O documento descreve o tráfico de escravos da África para o Brasil entre os séculos XVI e XIX, fornecendo as seguintes informações essenciais:
1) Cerca de 12 milhões de africanos foram traficados como escravos para a América, sendo 4-5 milhões para o Brasil.
2) O objetivo é ensinar sobre o funcionamento do tráfico de escravos através de atividades com mapas, textos e mídias.
3) As atividades pedem que os alunos analise
Tráfico humano e trabalho escravo: da África ao Brasil
1.
2. Tráfico humano e trabalho escravo
A partir do século XV, com a expansão marítima europeia, a história africana mudaria
profundamente. Em 350 anos a África forneceria cerca de 12 milhões de escravos para a América, dos
quais 4 a 5 milhões para o Brasil, no maior deslocamento forçado de população ocorrido na história
da humanidade.
RIBEIRO, Marcus Venicio. Uma história em que entrem todos. In: Nossa história. Ano 1, nº 4, fev. 2004. p. 85.
3. Conhecer o funcionamento do tráfico internacional de escravos da África para o Brasil desde o seu início,
no século XVI, até sua extinção no século XIX é o objetivo desta atividade.
I – Proposta de atividade:
A partir da leitura e análise de mapas, textos historiográficos, gravuras e letras de música, os
alunos, organizados em duplas, deverão realizar as atividades propostas a seguir:
1. Atividade inicial: Interpretação da música Olodumaré, de Antonio Nóbrega. Caso queira conhecer
a biografia desse grande artista brasileiro que nasceu em Recife, Pernambuco, em 1952, acesse o
link:
http://www.antonionobrega.com.br/biografia.php
Agora,acesseolinkabaixoparaescutaramúsica:
Olodumaré https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ECGQ5UvgFcg
Antonio Nóbrega
Vou me embora dessa terra...
- olodumaré...
Para outra terra eu vou...
- olodumaré...
Sei que aqui eu sou querido...
- olodumaré...
Mas não sei se lá eu sou...
- olodumaré...
O que eu tenho pra levar...
- olodumaré...
É a saudade desse chão...
- olodumaré...
Minha força, meu batuque...
- olodumaré...
Heranças da minha nação...
Ainda me lembro
Do terror, da agonia,
Como um louco eu corria
Para poder escapar.
E num porão
De um navio, dia e noite,
Fome e sede e o açoite
Conheci, posso contar.
Que o destino
Quase sempre foi a morte,
Muitos só tiveram a sorte
De a mortalha ser o mar.
Na nova terra
Novos povos, novas línguas,
Pelourinho, dor, à mingua,
Nunca mais pude voltar.
E mesmo escravo
Nas caldeiras das usinas,
Nas senzalas e nas minas
Nova raça fiz brotar.
Hoje essa terra
Tem meu cheiro, minha dor,
O meu sangue, meu tambor,
Minha saga pra lembrar.
4. a) Pesquise e descubra: qual o significado da palavra Olodumaré?
b) Que acontecimento histórico está sendo apresentado na 1ª parte da letra da música?
c) O que o narrador quer dizer com os versos “Muitos só tiveram a sorte de a mortalha ser o
mar”?
d) De onde o “eu lírico” saiu e para onde ele se dirigiu? Esse movimento foi voluntário?
Justifique sua resposta destacando os versos que confirmam sua opção.
e) Quais as impressões do eu lírico sobre a “nova terra”?
f) Qual o significado dos versos finais da música?
5. Atividade 2 – As principais rotas do tráfico de escravos
Observe o mapa acima e identifique:
a)Qual o título do mapa?
b) Que portos do Brasil recebiam os navios negreiros?
c) De que regiões da África saíam os negros escravos que eram traficados para o Brasil?
d) Está correto dizer que a venda de escravos negros se fazia exclusivamente para a América?
Utilize elementos do mapa para justificar sua resposta.(V.:0,2)
e) A maioria dos escravos que desembarcavam na Bahia eram sudaneses ou bantos? E no Rio de
Janeiro?
6. Atividade 3 – O comércio de negros escravos na África
TEXTO 1
Os africanos capturados pelos grandes senhores do interior eram vendidos aos corretores africanos,
que organizavam seu transporte até o litoral. Durante o percurso até essa região, os escravos
seguiam em caravana, ligados dois a dois por paus bifurcados nos dois extremos, atados pela nuca.
Recebiam apenas uma pequena ração de comida e eram obrigados a caminhar rapidamente, sob
pressão do chicote dos condutores. (...)
Chegando ao litoral, eram mantidos em aldeias especiais enquanto aguardavam o momento de
venda para os europeus. Nesse intervalo - que podia durar alguns meses -, trabalhavam para os
grandes senhores locais.
Por fim, os escravos eram conduzidos a uma grande praça e vendidos aos traficantes europeus.
Completamente nus, eram examinados pelos cirurgiões. Braços e pernas com defeitos, falta de
dentes, problemas de visão, mais de 35 anos, tudo era avaliado, e os que apresentassem essas
características eram rejeitados e devolvidos aos corretores, que os vendiam, então, aos grandes
senhores africanos a preços reduzidos. Os que passavam nessa inspeção eram marcados com ferro
em brasa e recolhidos aos fortes europeus enquanto aguardavam a chegada dos navios negreiros.
(Adaptado de: DREGUER, Ricardo e TOLEDO, Eliete. A afirmação europeia: séculosXVII e XVIII. São Paulo:Atual,2000 (Coleção história:
cotidiano e mentalidades)
Imagem 1
8. Imagem 4
Imagem 5
Após a leitura do texto e observação das imagens, selecione trechos do texto para utilizá-los como
legendas das imagens.
9. Atividade 4 - Por dentro de um navio negreiro
As figuras 1 e 2 retratam projetos da disposição interna de um navio negreiro, segundo
relatório inglês de 1815.
FIGURA 1
11. Os navios chamados tumbeiros (túmulos marítimos) transportavam de cem a
quatrocentos cativos, acorrentados, dois a dois, nos porões, numa viagem que se
estendia de trinta a sessenta dias. Até os primeiros anos do século XVIII, cerca de 20%
dos cativos morriam na travessia, cometendo suicídio, sucumbindo ao “banzo”
(tristeza) ou atacados por doenças, como disenteria, escorbuto, sarampo, varíola e
sarna.
KOK, Glória Porto.A escravidão no Brasil colonial.São Paulo:Saraiva,2012
Texto 2
Para economia de espaço os negros eram transportados sentados. (...)
De meados do século XVII em diante os grandes veleiros da época passaram a alojar homens,
mulheres e crianças em distintos patamares.
Sabe-se, igualmente, que os cativos viajavam assentados em filas paralelas, de uma à outra
extremidade de cada cobertura. Ao se deitarem para dormir, curvavam-se para trás, depondo a
cabeça sobre o colo dos que os seguiam imediatamente.
Os esforços eram no sentido de obter "peças de escravos", selecioná-las por estatura, idade, sexo e
vigor, marcá-las com o ferrete e mantê-las com saúde até aos embarques via Novo Mundo. Na
marcação das "peças", como se tratasse de animais ou de simples objetos, untavam-lhe primeiro com
sebo o local a receber o ferrete, geralmente no braço, no estômago e mesmo no rosto.
Nada menos que três naus conduziram cada uma acima de 1000 cabeças. Só a de nome Na. Sra. do
Popolo levou 1079. Mas as desvantagens também se fizeram sentir, porque o veículo (navio) ficou
mais pesado, menos controlável, menos obediente ao leme, mais sujeito aos vendavais e mais
atingível pelos corsários. Nestas ocasiões imprevisíveis, o recurso consistia em atirar ao oceano
valiosas porções do carregamento (dos escravos).
Somente João Soeiro empregava no tráfico legal, como no sub-reptício, mais de 30 navios
transportadores. (...)"
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/escravidao-no-brasil/magnatas-do-trafico-negreiro.php
a) Observando as imagens acima o que você pode concluir sobre a quantidade de negros
escravos que eram embarcados nos navios negreiros na África com destino aos portos da
América?
b) Quais eram os interesses envolvidos nesse comércio que justificam o transporte de
escravos na situação observada na questão anterior?
c) Os textos 1 e 2 apontam algumas razões que explicam o alto número de mortos durante a
travessia do Atlântico nos navios negreiros. Identifique-as.
https://www.youtube.com/watch?v=ECGQ5UvgFcg
12. II - Produto:
Utilizando os recursos da informática a turma deverá elaborar um mapa interativo apresentando, através
de links, as informações obtidas a partir da pesquisa realizada. Cada dupla ficará responsável pela inserção de
um link contendo uma informação que contribua para explicar o funcionamento do tráfico negreiro para a
América e para o Brasil, desde o século XV até o século XIX.