupos
internacionais na definição das NwGN - New Generation Networks (ALBERTI, 2013;
LIOTTA, 2013; TRONCO, 2013; REZENDE, 2007). Na figura 52 é exemplificado o
funcionamento de uma rede autonômica cognitiva.
Figura 52 - Exemplo de arquitetura de rede autonômica e cognitiva.
Fonte: Adaptado de LIOTTA, 2013.
65
3.2. Principais Fabricantes de Redes Ópticas
Segundo a consultoria Infonetics Research (SCHMITT, 2013a), as 10 empresas com
maior market share global em receitas de equipamentos ópticos (transporte e comutação)
representam 86% do mercado e são listadas na figura 53. Dentre elas, 4 estão sediadas nos
EUA (Ciena, Cisco, Tellabs e Infinera), 2 na China (Huawei, ZTE), 2 no Japão (Fujitsu,
NEC) e 2 na Europa (Alcatel-Lucent na França e a Nokia Solutions and Networks na
Finlândia). A soma do market share da Ciena, da Alcatel-Lucent e da Huawei equivale a mais
de 51% do mercado. As 2 empresas chinesas representam mais de 1/3 de market share global
(somente Huawei detém 1/4 do market share e supera a soma das 4 americanas mencionadas).
Figura 53 – Market share global em receita dos fabricantes de equipamentos de comunicação óptica.
Fonte: SCHMITT, 2013a.
De acordo com a pesquisa realizada pela Infonetics Research com provedores
(SCHMITT, 2012b), cujos resultados são exibidos na figura 54, as melhores soluções em
redes ópticas seriam da Alcatel-Lucent, da Ciena e da Huawei.
66
Figura 54 - Liderança dos fabricantes de redes ópticas percebida pelos Provedores.
Fonte: Adaptado de SCHMITT, 2012b, p.8.
Dentre os 10 fabricantes de equipamentos de redes ópticas, poucos também
apresentam forte atuação e expertise no mercado de equipamentos de comutação e
roteamento, importante no desenvolvimento de equipamentos convergentes packet-optical.
Na figura 55 são apresentadas as empresas com profundo expertise em camada L3
(roteamento): Huawei, Cisco, Alcatel-Lucent e Ciena (SCHMITT, 2012a).
Figura 55 - Poucas empresas possuem profundo expertise em Layers 0 e 3.
Fonte: Adaptado de SCHMITT, 2012a, p.18.
67
3.2.1. Dados Coletados sobre os Fabricantes de Redes Ópticas
Os dados abaixo (na horizontal), foram coletados a partir dos relatórios financeiros das empresas de 2012, 2010 e
2009, MarketWatch.com (WSJ) e PatentScope.wipo.int (WIPO).
Quadro 6 - Dados financeiros sobre os Principais Fabricantes de Redes Ópticas entre 2008 e 2012.
Fonte: MARKETWATCH, 2013; WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION, 2013; ALCATEL-LUCENT,
2013; CIENA, 2013; CISCO, 2013d; FUJITSU, 2013; HUAWEI, 2013; INFINERA, 2013; NEC, 2013; NOKIA
SOLUTIONS AND NETWORKS, 2013; TELLABS, 2013; ZTE, 2013.
68
3.2.1.1. HUAWEI
No período, a Huawei superou a Alcatel-Lucent e se tornou líder absoluta do mercado
de comunicações ópticas, aumentando seu market share em mais de 70% e conquistando 1/4
das receitas globais do mercado em 2012 com boa lucratividade e endividamento dentro da
média das empresas pesquisadas. O percentual das receitas investido em P&D aumenta todo
ano, e adquiriu competências profundas entre as camadas L0 e L3. Oferece uma gama
completa de soluções de conectividade, a um preço extremamente competitivo. Assim como a
ZTE, obtém forte apoio do governo chinês, com financiamentos bilionários, um imenso
mercado interno para se apoiar, vasta base de fornecedores locais de componentes e mão de
obra de baixo custo (SPADINGER, 2012).
Figura 56 - Huawei: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
69
3.2.1.2. ALCATEL-LUCENT
Após a fusão entre a Alcatel e a Lucent em 2006, a nova empresa perdeu mais de 30%
de market share, apresentou lucratividade negativa em todos os anos com exceção de 2011 e
endividamento acima da média das empresas pesquisadas. No entanto, ainda detém o 2º maior
market share global em faturamento, tem presença em mais de 130 países, possui sólidas
competências entre as camadas L0 e L3, portfólio amplo e integrado, e produtos com
excelente aceitação entre as operadoras.
Figura 57 - Alcatel-Lucent: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
70
3.2.1.3. CISCO
Apesar da pequena presença no mercado óptico (market share de 5%), adquiriu
empresas de comunicação óptica, é líder global em equipamentos de comunicação de dados,
seguida pela Huawei, Alcatel-Lucent, Juniper (HOWARD, 2013). A Cisco dispõe de
competências sólidas da camada 0 à camada 3 e é a empresa com maior lucratividade anual
entre as empresas pesquisadas, possui endividamento abaixo da média e realiza altos
investimentos em Marketing e Vendas.
Figura 58 - Cisco: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
71
3.2.1.4. CIENA
Apesar de ser bem menor do que as gigantes Huawei e Alcatel-Lucent, a Ciena
aumentou o percentual das receitas investido em P&D, Marketing e Vendas, e dobrou sua
participação no mercado, alcançando a 3ª posição em faturamento no mercado óptico. A
Ciena acumula competências da camada L0 à camada L3 (após aquisição da Nortel) e os seus
produtos são percebidos como de boa qualidade pelas principais operadoras. No entanto, a
lucratividade da empresa nos anos seguintes à crise econômica de 2008 foi negativa e o
endividamento cresceu significativamente, chegando a 105% em 2012.
Figura 59 - Ciena: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
72
3.2.1.5. ZTE
De acordo com o gráfico é possível observar um crescimento significativo na
participação de mercado, principalmente devido ao preço competitivo dos produtos. A
presença global da ZTE é ampla, com atuação em mais de 160 países. O percentual das
receitas investido em P&D, marketing e vendas ainda é abaixo da média das empresas
pesquisadas, embora tenha crescido nos últimos anos. A lucratividade anual caiu no período e
o endividamento aumentou, colocando-se acima da média.
Figura 60 - ZTE: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
73
3.2.1.6. NOKIA SOLUTIONS AND NETWORKS
A Nokia Solutions and Networks (antiga joint-venture entre Nokia-Siemens criada em
2007, adquirida integralmente pela Nokia em 2013) apresentou lucratividade negativa em
todos os anos entre 2008 e 2012, e um market share do faturamento global abaixo de 5%. Tem
uma boa presença mundial, alcançando 150 países e é a vice-líder no mercado de
infraestrutura móvel (TÉRAL e WEBB, 2013), atrás somente da Ericsson e à frente da
Huawei e da Alcatel-Lucent.
Figura 61 - Nokia Solutions and Networks: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
74
3.2.1.7. TELLABS
A Tellabs, além de pequena no meio de gigantes como Huawei e Alcatel-Lucent, vem
apresentando nos últimos anos lucratividade negativa e perda de market share, no entanto,
aumentou agressivamente o percentual das receitas investido em P&D (destinando cerca de
25%) e manteve o endividamento bem abaixo da média das empresas pesquisadas.
Figura 62 - Tellabs: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; MARKETWATCH, 2013; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
75
3.2.1.8. INFINERA
Apesar da pequena participação no mercado global e da lucratividade negativa nos
últimos anos, a Infinera é um forte player nos EUA, investe um grande percentual das receitas
em P&D, em Marketing e Vendas, e entrou na lista dos preferidos das grandes operadoras. É
uma das empresas mais à frente no desenvolvimento de PICs e SDNs em redes ópticas.
Figura 63 - Infinera: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; MARKETWATCH, 2013; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
76
3.2.1.9. FUJTISU
A gigante japonesa, apesar de manter uma boa fatia das receitas globais no mercado
(cerca de 7%), de realizar altos investimento em Marketing e Vendas e de preservar uma
pequena lucratividade positiva, não tem como foco principal o segmento óptico e o percentual
das receitas investido é baixo em relação à média das empresas pesquisadas. Dispõe de
competências profundas em componentes e microeletrônica e ampla presença global, atuando
em mais de 160 países.
Figura 64 - Fujitsu: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
77
3.2.1.10. NEC
Outra grande empresa do Japão, a NEC manteve nos últimos anos a participação de
5% no faturamento global do mercado. Apesar dos altos investimentos em marketing e
vendas, investe um percentual das receitas em P&D abaixo da média das empresas
pesquisadas, e sua atuação é concentrada no Japão e diluída em diversos segmentos
tecnológicos.
Figura 65 - NEC: Indicadores 2008-2012.
Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
78
3.2.2. Discussão dos dados obtidos
Comparando os dados de 2008 à 2012 na figura 66, é possível observar um
crescimento significativo do market share em receitas da Huawei (variação de mais de 70%).
Outras empresas cujo crescimento na participação do mercado foi notável foram a Ciena e a
ZTE. A Alcatel-Lucent, que dominava o mercado em 2008, viu sua participação cair em 1/3,
embora ainda encontra-se atrás apenas da Huawei. Realizando uma projeção utilizando
regressão linear a partir dos dados entre 2008 e 2012, estima-se que em 2014 a Ciena pode
ultrapassar a Alcatel-Lucent em market share, ficando atrás somente da Huawei, apesar de ter
somente 3% do número de funcionários da gigante chinesa e 6% dos funcionários da Alcatel-
Lucent. O coeficiente de correlação de Pearson obtido na regressão linear realizada para a
Huawei foi de 0,91, para a Alcatel-Lucent foi de -0,98, para a Ciena foi de 0,93, para a ZTE
foi de 0,96 e para a Fujitsu foi de 0,44.
Figura 66 - Evolução dos 5 maiores em participação no mercado de equipamentos de comunicações ópticas.
*Projeção utilizando regressão linear a partir dos dados entre 2008 e 2012.
Fonte: SCHMITT, 2013a.
23,2%
14,8%
11,7%
7,8% 9,2%
16,4%
25,9%
29,7%
10,7%
14,3%
6,8%
7,5%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014*
Market Share - Óptico
ALU ZTE HUA CIE FUJ
79
A Huawei, além de ganho em market share, também apresentou um aumento no
percentual das receitas investido em P&D, saindo de 9% para 14%. Em lucratividade, o
destaque é para a Cisco, que manteve uma taxa média de 18% ao ano, a despeito da crise
econômica de 2008. No entanto, o mercado de equipamentos ópticos não é um dos negócios
principais da Cisco, cuja participação se manteve em torno de 5%. Na figura 67 é apresentada
a situação das empresas pesquisadas em 2008, no que diz respeito aos indicadores de
lucratividade, market share de receitas do mercado de comunicações ópticas e investimentos
em P&D e Marketing&Vendas. Na figura 68, apresentamos os mesmos indicadores com os
dados de 2012, permitindo a visualização do ganho de market share e aumento dos
investimentos em P&D e Marketing&Vendas da Huawei, mantendo uma boa lucratividade
em comparação com os outros fabricantes.
Figura 67 - Investimento em Marketing, P&D x Market Share x Lucratividade em 2008.
Fonte: SCHMITT, 2013a; Relatórios Financeiros Anuais, 2009.
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
-80% -60% -40% -20% 0% 20% 40%
MktShareÓptico
Lucratividade
Círculos representam o investimento em P&D, Marketing e
Vendas em US$ (2008)
HUAWEI
CIENA
FUJITSU
CISCO
NSN
ALCATEL-LUCENT
ZTE
NEC
TELLABS
INFINERA
80
Figura 68 - Investimento em Marketing, P&D x Market Share x Lucratividade em 2012.
Fonte: SCHMITT, 2013a; Relatórios Financeiros Anuais, 2012.
De modo geral, os dados obtidos apontam uma tendência de concentração do mercado,
pois em 2008 os 10 fabricantes pesquisados representavam 78% das receitas do mercado e em
2012 esse número subiu para 86%. Além disso, a partir das médias dos dados de 2008 à 2012
dos 10 fabricantes pesquisados, exibidas na figura 69, é possível observar que houve um
aumento no percentual de receitas investidos em P&D, marketing e vendas. Em 2012, 15%
das receitas foi investido em P&D em média e 19% em Marketing & Vendas, enquanto que
em 2008 foram 12% e 16%, respectivamente. Na média, as empresas mencionadas
apresentaram lucratividade negativa, cerca de -2,4% ao ano. O endividamento ficou estável
em torno de 60,4%. Na média, as empresas mencionadas empregam mais de 70.000 pessoas e
estão presentes em mais de 100 países.
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
-60% -40% -20% 0% 20% 40%
MktShareÓptico
Lucratividade
Círculos representam o investimento em P&D, Marketing e
Vendas em US$ (2012)
HUAWEI
CIENA
FUJITSU
CISCO
NSN
ALCATEL-LUCENT
ZTE
NEC
TELLABS
INFINERA
81
Um ponto que chama a atenção nos resultados da pesquisa com os provedores
apresentada na figura 54 sobre a liderança percebida dos fabricantes é o item “Estabilidade
Financeira”, no qual os provedores percebem a Ciena como a mais estável, à frente de Huawei
e Cisco. Esta percepção é bem diferente da realidade apresentada pelos relatórios financeiros
destas empresas, uma vez que demonstram que a Ciena possui o maior endividamento entre
os fabricantes pesquisados, enquanto que a Huawei e a Cisco apresentam endividamento
abaixo da média dos fabricantes pesquisados.
Figura 69 - Média das 10 maiores em market share em receitas de equipamentos de redes ópticas.
Fonte: Relatórios Anuais dos Fabricantes de 2012, 2010 e 2009.
4. CONCLUSÃO
A qualidade e o acesso à infraestrutura de comunicação é um fator crucial para a
capacidade de inovação, competitividade e qualidade de vida dos países, e tanto governos
como empresas compreendem que será necessário ampliar e aprimorar suas redes de
comunicação.
As projeções de crescimento no tráfego de dados e o aumento na expectativa dos
usuários indicam que haverá demanda por maior capacidade dos sistemas de comunicação
óptica, mas também por mais flexibilidade e simplicidade de operação, convergência com as
redes de pacotes e integração dos serviços ofertados.
Para aproveitar as oportunidades desta fase dinâmica e superar os desafios, os
fabricantes de comunicações ópticas estão investindo mais em P&D, marketing e vendas
(cerca de 30% das receitas), oferecem soluções integradas com softwares e serviços, buscam
ampliar competências nas camadas de rede superiores (L0 à L3), colaboram entre si e com
empresas de outros segmentos, procuram diversificar a base de clientes para além de
operadoras de rede (comercializando diretamente com empresas de TI, de Mídia, ISPs,
Utilities, do setor Financeiro, de Defesa, Prefeituras, Universidades, entre outras), e estão
explorando o potencial das inovações tecnológicas da fotônica, das SDNs e dos sistemas
autonômicos cognitivos.
A análise dos dados sobre os fabricantes de comunicações ópticas entre 2008 e 2012
aponta uma tendência de concentração do mercado. Em 2012, os 10 fabricantes mencionados
neste trabalho corresponderam à 86% das receitas do mercado, enquanto que em 2008
correspondiam à 78%. Este movimento se deve principalmente ao crescimento na
participação das chinesas Huawei e ZTE, que até 2008 representavam cerca de 20% do
mercado e em 2012 chegaram à 33,7%, investindo mais em P&D e Marketing&Vendas, e
oferecendo preços competitivos.
Apesar da escala e da competição agressiva das chinesas Huawei e ZTE, a Alcatel-
Lucent demonstra que escala não garante êxito e perdeu 1/3 da sua participação no mercado,
enquanto a Ciena demonstrou que é possível ganhar fatias significativas do mercado
aplicando bem as inovações tecnológicas recentes, e conquistou o equivalente a mais de 30%
do market share da Huawei com menos de 3% do número de funcionários da gigante chinesa.
Projeções com regressão linear a partir dos dados entre 2008 e 2012 apontam que a Ciena
pode superar a Alcatel-Lucent em market share até 2014, ficando atrás somente da Huawei.
Para que os fabricantes nacionais possam se desenvolver e enfrentar as concorrentes
estrangeiras no mercado global, o governo brasileiro vem realizando uma série de medidas de
apoio ao desenvolvimento do setor (leis de incentivo, órgãos de fomento, poder de compra da
Telebrás), no entanto, será necessário ampliar interações entre governo-universidades-
empresas, aumentar a participação brasileira nos órgãos de padronização, adquirir
competências em softwares e serviços de rede para absorver e criar inovações tecnológicas,
investir pelo menos 30% das receitas em P&D e Marketing & Vendas, reduzir a dependência
de componentes importados e buscar conquistar mercados emergentes.
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Análise do mercado de fabricantes de redes ópticas na era da convergência

  • 1. Nicholas Fernandes Gimenes O MERCADO DOS FABRICANTES DE REDES ÓPTICAS NA ERA DA CONVERGÊNCIA UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas Campinas 2013
  • 2. Nicholas Fernandes Gimenes O MERCADO DOS FABRICANTES DE REDES ÓPTICAS NA ERA DA CONVERGÊNCIA UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas Campinas 2013 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Marketing Organizacional pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, sob a orientação do Profº Drº Paulo Sérgio de Arruda Ignácio.
  • 3. AGRADECIMENTOS Agradeço ao professor Paulo Ignácio por ter aceitado orientar este trabalho, e pelas valiosas contribuições e aulas excelentes. Agradeço aos professores Ruy Quadros e Luciana Lenhari, pelas conversas e referências que foram essenciais para a melhor compreensão do fenômeno da convergência entre os setores de Telecomunicações, TI e mídia.
  • 4. “Não faças de ti um sonho a realizar. Vai.” (Cecília Meirelles)
  • 5. RESUMO A convergência tecnológica entre os setores de Telecomunicações, TI e mídia afeta drasticamente os fabricantes de comunicações ópticas. Os impactos dessas transformações precisam ser compreendidos para que a crescente demanda por redes ópticas seja atendida com o máximo de benefícios socioeconômicos para o país. O objetivo deste trabalho é assinalar as transformações tecnológicas e mercadológicas causadas pela convergência e apresentar o estado atual do segmento. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico e uma comparação entre os 10 fabricantes de redes ópticas com maior market share global em receitas. As principais mudanças identificadas no segmento são: liderança da chinesa Huawei e maior concentração do mercado, maior percentual das receitas investido em P&D e Marketing & Vendas, maior importância de software e serviços nas soluções ofertadas, diversificação da base de clientes, a convergência entre redes ópticas e de pacotes, a ampliação de competências para camadas superiores de rede (L0 à L3) e as oportunidades advindas de inovações na fotônica, SDNs e em sistemas autonômicos cognitivos. Dentre os desafios apontados para que os fabricantes nacionais consigam competir em nível global estão a intensificação da colaboração entre governo-universidades-empresas e da participação nos órgãos de padronização, ampliação de competências em softwares e serviços, investir cerca de 30% das receitas em P&D e Marketing & Vendas, entrar em outros mercados emergentes e reduzir a dependência de componentes importados. Palavras-chave: Convergência, Comunicações Ópticas, Internet, Redes, Banda Larga, Inovação, Serviços.
  • 6. ABSTRACT Technological convergence between the sectors of telecommunications, IT and media dramatically affects equipment vendors in optical communications. The impacts of these changes need to be understood to meet the growing demand for optical networks and maximize the socio-economic benefits for the country. The objective of this work is to identify the changes caused by technological and market convergence and present the current state of this market segment. For this, it was conducted a literature review and a comparison of the 10 vendors of optical networks with greater global market share in revenues. The major changes identified in the segment are: Huawei's leadership and increase in market concentration, higher percentage of revenues invested in R&D and Marketing & Sales, growing importance of software and services in the offered solutions, diversification of the customer segments, convergence of optical and packet networks, expanding skills in higher network layers (L0 to L3) and arising opportunities from innovations in photonics, SDNs and cognitive autonomic systems. The challenges faced by the domestic vendors to compete on a global level are intensifying collaboration between government-university-business and participation in standardization groups, expanding skills in software and services, investing about 30% of revenue in R&D and Marketing & Sales, entering in other emerging markets and reducing dependence on imported components. Keywords: Convergence, Optical Communications, Internet, Networks, Broadband, Innovation, Services.
  • 7. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................9 2. PANORAMA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES .........................11 2.1. Fase da Pré-Convergência e dos Monopólios: Década de 60 até 1997...11 2.2. Fase da Convergência e da Abertura do Mercado: de 1997 até 2013 .....13 2.3. Composição Genérica do Setor de Telecomunicações............................19 2.3.1. Grupo 1: Fornecedores .......................................................................20 2.3.2. Grupo 2: Operadores de Rede.............................................................21 2.3.3. Grupo 3: Provedores de Conteúdo e Aplicativos ...............................25 2.3.4. Grupo 4: Consumidores......................................................................27 2.3.5. Órgãos de Regulação ..........................................................................27 2.3.5.1. Ministério das Comunicações ........................................................27 2.3.5.2. ANATEL........................................................................................27 2.3.5.3. TELEBRASIL................................................................................28 2.3.6. Órgãos de Fomento.............................................................................28 2.3.6.1. FINEP.............................................................................................28 2.3.6.2. BNDES...........................................................................................29 2.3.6.3. Fundos Setoriais: FUNTELL, FISTEL e FUST ............................29 2.3.6.4. Leis de Incentivo............................................................................31 2.3.6.4.1. Lei da Informática, Lei da Inovação e Lei do Bem...................32 2.3.6.4.2. Lei das Licitações......................................................................34 2.3.6.4.3. REPNBL....................................................................................34 2.3.7. Órgãos de Ensino e Pesquisa ..............................................................34 2.3.8. Órgãos de Padronização .....................................................................35 2.3.8.1. International Telecommunication Union - ITU.............................36 2.3.8.2. International Organization for Standardization - ISO ..................36 2.3.8.3. International Electrotechnical Commission - IEC.........................36 2.3.8.4. Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE ..............37 2.3.8.5. Optical Intemetworking Forum - OIF............................................37 2.3.8.6. Internet Engineering Task Force - IETF .......................................37 2.4. Demanda por Infraestrutura de Telecomunicações .................................37
  • 8. 3. MERCADO DE REDES ÓPTICAS ............................................................51 3.1. Tecnologias..............................................................................................51 3.1.1. Fibras Ópticas .....................................................................................51 3.1.2. DWDM - Dense Wavelength-Division Multiplexing..........................52 3.1.3. FTTH - Fiber-to-the-Home.................................................................56 3.1.4. P-OTN – Packet-Optical Transport Networks ...................................57 3.1.5. PIC – Photonic Integrated Circuits ....................................................60 3.1.6. SDN - Software Defined Networks.....................................................61 3.1.7. Redes Autonômicas e Cognitivas .......................................................63 3.2. Análise dos Principais Fabricantes de Redes Ópticas .............................65 3.2.1. Dados Coletados sobre os Fabricantes de Redes Ópticas...................67 3.2.1.1. HUAWEI .......................................................................................68 3.2.1.2. ALCATEL-LUCENT ....................................................................69 3.2.1.3. CISCO............................................................................................70 3.2.1.4. CIENA ...........................................................................................71 3.2.1.5. ZTE ................................................................................................72 3.2.1.6. NOKIA SOLUTIONS AND NETWORKS...................................73 3.2.1.7. TELLABS ......................................................................................74 3.2.1.8. INFINERA.....................................................................................75 3.2.1.9. FUJTISU ........................................................................................76 3.2.1.10. NEC................................................................................................77 3.2.2. Discussão dos dados obtidos ...................................................................78 4. CONCLUSÃO .............................................................................................82 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................84
  • 9. 9 1. INTRODUÇÃO A substituição gradual das redes comutadas por circuitos por redes comutadas por pacotes IP possibilitou a oferta integrada de serviços de voz, vídeo e dados em uma mesma rede. Anteriormente, a oferta de voz, vídeo e dados ocorria de forma separada, em redes distintas e especializadas. Esta convergência de tecnologias de rede e de serviços propiciou a convergência dos setores de telecomunicações, TI e mídia, e impactou profundamente os fabricantes de equipamentos de rede. Até a década de 80, antes da fase de convergência das tecnologias de rede e da abertura dos mercados de telecomunicações, os fabricantes de equipamentos de rede eram parte de um sistema de inovação fechado, dominado pelo monopólio estatal, com foco na produção de hardware para redes estáticas e comutadas por circuitos, especializadas em cada tipo serviço (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004). Atualmente, os fornecedores nacionais enfrentam um ambiente com forte competição estrangeira (principalmente das chinesas Huawei e ZTE) em um sistema de inovação aberto e global, com altos investimentos em P&D, enormes economias de escala, padronização tecnológica, segmentos variados de clientes (Operadoras, TI, Mídia, ISPs, Utilities, Financeiro, Defesa, Prefeituras), diferenciação através de softwares e serviços (LICKS, 2012; SPADINGER, 2012) e foco em redes ópticas convergentes comutadas por pacotes (PERRIN, 2009, 2013). Além disso, os fabricantes estão tendo que se posicionar frente a inovações tecnológicas complexas na fotônica e em sistemas autonômicos cognitivos (FURTADO, REGO e LOURAL, 2005), e com potencial disruptivo como as Software Defined Networks, que possibilitam a utilização de hardware comoditizado e controle da rede via programação em padrão aberto OpenFlow. (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al., 2011). O objetivo central deste trabalho é apontar as transformações impulsionadas pela convergência no mercado de equipamentos de comunicações ópticas e apresentar o estado atual deste segmento. Como objetivo secundário pretende-se levantar quais fabricantes estão obtendo resultados positivos com a convergência e quais ações podem ser adotadas pelos fabricantes nacionais para aproveitar as oportunidades desta fase dinâmica. Este trabalho se justifica em virtude da infraestrutura de comunicações ser alavanca para inovação e crescimento econômico (ARTHUR D. LITTLE, 2013; KELLY e ROSSOTTO, 2012), e a demanda atual requerer maior utilização de equipamentos de comunicação óptica (REGO, LOURAL, et al., 2011). O governo brasileiro vem implantando
  • 10. 10 uma série de medidas para ampliar essa infraestrutura (SZAPIRO, 2012), e para atender a esta demanda e alcançar os benefícios sociais esperados (inclusão social, universalização da banda larga, criação de empregos, desenvolvimento de competências tecnológicas, entre outros) é fundamental buscar compreender as transformações deste mercado e fortalecer os fabricantes nacionais. A pesquisa foi resultado de um levantamento bibliográfico sobre as características da fase da pré-convergência e sobre as condições atuais do mercado de telecomunicações, com enfoque no segmento de redes ópticas, e também foi realizada uma análise comparativa dos dados dos principais fabricantes, apontando as tendências de investimentos em P&D e Marketing, e quais fabricantes estão obtendo resultados positivos nesta fase de convergência. O trabalho está estruturado em 2 partes. A primeira consiste no panorama geral do setor de telecomunicações no qual são abordadas as características da fase de pré- convergência e da fase atual, os principais grupos de atores do setor com base no modelo de Fransman (2007) e os órgãos de fomento, de regulação, de padronização e de ensino e pesquisa; também são apresentadas projeções da demanda pelos serviços de comunicação e qual a situação do Brasil no atendimento a esta demanda. Na segunda parte, foi analisado em maior detalhe o mercado de comunicações ópticas, apresentando as tecnologias mais importantes, os dados financeiros sobre os principais fabricantes mundiais e as conclusões feitas com base no levantamento realizado.
  • 11. 11 2. PANORAMA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES 2.1. Fase da Pré-Convergência e dos Monopólios: Década de 60 até 1997 Durante esta fase, o setor de telecomunicações era considerado um monopólio natural, privado e com forte regulação, como a AT&T nos EUA, ou estatal, como foi o caso no Japão, na França, na Alemanha e no Brasil (GALINA e PLOSNKI, 2005). As organizações responsáveis pela operação da infraestrutura de telecomunicações podiam ser integradas verticalmente, incorporando os seus próprios fornecedores de equipamentos, como ocorreu na AT&T, ou horizontalmente, com fornecedores nacionais e multinacionais, como a Telebrás. Havia também monopólios bilaterais, como a relação da NTT com a NEC e a Fujitsu, da Deutsche Telekom com a Siemens e da France Telecom com a Alcatel (GALINA e PLOSNKI, 2005). O paradigma tecnológico do setor era a comutação por circuitos, utilizando dispositivos eletromecânicos e analógicos. As redes de telefonia eram compostas por linhas fixas ligadas através de centrais, que eram utilizadas pelas operadoras para ofertar serviços de voz (ligações locais e de longa distância, fax e 0800). As redes de radiodifusão eram independentes da rede de telefonia e dispunham de padrões tecnológicos próprios (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004). A falta de concorrência gerava um ambiente de baixo incentivo para expansão e melhoria dos serviços, que operava com ineficiências e custos elevados, restringindo a competitividade de outros setores da economia (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004). A introdução de inovações na microeletrônica e nas tecnologias da informação abriu um novo paradigma tecnológico, baseado na comutação por pacotes, permitindo o empacotamento e a transmissão de sinais de voz, dados e vídeo, em uma mesma rede convergente. Essas tecnologias possibilitaram a oferta de diferentes serviços de forma independente da oferta da rede, transformando o cenário competitivo e viabilizando o surgimento de novos posicionamentos e competidores (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004; FURTADO, REGO e LOURAL, 2005; LENHARI e QUADROS, 2010; LOURAL e LEAL, 2010; LICKS, 2012; SPADINGER, 2012). Na figura 1 é ilustrada a mudança decorrente da convergência tecnológica na distribuição de conteúdo:
  • 12. 12 Figura 1 – Convergência de Tecnologias: transição de redes especializadas para redes convergentes, comutadas por pacotes com base no protocolo IP. Fonte: Adaptado de SPADINGER, 2012, p.54.
  • 13. 13 Para atender a demanda pelos novos serviços, as operadoras monopolistas foram sendo privatizadas e agências governamentais foram criadas para regulação do setor. O mercado se mostrou atrativo para novos entrantes, que podiam oferecer diversos serviços sem possuir uma ampla infraestrutura de rede (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004). No Brasil, até a década de 60, os serviços de telecomunicações eram ofertados por empresas privadas. No entanto, a necessidade de maior padronização e integração dos sistemas em escala nacional e internacional, culminou na implantação do monopólio estatal (através da aquisição do controle acionário das empresas existentes pela Telebrás, criada em 1972) e fornecimento de equipamentos por empresas estrangeiras como a Ericsson, NEC e Siemens (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004). Em 1976, foi criado o CPqD, que passou a realizar grande parte da P&D do setor, elaborando especificações, protótipos e transferindo tecnologias para indústrias nacionais dispostas a fabricar para a Telebrás, com financiamentos disponibilizados pelo FNT – Fundo Nacional de Telecomunicações (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004; LICKS, 2012;). As dificuldades econômicas e políticas do governo limitavam os investimentos da Telebrás. As indústrias nacionais tinham orientação para o mercado interno, e se enfraqueceram com os baixos investimentos no setor. Por outro lado, a demanda por serviços de maior qualidade e a necessidade de ganhar competitividade fortaleceram a discussão sobre a abertura do mercado, como vinha ocorrendo em outros países, por exemplo, EUA e Inglaterra (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004). 2.2. Fase da Convergência e da Abertura do Mercado: de 1997 até 2013 Seguindo a posição de outros países, em 1997 foi criada no Brasil a Lei Geral das Telecomunicações (LGT), que tinha por objetivo promover a abertura do mercado e incentivar a competição, e a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) foi constituída para atuar na regulação (SBRAGIA, GALINA, et al., 2004; LICKS, 2012). As empresas do sistema Telebrás foram privatizadas em 1998. O mercado emergente atraiu grandes fabricantes estrangeiros (Nortel, Nokia, Alcatel, Lucent e Motorola) e incentivou a expansão dos fabricantes já presentes no país (Siemens, NEC e Ericsson). Os subsídios e incentivos fiscais concedidos pela Lei da Informática (1991) e financiamentos
  • 14. 14 oferecidos pelo BNDES também foram de grande importância para o desenvolvimento deste novo arranjo setorial (LICKS, 2012) A convergência tecnológica, a padronização e modularização dos equipamentos e a economia de escala favoreceram aquisições e fusões entre operadoras (Brasil Telecom e Oi, Telefonica e Vivo, TIM e Intelig, Claro e NET, Claro e Embratel) e entre fabricantes (Alcatel- Lucent, Sony-Ericsson, Nokia-Siemens, Ciena e Nortel, entre outros). No entanto, esse movimento promoveu uma uniformização das tecnologias e dos serviços ofertados pelas operadoras, que passaram a apresentar poucos diferenciais entre si (SPADINGER, 2012). Por outro lado, a crescente penetração de banda larga fixa e móvel propiciou a oferta online de uma variedade de aplicativos e de conteúdos multimídia por empresas de mídia e de TI. Os operadores viram a ARPU (Average Revenue per User) diminuir, em função da menor utilização de voz e SMS (que perdem atratividade para o usuário frente aos serviços de redes sociais, mensagens instantâneas e VoIP), enquanto a taxa de utilização de suas redes cresceu exponencialmente (principalmente em virtude dos serviços de video streaming e compartilhamento de arquivos) e o seus mercados de origem se tornaram cada vez mais restritos para aquisição de novos assinantes, em virtude da penetração quase universal da banda larga nos países desenvolvidos (SPADINGER, 2012; CHETAN SHARMA CONSULTING, 2012). Esse cenário também suscitou a discussão em torno da Neutralidade da Rede, uma vez que operadoras argumentam que deveria ser permitido pela regulação do setor tratar de forma diferenciada os pacotes transmitidos, viabilizando a oferta e a cobrança por QoS (Quality of Service) diferentes, de acordo com o que estiver sendo utilizado (TELEBRASIL, 2013b); por exemplo, videoconferência necessita de mais banda com comunicação em tempo real e simétrica, voz usa pouca banda, mas necessita de comunicação em tempo real e simétrica; e- mail requer pouca banda e não necessita de comunicação em tempo real e simétrica, entre outros (CHEN, FARLEY e YE, 2004). Além disso, as operadoras discutem se os investimentos necessários para atingir as metas de universalização e qualidade impostas pela ANATEL deveriam ser compartilhados com as empresas de TI e Mídia (LICKS, 2012). A discussão é ampla e não é tema deste trabalho, porém é um conflito presente entre as empresas de mídia, TI e operadoras, e configura um grande problema para agências reguladoras no mundo todo, pois a inspeção dos pacotes pelas operadoras para oferta de banda poderia limitar as inovações no setor e gerar preocupações em torno da privacidade e segurança dos dados (WOHLERS, 2010; COMITÊ GESTOR DA INTERNET, 2012;).
  • 15. 15 Para enfrentar os desafios da convergência entre as indústrias, os operadores adotaram as seguintes diretrizes estratégicas (FLEURY, FLEURY e BATAGLIA, 2004; SPADINGER, 2012; LICKS, 2012; SZAPIRO, 2012): Competir e Colaborar com empresas de mídia e TI na oferta convergente de serviços, plataformas, aplicações e conteúdos; Aumentar a presença em mercados emergentes; Implantação (gradual) de equipamentos para redes convergentes comutadas por pacotes, com suporte a múltiplos serviços e interoperáveis com os equipamentos legados; Deixar as atividades de P&D e suporte às tecnologias de rede cada vez mais a cargo dos fabricantes de equipamentos; Na figura 2 é mostrada como a convergência das tecnologias de rede ocasionou na convergência dos serviços dos segmentos de Telecomunicações, TI e Mídia, formando um setor convergente que tem sido chamado de setor de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), Infocomunicações ou Multimídia (FRANSMAN, 2007; SPADINGER, 2012). Figura 2 - União das cadeias de valor de telecomunicações, TI e mídia. Fonte: Adaptado de BARRET e SLAVOVA, 2011, p.22.
  • 16. 16 Na figura 3 são apresentados dados da Telebrasil e do IBGE sobre os setores que estão inseridos neste contexto de convergência digital e algumas particularidades de cada um no âmbito econômico e regulatório: Figura 3 - Dados gerais sobre os segmentos de Telecomunicações, Provedores de Serviços e Conteúdo na Internet, e Audiovisual, Rádio e TV. Fonte: Extraído de LEVY, 2013, p.22. A mudança estratégica das operadoras teve forte impacto nos fabricantes de equipamentos de rede. Para enfrentar a comoditização do hardware e a consolidação das operadoras, os fornecedores de equipamentos estão se dedicando mais intensamente às atividades de P&D (com importância cada vez maior do desenvolvimento de software), terceirizando atividades rotineiras de produção, oferecendo soluções integradas e dando maior enfoque aos serviços (treinamentos, consultorias, integração de sistemas, gestão de redes), além de atender diretamente empresas de outros segmentos (TI, Mídia, pequenos provedores, Utilities, Defesa, Financeiro, Prefeituras, Universidades, Institutos de Pesquisa, entre outros). Na figura 4 são ilustradas as mudanças na atuação dos fabricantes de equipamentos, das operadoras de rede, dos provedores de serviços e das empresas de Internet e Software, nas quais a oferta de software e serviços ganhou maior importância:
  • 17. 17 Figura 4 - Mudanças na atuação das empresas de ICT em virtude da convergência digital. Fonte: Adaptado de ACKER, GROENE e SCHROEDER, 2012, p.9. Na figura 5 é possível observar um crescimento significativo a partir de 2003 no número de empregados no setor de Telecomunicações trabalhando em serviços: Figura 5 - Crescimento no total de funcionários atuando em serviços de telecomunicações. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.76. Atualmente, os fornecedores nacionais enfrentam um ambiente com intensa competição estrangeira, sobretudo em preço pelas chinesas Huawei e ZTE, que contam com forte incentivo do governo chinês, amplo mercado interno para se apoiar e uma extensa base de fornecedores de componentes. Em contraposição, os fabricantes brasileiros apresentam grande dependência de componentes importados, baixa interação entre universidade e empresa, pouca influência na definição dos padrões tecnológicos, atuação segmentada e escala limitada ao mercado nacional (SPADINGER, 2012; SZAPIRO, 2012).
  • 18. 18 O governo brasileiro é ciente do efeito multiplicador das telecomunicações na produtividade dos demais setores (KELLY e ROSSOTTO, 2012; ARTHUR D. LITTLE, 2013) e vem implantando políticas para promover o desenvolvimento dos fabricantes nacionais e a universalização da banda larga. Entre os principais instrumentos utilizados estão as leis de incentivo (Lei do Bem e a Lei da Informática, por exemplo), financiamentos (FUNTTEL, FINEP, BNDES), poder de compra com a reativação da TELEBRÁS e o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), e a Lei 12.349/2010 que estabelece a preferência para equipamentos nacionais em editais públicos até 25% mais caros do que o concorrente estrangeiro de menor preço, desde que comprovadas as contrapartidas na geração de empregos, investimentos em P&D e arrecadação de tributos (REGO, LOURAL, et al., 2011). No quadro 1 foi elaborado um resumo das diferenças em diversos aspectos entre a fase de pré-convergência e monopólios, até a década de 90 no Brasil, e a fase da convergência e de abertura do mercado, que representa o contexto atual do setor. Pré-Convergência (déc. 70-90) Convergência (déc. 2000-10) Regime Monopólio Competição Atores poucos, com atuação específica vários atores, atuação multifacetada Cadeia de Valor Linear Rede, mais complexa e interativa Escala Doméstica Global Oferta Rede = Serviços Oferta de serviços pode ocorrer independente da oferta de rede Modelo Technology push Market pull Incentivo p/ entrada Baixo Alto Padronização Proprietária Aberta Organização p/ Inovação Sequencial Cooperativa Foco Produtos Serviços Ciclo de vida Longo Curto Conhecimento Fragmentado Base comum Integração setorial Vertical (EUA) ou Quase (EUR, BRA) Horizontal Política Industrial Substituição de Importações Inserção no mercado internacional Comutação Circuitos Pacotes IP Redes Especializadas para cada serviço Convergente e multisserviço Tipos de Serviços Voz Voz, Dados, Som, Imagem Atividades de P&D Principalmente nas operadoras Principalmente nos fabricantes Poder na Cadeia Centralizado nas Operadoras Distribuído Clientes dos fabricantes Operadoras (monopolistas) Operadoras, TI, Mídia, ISPs, Utilities, Defesa, Financeiro, Goverpo, etc Fontes de Receitas dos fabricantes Hardware Hardware, Software, Serviços (Treinamentos, Consultorias, Integração, Instalação, Leasing, gestão de redes, etc) Estratégia Custo Orientação para o Cliente, Agregar Valor Quadro 1 - Resumo das mudanças no setor de telecomunicações em virtude da convergência. Fonte: Adaptado de CAPELLA FILHO, 2006, p.29; FRANSMAN, 2001, p.97.
  • 19. 19 2.3. Composição Genérica do Setor de Telecomunicações Segundo o modelo de Fransman (2007 apud LICKS, 2012; LOURAL e LEAL, 2010), apresentado na figura 6, o setor é dividido em 4 grupos principais: Fornecedores, Operadores de Rede, Provedores de Conteúdo/Aplicações e os Consumidores. A convergência tecnológica está diluindo os limites entre os grupos e intensificando suas as relações de competição, colaboração e comércio. Figura 6 - Modelo de Fransman do setor convergente de TIC (Tecnologias de Informação e Comcunicação). Fonte: Adaptado de FRANSMAN, 2007.
  • 20. 20 Além dos 4 grupos principais (Fornecedores, Operadores, Provedores de Serviços e Consumidores), temos mais 4 outros grupos com influência na dinâmica no setor: os órgãos de regulação, órgãos de padronização, órgãos de fomento e órgãos de ensino e pesquisa. Nos próximos itens será explicada a atuação de cada grupo. 2.3.1. Grupo 1: Fornecedores As empresas fornecedoras atuam basicamente em um ou mais destes segmentos (LICKS, 2012; GALINA e PLOSNKI, 2005): Fabricantes de componentes, materiais de infraestrutura (chips, fibras ópticas, conectores, cabos, antenas). Exemplos: Furukawa, Corning, 3M. Fabricantes de terminais (celulares, tablets, PCs) e acessórios. Exemplos: Apple, Samsung, HP, LG, Huawei. Fabricantes de Equipamentos para Redes (roteadores, switches, amplificadores, multiplexadores, modems). Exemplos: Cisco, Juniper, Alcatel-Lucent, Huawei, Padtec, NEC. Fornecedores de Software (Gerência de Redes, CRM, Detecção de Fraudes, Cobrança). Exemplos: Cisco, HP, CPqD, Trópico. Prestadoras de Serviços (Instalação, Consultorias, Treinamentos, Gerenciamento de Redes). Exemplos: Alcatel-Lucent, NEC, PSG Telecom. Os fabricantes de equipamentos para redes ópticas são o objeto principal deste trabalho e serão analisados com mais detalhes no capítulo 3.
  • 21. 21 2.3.2. Grupo 2: Operadores de Rede As operadoras de rede englobam as empresas que oferecem serviços de rede de telefonia fixa e móvel, banda larga fixa e móvel, TV a cabo e via Satélite. Há um movimento de consolidação dentro do grupo entre gigantes como Vivo-Telefonica, Tim-Intelig, Oi-Brasil Telecom-Portugal Telecom, América Móvil-Telmex-Claro-Embratel-NET, Vivendi-GVT (TELECO, 2012). Além das grandes operadoras, segundo o Ministério das Comunicações (2013c) atuam no Brasil cerca de 3.800 pequenos provedores locais (ISPs – Internet Service Providers). No quadro 2 estão listados os movimentos de consolidação envolvendo os grandes operadores no Brasil, entre o período de 2000 à 2012: Aquisição Anúncio Aprovação Anatel Embratel assume controle da Net Jan/12 Sky compra Acom Comunicações (MMDS) Jan/12 - Telesp S. A. incorpora a Vivo Mar/11 Mar/11 Portugal Telecom entra na Oi Jul/10 Out/10 Telefonica compra parte da Portugal Telecom na Vivo Jul/10 Set/10 Tim compra a Intelig Mar/09 Mai/10 Vivendi compra a GVT Nov/09 Nov/09 Net compra a ESC 90 Set/08 Jun/09 Oi compra Brasil Telecom Abr/08 Dez/08 Vivo compra a Telemig Celular Ago/07 Out/07 Oi compra Amazônia celular Dez/07 Mar/08 Net compra a BIGTV Dez/07 Dez/08 Net compra a Vivax Out/06 Mai/07 Oi compra Way TV Jul/06 Out/07 Telefonica compra TVA* Out/06 Out/07 Fusão da Sky com a DirecTv Out/04 Nov/05 Telmex adquiriu participação na Net incorporada em Set/05 na Embratel Jun/04 Mar/06 Telmex compra Embratel Mar/04 Jun/04 Embratel compra a Vesper Ago/03 Nov/03 Portugal Telecom e Telefonica unificam suas operações de celular no Brasil formando a Vivo 2002 - Claro foi formada pela aquisição de várias operadoras de celular entre 2000 e 2005. - - Quadro 2 - Principais fusões e aquisições realizadas entre os grupos de operadoras no Brasil entre 2000-2012. Fonte: Extraído de TELECO, 2012.
  • 22. 22 No quadro 3 são apresentados os dados financeiros dos principais grupos de operadores no Brasil, e em destaque está o lider de cada categoria em 2012: 2012 Receita (%) Market Share (Acessos) Bruta Líquida Fixos Celulares Banda Larga TV por assinatura Telefônica/Vivo 26,2% 26,0% 23,8% 29,1% 19,7% 3,7% Oi/PT 23,1% 21,5% 42,1% 18,8% 30,0% 4,6% Claro/Embratel/Net 22,3% 23,5% 21,9% 24,9% 29,7% 52,5% Tim/Intelig 14,5% 14,4% 1,1% 26,9% - - Nextel 4,2% 4,3% - - - - GVT/Vivendi 3,6% 3,3% 8,2% - 11,4% 2,6% Sky 4,5% 5,3% - - - 31,1% Outros 1,5% 1,8% 2,9% 0,3% 9,3% 5,5% Total Brasil 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Quadro 3 - Principais grupos de operadoras no Brasil. Fonte: Adaptado de TELECO, 2012. Na figura 7 estão listadas as maiores operadoras em nível global. No Brasil, estão a Telefónica e também a América Móvil, que controla o grupo Claro, Embratel e NET. Figura 7 - As 10 maiores operadoras de rede em volume de vendas no mundo em 2011. Fonte: Extraído de BARRAULT, 2013, p.12.
  • 23. 23 Na figura 8 é possível observar a evolução do market share das operadoras no mercado de telefonia móvel. No início dos anos 2000, a Vivo dominava com mais de 50% de market share. Atualmente, 4 grandes operadoras detém cerca de 99% do mercado: a Vivo, a TIM, a Claro e a Oi. Figura 8 - Evolução do Market Share (%) dos Celulares. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.97. No mercado de banda larga, a Telefonica perdeu metade do market share na última década, enquanto a NET triplicou sua participação e se tornou líder juntamente com a Oi, conforme apresentado na figura 9. Figura 9 - Evolução do Market Share (%) de Banda Larga. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.118.
  • 24. 24 Na figura 10 é mostrado o histórico no segmento de TV por assinatura, no qual o grupo da Embratel-NET-Claro é líder com 52% de market share, seguido pela Sky com 31%. Figura 10 - Evolução do Market Share (%) de assinantes de TV por Assinatura Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.127. Na telefonia fixa, a liderança é da Oi com mais de 40% de market share, seguida pela Telefonia e Embratel com cerca de 20% cada, como pode ser observado na figura 11. Figura 11 - Evolução do Market Share (%) de Acessos de Serviço Telefônico Fixo Comutado. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.88. Em 2010, pelo decreto N° 7.175/2010 o governo deu início ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e reativou a Telebrás (Telecomunicações Brasileiras S.A. - empresa de economia mista), com o objetivo de oferecer uma infraestrutura de comunicação pública com preços baixos e qualidade para regiões sem acesso ou precariamente atendidas. Entre as
  • 25. 25 estratégias adotadas, está o fortalecimento de pequenos provedores locais (ISPs – Internet Service Providers) com financiamentos e incentivos para construírem as redes de acesso (TELECO, 2013c; SZAPIRO, 2012). 2.3.3. Grupo 3: Provedores de Conteúdo e Aplicativos A maioria das empresas que compõe o grupo atua nas áreas de mídia, TI ou web e criam conteúdos, aplicativos e plataformas que serão comercializados através da internet para os usuários finais. Muitas vezes a oferta é independente da oferta da rede pelas operadoras, embora necessite que seus clientes tenham conectividade com a internet. Essa cadeia de ofertas independentes de serviços interdependentes é demonstrada na figura 21. As ofertas de serviços de VoIP e redes sociais por provedores (Skype, Whatsapp, Google, Facebook) estão competindo com os serviços de voz e SMS e substituindo-os, que ainda são a principal fonte de receitas das operadoras (LICKS, 2012; SPADINGER, 2012). Figura 12 - Oferta de Conteúdos através de aplicativos e distribuídos trafegando nas redes das operadoras. Fonte: Adaptado de MONTEIRO, 2012, p.3.
  • 26. 26 Os serviços de vídeo e cloud computing (Globo, Youtube, Netflix, Dropbox, entre outros) aumentam exponencialmente a taxa de ocupação das redes das operadoras e elevam os custos da operação da rede. A regulação brasileira não permite que as operadoras tratem os pacotes de dados de forma diferenciada, a fim de manter a neutralidade da rede. A preocupação principal é referente à privacidade dos dados e sobre possíveis restrições às inovações no setor (COMITÊ GESTOR DA INTERNET, 2012; WOHLERS, 2010). As operadoras argumentam que tratando os pacotes de dados de forma diferenciada, seria possível oferecer uma qualidade de conexão adequada conforme o serviço contratado (TELEBRASIL, 2013b). Na figura 13 estão listados diversos serviços online e a velocidade de conexão que necessitam. Os serviços que envolvem vídeo digital de alta qualidade requerem uma conexão entre 10 Mbit/s e 100 Mbit/s. Figura 13 – Velocidade de conexão exigida por tipo de serviço. Fonte: Adaptado de KELLY e ROSSOTTO, 2012, p.18.
  • 27. 27 2.3.4. Grupo 4: Consumidores Os serviços de telecomunicações são consumidos por indivíduos e organizações em praticamente todos os setores da economia. Permite o acesso a uma grande variedade de serviços e conteúdos, ganhos de produtividade, trabalho remoto, crescimento econômico, inovações e inclusão social. (ARTHUR D. LITTLE, 2013; KELLY e ROSSOTTO, 2012) Entre os principais setores que contratam os serviços de telecomunicações estão organizações públicas, financeiras, institutos de pesquisa e ensino, utilities, empresas de TI e de mídia. 2.3.5. Órgãos de Regulação 2.3.5.1. Ministério das Comunicações O Ministério das Comunicações (MiniCom) faz parte do poder executivo federal e é responsável pela formulação das políticas nas áreas de radiodifusão, serviços postais, telecomunicações e inclusão digital, além de fiscalizar a atuação da ANATEL, dos Correios (ECT), da Telebras e os serviços de radiodifusão. Foi criado pelo Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2013b). 2.3.5.2. ANATEL A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi instalada em 5 de Novembro de 1997, de acordo com a Lei Geral das Telecomunicações (LGT - Lei nº 9.472/1997). Esta agência reguladora é vinculada ao Ministério das Comunicações, mas com total autonomia administrativa e financeira, e suas decisões somente podem ser contestadas na Justiça (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2013a). Dentre as atribuições da Anatel, estão (AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2013):
  • 28. 28 Expedir normas quanto à prestação dos serviços de telecomunicações; Administrar o espectro de radiofrequências e o uso de órbitas; Homologar os equipamentos de telecomunicações de acordo com os padrões estabelecidos; 2.3.5.3. TELEBRASIL A Associação Brasileira de Telecomunicações (TELEBRASIL) é um importante agente no ambiente regulatório das Telecomunicações, e reúne os principais fornecedores, prestadores de serviços e provedores para discutir os posicionamento das empresas privadas nas questões regulatórias do setor (TELEBRASIL, 2013c). 2.3.6. Órgãos de Fomento O governo busca fomentar as empresas nacionais do setor através de financiamentos, subvenção econômica, investimento direto, incentivos fiscais e do poder de compra do governo. Entre os órgãos de fomentos de maior destaque estão a FINEP e o BNDES (SZAPIRO, 2012). 2.3.6.1. FINEP A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) é subordinada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e visa financiar a inovação tecnológica e a pesquisa científica de instituições públicas ou privadas (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2013). Entre os principais programas disponibilizados pela FINEP estão o Programa Subvenção Econômica e o Programa FINEP Inova Brasil.
  • 29. 29 2.3.6.2. BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e tem por finalidade oferecer financiamentos (reembolsáveis e não reembolsáveis) de longo prazo e efetuar investimentos em setores estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico do país. O BNDES tem programas de apoio para aquisição de equipamentos, exportação de bens e serviços, e de fortalecimento do capital das empresas (BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, 2013). 2.3.6.3. Fundos Setoriais: FUNTELL, FISTEL e FUST Os fundos primários utilizados pelo governo para financiar os projetos no setor de telecomunicações são o FUNTTEL, o FISTEL e o FUST. Pela figura 14 é possível observar a evolução da arrecadação em cada fundo setorial para desenvolvimento das telecomunicações. Figura 14 - Arrecadação do Funttel, Fust e Fistel. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.151. No quadro 4, estão listadas a descrição, a finalidade e as principais fontes de receitas dos 3 maiores fundos para o setor de telecomunicações:
  • 30. 30 FUNTTEL - Descrição Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações - FUNTTEL, instituído pela Lei no 10.052, de 28/11/2000. - Finalidade estimular o processo de inovação tecnológica, incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a geração de empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a recursos de capital, de modo a ampliar a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações. - Fonte principal de receita contribuição de 0,5% sobre a receita bruta das empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, decorrente de prestação de serviços de telecomunicações, excluindo-se, para determinação da base de cálculo, as vendas canceladas, os descontos concedidos, o ICMS, o PIS e a COFINS. FISTEL - Descrição Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) criado pela Lei nº 5070 de 07/07/66. - Finalidade prover recursos para cobrir despesas feitas pelo Governo Federal na execução da fiscalização de serviços de telecomunicações, desenvolver os meios e aperfeiçoar a técnica necessária a essa execução. - Fontes principais de receita • Taxas de fiscalização: Instalação (TFI) e Funcionamento (TFF) • 50% das receitas de outorga de concessões, permissões e autorizações de uso de radiofrequências e as decorrentes de multas previstas na LGT. FUST - Descrição O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), instituído pela Lei no 9.998, de 17/08/2000. - Finalidade proporcionar recursos destinados a cobrir a parcela de custo exclusivamente atribuível ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações, que não possa ser recuperada com a exploração eficiente do serviço. Fontes principais de receita • 50% das receitas de outorga de concessões, permissões e autorizações de uso de radiofrequências e as decorrentes de multas previstas na LGT, a té o limite máximo anual de R$ 700 milhões. • 100% das receitas de transferência de concessões, permissões e autorizações de uso de radiofrequências. • 1% da receita operacional bruta, decorrente de prestação de serviços de telecomunicações, excluindo-se o ICMS, o PIS e a COFINS. Quadro 4 - Fundos públicos para investimentos no setor de Telecomunicações. Fonte: Adaptado de TELECO, 2013a.
  • 31. 31 2.3.6.4. Leis de Incentivo A partir da década de 90, o governo brasileiro implantou diversas leis de incentivo e desonerações para ampliação da infraestrutura de telecomunicações e das atividades de P&D no setor, como a Lei da Informática, a Lei Federal da Inovação e a Lei do Bem (SZAPIRO, 2012; GRIZENDI, 2012). No entanto, é importante destacar que a carga tributária nos serviços de telecomunicações do país ainda está entre as maiores do mundo (TELEBRASIL, 2013a; STRUSANI e SOLOMON, 2011), alcançando mais de 40% da receita líquida (TELEBRASIL, 2013a). Na figura 15 é possível observar a evolução da arrecadação dos tributos e o percentual das receitas que a carga tributária representa. Figura 15 - Evolução da carga tributária nos serviços de telecomunicações. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a , p.64.
  • 32. 32 2.3.6.4.1. Lei da Informática, Lei da Inovação e Lei do Bem Abaixo, estão listadas as principais leis de incentivo à Inovação no setor de TIC e a finalidade de cada uma. No quadro 5a são mencionadas a Lei da Informática, a Lei da Inovação Federal e a Lei de Desoneração de INSS para empresas de TIC. Legislação Ano Finalidade Lei de Informática - Lei n° 8.248/91 e Lei nº 8.387/91 (alteradas por diversas leis e recentemente pelo Decreto nº 7.010/09) 1991 • Traz a isenção ou redução de IPI para Produtos de Informática e Automação; • Impõe a condição para esta isenção ou redução do IPI, aplicar no mínimo 4% da receita em P&D, fabricar de acordo com o Processo Produtivo Básico (PPB) e possuir ISO 9.000; Lei de Inovação federal – Lei nº 10.973/04, regulamentada pelo Decreto nº 5.563/05 2004 • Introduz os incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências • Regulamentada pelo decreto nº 5.563 de 10/2005; • Traz vários instrumentos para fomentar a inovação no país, principalmente no aproveitamento de resultados de P&D das ICTs – Instituições Científicas e Tecnológicas; Art. 7º da Lei nº 12.546/11 – Lei de Desoneração de INSS para Empresas de TIC Medida Provisória nº 563/12 2011 • Desonera a folha de pagamento de empresas de Tecnologia da Informação e de Call Center, • Em vez das empresas pagarem 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, elas passam a recolher 2,5% do faturamento e, a partir de Agosto de 2012, 2,0% do faturamento (MP nº 563) • Revoga a Medida Provisória nº 540, de 08/2011 Quadro 5a - Síntese da legislação brasileira de incentivo à P&D e Inovação para empresas de TIC. Fonte: Adaptado de GRIZENDI, 2012, p.28.
  • 33. 33 No quadro 5b, são destacados os capítulos 3 e 4 da Lei do Bem: Capítulo III da Lei do Bem - Lei nº 11.196/05, regulamentado, pelo Decreto nº 5.798/ 06 2001 • Introduz os incentivos fiscais à pesquisa tecnológica e desenvolvimento da Inovação Tecnológica para Pessoas Jurídicas; • Permite a dedução de 100% dos dispêndios com Inovação Tecnológica da Base de calculo (BC) do IR e da CSLL; • Permite a dedução de mais 60% (100+60=160%) dos dispêndios com Inovação Tecnológica da Base de calculo (BC) do IR e da CSLL; • Permite a dedução de mais 20% (160+20=180%) dos dispêndios com Inovação Tecnológica da Base de calculo (BC) do IRPJ e da CSLL, incrementando o número de pesquisadores (RH); • Permite a dedução de mais 20% (180+20=200%) dos dispêndios com Inovação Tecnológica da Base de calculo (BC) do IRPJ e da CSLL, através de pagamentos vinculados a patente concedida ou cultivar registrado; • Traz a redução de 50% de IPI na aquisição de máquinas em equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, destinados à P&D de Inovação Tecnológica; • Permite a depreciação acelerada integral no ano da aquisição, de máquinas em equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, destinados à P&D de Inovação Tecnológica; • Permite a amortização acelerada na aquisição de bens intangíveis, vinculados exclusivamente às atividades de destinados à P&D de Inovação Tecnológica; • Traz a redução a zero da alíquota do IRRF nas remessas efetuadas para o exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares; Capítulo IV da Lei do Bem - Lei nº 11.196/05 2005 • Reduz a 0 (zero) as alíquotas de PIS/PASEP e COFINS os Produtos de Informática.do Programa de Inclusão Digital, sobre a receita bruta de venda a varejo. • Aplica-se também às aquisições realizadas por pessoas jurídicas de direito privado ou por órgãos e entidades da Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal e do Distrito Federal; • Aplica-se, também às vendas efetuadas às sociedades de arrendamento mercantil leasing. Quadro 5b - Síntese da legislação brasileira de incentivo à P&D e Inovação para empresas de TIC. Fonte: Adaptado de GRIZENDI, 2012, p.28.
  • 34. 34 2.3.6.4.2. Lei das Licitações Em 2010, a MP 495, posteriormente a Lei 12.349/2010, altera a Lei das Licitações (8.666/93) para que produtos fabricados no Brasil em conformidade com o PPB tenham uma margem de preferência de 15%, e produtos com tecnologia nacional tenham mais 10%, alcançando uma margem de preferência de até 25% sobre o menor preço ofertado de um produto concorrente estrangeiro (SZAPIRO, 2012). A margem é definida com base em estudos a cada 5 anos, e portanto tem validade até 31 de dezembro de 2015 (POSSETI, 2013). 2.3.6.4.3. REPNBL O Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga é um instrumento de desoneração fiscal para incentivar a modernização e ampliação de redes de banda larga, incluído na Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, e regulamentado pelo Decreto nº 7.921, de 15 de fevereiro de 2013 (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2013d). O decreto contempla a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). 2.3.7. Órgãos de Ensino e Pesquisa A fundação CPqD é o principal instituto de pesquisa em telecomunicações no Brasil. Outros institutos de destaque são o Inatel, Venturus, Instituto Eldorado, CESAR, FACTI, Instituto Atlântico, e os departamentos de engenharia elétrica e computação de universidades como os da Unicamp, UnB, Unifei, USP, UECE, UFSCAR, UFRJ, PUC-Rio, PUC-RS, UFRGS (KUBOTA, OLIVEIRA e MAYER, 2013; REGO, LOURAL, et al., 2011). Ainda há pouca colaboração entre universidades e empresas em projetos de inovação em telecomunicações, porém esse cenário está mudando em virtude da maior complexidade tecnológica que precisa ser incorporada nos equipamentos nacionais (SPADINGER, 2012).
  • 35. 35 2.3.8. Órgãos de Padronização A padronização tecnológica é fundamental no setor para garantir a interoperabilidade entre os equipamentos, estabelecer níveis de qualidade e segurança, reduzir a incerteza tecnológica, obter economias de escala e permitir maior direcionamento na alocação dos recursos de desenvolvimento, no entanto, a participação do Brasil é pequena em comparação com outros países (MIRANDA e MELLO, 2012). Há diversos órgãos de padronização de tecnologias de comunicação, sendo que o de maior destaque é a ITU-T. Para os fabricantes de comunicações ópticas, que são o foco deste trabalho, há outros órgãos de padronização com grande influência no desenvolvimento atual das tecnologias: a ISO, a IEC, o IEEE, o OIF e a IEFT. (MIRANDA e MELLO, 2012; ALOIA, CÉSAR e ROMERO, 2005). A homologação dos equipamentos de rede em conformidade com a regulação brasileira está a cargo da Anatel. O processo está representado na figura 16 e se inicia com o fornecedor contratando um dos Organismos de Certificação Designados (OCDs), o OCD irá apontar um dos Laboratórios de Ensaio autorizados, que fará o teste da conformidade com as normas vigentes e enviará o relatório de testes para análise pelo OCD, que irá emitir um Certificado de Conformidade. Com base no certificado de conformidade, a Anatel poderá emitir a homologação do equipamento. Figura 16 - Procedimento Geral para Homologação de Equipamentos pela Anatel. Fonte: Adaptado de TUDE, 2003.
  • 36. 36 2.3.8.1. International Telecommunication Union - ITU A ITU-T é o grupo de padronização das telecomunicações da ITU, que assessora a ONU e agências reguladoras nacionais, e publica recomendações que servem como base principal para o desenvolvimento da infraestrutura global de comunicação. A participação brasileira se dá pela Anatel, que indica os membros que poderão comparecer às reuniões (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2013; MIRANDA e MELLO, 2012). 2.3.8.2. International Organization for Standardization - ISO A ISO é uma organização não-governamental constituída por grupos normalização de 145 países, que elabora padrões em todos os campos tecnológicos, com exceção da engenharia eletrônica e elétrica, a cargo da ITU-T e da IEC. A participação brasileira é pela ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2013; MIRANDA e MELLO, 2012). 2.3.8.3. International Electrotechnical Commission - IEC A IEC é desenvolve padrões para sistema eletrônicos com 162 países membros, no qual o Brasil é representado pelo Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (COBEI), como membro integral e direito a voto (INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION , 2013; MIRANDA e MELLO, 2012).
  • 37. 37 2.3.8.4. Institute of Electrical and Electronics Engineers - IEEE A IEEE é uma associação internacional de profissionais de engenharia e define normas para uma gama de tecnologias da informação, comunicação e eletrônica (INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS, 2013; MIRANDA e MELLO, 2012). O ComSoc (Communications Society) é o comitê da IEEE responsável pela normalização na área de redes e comunicações (IEEE COMMUNICATIONS SOCIETY, 2013). 2.3.8.5. Optical Intemetworking Forum - OIF O OIF promove acordos internacionais para interoperabilidade de equipamentos de redes ópticas, componentes e sofwares, com a contribuição de operadoras, usuários, prestadores de serviços e fornecedores (OPTICAL INTERNETWORKING FORUM, 2013). 2.3.8.6. Internet Engineering Task Force - IETF A IETF é uma comunidade internacional, aberta, composta por: operadores, fornecedores, pesquisadores na área de redes, com a finalidade de desenvolver os modelos de arquitetura e operação da Internet (INTERNET ENGINEERING TASK FORCE, 2013). 2.4. Demanda por Infraestrutura de Telecomunicações As inovações nas tecnologias da informação e comunicações possibilitaram uma variedade de serviços e ganhos de produtividade para todo o sistema econômico. Na figura 17 são mostradas as contribuições que a presença dos serviços de TIC promove nos países, como por exemplo: criação de empregos, aumento da renda familiar e da qualidade de vida, redução
  • 38. 38 das emissões de carbono, maior integração e crescimento do PIB (ARTHUR D. LITTLE, 2013). Figura 17 - Benefícios socioeconômicos da banda larga. Fonte: Adaptado de ARTHUR D. LITTLE, 2013, p.4. Na figura 18 é apresentado o impacto no crescimento do PIB para cada 10% no aumento da penetração de diferentes serviços de telecomunicações, em países de alta e baixa renda. O maior impacto positivo no crescimento do PIB está no aumento da penetração da banda larga nos países de baixa renda.
  • 39. 39 Figura 18 - Impacto do aumento de 10% de diferentes tecnologias de informação e comunicação no crescimento do PIB, em economias de baixa e alta renda, entre 2000-2006. Fonte: Adaptado de KELLY e ROSSOTTO, 2012, p.6. Apesar dos impactos socioeconômicos positivos da banda larga, na figura 19 é apresentado que apenas 1/3 das pessoas tem acesso à internet na escola, no trabalho, na residência ou em algum outro local público de acesso (BUSINESS INSIDER, 2012). Figura 19 - População Global e número de pessoas com acesso à internet. Fonte: Extraído de BUSINESS INSIDER, 2012.
  • 40. 40 Nas últimas 2 décadas, o tráfego de dados cresceu em ritmo acelerado e a perspectiva é de que o crescimento continue forte em todos os continentes, conforme indicado na figura 20 (CISCO, 2013a). Figura 20 - Previsão de crescimento no tráfego médio de dados mensal em dispositivos móveis por continente até 2017. Fonte: Extraído de CISCO, 2013a, p.6. Grande parte do crescimento do tráfego se deve à disseminação dos smartphones (como exibido nas figuras 21 e 22), da computação em nuvem e da Internet das Coisas (CISCO, 2013a). A Internet das Coisas somará mais 50 bilhões de dispositivos conectados à Internet até 2020 (CISCO, 2013b), serão cerca de 10 dispositivos para cada pessoa conectada à internet, e isso aumentará a expectativa das pessoas de acessar qualquer conteúdo ou objeto, em qualquer lugar, a qualquer hora, a partir de qualquer terminal (SPADINGER, 2012).
  • 41. 41 Figura 21 - Vendas Globais de Dispositivos para acesso à Internet. Fonte: Extraído de BUSINESS INSIDER, 2012. Figura 22 - Previsão de crescimento no tráfego médio de dados mensal em dispositivos móveis por tipo de aparelho até 2017. Fonte: Extraído de CISCO, 2013a, p.7.
  • 42. 42 Os governos estão conscientes da importância da banda larga para a competitividade das empresas e qualidade de vida da população, e estão criando planos nacionais de banda larga para acelerar a universalização do acesso a redes de alta velocidade. Na figura 23 é mostrado o aumento no número de países com planos nacionais de banda larga. Figura 23 – Crescimento dos Planos Nacionais de Banda Larga 2005-2013. Fonte: Extraído de BROADBAND COMISSION FOR DIGITAL DEVELOPMENT, 2013, p.41. No Brasil, também é possível observar a tendência de crescimento das conexões e do consumo de serviços de telecomunicações, principalmente a partir dos dispositivos móveis, como indicado nas figuras 24 e 25: Figura 24 - Acessos de Banda Larga por tipo de conexão. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.119.
  • 43. 43 Figura 25 - Quantidade de Assinantes. Nota: SME = Serviço Móvel Especializado. Exemplo: Nextel. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.39. Segundo as previsões, o tráfego da internet brasileira em 2017 será 297x maior do que toda a Internet brasileira de 2005, com um tráfego médio de 9 Tbps, alcançando 28 Tbps nos horários de pico, equivalente a 23 milhões de pessoas assistindo simultaneamente vídeos em HD pela internet (CISCO, 2013c). Na figura 26, pode-se verificar o aumento do uso da internet no dia-a-dia dos brasileiros: Figura 26 - Frequência de utilização da Internet pelos usuários. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.149.
  • 44. 44 Para atender a imensa demanda por capacidade de comunicação de dados, o governo brasileiro pretende ampliar a oferta de rede através do PNBL 2.0, que contempla o satélite geoestacionário, implantação de redes ópticas terrestres e submarinas ilustradas na figura 27, e desonerações em projetos de infraestrutura de rede (MARTINHÃO, 2013). Figura 27 – Rede completa que irá compor o sistema Telebrás. Fonte: Extraído de BONILHA, 2012, p.20. Na figura 28 são apresentados em cores os cabos ópticos submarinos em operação com conexão no Brasil, e em cinza os novos cabos submarinos com implantação prevista a partir de 2014.
  • 45. 45 Figura 28 - Cabos ópticos submarinos com conexão no Brasil. Nota: Os cabos em cinza estão com implantação prevista para depois 2013. Fonte: Extraído de TELEGEOGRAPHY, 2013. Na figura 29 são listados os novos cabos ópticos submarinos para atendimento da demanda da América Latina e os países com os quais terão conexão. Figura 29 - Cabos ópticos submarinos com implantação prevista a partir de 2014 no Brasil. Fonte: Extraído de STRONGE, 2012, p.9.
  • 46. 46 Além dos investimentos públicos no setor, grupos privados também aumentaram os investimentos nos últimos anos. De acordo com a previsão do BNDES, ainda serão investidos mais R$ 125 bilhões entre 2014 e 2017, isto é, 39% a mais do que no período de 2009 a 2012 (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, 2013). Na figura 30 é apresentada a evolução dos investimentos e da relação com a formação bruta de capital fixo: Figura 30 - Investimentos no setor de Telecomunicações e a relação com a Formação Bruta de Capital Fixo. Fonte: Extraído de TELEBRASIL, 2013a, p.67. Apesar dos esforços do governo e das empresas para ampliar e baratear o acesso à internet de banda larga, a velocidade média da conexão no Brasil é 6x menor do que na Coréia do Sul (AKAMAI, 2013) e 56x mais cara (UOL ECONOMIA, 2013) como exibido na figura 31, e as conexões estão concentradas na região sudeste e sul (MARTINHÃO, 2013) conforme exibido na figura 32. A cobertura da telefonia móvel alcança quase todo o território brasileiro, como pode ser visualizado na figura 33.
  • 47. 47 Figura 31 - Custo e Velocidade do Acesso à Internet em países selecionados. Fonte: Adaptado de UOL ECONOMIA, 2013; AKAMAI, 2013. Figura 32 - Densidade de Acesso de Banda Larga por Domicílio. Fonte: Extraído de MARTINHÃO, 2013, p.27.
  • 48. 48 Figura 33 - Municípios com cobertura 2.5G (GPRS), 2.75G (EDGE) e 3G no Brasil. Fonte: Extraído de TELETIME, 2011. De acordo com o levantamento realizado pelo Procon, em 2012 os serviços de telecomunicações estiveram entre os maiores volumes de reclamações no órgão, representando 21,7% do total (SOUSA, SOUZA e KUBOTA, 2013), conforme indicado na figura 34. A pesada carga tributária de mais de 40% aplicada aos serviços de telecomunicações, e o alto volume de equipamentos e componentes importados são fatores que contribuem para o alto custo do serviço (TELEBRASIL, 2013a; TELECO, 2013).
  • 49. 49 Figura 34 - Assuntos mais demandados nos Procons. Fonte: Adaptado de SOUSA, SOUZA e KUBOTA, 2013, p.11. A balança comercial do setor de telecomunicações tem apresentado grandes déficits nos últimos anos, em virtude da queda nas exportações e pelo aumento nas importações de equipamentos e componentes, refletindo a dependência cada vez maior de fornecedores estrangeiros. Na figura 35 é apresentada o histórico da balança comercial do setor de telecomunicações e do valor do dólar comercial em reais. O déficit cresceu bastante entre 2008 e 2012, incentivado pela valorização do real frente ao dólar. Figura 35 - Balança Comercial de Telecomunicações. Fonte: Adaptado de TELECO, 2013; INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN, 2013.
  • 50. 50 Na figura 36 é apresentada a balança comercial específica para componentes de telecomunicações, evidenciando a grande dependência da indústria nacional de componentes importados. Figura 36 - Balança Comercial de Componentes de Telecomunicações. Fonte: Adaptado de TELECO, 2013; INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN, 2013.
  • 51. 51 3. MERCADO DE REDES ÓPTICAS 3.1. Tecnologias 3.1.1. Fibras Ópticas A comunicação por fibras ópticas apresenta muitas vantagens (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2011): menor custo por bit transmitido; maior capacidade e alcance de transmissão (dezenas de terabits de dados por milhares de kms, em uma única fibra, sem regeneração); menor degradação do sinal e latência; menor consumo de energia (nanowatts); maior vida útil (mais de 20 anos); matéria-prima abundante (areia); maior escalabilidade (não é preciso substituir o cabo óptico, apenas os equipamentos nos terminais do cabo); maior segurança e flexibilidade (a fibra óptica é um meio físico confinado que dificulta a interceptação de dados; é fina, leve, resistente a choques, a interferências eletromagnéticas, à corrosão, à umidade, e não é inflamável); Por estas características, as fibras ópticas estão ganhando preferência como meio de conexão e transporte de dados em redes submarinas, backbones, metropolitanas, redes de acesso (FTTU – Fiber-to-the-User) e data centers (SAN – Storage Area Networks), como indicado na figura 37:
  • 52. 52 Figura 37 - Demanda do Mercado Global de Fibra Óptica até 2013. Fonte: Adaptado de TOWERY, 2013, p.2. 3.1.2. DWDM - Dense Wavelength-Division Multiplexing Parte da difusão das comunicações ópticas se deve à tecnologia DWDM (Dense Wavelength-Division Multiplexing) com detecção coerente, que vêm substituindo o TDM (Time-Division Multiplexing) e permite a transmissão comercial de mais de 100 canais simultâneos em diferentes comprimentos de onda (cores) a uma taxa de 100 Gb/s, em diversas topologias (P2P, Anel, Mesh, entre outras). O aprimoramento das tecnologias de modulação, detecção, correção de erros, amplificação, comutação, multiplexação, além dos avanços na fotônica e na nanotecnologia indicam que serão possíveis redes de transporte All-Optical (com mínima conversão para sinais elétricos), permitindo a transmissão de um número ainda maior de canais, com uso mais eficiente do espectro, em taxas e distâncias maiores, e menor consumo de energia (SALEH e SIMMONS, 2012; REGO, LOURAL, et al., 2011;
  • 53. 53 FURTADO, REGO e LOURAL, 2005). Na figura 38 é apresentada a evolução da capacidade dos sistemas de transmissão óptica e a transição entre os diferentes paradigmas tecnológicos, passando pelas tecnologias TDM, WDM e pela detecção coerente do sinal óptico. Figura 38 - Evolução das taxas de transmissão óptica e transições tecnológicas. Fonte: Extraído de REGO, LOURAL, et al., 2011, . Na figura 39, é apresentado um esquema do funcionamento da tecnologia Time- Division Multiplexing, no qual os sinais são divididos em fragmentos e enviados em série. Figura 39 – TDM - Time-Division Multiplexing. Fonte: Adaptado de RAMASWAMI, SIVARANJAN e SASAKI, 2009, p.6.
  • 54. 54 Na figura 40, é apresentado um esquema do funcionamento da tecnologia Wavelength- Division Multiplexing, no qual os sinais são transmitidos em comprimentos de onda (cor) diferentes e enviados em paralelo, ampliando a capacidade dos sistemas de comunicação óptica. A detecção coerente, que consiste na compensação da dispersão pelo processamento eletrônico do sinal foi fundamental para expandir a capacidade dos equipamentos WDM de transmissão óptica. Figura 40 – WDM - Wavelength-Division Multiplexing. Fonte: Adaptado de RAMASWAMI, SIVARANJAN e SASAKI, 2009, p.11. Na figura 41 estão exemplificadas algumas topologias de redes ópticas (Mesh, Anel, P2P) em diferentes tipos de redes (Submarinas, Backbones, Metropolitanas e Acesso).
  • 55. 55 Figura 41 - Redes Ópticas em diferentes topologias e aplicações. Fonte: Adaptado de CISCO SYSTEMS, 2000, p58. A estimativa realizada pela consultoria Infonetics Research (SCHMITT, 2013b) é de que o mercado global de equipamentos de comunicação óptica alcançará 14 bilhões de dólares em 2017, um crescimento de mais de 50% em relação ao valor estimado para 2013, conforme exibido na figura 42. Figura 42 - Previsão de Receitas no Mercado Global de Redes Ópticas: US$ 13 bilhões em 2017. Fonte: Extraído de SCHMITT, 2013b.
  • 56. 56 3.1.3. FTTH - Fiber-to-the-Home Os avanços nas comunicações ópticas tornaram o seu uso atraente em redes de acesso, levando a conexão via fibra óptica até a casa do usuário final (FTTH - Fiber-to-the-home) com a tecnologia GPON (Gigabit-capable Passive Optical Networks), disponibilizando uma banda compartilhada de 2.5 Gb/s para os assinantes e a oferta convergente de triple play, que reúne VoIP, IPTV e banda larga (FTTH COUNCIL EUROPE, 2012). Na figura 43 podem ser observados diferentes tipos de redes ópticas de acesso. Figura 43 - Redes Ópticas de Acesso FTTx. Fonte: Extraído de UBICO NETWORKS, [2013]. Na figura 44, a consultoria IDATE apresenta sua projeção do crescimento do acesso de acessos Fiber-to-the-Home e Fiber-to-the-Building.
  • 57. 57 Figura 44 - Projeção de Crescimento de Redes VDSL e FTTH/B no mundo, em milhões. Fonte: Extraído de MONTAGNE, 2012. 3.1.4. P-OTN – Packet-Optical Transport Networks No início, os equipamentos de comunicação óptica tinham poucas funcionalidades e suas redes eram estáticas e comutadas por circuitos. O roteamento e a comutação da informação eram realizados por outras camadas de equipamentos, mais complexos e comutados por pacotes, porém com baixa capacidade de transmissão. A incorporação de tecnologias da informação nos equipamentos de comunicação óptica possibilitou a introdução de funcionalidades de comutação, construindo redes ópticas mais flexíveis e dinâmicas. Na figura 45 são ilustradas diferentes camadas de equipamentos de rede.
  • 58. 58 Figura 45 - Diferentes Camadas de Equipamentos de Rede. Fonte: Extraído de JDSU, 2011, p.1. Os custos e a complexidade de operar redes distintas e com difícil interconexão deram origem ao desenvolvimento das P-OTN (packet-optical transport networks), com equipamentos ópticos comutados por pacotes, eliminando camadas redundantes e operando como uma rede convergente (PERRIN, 2009). Na figura 46 é ilustrada a convergência de diferentes camadas de rede nos equipamentos packet-optical.
  • 59. 59 Figura 46 - Redes Packet-Optical. Fonte: Adaptado de VISCARDI, 2011, p.5. Entre as principais abordagens nos equipamentos para redes ópticas de pacotes estão o IPoDWDM (IP over DWDM), que consiste em adicionar portas de comunicação óptica aos roteadores, e o P-OTS (Packet-Optical Transport Systems) cujo conceito é o oposto, adicionando funcionalidades de comutação e roteamento aos equipamentos de comunicação óptica. A principal aplicação das P-OTN seria nas redes metropolitanas, que demandam maior flexibilidade, além da alta capacidade de transmissão (MATSUMOTO, 2010). Na figura 47 é apresentada uma projeção da Heavy Reading sobre o crescimento da demanda por P-OTS (Packet-Optical Tranport Systems), que a partir de 2013 superaria a de equipamentos WDM metropolitanos.
  • 60. 60 Figura 47 - Mercado de redes ópticas metropolitanas por tecnologia. Fonte: Extraído de PERRIN, 2013, p.2. 3.1.5. PIC – Photonic Integrated Circuits Os avanços na fotônica estão propiciando o desenvolvimento de “sistemas WDM em um chip”, ou seja, circuitos fotônicos integrados com capacidade de transmissão, de recepção e de comutação óptica. Entre os principais benefícios estão a redução de custo, de espaço e do consumo de energia. Na figura 48 são exibidos o transmissor (transmitter) e o receptor (receiver) fotônico integrado da Infinera, com capacidade total de 500 Gb/s. Figura 48 - PIC Infinera 500G. Fonte: Adaptado de INFINERA, 2011, p.18-19.
  • 61. 61 3.1.6. SDN - Software Defined Networks Apesar do êxito nos esforços de padronização e interoperação, os controles internos dos equipamentos de rede ainda são softwares fechados dentro de um hardware proprietário. Pesquisas acadêmicas nas áreas de redes passaram a demandar maior abertura e flexibilidade para facilitar a experimentação e inserção de funcionalidades (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al., 2011). Para atender a esta demanda, surgiu o protocolo OpenFlow, como um padrão aberto para programar dispositivos de rede genéricos, controlando-os a partir de um servidor remoto de alta capacidade. O potencial do conceito se assemelha à introdução de sistemas operacionais nos computadores e celulares, o que permitiu desenvolvimento de milhões de aplicativos (antes restritos aos aplicativos do fabricante e seus parceiros) e à virtualização, que promove uma separação do software do hardware, possibilitando executar aplicativos onde houver maior disponibilidade de recursos físicos (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al., 2011). Na figura 49 é mostrada a diferença entre as redes atuais e as redes definidas por software, com separação do plano de controle do equipamento para um controle centralizado. Figura 49 - SDN separa as funções de controle das funções de encaminhamento. O controle é feito a partir de servidores remoto via padrão de programação aberto OpenFlow. Fonte: Extraído de THEODORAS, 2013, p.2.
  • 62. 62 Entre os principais benefícios estão (ROTHENBERG, NASCIMENTO, et al., 2011): Ambiente de inovação mais aberto, com maior possibilidade de desenvolver soluções inovadoras de rede por startups, operadores de rede, provedores de serviços e comunidade acadêmica; Redução no CAPEX e OPEX por alocação dinâmica e otimizada de recursos, por utilização de hardware mais simples e pela automação de funções; Mais flexibilidade, agilidade e integração, com serviços baseados na virtualização dos recursos de rede (Network-as-a-Service) e incorporação rápida de novas funcionalidades (atualizando apenas o software de controle central ou o firmware dos equipamentos); O OpenFlow permite a configuração de fatias de rede, garantindo a operação isolada entre o tráfego operacional e o tráfego experimental, ou visualizar diferentes camadas de rede com uma única rede virtual; Na figura 50 é demonstrado como redes de diferentes camadas poderiam ser visualizadas como uma única rede convergente, utilizando SDN. Figura 50 - SDN permite visualizar uma rede multicamada como uma camada única virtual. Fonte: Adaptado de INFINERA, 2012, p.5.
  • 63. 63 O portal SDN Central projeta que os gastos com SDNs podem chegar à 35 bilhões de dólares em 2018. Na figura 51 é mostrada essa projeção, por segmento. Figura 51 - Projeção de Gastos com SDNs em milhões de US$. Fonte: Adaptado de SDNCENTRAL, 2013, p.6. O principal órgão de padronização das SDNs é a ONF (Open Networking Foundation) criada com a finalidade de difundir as SDNs através de padrões abertos, como o OpenFlow. Conta com mais de 100 membros entre fornecedores de equipamentos, empresas de software e TI, operadoras, institutos de pesquisas (OPEN NETWORKING FOUNDATION, 2013). 3.1.7. Redes Autonômicas e Cognitivas O ambiente de comunicação está cada vez mais complexo e gera grandes desafios para o seu controle e operação. As técnicas de inteligência artificial têm possibilitado redes com
  • 64. 64 capacidade de auto-configuração, auto-proteção, auto-recuperação e auto-otimização, que aprende com dados históricos e usa modelos preditivos. No entanto, a aplicação deste conceito requer intensa transdisciplinaridade e mudanças radicais nos paradigmas de comunicação e operação das redes atuais (pacotes IP), que estão sendo discutidos por grupos internacionais na definição das NwGN - New Generation Networks (ALBERTI, 2013; LIOTTA, 2013; TRONCO, 2013; REZENDE, 2007). Na figura 52 é exemplificado o funcionamento de uma rede autonômica cognitiva. Figura 52 - Exemplo de arquitetura de rede autonômica e cognitiva. Fonte: Adaptado de LIOTTA, 2013.
  • 65. 65 3.2. Principais Fabricantes de Redes Ópticas Segundo a consultoria Infonetics Research (SCHMITT, 2013a), as 10 empresas com maior market share global em receitas de equipamentos ópticos (transporte e comutação) representam 86% do mercado e são listadas na figura 53. Dentre elas, 4 estão sediadas nos EUA (Ciena, Cisco, Tellabs e Infinera), 2 na China (Huawei, ZTE), 2 no Japão (Fujitsu, NEC) e 2 na Europa (Alcatel-Lucent na França e a Nokia Solutions and Networks na Finlândia). A soma do market share da Ciena, da Alcatel-Lucent e da Huawei equivale a mais de 51% do mercado. As 2 empresas chinesas representam mais de 1/3 de market share global (somente Huawei detém 1/4 do market share e supera a soma das 4 americanas mencionadas). Figura 53 – Market share global em receita dos fabricantes de equipamentos de comunicação óptica. Fonte: SCHMITT, 2013a. De acordo com a pesquisa realizada pela Infonetics Research com provedores (SCHMITT, 2012b), cujos resultados são exibidos na figura 54, as melhores soluções em redes ópticas seriam da Alcatel-Lucent, da Ciena e da Huawei.
  • 66. 66 Figura 54 - Liderança dos fabricantes de redes ópticas percebida pelos Provedores. Fonte: Adaptado de SCHMITT, 2012b, p.8. Dentre os 10 fabricantes de equipamentos de redes ópticas, poucos também apresentam forte atuação e expertise no mercado de equipamentos de comutação e roteamento, importante no desenvolvimento de equipamentos convergentes packet-optical. Na figura 55 são apresentadas as empresas com profundo expertise em camada L3 (roteamento): Huawei, Cisco, Alcatel-Lucent e Ciena (SCHMITT, 2012a). Figura 55 - Poucas empresas possuem profundo expertise em Layers 0 e 3. Fonte: Adaptado de SCHMITT, 2012a, p.18.
  • 67. 67 3.2.1. Dados Coletados sobre os Fabricantes de Redes Ópticas Os dados abaixo (na horizontal), foram coletados a partir dos relatórios financeiros das empresas de 2012, 2010 e 2009, MarketWatch.com (WSJ) e PatentScope.wipo.int (WIPO). Quadro 6 - Dados financeiros sobre os Principais Fabricantes de Redes Ópticas entre 2008 e 2012. Fonte: MARKETWATCH, 2013; WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION, 2013; ALCATEL-LUCENT, 2013; CIENA, 2013; CISCO, 2013d; FUJITSU, 2013; HUAWEI, 2013; INFINERA, 2013; NEC, 2013; NOKIA SOLUTIONS AND NETWORKS, 2013; TELLABS, 2013; ZTE, 2013.
  • 68. 68 3.2.1.1. HUAWEI No período, a Huawei superou a Alcatel-Lucent e se tornou líder absoluta do mercado de comunicações ópticas, aumentando seu market share em mais de 70% e conquistando 1/4 das receitas globais do mercado em 2012 com boa lucratividade e endividamento dentro da média das empresas pesquisadas. O percentual das receitas investido em P&D aumenta todo ano, e adquiriu competências profundas entre as camadas L0 e L3. Oferece uma gama completa de soluções de conectividade, a um preço extremamente competitivo. Assim como a ZTE, obtém forte apoio do governo chinês, com financiamentos bilionários, um imenso mercado interno para se apoiar, vasta base de fornecedores locais de componentes e mão de obra de baixo custo (SPADINGER, 2012). Figura 56 - Huawei: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 69. 69 3.2.1.2. ALCATEL-LUCENT Após a fusão entre a Alcatel e a Lucent em 2006, a nova empresa perdeu mais de 30% de market share, apresentou lucratividade negativa em todos os anos com exceção de 2011 e endividamento acima da média das empresas pesquisadas. No entanto, ainda detém o 2º maior market share global em faturamento, tem presença em mais de 130 países, possui sólidas competências entre as camadas L0 e L3, portfólio amplo e integrado, e produtos com excelente aceitação entre as operadoras. Figura 57 - Alcatel-Lucent: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 70. 70 3.2.1.3. CISCO Apesar da pequena presença no mercado óptico (market share de 5%), adquiriu empresas de comunicação óptica, é líder global em equipamentos de comunicação de dados, seguida pela Huawei, Alcatel-Lucent, Juniper (HOWARD, 2013). A Cisco dispõe de competências sólidas da camada 0 à camada 3 e é a empresa com maior lucratividade anual entre as empresas pesquisadas, possui endividamento abaixo da média e realiza altos investimentos em Marketing e Vendas. Figura 58 - Cisco: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 71. 71 3.2.1.4. CIENA Apesar de ser bem menor do que as gigantes Huawei e Alcatel-Lucent, a Ciena aumentou o percentual das receitas investido em P&D, Marketing e Vendas, e dobrou sua participação no mercado, alcançando a 3ª posição em faturamento no mercado óptico. A Ciena acumula competências da camada L0 à camada L3 (após aquisição da Nortel) e os seus produtos são percebidos como de boa qualidade pelas principais operadoras. No entanto, a lucratividade da empresa nos anos seguintes à crise econômica de 2008 foi negativa e o endividamento cresceu significativamente, chegando a 105% em 2012. Figura 59 - Ciena: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 72. 72 3.2.1.5. ZTE De acordo com o gráfico é possível observar um crescimento significativo na participação de mercado, principalmente devido ao preço competitivo dos produtos. A presença global da ZTE é ampla, com atuação em mais de 160 países. O percentual das receitas investido em P&D, marketing e vendas ainda é abaixo da média das empresas pesquisadas, embora tenha crescido nos últimos anos. A lucratividade anual caiu no período e o endividamento aumentou, colocando-se acima da média. Figura 60 - ZTE: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 73. 73 3.2.1.6. NOKIA SOLUTIONS AND NETWORKS A Nokia Solutions and Networks (antiga joint-venture entre Nokia-Siemens criada em 2007, adquirida integralmente pela Nokia em 2013) apresentou lucratividade negativa em todos os anos entre 2008 e 2012, e um market share do faturamento global abaixo de 5%. Tem uma boa presença mundial, alcançando 150 países e é a vice-líder no mercado de infraestrutura móvel (TÉRAL e WEBB, 2013), atrás somente da Ericsson e à frente da Huawei e da Alcatel-Lucent. Figura 61 - Nokia Solutions and Networks: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 74. 74 3.2.1.7. TELLABS A Tellabs, além de pequena no meio de gigantes como Huawei e Alcatel-Lucent, vem apresentando nos últimos anos lucratividade negativa e perda de market share, no entanto, aumentou agressivamente o percentual das receitas investido em P&D (destinando cerca de 25%) e manteve o endividamento bem abaixo da média das empresas pesquisadas. Figura 62 - Tellabs: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; MARKETWATCH, 2013; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 75. 75 3.2.1.8. INFINERA Apesar da pequena participação no mercado global e da lucratividade negativa nos últimos anos, a Infinera é um forte player nos EUA, investe um grande percentual das receitas em P&D, em Marketing e Vendas, e entrou na lista dos preferidos das grandes operadoras. É uma das empresas mais à frente no desenvolvimento de PICs e SDNs em redes ópticas. Figura 63 - Infinera: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; MARKETWATCH, 2013; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 76. 76 3.2.1.9. FUJTISU A gigante japonesa, apesar de manter uma boa fatia das receitas globais no mercado (cerca de 7%), de realizar altos investimento em Marketing e Vendas e de preservar uma pequena lucratividade positiva, não tem como foco principal o segmento óptico e o percentual das receitas investido é baixo em relação à média das empresas pesquisadas. Dispõe de competências profundas em componentes e microeletrônica e ampla presença global, atuando em mais de 160 países. Figura 64 - Fujitsu: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 77. 77 3.2.1.10. NEC Outra grande empresa do Japão, a NEC manteve nos últimos anos a participação de 5% no faturamento global do mercado. Apesar dos altos investimentos em marketing e vendas, investe um percentual das receitas em P&D abaixo da média das empresas pesquisadas, e sua atuação é concentrada no Japão e diluída em diversos segmentos tecnológicos. Figura 65 - NEC: Indicadores 2008-2012. Fonte: Relatório Anual de 2012 e 2010; INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2013.
  • 78. 78 3.2.2. Discussão dos dados obtidos Comparando os dados de 2008 à 2012 na figura 66, é possível observar um crescimento significativo do market share em receitas da Huawei (variação de mais de 70%). Outras empresas cujo crescimento na participação do mercado foi notável foram a Ciena e a ZTE. A Alcatel-Lucent, que dominava o mercado em 2008, viu sua participação cair em 1/3, embora ainda encontra-se atrás apenas da Huawei. Realizando uma projeção utilizando regressão linear a partir dos dados entre 2008 e 2012, estima-se que em 2014 a Ciena pode ultrapassar a Alcatel-Lucent em market share, ficando atrás somente da Huawei, apesar de ter somente 3% do número de funcionários da gigante chinesa e 6% dos funcionários da Alcatel- Lucent. O coeficiente de correlação de Pearson obtido na regressão linear realizada para a Huawei foi de 0,91, para a Alcatel-Lucent foi de -0,98, para a Ciena foi de 0,93, para a ZTE foi de 0,96 e para a Fujitsu foi de 0,44. Figura 66 - Evolução dos 5 maiores em participação no mercado de equipamentos de comunicações ópticas. *Projeção utilizando regressão linear a partir dos dados entre 2008 e 2012. Fonte: SCHMITT, 2013a. 23,2% 14,8% 11,7% 7,8% 9,2% 16,4% 25,9% 29,7% 10,7% 14,3% 6,8% 7,5% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* Market Share - Óptico ALU ZTE HUA CIE FUJ
  • 79. 79 A Huawei, além de ganho em market share, também apresentou um aumento no percentual das receitas investido em P&D, saindo de 9% para 14%. Em lucratividade, o destaque é para a Cisco, que manteve uma taxa média de 18% ao ano, a despeito da crise econômica de 2008. No entanto, o mercado de equipamentos ópticos não é um dos negócios principais da Cisco, cuja participação se manteve em torno de 5%. Na figura 67 é apresentada a situação das empresas pesquisadas em 2008, no que diz respeito aos indicadores de lucratividade, market share de receitas do mercado de comunicações ópticas e investimentos em P&D e Marketing&Vendas. Na figura 68, apresentamos os mesmos indicadores com os dados de 2012, permitindo a visualização do ganho de market share e aumento dos investimentos em P&D e Marketing&Vendas da Huawei, mantendo uma boa lucratividade em comparação com os outros fabricantes. Figura 67 - Investimento em Marketing, P&D x Market Share x Lucratividade em 2008. Fonte: SCHMITT, 2013a; Relatórios Financeiros Anuais, 2009. -5% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% MktShareÓptico Lucratividade Círculos representam o investimento em P&D, Marketing e Vendas em US$ (2008) HUAWEI CIENA FUJITSU CISCO NSN ALCATEL-LUCENT ZTE NEC TELLABS INFINERA
  • 80. 80 Figura 68 - Investimento em Marketing, P&D x Market Share x Lucratividade em 2012. Fonte: SCHMITT, 2013a; Relatórios Financeiros Anuais, 2012. De modo geral, os dados obtidos apontam uma tendência de concentração do mercado, pois em 2008 os 10 fabricantes pesquisados representavam 78% das receitas do mercado e em 2012 esse número subiu para 86%. Além disso, a partir das médias dos dados de 2008 à 2012 dos 10 fabricantes pesquisados, exibidas na figura 69, é possível observar que houve um aumento no percentual de receitas investidos em P&D, marketing e vendas. Em 2012, 15% das receitas foi investido em P&D em média e 19% em Marketing & Vendas, enquanto que em 2008 foram 12% e 16%, respectivamente. Na média, as empresas mencionadas apresentaram lucratividade negativa, cerca de -2,4% ao ano. O endividamento ficou estável em torno de 60,4%. Na média, as empresas mencionadas empregam mais de 70.000 pessoas e estão presentes em mais de 100 países. -5% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% -60% -40% -20% 0% 20% 40% MktShareÓptico Lucratividade Círculos representam o investimento em P&D, Marketing e Vendas em US$ (2012) HUAWEI CIENA FUJITSU CISCO NSN ALCATEL-LUCENT ZTE NEC TELLABS INFINERA
  • 81. 81 Um ponto que chama a atenção nos resultados da pesquisa com os provedores apresentada na figura 54 sobre a liderança percebida dos fabricantes é o item “Estabilidade Financeira”, no qual os provedores percebem a Ciena como a mais estável, à frente de Huawei e Cisco. Esta percepção é bem diferente da realidade apresentada pelos relatórios financeiros destas empresas, uma vez que demonstram que a Ciena possui o maior endividamento entre os fabricantes pesquisados, enquanto que a Huawei e a Cisco apresentam endividamento abaixo da média dos fabricantes pesquisados. Figura 69 - Média das 10 maiores em market share em receitas de equipamentos de redes ópticas. Fonte: Relatórios Anuais dos Fabricantes de 2012, 2010 e 2009.
  • 82. 4. CONCLUSÃO A qualidade e o acesso à infraestrutura de comunicação é um fator crucial para a capacidade de inovação, competitividade e qualidade de vida dos países, e tanto governos como empresas compreendem que será necessário ampliar e aprimorar suas redes de comunicação. As projeções de crescimento no tráfego de dados e o aumento na expectativa dos usuários indicam que haverá demanda por maior capacidade dos sistemas de comunicação óptica, mas também por mais flexibilidade e simplicidade de operação, convergência com as redes de pacotes e integração dos serviços ofertados. Para aproveitar as oportunidades desta fase dinâmica e superar os desafios, os fabricantes de comunicações ópticas estão investindo mais em P&D, marketing e vendas (cerca de 30% das receitas), oferecem soluções integradas com softwares e serviços, buscam ampliar competências nas camadas de rede superiores (L0 à L3), colaboram entre si e com empresas de outros segmentos, procuram diversificar a base de clientes para além de operadoras de rede (comercializando diretamente com empresas de TI, de Mídia, ISPs, Utilities, do setor Financeiro, de Defesa, Prefeituras, Universidades, entre outras), e estão explorando o potencial das inovações tecnológicas da fotônica, das SDNs e dos sistemas autonômicos cognitivos. A análise dos dados sobre os fabricantes de comunicações ópticas entre 2008 e 2012 aponta uma tendência de concentração do mercado. Em 2012, os 10 fabricantes mencionados neste trabalho corresponderam à 86% das receitas do mercado, enquanto que em 2008 correspondiam à 78%. Este movimento se deve principalmente ao crescimento na participação das chinesas Huawei e ZTE, que até 2008 representavam cerca de 20% do mercado e em 2012 chegaram à 33,7%, investindo mais em P&D e Marketing&Vendas, e oferecendo preços competitivos. Apesar da escala e da competição agressiva das chinesas Huawei e ZTE, a Alcatel- Lucent demonstra que escala não garante êxito e perdeu 1/3 da sua participação no mercado, enquanto a Ciena demonstrou que é possível ganhar fatias significativas do mercado aplicando bem as inovações tecnológicas recentes, e conquistou o equivalente a mais de 30% do market share da Huawei com menos de 3% do número de funcionários da gigante chinesa. Projeções com regressão linear a partir dos dados entre 2008 e 2012 apontam que a Ciena pode superar a Alcatel-Lucent em market share até 2014, ficando atrás somente da Huawei.
  • 83. Para que os fabricantes nacionais possam se desenvolver e enfrentar as concorrentes estrangeiras no mercado global, o governo brasileiro vem realizando uma série de medidas de apoio ao desenvolvimento do setor (leis de incentivo, órgãos de fomento, poder de compra da Telebrás), no entanto, será necessário ampliar interações entre governo-universidades- empresas, aumentar a participação brasileira nos órgãos de padronização, adquirir competências em softwares e serviços de rede para absorver e criar inovações tecnológicas, investir pelo menos 30% das receitas em P&D e Marketing & Vendas, reduzir a dependência de componentes importados e buscar conquistar mercados emergentes.
  • 84. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACKER, O.; GROENE, F.; SCHROEDER, G. The Global ICT 50: The Supply Side of Digitization. Strategy+Business, New York, n. 68, Outono 2012. http://www.strategy- business.com/media/file/sbWeb-00119_GlobalICT50.pdf. AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Atribuições. Portal Anatel, 2013. Disponivel em: <http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalPaginaEspecial.do?acao=&codItemCanal=1639 &codigoVisao=$visao.codigo&nomeVisao=$visao.descricao&nomeCanal=Sobre%20a%20A natel&nomeItemCanal=Atribui%E7%F5es&codCanal=414>. Acesso em: 21 out. 2013. AKAMAI. State of the Internet Visualizations, 2013. Disponivel em: <http://www.akamai.com/stateoftheinternet/soti-visualizations.html#stoi-map>. Acesso em: 21 out. 2013. ALBERTI, A. M. Novas Internets: Como Seriam? Como Afetariam Nossas Vidas? Engenharia é, 2013. Disponivel em: <http://www.engenhariae.com.br/tecnologia/novas- internets-como-seriam-como-afetariam-nossas-vidas/>. Acesso em: 21 out. 2013. ALCATEL-LUCENT. Annual Reports | Alcatel-Lucent. Disponível em: <http://www.alcatel-lucent.com/investors/annual-reports>. Acesso em: 26 mai. 2013. ALOIA, E. J.; CÉSAR, A. C.; ROMERO, M. A. Tendências de Padronização de Arquiteturas e Protocolos de Redes Ópticas. Revista da Sociedade Brasileira de Telecomunicações, 20, n. 2, Agosto 2005. 14-25. Disponível em: <http://iecom.dee.ufcg.edu.br/~jcis/agosto%202005/volume20/JCIS_2005_20_2_003.pdf>. Acesso em: 21 out. 2013. ARTHUR D. LITTLE. National Fibre Strategies. [S.l.]. 2013. Disponível em: < http://www.adlittle.com/downloads/tx_adlreports/National-Fibre-Strategies_ADL- Report_HR.PDF >. Acesso em: 21 out. 2013. BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO, Boletim Perspectivas de Desenvolvimento, Outubro 2013. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhe cimento/perspectivas_investimentos/boletim_perspectivas_2013_outubro.pdf>. Acesso em: 29 out. 2013.
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