2. INTRODUÇÃO
▪ A Cetoacidose diabética (CAD) e o Estado Hiperglicêmico
Hiperosmolar (EHH), são complicações metabólicas agudas graves
do diabetes mellitus (DM)
▪ Caracterizados por deficiência absoluta ou relativa de insulina e
hiperglicemia
▪ A CAD ocorre em casos de insulinopenia extrema e caracteriza-se
pela tríade: hiperglicemia, hipercetonemia e acidose metabólica
▪ O EHH é caracterizado por hiperosmolaridade, desidratação,
alteração de consciência.
3. CLÍNICA - CAD
▪ Evolução é precoce (menor que 24hs) em relação ao EHH
▪ Geralmente evolui de forma mais insidiosa com poliúria, polidipsia e perda de
peso que persiste por alguns dias
▪ Náuseas e vômitos são os principais sintomas, além de desidratação, respiração
de Kussmaul e hálito cetônico
▪ Pode haver dor abdominal
▪ A presença de febre costuma estar relacionada à infecção, e a hipotermia é
descrita como um critério de mau prognóstico (sepse)
▪ Sinais e sintomas de infecção ou outras doenças potencialmente
desencadeantes da CAD devem ser levadas em consideração e tratadas
prontamente.
4. CLÍNICA - EHH
▪ Sinais de desidratação são evidentes (hipotensão e taquicardia)
▪ Alteração do estado mental (desde a letargia ao coma, este último
pode estar presente em até 50% dos casos de EHH)
▪ Convulsões podem ocorrer em até 25% dos pacientes e podem ser
generalizadas, focais ou mioclônicas.
▪ Quadros neurológicos de déficit focal (hemiparesias) também
podem estar presentes.
5. DIAGNÓSTICO
▪ Exames a serem solicitados: glicemia, hemograma, gasometria arterial ou
venosa, cetonemia, ureia e creatinina, eletrólitos, sumário de urina e
eletrocardiograma. Adicionalmente, pode-se solicitar radiográfica de tórax,
hemocultura, urocultura e proteína C reativa.
9. ▪ Estudo adicional dos mecanismos por trás dos efeitos metabólicos dos inibidores
de SGLT-2 é necessário para melhor definir o risco de DKA com esses agentes.
▪ No entanto, a relação risco-benefício favorece de forma esmagadora o uso
continuado de inibidores de SGLT-2 no T2D, sem alterações nas recomendações
atuais.
▪ Devido a precaução adicionada pelo FDA quanto ao risco de CAD, orienta-se
monitoramento e descontinuação temporária do medicamento em situações
clínicas conhecidas por predispor a cetoacidose.
▪ Recomenda que os clínicos considerem a possibilidade de cetoacidose em
pacientes que tomam inibidores de SGLT-2 que apresentam sintomas
consistentes com a condição, mesmo que os níveis de açúcar no sangue não
forem altos
▪ Por fim afirma que os benefícios da terapia com inibidores de SGLT-2 superam
os riscos.
10. ▪ Análise detalhada dos relatórios sobre CAD em pacientes em uso de SGLT2, pelo fato destas serem
listadas como drogas suspeitas ou concomitantes no Sistema de Relatórios de Eventos adversos da
Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FAERS).
▪ Foram analisados os relatórios datados entre primeiro trimestre de 2014 até setembro de 2016. os itens
analisados foram o numero de relatórios, indicações, medicamentos concomitantes, incidência de CAD, e
em seguida calculado os índices de incidencia, e de riscos.
▪ O banco de dados FAERS contém > 2500 relatórios de CAD em que SGLT2i estão listados como drogas
suspeitas ou concomitantes.
▪ O PRR da DKA em relatórios incluindo vs não incluindo SGLT2i e com uma indicação de diabetes foi de
7,9 (IC 95% 7,5, 8,4) e foi maior para diabetes tipo 1.
▪ Uma análise detalhada de 2397 relatórios, revelou uma predominância de mulheres, uma gama
extremamente grande de idade e peso corporal, e uma duração altamente variável do tratamento
com SGLT2i antes do início da CAD. Em 37 indivíduos (1,54%), DKA foi fatal.
▪ Com base no perfil desses relatórios, a DKA associada a SGLT2i pode não estar limitada a qualquer
subpopulação demográfica ou comórbida específica e pode ocorrer em qualquer período de uso de
SGLT2i.
11. ▪ Um projeto de estudo de coorte de novo usuário usando um banco de dados de sinistros de
seguros grandes nos EUA. A incidência de CDA foi comparada entre novos usuários de
SGLT2i e novos usuários de AHAs não-SGLT2i combinados em resultados de propensão à
exposição usando modelos de regressão de Cox.
▪ No geral, as taxas brutas de incidência (IC 95%) por 1000 pacientes-ano para CDA foram
1,69 (1,22-2,30) e 1,83 (1,58-2,10) entre os novos usuários de SGLT2i (n = 34,442) e não-
SGLT2i AHAs (n = 126,703 ).
▪ A relação de risco (IC de 95%) para DKA comparando novos usuários de SGLT2i a novos
usuários de AHAs não-SGLT2i foi de 1,91 (0,94-4,11) (p = 0,09) entre os 30,196 pares de
pares em exposição em geral e 1,13 (0,43-3,00 ) (P = 0,81) entre os 27.515 pares
correspondentes a não exposição.
▪ Este foi o primeiro estudo observacional que comparou o risco de CDA entre novos usuários
de SGLT2i e AHAs não-SGLT2i entre pacientes com diabetes tipo 2 e, em geral, nenhuma
diferença estatisticamente significante foi detectada.
12. REFERENCIAS
▪ Fadini GP1, Bonora BM2, Avogaro A2 . SGLT2 inhibitors and diabetic
ketoacidosis: data from the FDA Adverse Event Reporting System.
Diabetologia. 2017 May 12. doi: 10.1007/s00125-017-4301-8.
▪ Wang Y1, Desai M2, Ryan PB3, DeFalco FJ2, Schuemie MJ3, Stang PE3, Berlin
JA4, Yuan Z3. Incidence of diabetic ketoacidosis among patients with type 2
diabetes mellitus treated with SGLT2 inhibitors and other antihyperglycemic
agents. Diabetes Res Clin Pract. 2017 Jun;128:83-90. doi:
10.1016/j.diabres.2017.04.004. Epub 2017 Apr 13.