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Capítulo 4
Cultura helênica e o surgimento da Alquimia
Com Aristóteles, o período da filosofia grega clássica chega ao fim. isso
é largamente devido ao mais famoso pupilo de Aristóteles, Alexandre o
Grande (356-323 a.C.).
Antes de suas conquistas, a Grécia era composta de um número de
Pequenas cidades-estado que disputavam constantemente umas com
as outras por supremacia.
Atenas mantinha a liderança em desenvolvimento cultural, e às vezes
também mantinha uma liderança política, mas as condições nunca
eram estáveis por longos períodos.
Alexandre mudou isso. Por suas conquistas ele impôs uma estabilidade
política sobre a Grécia que pareceu resultar em menos individualidade e
originalidade entre os pensadores gregos, enquanto isso alargou
tremendamente sua visão de mundo.
Alexandre foi o primeiro conquistador Mundial. Da Macedônia ele liderou
os seus exércitos sobre todo o mundo conhecido aos Gregos então
além das terras previamente praticamente desconhecidas a eles.
Quando suas conquistas se completaram e ele morreu na Babilônia em
323 a.C., ele tinha levado a civilização grega não apenas para os
antigos centros de cultura, Egito e Mesopotâmia, mas ele também
estendeu o domínio da Macedônia sobre a Pérsia e entrou na Índia.
Pela primeira vez a civilização Indiana tornou-se geralmente conhecida
no ocidente.
Quanto do pensamento indiano influenciou os pensadores ocidentais e
o quanto, por sua vez, a Índia deve à filosofia grega é ainda uma
questão disputada.
Os filósofos indianos desenvolveram teorias atômicas que em alguns
aspectos se assemelham às teorias atômicas dos gregos, mas isso é
quase impossível de datar através dos manuscritos clássicos indianos.
Questões de prioridade nunca foram satisfatoriamente estabelecidas.
Entretanto, existe pouca dúvida que essa época ainda não era muito
avançada em conhecimentos químicos.
Afora o estímulo de uma nova civilização no pensamento geral nos
tempos helênicos, o ponto mais significativo resultante da conquista da
Índia foi que a caminho foi aberto para contatos com a civilização da
China, ainda mais distante no Oriente. A importância desse fato será
discutida adiante.
Não apenas Alexandre conquistou as nações orientais, como ele fez
uma bem definida tentativa de fundir os povos do seu império em um
todo homogéneo por meio do encorajamento de casamentos
interculturais entre os gregos e a população oriental Para as quais os
gregos haviam emigrado.
Ele próprio se casou com uma princesa oriental e ao mesmo tempo
muitos os seus Generais tomaram esposas orientais.
Onde quer que ele fosse, ele planejava colônias permanentes que
trariam o pensamento grego e as maneiras gregas para os povos
conquistados.
A mais famosa das suas colônias é a mais importante para a futura
história da química foi Alexandria, a qual ele fundou na boca do rio Nilo
em 332 A.C.
Quando Alexandre morreu inesperadamente na Babilônia, seus
generais escolheram um regente para conduzir sob a regra nominal do
império macedônico, então dividiram o país em satrápias, que foram
então designadas aos vários Generais.
A satrápia do Egito foi tomada por um dos mais sábios generais,
Ptolomeu. após diversos anos de intrigas assassinatos e disputas
abertas, a satrápia da Babilônia caiu nas mãos de outro general,
Seleuco.
Ele fundou sua capital da selêucia no Rio Tigre, uma cidade que
rapidamente substituiria Babilônia como centro de influência na
Mesopotâmia.
Apesar de Seleuco logo mover sua capital para Antioquia, Selêucia
permaneceu um grande centro de pensamento helénico até sua
destruição pelos Romanos em 164 DC.
Em 305 AC os vários sátrapas assumiram os títulos de reis em suas
próprias áreas.
Os dois reinos, que primeiramente dominaram todos os outros, foram o
Egito, com suas dinastias de Ptolomeus, e o império Selêucida, que
cobria a maior parte da Ásia Menor, Mesopotâmia, e Pérsia.
E seus reinos foram os centros do pensamento helenista pelos próximos
300 anos.
Esse termo, helênico, designa a cultura como que se espalhou sobre
todo o Oriente próximo durante esse período.
Apesar de derivado da cultura helênica na Grécia, ele foi fortemente
influenciado pelos orientais entre os quais ele floresceu, e desenvolveu
muitas características que o distinguem da cultura grega clássica.
O Grande centro dessa cultura helenística permaneceu na Alexandria.
Os Ptolomeus eram patronos de todas as formas de aprendizagem.
A grande biblioteca e museu, ou universidade, que foi fundada atraiu
estudiosos e filósofos de todo o mundo.
O número de correntes de pensamento se encontrou e se mesclou,
produzindo novas filosofias e religiões.
Nesse grande Caldeirão surgiu a Alquimia.
Três movimentos distintos podem ser traçados cuja união final levou à
alquimia.
Estas eram a filosofia grega, o misticismo oriental e a tecnologia
egípcia.
Mesmo nos dias de Platão e Aristóteles, a filosofia grega mostrou duas
tendências definidas.
O misticismo de Pitágoras e parte do de Platão eram opostos ao
pensamento mecanicista de Demócrito e muito do de Aristóteles.
Os dois aspectos eram frequentemente mesclados em um individual.
O desejo grego de explicar todo o Cosmos em um grande esquema
encorajou esse aparente paradoxo.
Na cultura helênica essas duas tendências tornaram-se mais
agudamente separadas.
As escolas de misticismo oriental abundavam, e para aqueles que eram
misticamente inclinados elas ofereciam um refúgio no qual o
pensamento científico era desnecessário.
Por outro lado, para aqueles que eram inclinados para uma visão mais
científica o caminho mecânico se apresentava pelo simples desgostar
do misticismo e suas associações.
Por um tempo essas duas escolas de pensamento desenvolveram-se
mais ou menos igualmente.
Eventualmente, como será visto, as escolas místicas tornaram-se
dominantes. na parte inicial do período helênico.
Entretanto, isso não era totalmente verdade, e como resultado surgiu
pelo mundo helênico, especialmente na sua capital, Alexandria, um
grupo de homens que mais se aproximou do conceito moderno de
cientista pelos próximos 1500 anos.
Grandes nomes como Euclides, Hiparco, Ptolomeu o astrônomo, e
Arquimedes da Sicília atestam a estatura dos cientistas helénicos.
Aqueles homens não eram apenas ativos em ciências
não-experimentais como astronomia e matemática, mas eles também se
dedicaram a experimentos reais para amparar as suas ideias.
Temos visto que os filósofos gregos consideravam o trabalho com suas
mãos algo abaixo da sua dignidade.
Os cientistas helénicos nos primeiros períodos ainda retinham um pouco
desse sentimento.
Arquimedes (287-212 A.C.) inventou muitos mecanismos engenhosos e
realizou experimentos no campo da hidrostática, mas ele considerava
seu trabalho puramente matemático como sua única real contribuição,
digna de preservação para as futuras gerações.
Heron de Alexandria, que provavelmente viveu entre 62 e 150 D.C.,
perdeu esse sentimento completamente.
Seu principal trabalho, ​Pneumatica​, é devotado a descrição de
dispositivos mecânicos (tais como aqueles que abriam portas de templo
quando uma chama era acesa no Altar, ou que dispensava Água Benta
quando uma moeda era depositada espécie de caça-níqueis).
De fato, Heron ofereceu um excelente exemplo do efeito da experiência
experimental prática sobre um estudante de filosofia grega dos tempos
helênicos.
Como todos os seus contemporâneos ele estava firmemente arraigado
aos princípios de Aristóteles.
Quando ele tentou explicar fenômenos naturais que não diziam respeito
diretamente ao seu próprio trabalho, suas explicações eram
estritamente aristotélicas.
Ele escreveu sobre a água transformada em ar pelo fogo; sobre lama e
lodo formados quando a água era derramada sobre a terra como a
“transformação de água em terra.”
Ainda, quando ele tratava dos fenômenos que estavam realmente
envolvidos em seu próprio trabalho, ele abandonava largamente as
ideias de Aristóteles.
Muitos dos mecanismos que ele descreveu eram operados por vapor
(ele até escreveu uma máquina a vapor). a pressão dos gases era a
força-motriz em todos os casos.
Entretanto ele tinha uma ideia muito clara da natureza dos gases, em
muitos aspectos antecipou a teoria cinética. Isso é claramente
mostrado pelo seguinte extrato do seu livro:
Vasos que parecem a muitos homens vazios não estão vazios, como
eles supõem, mas cheios de ar. Agora ar, como aqueles que têm
estudado física concordam, é composto de diminutas e leves partículas,
e para a maior parte invisíveis. Se então, colocarmos água em um vaso
aparentemente vazio, o ar irá deixar o vaso em quantidade proporcional
a água que entra nele. [nesse ponto ele descreve o experimento do
relógio de água de Empédocles] portanto pode-se assumir que ar é
matéria. O ar quando posto em movimento torna-se vento [posto que
vento é nada mais do que ar em movimento] e se, quando o fundo do
vaso tiver sido perfurado e a água estiver entrando, nós colocarmos a
mão sobre o buraco, sentiremos o vento Escapando do vaso, e isso
nada mais é do que o ar que está sendo empurrado para fora pela água
….. eles, então, que afirmam que que não existe absolutamente
vácuo podem inventar muitos argumentos sobre esse assunto, e talvez
pareçam discursar muito plausivelmente, apesar de não oferecerem
provas tangíveis. se, entretanto, se for mostrado por um apelo aos
fenômenos sensíveis e se existe tal coisa como um vácuo contínuo,
mas artificialmente produzido; que um vácuo exista também
naturalmente, mas espalhado em diminutas porções; e que por
compressão os corpos preencham esses vácuos dispersos, Aqueles
que apresentar Tais argumentos plausíveis nessa matéria não estarão
mais aptos a recuar.
Ele então cita o experimento de soprar ar em um globo, provando que a
compressão pode ocorrer. Quando a pressão é liberada o ar escapa.
As partículas que saem não aumentam seu tamanho, então deve existir
vácuo ou espaços vazios entre elas. A explicação de Heron é muito
diferente daquela de Platão que foi citada anteriormente.
Entretanto, ele ainda não é experimentalista o suficiente para evitar
produzir discussões adicionais baseadas na grande plausibilidade do
que ele desenvolveu, tal como quando os raios de sol penetram a água
e não fazem o vaso transbordar, para suportar a sua crença na
existência de um vácuo.
As observações de Heron sobre a combustão levaram-no muito próximo
às ideias que não foram verdadeiramente aceitas até à época de
Lavoisier e o início da química moderna.
Que algo é consumido pela ação do fogo está Manifesto na existência
das Cinzas, as quais, preservando a mesma massa que tinha antes da
combustão, ou praticamente isso, Difere muito em peso. as partes
construídas Falecem com a fumaça em uma substância de Fogo, ou ar,
ou terra; as partes mais sutis passa para regiões mais altas onde o
fogo está; as partes de alguma forma mais grosseiras que aquelas
para o ar, e as mais grosseiras ainda, tendo surgido com as outras Em
um certo espaço da corrente, descendem novamente para regiões
inferiores e se misturam com substâncias terrestres. a água também,
quando consumida pela ação do Fogo, é transformada em ar; pois o
vapor e acende os caldeirões colocados acima de fogueiras e nada
mais do que a evaporação do líquido passando para o ar. aquele fogo,
então, dissolve e transforma todos os corpos mas vocês que ele
próprio fica evidente frente aos fatos acima apresentados.
A principal razão para que cientistas como Heron não tivessem
antecipado as descobertas do século XVIII era a tendência, herdada do
período anterior da filosofia grega, de empregar experimentos para
demonstrar uma hipótese pré-concebida e não para descobrir uma nova
verdade.
As teorias de Aristóteles foram usadas sempre que possível para
explicar novos fatos, e, quando observação direta levava a uma
expressão de ideias variantes, as ideias aristotélicas eram usadas para
reforçar a expressão tanto quanto possível.
O interesse prático de Heron sobre gases foi reforçado entre os
filosoficamente inclinados pelas teorias físicas dos Estoicos.
A filosofia estóica originou-se na época de Platão e se espalhou
especialmente em Roma, onde ela foi por um longo tempo a filosofia
dominante entre os intelectuais romanos.
Apesar de ela ser de menor importância na Alexandria, sua influência
também foi sentida lá.
Os estoicos acreditavam que cada fenômeno tinha uma causa corporal.
Isso tomou a forma de uma corrente de ar, ou gás,
A ​pneuma​ em grego, o ​spiritus ​em latim.
Lá o espírito estava contido em cada objeto que atuava sobre cada
objeto.
Era a causa do crescimento e decaimento.
No homem, as correntes de ar descarregadas do coração para os vários
órgãos trazia vida.
Assim o ar passou a ser tratado como a alma do homem, apesar de ser
uma alma corpórea.
É claro que essa ideia de pneuma poderia ser interpretada em um
sentido estritamente físico, ou como uma abstração metafísica,
dependendo do Filósofo individual.
Em qualquer caso, o conceito filosófico supriu uma base para um
interesse em gases e reforçou a ideia de que ter um espírito era uma
parte essencial de cada objeto material.
Pode ser mencionado nesse ponto que, apesar da influência de
Aristóteles, reforçada pela síntese de muitos dos filósofos que
floresceram nas épocas helênicas, com a tendência a abandonar as
ideias atômicas de Leucipo e Demócrito, essas ideias não foram
completamente perdidas.
Elas foram adotadas pelos epicuristas e ganharam sua mais clara
expressão no grande poema ​De Rerum Natura de Lucrécio (96-55
A.C.).
Apesar de eles não terem influenciado o pensamento científico na
época, Nem por muito tempo depois, eles não se perderam, e como
será visto adiante, sua influência foi eventualmente sentida uma vez
mais.
À medida que o tempo passou, um crescente número de religiões
místicas do oriente se estabeleceu na Alexandria, crescendo lado a lado
os cultos Egípcios.
Essas religiões influenciaram os filósofos helênicos, que se afastaram
cada vez mais dos primeiros filósofos gregos.
Filósofos posteriores tinham em comum uma tendência de dar as costas
à observação e confiar em revelações místicas para uma compreensão
da natureza .
No II século D.C., o gnosticismo tornou-se proeminente.
Os praticantes acreditavam que eles possuíam um conhecimento
secreto obtido por uma revelação (a Gnose).
A entrada na Sociedade dos gnósticos era por uma iniciação mística.
Assim como muitos orientais, os gnósticos não se impressionavam com
a doutrina platônica de uma realidade totalmente benévola.
Eles acreditavam firmemente também no mal, e remeteram ao dualismo
que tinha sido tão característico do pensamento primitivo.
No III Século D.C., essas tendências foram intensificadas no
neoplatonismo.
Os neoplatonistas, os quais se tornaram os filósofos dominantes de
Alexandria, sentiam um desprezo pela razão e pela ciência.
A Revelação direta pela divindade era a única fonte de conhecimento.
mais tarde, o maniqueísmo, que se espalhou a partir da Pérsia e
Babilônia, trouxe inflexível dualismo de bem e mal, mais frequentemente
simbolizado por luz e escuridão.
Todas essas seitas, que igualmente podiam ser chamadas de filosofias
místicas ou religiões, interagiram umas com as outras, na forma de
práticas puramente mágicas e astrológicas, e também com as religiões
Judaica e Cristã que eram uma parte importante da sociedade
Alexandrina.
Está claro que todas essas ideias, tão difundidas no mundo helênico,
não falhariam em influenciar qualquer movimento contemporâneo que
tenha possuído alguma base intelectual.
Apartados dos trabalhadores científicos de Alexandria, tais como Heron,
e os filósofos místicos tais como os gnósticos e os neoplatônicos, existia
uma classe de artesãos práticos que provavelmente inicialmente se
mantiveram separados dos dois grupos mencionados.
Esses eram os homens que preparavam luxúrias para as classes
abastadas e para os templos.
Como mencionado anteriormente, os artesãos egípcios, trabalhando
nos templos, eram especialmente habilidosos em tais ofícios.
O processo que eles desenvolveram foi descrito por escritores com
mentes enciclopédicas do período romano, tais como Diodorus Siculus,
e, acima de todos, Plínio.
Entretanto, essas descrições são quase totalmente de segunda mão.
É óbvio que esses escritores meramente copiaram o que eles liam ou o
que lhes era contado, comumente sem qualquer compreensão do
trabalho que eles descreviam.
Como resultado, muito material fantasioso foi misturado com os
detalhes práticos, e erros grosseiros são frequentemente encontrados.
Afortunadamente, nosso conhecimento do estado da prática química
egípcia tem uma base mais firme do que a daquelas descrições de
segunda mão.
No início do Século XIX, Johann d’Anastasy, o vice-cônsul Sueco em
Alexandria, adquiriu uma vasta coleção de papiros, escritos em grego.
Muitos dos quais ele mais tarde vendeu na Holanda, apesar de ter
distribuído alguns na sua terra natal.
A tradução e o estudo de suspiros prosseguiu lentamente.
Em 1885 um papiro um papiro de caráter definitivamente químico foi
revelado.
Ele foi encontrado em Leiden, e é conhecido como o décimo papiro de
Leiden.
Em 1913 outro papiro foi encontrado em Estocolmo e provou ser escrito
pela mesma mão que o papiro de Leiden.
É provável que esses dois papiros estivessem originalmente juntos na
tumba de um artesão egípcio, e que eles fizessem parte de uma coleção
de notas para seu próprio uso em sua oficina.
Esses papiros datam do III Século A.C., mas eles são provavelmente
compilação de materiais mais antigos.
Eles lembram textos assírios sobre vernizes com os quais claramente
se parecem, sem nenhuma tentativa de enganar o leitor.
Desde que eles são evidentemente feitos para o uso de um trabalhador
habilidoso, eles ocasionalmente falham em descrever passos que
devem ter sido essenciais, mas eram tão bem compreendidos que não
se consideram necessário escrever e seus procedimentos.
Apesar de nenhuma tentativa de fraude ocorra com o uso de frases
místicas, o autor usa termos técnicos cujo significado está perdido nos
dias de hoje.
Assim sendo nós não compreendemos tudo que os papiros contém,
mas nós obtemos uma boa ideia do Estado das Artes químicas no
período Alexandrino.
Os papiros de Estocolmo contém muitas receitas para o tingimento e a
impregnação e para preparação de gemas de imitação.
Nenhuma ideia teórica da filosofia grega parece; as receitas são
inteiramente práticas.
Práticas mágicas não são sugeridos, exceto em uma folha separada
que contém uma invocação ao “Sol, Berbeloch, Chthotho, Miach,
Sandum, Echnim, Zaguel.”
Isso pode ter sido parte de outro papiro, mas sua existência assim como
aquela do papiro de Estocolmo implica que práticas mágicas eram
encontradas mesmo entre os artesãos práticos, já que eles também
estavam entre os primeiros fabricantes de esmaltes assírios.
Enquanto o papiro de Estocolmo contém umas poucas receitas
relacionadas à metalurgia, o papiro de Leiden é quase inteiramente
dedicado ao trabalho com metais.
Dele nós ganhamos uma imagem não apenas dos métodos dos
metalúrgicos, Mas também de alguns dos seus propósitos.
Julgando esse papiro, ao menos, muito do seu esforço era para produzir
imitações mais baratas dos metais preciosos, prata e ouro.
Uma receita típica, número 8, é descrita a seguir:
Para fabricar Asem [ A Liga de prata e ouro]. Pegue estanho macio
cortado em pequenos pedaços, purificado quatro vezes; tome 4 partes
dele e três partes de cobre branco puro mais uma parte de Asem.
Derreta, e, após moldar, limpe diversas vezes como quiser. Será um
Asem de primeira qualidade, que irá enganar mesmo os artesãos.
Tais expressões como a última ocorrem frequentemente nessas
receitas​: “ o produto se parecerá como um objeto de prata” (número 3);
e os títulos dão uma ideia similar: “ Falsificação de ouro” ( número 17),
“Para dar a objetos de cobre a aparência de ouro” ( número 38).
É óbvio que o artesão que compilou essas notas estava muito ocupado
com a produção de imitações de ouro e prata que podiam passar os
testes grosseiros aplicados naquela época.
Tais testes incluíam o uso de pedra de toque e o comportamento sob
aquecimento.
Não existe indicação de que ele estava tentando converter metais
básicos em Ouro ou Prata reais, mas não existe igualmente razão para
supor que, se ele começasse a produzir a substância que lembrava ouro
em todos os aspectos conhecidos por ele, esse poderia não ter
acreditado que ele tinha produzido o ouro.
Nenhuma razão para ela é conhecida porque qualquer substância podia
não, sob condições próprias, mudar para qualquer outra forma de
substância.
Além de trabalhar com metais, os artesãos usavam um certo número de
reagentes para realizar seus procedimentos.
A receita número 89 descreve um desses reagentes, água sulfurosa:
Um punhado de cal e outro de enxofre finamente pulverizado;
coloque-os em um vaso contendo vinagre ou a urina de uma criança
pequena. Aqueça-os até que o líquido sobrenadante pareça sangue.
Decante o último propriamente de forma a separá-los do depósito, e
use.
Essa receita claramente descreve a preparação de uma solução de
polissulfeto de cálcio que era usada provavelmente para alterar a cor
superficial de um metal.
Como veremos adiante, tais soluções assumiram grande importância
para os alquimistas.
As receitas práticas dos papiros de Leiden e Estocolmo provavelmente
representam métodos e informações agregados por um período de
muitos séculos.
Os artesãos do Egito sem dúvida estavam preparando liga similares e
corantes desde os dias dos faraós.
Outros artesãos em outras civilizações primordiais provavelmente
também tinham receitas similares a sua disposição.
Desde que essas eram puramente técnicas em caráter, sua transmissão
era mais ou menos mecânica.
Na Alexandria pela primeira vez, os artesãos entraram em contato com
fermento das ideias que foram descritas anteriormente a eles.
As teorias dos filósofos podiam ser aplicadas aos processos
empregados pelos artesãos, e as especulações abstrusas podiam ser
limitadas por conhecimento real com o comportamento da matéria em
muitas formas.
Em outras palavras, pela primeira vez ocorria uma união de química
teórica e prática, e dessa união veio um avanço totalmente novo, a
alquimia.
Os alquimistas originais devem ter sido homens muito similares em
aparência a Heron.
Eles conheciam filosofia aristotélica e a aplicavam onde quer que
pudessem, mas seu conhecimento prático do comportamento dos
metais era suficientemente grande para para estimulá-los a modificar as
teorias ou enfatizar certas partes sempre que isso parecesse
necessário.
A data exata quando isso ocorreu não reconhecida, mas muitos
estudiosos acreditam que eles estavam ativos por volta do IV Século
DC.
Esse é um tempo quando a filosofia científica ainda florescia e as ideias
místicas não tinham ainda obtido a dominância que elas ganhariam
mais tarde.
Esses homens não hesitavam trabalhar no Laboratório, para inventar
novos aparatos, e para observar de perto as mudanças que aconteciam
nas substâncias químicas que eles usavam.
Desafortunadamente, nenhum registro contemporâneo do seu trabalho
permanece.
Nosso conhecimento de suas atividades vem de escritos de pelo menos
dois séculos posteriores, quando a atmosfera intelectual estava ainda
sofrendo alterações, e mesmo esses escritos são conhecidos apenas
em manuscritos que foram copiados e recuperados por séculos, e nos
quais muitas alterações devem ter sido introduzidas.
Entretanto, é possível reconstruir muito do que os alquimistas originais
fizeram e as teorias que guiaram seu trabalho.
Isso pode ser feito a partir de fragmentos dos primeiros livros alquímicos
que sobreviveram.
Tais livros aparecem sobre a autoria de uma estranha lista de nomes,
devido ao fato de que os verdadeiros escritores tentavam ganhar
autoridade para seus trabalhos atribuindo a eles os nomes de
personagens famosos de eras passadas.
Eles diziam que os livros tinham sido escritos por deuses e deusas de
eras passadas, tais como Hermes ou Isis, por líderes Hebreus tais
como Moisés, por filósofos gregos tais como Jâmblico ou Demócrito de
Abdera.
Os trabalhos atribuídos a esse último certamente não foram compostas
por Demócrito, mas foram provavelmente escritos por um certo Bolos de
Mendes no Século I D.C..
Eles são comumente conhecidos como os trabalhos do pseudo
Demócrito.
Os nomes de mulheres aparecem entre esses alquimistas, Cleópatra,
ou Maria a judia, que podem muito bem ter sido pessoas reais, e que
dizem ter inventado muitos aparatos, incluindo o banho-maria.
Desde que os originais alquimistas eram cientistas helenistas práticos,
eles possuíam um bom plano de fundo técnico como artesãos egípcios.
Eles provavelmente lembram o compilador dos papiros de Leiden e
Estocolmo em experiência.
Certamente muito do seu trabalho envolvia métodos que ele descreveu.
Primeiramente eles tentaram preparar substitutos mais baratos para
metais preciosos.
Seus métodos técnicos tornaram isso possível.
Quando eles iniciaram a especular sobre seu trabalho, aplicando a
filosofia aristotélica dominante, eles não tinham razão para duvidar que
os amálgamas que eles produziam, que tanto lembravam o ouro, eram
verdadeiramente uma forma de ouro, de alguma forma menos perfeita
que o metal verdadeiro, talvez, mas precisando apenas de um pouco
mais dos esforços dos artesãos para ser transformados no metal
perfeito.
A idéia aristotélica de que todas as coisas têm de alcançar a perfeição
implicou que entre os metais o menos perfeito estava sempre se
esforçando para atingir a perfeição do Ouro.
A natureza realizava esse processo de aperfeiçoamento nas
profundezas da terra e por um longo período de tempo.
O artesão em sua oficina poderia repetir muito desses processos em
tempo relativamente curto; entretanto era apenas necessário melhorar
de alguma forma seus métodos, e ele podia repetir o processo natural
completamente e fazer o ouro puro pela sua própria arte.
Essa era a ideia básica da alquimia, que representa uma conclusão
lógica a partir de práticas metalúrgicas do cotidiano.
Na aplicação dessa ideia, um grande número de outras ideias filosóficas
contemporâneas foi aplicado, e a descoberta de muitas práticas
químicas daí resultou.
O antigo conceito de que as mudanças ocorrendo no macrocosmo, ou
grande mundo, eram repetidas no microcosmo, pelas coisas vivas, era
fundamental para o pensamento do alquimista.
Mais adiante, em termos de filosofia estóica, um espírito (pneuma) era
um constituinte essencial de todas as coisas e agia sobre um “corpo”
para produzir mudança.
No microcosmo, em plantas e animais, o corpo morria, deixando uma
semente que, impelida pela pneuma, desenvolvia-se através de uma
série de mudanças em direção a perfeição final de sua espécie.
Logicamente, então, o mesmo curso deveria ser seguido no
macrocosmo.
Portanto era necessário “matar” os materiais com os quais o alquimista
trabalhava.
Isso significava produzir uma mudança nas suas propriedades que
poderia trazê-los tão próximo quanto possível para o estado da matéria
prima.
Sobre isso, novas formas podiam ser impressas.
Isso era feito, por analogia com a semente germinando, através de um
tratamento prolongado com aquecimento e umidade.
Esperava-se que o material “morto” poderia então ser desenvolvido
através de uma sucessão de substâncias em direção a perfeição final
do Ouro.
Deve ser lembrado que as qualidades que eram observadas por
aqueles alquimistas não eram meramente de estados físicos tais como
sólido líquido, mas também cor.
Para nós isso é relativamente apenas uma qualidade incidental, mas
para os alexandrinos ele era tão fundamental quanto a liquidez ou
solidez.
Essas qualidades tornaram-se mais importantes nas mentes dos
alexandrinos do que a dos quatro elementos aristotélicos, pois as
qualidades eram verdadeiramente vistas durante o trabalho.
Apesar da teoria dos 4 elementos nunca ter sido verdadeiramente
esquecida, e de ser usada nas discussões mais fundamentais, muitas
das explicações do comportamento das substâncias físicas vieram a ser
dadas em termos de propriedades físicas de sólidos (terras), líquidos
(águas), gases (espíritos), e coloração.
Esse método de pensar permaneceu característico da química até o
tempo de Robert Boyle.
Os tecnólogos Alexandrinos estavam profundamente preocupados com
os metais, mas eles também eram tintureiros práticos, como mostrado
no papiro de Estocolmo.
Eles sabiam como usar os mordentes para produzir uma sucessão de
cores.
Tem sido apontado que sua preocupação com cor era também aplicada
ao processo de fazer ouro.
Uma sucessão de cores na ordem adequada era essencial.
As cores da prata e ouro estavam entre as propriedades mais
características daqueles metais para o alquimista, e pelas cores que ele
produzir eles julgavam sucesso de suas operações.
Com base nessas ideias, então, o alquimista realizava o trabalho prático
da transmutação.
Primeiro ele tinha que produzir o material “morto” sobre o qual as formas
desejadas podem ser impressas.
A ideia platônica tal como expressa no Timeu está óbvia aqui.
A massa “morta” deve ter perdido a maior parte de suas propriedades
metálicas e se tornar Negra, Isto é, perdendo toda a cor.
A preparação desse material era chamada ​melanosis​, ou
escurecimento.
Esse processo era seguido pela ​leucosis, ou embranquecimento (às
vezes também chamado de produção de prata), e então pela ​xanthosis
ou amarelamento (produção de ouro).
Nos primeiros tempos um passo final, iosis​, era frequentemente
mencionado.
Isso tem sido interpretado ou como uma produção de violeta iridescente
no ouro ou como uma retirada de ferrugem, porque a palavra grega e os
pode significar tanto violeta como ferrugem.
Em qualquer razão, o produto de acetato era chamado “coral de ouro” e
era tratado como passo final na transmutação.
Em tempos posteriores esse processo foi abandonado e a sequência
preto, branco, amarelo (ou algumas vezes ​vermelho​) tornou-se padrão.
Assim pode ser visto que o objetivo principal desses alquimistas era a
produção de cores definidas sobre superfícies metálicas, e o processo
de transmutação, tanto naquela época quanto posteriormente, era
chamado de tingimento.
A massa morta devia ser tingida por um processo análogo ao
crescimento de uma semente.
Sob a influência de aquecimento prolongado e gentil, a massa era
tratada com certos espíritos e águas que renovavam a vida nela e
causavam o desenvolvimento.
Frequentemente uma pequena quantidade do metal que era para ser
convertido era adicionado como um “fermento”, ou uma semente em si.
Nesse caso era esperado que toda a massa fosse convertida pela
“semente de prata” ou a “semente de ouro” em prata (leucosis) ou ouro
(xanthosis).
Apesar de que nessa época o termo Pedra Filosofal não era usado, a
base para esse conceito já estava presente.
Os reagentes que os alquimistas usavam eram chamados de “águas” se
fossem líquidos, e eram usualmente substâncias que podiam produzir
uma cor sobre superfícies metálicas.
O cobre podia render uma cor preta ou por oxidação da sua superfície
ou por conversão às formas sulfeto (melanosis), e podia ser
embranquecido por tratamento com arsênico aplicado como sulfeto
(orpigmento).
O amarelamento para a forma de ouro era usualmente produzido por
uma solução de polissulfetos tais como aqueles descritos na receita do
papiro de Leiden que foi citado anteriormente.
Tais soluções eram chamadas águas sulfurosas (​theion hudor​), mas em
grego a palavra para enxofre também significava divino.
Assim água sulfurosa era água divina, e ela provocou a mais importante
transformação na “divina arte”.
O enxofre nativo era muito usado na preparação desse líquido,
Apesar de que sulfetos podiam também ser usados como ponto de
partida.
Outro reagente importante era o mercúrio.
Amostras desse metal tem sido encontradas em tumbas dos séculos 16
ou 15 antes de Cristo, existem vagas referências a ele na literaturas
grega primordial.
Pela época de Diodorus, Plínio, e Vitruvius, era uma substância familiar,
e sua preparação por torrefação do cinábrio era bem conhecida.
Suas propriedades peculiares despertaram muito interesse.
Apesar de lembrar um metal, sua natureza líquida normalmente
causava sua classificação entre as “águas”.
Não foi até comparativamente tempos posteriores (500-700 D.C.) que
ele foi aceito como um metal, e o símbolo astrológico do mercúrio que
tinha sido atribuído ao estanho foi dado ao mercúrio.
Entretanto, a ideia de que ele representava o princípio da fluidez que
todos os metais continham, como expressa por sua fusibilidade, já
estava em existência em tempos anteriores.
A habilidade do mercúrio de transmitir a cor prateada aos outros metais
deu a ele uma posição especial entre Os alquimistas.
Os processos alquímicos requeriam a construção de muitos aparatos.
Não apenas era necessário tratar os metais com vários reagentes as
temperaturas elevadas, mas também a preparação dos reagentes
frequentemente requeria um certo número de operações.
Podia ser necessário extrair os espíritos dos materiais, tais como ovos,
que sob destilação rendiam uma fração que podia ser usada na
xanthosis.
Os químicos alexandrinos mostraram uma impressionante
engenhosidade na invenção de alambiques, fornos, banhos de
aquecimento, taças, filtros, e outras peças de equipamento químico que
encontram suas contrapartes em uso nos dias de hoje.
De fato, o alambique foi inventado nessa época, e por séculos foi usado
apenas em operações alquímicas.
Existe uma considerável similaridade nas receitas alquímicas dos
primeiros períodos, e essas por sua vez estabeleceram o padrão para
os escritos alquímicos posteriores.
O estilo dos primeiros alquimistas é bem mostrado no que é
provavelmente um dos primeiros escritos, o ​Physica et Mystica ​do
pseudo-Demócrito.
A seguinte seleção abre a sessão chamada fabricação de ouro, e ilustra
o tom geral da obra:
Tome o mercúrio, fixe-o com o (metálico) corpo de magnésia, ou o
(metálico) corpo de antimônio italiano, ou com enxofre Nativo, ou com
selenita, ou com pedra Calcária calcinada, ou alúmen de Milos, ou
arsênico [o sulfeto], ou com o que você quiser. Molde a Terra Branca
[assim preparada] sobre o cobre, e você terá cobre sem sombra.
Adicione eletkron Amarelo, e você terá ouro; com esse ouro você obterá
o coral de ouro reduzido a um corpo metálico. O mesmo resultado será
obtido com arsênico amarelo (orpigmento) e sandarac (realgar)
propriamente tratados ou cinábrio totalmente transformado. Mercur
isolado produz cobre sem nenhuma sombra. A natureza triunfa sobre a
natureza.
Trate piritas de prata, que é também chamada siderita, de acordo com o
uso, de uma maneira a torná-la fluida. Para torná-la fluída use litargirio
cinza, ou branco, ou por meio de antimonio italiano. Então borrife com
chumbo (eu não posso simplesmente dizer chumbo Por que você pode
cometer um erro, mas chumbo de Koptos), ou com o nosso litargirio
preto, o que você desejar. Aqueça, então molde-o em um material
preparado Amarelo, e tinja-o. A natureza se alegra na natureza.
Trate as piritas até que elas se tornem incombustíveis, após terem
perdido a cor preta. Trate com salmoura, o com urina não corrompida,
ou com água do mar, ou com oxymel, o que você quiser, e aqueça até
que ela se torne como partículas de ouro que não foram submetidas a
ação do Fogo. Isso feito, mistura com enxofre Nativo, ou com alumen
amarelo, ou alumen Atico, o que você quiser. Então adicione a prata de
maneira a ter ouro, e ouro para ter o coral de ouro. Natureza domina
natureza.
É quase impossível seguir os detalhes das receitas por causa da
maneira vaga nas quais os vários reagentes são nomeados.
O corpo de magnésia, por exemplo, pode significar qualquer número de
metais ou ligas obtidos por redução de uma terra.
Entretanto, o propósito geral das receitas permanece Claro.
Assim a primeira refere-se a um processo para dar ao cobre uma cor de
Ouro ou Prata com a ajuda de mercúrio ou ligas de Arsênio.
A segunda descreve o tratamento de um mineral de prata com outro
metal para obter uma liga e tem cor amarela devido a um reagente não
descrito.
A terceira trata da tostagem de um mineral argênteo, seguido do
tratamento com soluções contendo cloreto de sódio.
Então uma liga dourada é preparada e tratada na forma de ligas de
prata ou ouro com metais ordinários.
A palavra química tem sua primeira aparição na época em que essas
receitas foram descritas.
Tem havido muita discussão do significado original dessa palavra.
As teorias mais aceitas derivam-na ou da palavra egípcia khem, negro,
ou da palavra grega cheo, eu moldo, ou derramo.
O próprio Egito era a “Terra Negra”, assim chamado porque o solo
negro e fértil.
Química, que se originou no Egito, e fez da melanosis seu primeiro
passo, era assim a “Arte Negra”.
Sobre a segunda teoria, o nome se refere às operações metalúrgicas
dos primeiros químicos.
A qualquer custo, a adição do artigo definido árabe ​al​, produziu a
palavra alquimia e deixa clara a contribuição dos árabes, que será
discutida posteriormente.
O artigo foi novamente retirado quando a ciência da química tornou-se
mais uma vez independente.
Como pode ser visto, os químicos alexandrinos eram homens práticos
com um alto grau de habilidades.
Eles estavam ativos em uma época quando parecia que uma verdadeira
ciência poderia surgir.
Eles realizaram numerosas reações químicas guiados por uma teoria
que, se errônea, ao menos era capaz de explicar os resultados, e era
algumas vezes mesmo capaz de predizer; uma substância amarela
enxofre, poderia sob as condições apropriadas dar sua cor ao metal,
tingindo-o de ouro, que era metálico e amarelo.
Como foi o caso de Heron, seu conhecimento prático permitiu a eles
modificar a teoria aristotélica quando necessário.
Eles empregaram muitos aparatos e uma ampla variedade de
reagentes, muitos preparados por destilação de produtos naturais.
É bem possível que muitos nomes que mais tarde adquiriram uma
significância simbólica, tal como “bile de tartaruga”, era originalmente
algo literal.
Esses trabalhadores sem dúvida muito cedo desenvolveram o
vocabulário técnico, que não apenas deu a eles um método rápido de
descrever os materiais que eles usavam, mas também servia para
esconder suas operações do público geral.
Foi um passo óbvio chamar os metais pelos nomes dos planetas que os
governavam sob o sistema de astrologia que prevalecia.
Assim o ouro se tornou o sol; prata, a lua; cobre, vênus; chumbo,
Saturno; Ferro, Marte; e assim por diante.
Os símbolos astrológicos podiam também ser usados ao invés dos
nomes, como um sistema de abreviação.
Outros reagentes receberam nomes codificados, esses diferiam de lugar
para lugar, e de período para período.
Dessa forma um vasto e confuso sistema de nomes e símbolos cresceu
o que fez com que aquele que tentasse interpretar os manuscritos
alquímicos tivesse uma difícil tarefa.
Entretanto, é bom relembrar a habilidade laboratorial prática dos
alexandrinos que fundaram alquimia e influenciaram o pensamento de
todos aqueles que estudaram as mudanças químicas por 1500 anos.
Mesmo hoje, termos alquímicos, tal como hermeticamente fechado,
ainda são usados.
Pelo Século IV, surge uma onda de misticismo oriental que afetou a
alquimia.
Práticas mágicas e astrológicas provavelmente sempre foram influentes
entre os alquimistas, mas agora essas influências começaram a crescer
às custas dos estudos de laboratório dos alexandrinos.
O simbolismo da alquimia, senão seus aspectos práticos, apelavam
grandemente aos gnósticos e neoplatonistas, e, como Jung mostrou, a
muitas das necessidades psicológicas mais profundas da mente
humana.
Os médicos começaram interpretar a morte dos metais e sua
ressurreição e perfeição na forma de ouro como símbolo da morte,
ressurreição, e aperfeiçoamento da alma humana.
A identidade do macrocosmo e microcosmo fez dessa ideia lógica em
qualquer caso, e as filosofias místicas não hesitavam de tomar esse
simbolismo divorciado de qualquer método prático de laboratório, e
desenvolvê-lo da sua própria maneira.
À ainda confusa terminologia da alquimia foi adicionada uma massa
ainda maior de especulação filosófica, usando termos químicos, mas
quase sem conteúdo químico.
Isso serviu para confundir ainda mais a imagem da alquimia que chegou
até nós, de tal forma que apenas em recentes anos as origens
tornaram-se mais claras para nós.
Sempre existiram alquimistas que mantiveram seu interesse em
verdadeiras operações e laboratório.
Embora os de mentes místicas se referirem a esses homens
desdenhosamente como meros “sopradores” ou “cozinheiros”, foram
eles que preservaram e avançaram alquimia como uma ciência até que
ela tenha se tornado química, enquanto que outros, perdidos em uma
nuvem de nomenclaturas obscuras especulações, contribuíram muito
pouco para a química.
Os alquimistas práticos devem ter sido trabalhadores muito obscuros
inicialmente, pois não existe referência a eles na literatura dos seus
contemporâneos.
Pelo fim do Século III, entretanto, seu trabalho se tornou melhor
conhecido.
O Imperador Diocleciano, na época, reorganizou a estrutura política e o
sistema de impostos do Egito.
A falsificação de ouro devia ser um problema importante então, porque
Suidas afirma que o imperador provocou a queima de todos os livros
alquímicos em 292 D.C..
Se isso aconteceu realmente ou não, é um indicativo inicial de uma
desconfiança generalizada dos alquimistas entre a população geral e
que continuou ao longo do florescimento dessa mesma alquimia.
O período criativo da alquimia helenista chegou ao fim por volta dessa
época.
A enciclopédia de Alquimia compilada por Zozimos de Panópolis em
torno de 300 D.C. já continha muito do caráter simbólico e místico.
Escritores posteriores como Sinésio, Olimpiodoro e outros eram
basicamente copistas e comentadores.
A teoria da alquimia se tornou padronizada, e novos aparatos e métodos
não foram mas descobertos.
No período posterior Bizantino a alquimia permaneceu estática, apesar
de muitos escritores continuarem a transmitir as ideias dos primeiros
alquimistas de geração a geração.
Se a Alquimia falhou em avançar na sua fase técnica durante esse
período, ela sofreu uma expansão geográfica que foi de grande
significado.
Como o poder político do império romano declinou, a igreja cristã
cresceu para uma posição dominante através do mundo helenista.
O poder dos neoplatonistas e outros filósofos foi destruído, e
eventualmente o aprendizado em Bizâncio, Antioquia, e Alexandria se
tornou central nos monastérios e escolas mantidos pela cristandade.
A Igreja Primitiva cresceu na cultura helenista do Mediterrâneo oriental,
e era ela própria um agente poderoso no espalhamento dessa Cultura.
A língua da igreja era o grego, e a lógica aristotélica era aceita como um
método para ser usado na resolução de problemas.
Por onde quer que os missionários peregrinassem, a aprendizagem e a
cultura helenista os acompanhava.
Muitas das primeiras atividades missionárias no Oriente ocorreram em
terras que tinham sido parte das conquistas de Alexandre o Grande e
nas quais uma base de cultura helenista já existia, apesar de algumas
vezes sobreposta por uma forte influência oriental.
A difusão do pensamento helênico pela igreja era assim simplificado, já
que reforçava um padrão já presente.
No Século V a Igreja foi sacudida por violentas discordâncias de caráter
puramente teológico.
A posição ortodoxa, quando foi finalmente estabelecida, exigia um
compromisso moderado, mas as facções mais extremistas se
recusaram a aceitar esse acordo.
O grupo mais influente de dissidentes foi conduzido por um monge
chamado Nestorius, que foi excomungado em 431 D.C..
Como ele tinha uma forte influência na Síria, ele fugiu para lá
estabeleceu sua própria igreja, conhecida por nestoriana.
Ela se espalhou rapidamente pela Síria e pela Pérsia, e se tornou a
forma dominante de cristianismo.
Os opositores extremos do nestorianismo também se recusaram a ficar
satisfeitos pelo compromisso, em 451 D.C. eles também se separaram
do corpo principal da Igreja Ortodoxa.
Sob o nome de Monofisistas, eles obtiveram seu maior poder no Egito,
mas também estabeleceram igrejas por toda a Síria e Pérsia.
Apesar de radicalmente opostos em assuntos teológicos, ambos
nestorianos e monoteístas tinham o mesmo plano de fundo helenista.
Eles levaram consigo onde quer que fossem os trabalhos filosóficos e
científicos da Cultura helenista.
Eles não perderam contato com as igrejas greco falantes do império
romano do oriente, e assim eles eram aptos a obter os mais recentes
manuscritos gregos que se tornavam disponíveis.
Os monofisistas realizavam seus estudos principalmente em
monastérios, mas os nestorianos fundaram um número de academias
influentes vieram portanto mais efetivos em espalhar a cultura grega.
Sua maior escola foi fundada em Edessa na Síria, logo após eles terem
reorganizado sua igreja.
Edessa, entretanto, ainda estava sobre controle dos imperadores
bizantinos, e para evitar perseguições os nestorianos foram forçados a
mover-se escola no ano de 489 para Nisibis na Pérsia.
A escola de Nisibis tornou-se a grande diversidade Central dos
nestorianos.
Apesar da religião oficial da Pérsia ser o Mazdeísmo, os reis persas
eram tolerantes com outras religiões apoiavam fortemente estudiosos e
aprendizagem.
A língua falada na Síria era uma língua semítica chamada aramaico.
O dialeto particular usado nas escolas de Edessa e Nisibis tornou-se a
forma literária padrão de sua linguagem sobre o nome de Siríaco.
Desde que todas as instruções das suas escolas eram dadas em
Siríaco, tornou-se necessário produzir livros-texto nessa linguagem.
Os nestorianos, entretanto, faziam traduções dos manuscritos gregos
nos quais sua aprendizagem era baseada.
Isso incluía, a despeito de seus trabalhos puramente teológicos, livros
sobre matemática, filosofia, astronomia, e tópicos médicos.
O número de manuscritos alquímicos que existe em Siríaco mostra que
os tradutores não subestimaram esse assunto.
Tão efetivo foi o trabalho desses tradutores que muitos trabalhos gregos
são conhecidos por nós apenas nas traduções siríacas.
Assim alquimia Alexandrina foi espalhada em uma nova língua para a
região da Mesopotâmia e Pérsia, o antigo império selêucida onde
permaneceu uma cultura suficientemente helenista para segurar uma
rápida acolhida.
O rei persa, Khusraw I (531-578), era um apoiador entusiasta da
aprendizagem grega.
Sob seu Patronato uma escola médica foi fundada na cidade de
Jundi-Shapur.
O currículo era o mesmo da Alexandria, e era baseado nas obras de
Galeno.
A aprendizagem estava nas mãos dos estudiosos nestorianos que tinha
sido treinados em Nisibis.
Eles naturalmente traziam com eles os trabalhos siríacos que tinham
sido preparados naquela escola, e, para satisfazer as necessidades do
currículo médico, eles acharam necessário eu preparar novas traduções
siríacas dos textos científicos e médicos gregos.
É provável que muitos trabalhos alquímicos foram traduzidos nessa
escola.
É de interesse que Khusraw mandou pessoas à Índia para obter drogas
para esta instituição.
Entre essas substâncias obtidas estava o açúcar.
O açúcar era conhecido na Índia desde 300 D.C., mas agora era
introduzido na Pérsia pela primeira vez.
O cultivo de cana-de-açúcar começou nas imediações de Jundi-Shapur,
mas por um longo tempo o açúcar era usado apenas como
medicamento.
No ano 622 ocorreu a migração de Mohamed (570-632) de Meca para
Medina, a Hégira, da qual todos os eventos maometanos tem sido então
datados.
Isso marca o verdadeiro nascimento do Islã, pois após essa data
Mohamed rapidamente difundiu sua religião através de toda a Arábia.
Pela época de sua morte em 632, muitas das Tribos árabes
previamente espalhadas foram Reunidas sobre a bandeira da nova
religião.
Então seguiu-se uma rápida subjugação dos Estados não-árabes.
A Síria foi conquistada em 640, o Egito em 641, a Pérsia em 642, entre
710 e 720 mesmo a remoto Espanha caiu nas mãos muçulmanas.
De cidades próximas importantes, apenas Bizâncio resistiu à captura e
assim permaneceu apta a difundir a cultura grega na sua forma original
por 700 anos, um fato da maior importância para história cultural da
Europa, apesar de menor importância do ponto de vista da história da
ciência.
Enquanto isso, os governantes muçulmanos começaram a cair entre
eles.
Os sucessores de Mohamed tinham sido membro dessa família, ou
seguidores imediatos.
Eles assumiram o título de Khalifa, ou sucessores do Profeta.
Em 656, o genro de Mohamed, Ali, foi escolhido o Califa, mas a escolha
foi disputada em uma guerra civil se seguiu.
Em 658 Ali foi assassinado, e o califado finalmente passou para
Mu’awiya, o fundador da dinastia Umayyad.
Estabeleceu sua capital em damasco, cidade onde sua família governou
por cerca de 80 anos.
Esses Califas não fizeram nada para interferir com os cristãos sob seu
comando, e as escolas nestorianas de Nisibis e Jundi-Shapur
continuaram a florescer.
Os califas e sua corte mostraram muito pouco interesse na ciência
grega, entretanto, e a literatura desse período foi confinada à poesia
árabe tradicional.
Gradualmente a dinastia Umayyad perdeu apoio popular.
Os muçulmanos mais estritos estavam insatisfeitos com a falta de
religião dos califas, e os persas começaram a produzir rebeliões.
Eles se sentirem superiores aos árabes que eram apenas nômades do
deserto quando a Pérsia já era um estado civilizado.
Um dos principais insatisfeitos entre os persas foi a cidade de Merv na
Bactria, na borda da Pérsia e Índia.
Merv era um local de encontro do oriente com o ocidente.
Tinha uma forte tradição helenista, e aprendizagem grega ainda era
respeitada.
Ao mesmo tempo, era um centro de budismo.
Entre os cidadãos mais influentes estava família dos Barmáquidas.
Eles tinham sido hereditariamente os abades budistas de Merv, mas
pouco antes das conquistas árabes eles tinham se tornado Mazdeístas,
e agora tinham se tornado muçulmanos.
Eles eram muito interessados na ciência grega, e eram ardentes
patriotas persas.
Eles estavam dentre os líderes de uma conspiração para destronar a
“Dinastia Umayyad” e substituí-la por uma mais simpática à cultura
Persa.
Como resultado dessa rebelião, os Umayyads foram depostos em 750
por Abu’l-Abbas, conhecido como “Açougueiro” por causa da ferocidade
com que ele caçou e matou todos os príncipes dos “Umayyads”.
De fato, apenas um escapou, fugindo para a Espanha onde ele
estabeleceu um reino independente que se tornou rival do Califado de
Córdoba.
A nova dinastia Abasid fundada constrastava fortemente com sua
antecessora, a Umayyad.
Ela era fortemente Persa favorecia enormemente a cultura Grega.
Por algum tempo a família Barmakid fornecia os ministros-chefe aos
Califas, e sua influência sempre favorecia os estudos científicos.
Em tempo a corte dos Califas tornou-se um centro para o
encorajamento da aprendizagem, apesar de isso ser sempre a atividade
de um grupo relativamente pequeno no Império Árabe.
O Califa Al-Mansur (reinou de 754 a 775) fundou uma nova capital,
Bagdá, em 762.
Ela localizava-se no ponto mais próximo entre os rios Tigre e Eufrates, e
não estava a uma grande distância de Jundi-Shappur.
Quando Al-Mansur ficou doente em 765 ele foi enviado para os
cuidados de um médico Nestoriano da escola de Medicina.
Ele ficou tão impressionado com o trabalho daquele homem que passou
a dar todo o suporte à instituição de Jundi-Shappur.
A Era de Ouro de Bagdá ocorreu sob os califados de Harun-al-Hashid
(reinou de 786-808) e al-Ma’mun (reinou de 813-833).
Ambos foram extremamente influenciados pela cultura Persa, e ambos
eram ávidos colecionadores de escritos Gregos.
Sob al-Ma’mum em 828-829 foi fundada uma instituição chamada Casa
da Sabedoria estabelecida com o único propósito de traduzir
manuscritos científicos e médicos Gregos.
Sob a direção do mais famoso tradutor Nestoriano, Hunain ibn Ishaq
(809-877), um enorme número de traduções de primeira classe foram
feitas, tanto para o Siríaco, quanto em número crescente para o Árabe.
Os manuscritos Alquímicos da Alexandria estavam mais uma vez
disponíveis em uma nova língua.
Pela primeira vez desde os primórdios da Alquimia eles estavam sendo
lidos por homens com interesse em produzir novas contribuições, ao
invés de apenas produzir comentários sobre trabalhos antigos.
A Alquimia Árabe estava largamente baseada sob uma fundação Grega,
mas ela também sedimentou-se sobre uma não menos rica, a Alquimia
Chinesa, que também deve ser cuidadosamente considerada.
QUESTÕES
1) Cite, pelo menos, duas possíveis origens para a palavra
“Alquimia” (existem três possíveis).
2) Quais eram as três correntes de pensamento que coexistiam na
cidade de Alexandria e que foram as responsáveis pelo
surgimento da Alquimia?
3) Qual o papel dos Nestorianos no desenvolvimento da Alquimia?
4) Qual o papel dos Árabes no desenvolvimento da Alquimia?
5) Pesquise e descubra o significado dos termos “orpiment” e
“realgar”.
Cultura Helênica e Origens da Alquimia
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Cultura Helênica e Origens da Alquimia

  • 1. Capítulo 4 Cultura helênica e o surgimento da Alquimia Com Aristóteles, o período da filosofia grega clássica chega ao fim. isso é largamente devido ao mais famoso pupilo de Aristóteles, Alexandre o Grande (356-323 a.C.). Antes de suas conquistas, a Grécia era composta de um número de Pequenas cidades-estado que disputavam constantemente umas com as outras por supremacia. Atenas mantinha a liderança em desenvolvimento cultural, e às vezes também mantinha uma liderança política, mas as condições nunca eram estáveis por longos períodos. Alexandre mudou isso. Por suas conquistas ele impôs uma estabilidade política sobre a Grécia que pareceu resultar em menos individualidade e originalidade entre os pensadores gregos, enquanto isso alargou tremendamente sua visão de mundo. Alexandre foi o primeiro conquistador Mundial. Da Macedônia ele liderou os seus exércitos sobre todo o mundo conhecido aos Gregos então além das terras previamente praticamente desconhecidas a eles. Quando suas conquistas se completaram e ele morreu na Babilônia em 323 a.C., ele tinha levado a civilização grega não apenas para os antigos centros de cultura, Egito e Mesopotâmia, mas ele também estendeu o domínio da Macedônia sobre a Pérsia e entrou na Índia. Pela primeira vez a civilização Indiana tornou-se geralmente conhecida no ocidente.
  • 2. Quanto do pensamento indiano influenciou os pensadores ocidentais e o quanto, por sua vez, a Índia deve à filosofia grega é ainda uma questão disputada. Os filósofos indianos desenvolveram teorias atômicas que em alguns aspectos se assemelham às teorias atômicas dos gregos, mas isso é quase impossível de datar através dos manuscritos clássicos indianos. Questões de prioridade nunca foram satisfatoriamente estabelecidas. Entretanto, existe pouca dúvida que essa época ainda não era muito avançada em conhecimentos químicos. Afora o estímulo de uma nova civilização no pensamento geral nos tempos helênicos, o ponto mais significativo resultante da conquista da Índia foi que a caminho foi aberto para contatos com a civilização da China, ainda mais distante no Oriente. A importância desse fato será discutida adiante. Não apenas Alexandre conquistou as nações orientais, como ele fez uma bem definida tentativa de fundir os povos do seu império em um todo homogéneo por meio do encorajamento de casamentos interculturais entre os gregos e a população oriental Para as quais os gregos haviam emigrado. Ele próprio se casou com uma princesa oriental e ao mesmo tempo muitos os seus Generais tomaram esposas orientais. Onde quer que ele fosse, ele planejava colônias permanentes que trariam o pensamento grego e as maneiras gregas para os povos conquistados. A mais famosa das suas colônias é a mais importante para a futura história da química foi Alexandria, a qual ele fundou na boca do rio Nilo em 332 A.C.
  • 3. Quando Alexandre morreu inesperadamente na Babilônia, seus generais escolheram um regente para conduzir sob a regra nominal do império macedônico, então dividiram o país em satrápias, que foram então designadas aos vários Generais. A satrápia do Egito foi tomada por um dos mais sábios generais, Ptolomeu. após diversos anos de intrigas assassinatos e disputas abertas, a satrápia da Babilônia caiu nas mãos de outro general, Seleuco. Ele fundou sua capital da selêucia no Rio Tigre, uma cidade que rapidamente substituiria Babilônia como centro de influência na Mesopotâmia. Apesar de Seleuco logo mover sua capital para Antioquia, Selêucia permaneceu um grande centro de pensamento helénico até sua destruição pelos Romanos em 164 DC. Em 305 AC os vários sátrapas assumiram os títulos de reis em suas próprias áreas. Os dois reinos, que primeiramente dominaram todos os outros, foram o Egito, com suas dinastias de Ptolomeus, e o império Selêucida, que cobria a maior parte da Ásia Menor, Mesopotâmia, e Pérsia. E seus reinos foram os centros do pensamento helenista pelos próximos 300 anos. Esse termo, helênico, designa a cultura como que se espalhou sobre todo o Oriente próximo durante esse período. Apesar de derivado da cultura helênica na Grécia, ele foi fortemente influenciado pelos orientais entre os quais ele floresceu, e desenvolveu muitas características que o distinguem da cultura grega clássica.
  • 4. O Grande centro dessa cultura helenística permaneceu na Alexandria. Os Ptolomeus eram patronos de todas as formas de aprendizagem. A grande biblioteca e museu, ou universidade, que foi fundada atraiu estudiosos e filósofos de todo o mundo. O número de correntes de pensamento se encontrou e se mesclou, produzindo novas filosofias e religiões. Nesse grande Caldeirão surgiu a Alquimia. Três movimentos distintos podem ser traçados cuja união final levou à alquimia. Estas eram a filosofia grega, o misticismo oriental e a tecnologia egípcia. Mesmo nos dias de Platão e Aristóteles, a filosofia grega mostrou duas tendências definidas. O misticismo de Pitágoras e parte do de Platão eram opostos ao pensamento mecanicista de Demócrito e muito do de Aristóteles. Os dois aspectos eram frequentemente mesclados em um individual. O desejo grego de explicar todo o Cosmos em um grande esquema encorajou esse aparente paradoxo. Na cultura helênica essas duas tendências tornaram-se mais agudamente separadas.
  • 5. As escolas de misticismo oriental abundavam, e para aqueles que eram misticamente inclinados elas ofereciam um refúgio no qual o pensamento científico era desnecessário. Por outro lado, para aqueles que eram inclinados para uma visão mais científica o caminho mecânico se apresentava pelo simples desgostar do misticismo e suas associações. Por um tempo essas duas escolas de pensamento desenvolveram-se mais ou menos igualmente. Eventualmente, como será visto, as escolas místicas tornaram-se dominantes. na parte inicial do período helênico. Entretanto, isso não era totalmente verdade, e como resultado surgiu pelo mundo helênico, especialmente na sua capital, Alexandria, um grupo de homens que mais se aproximou do conceito moderno de cientista pelos próximos 1500 anos. Grandes nomes como Euclides, Hiparco, Ptolomeu o astrônomo, e Arquimedes da Sicília atestam a estatura dos cientistas helénicos. Aqueles homens não eram apenas ativos em ciências não-experimentais como astronomia e matemática, mas eles também se dedicaram a experimentos reais para amparar as suas ideias. Temos visto que os filósofos gregos consideravam o trabalho com suas mãos algo abaixo da sua dignidade. Os cientistas helénicos nos primeiros períodos ainda retinham um pouco desse sentimento. Arquimedes (287-212 A.C.) inventou muitos mecanismos engenhosos e realizou experimentos no campo da hidrostática, mas ele considerava
  • 6. seu trabalho puramente matemático como sua única real contribuição, digna de preservação para as futuras gerações. Heron de Alexandria, que provavelmente viveu entre 62 e 150 D.C., perdeu esse sentimento completamente. Seu principal trabalho, ​Pneumatica​, é devotado a descrição de dispositivos mecânicos (tais como aqueles que abriam portas de templo quando uma chama era acesa no Altar, ou que dispensava Água Benta quando uma moeda era depositada espécie de caça-níqueis). De fato, Heron ofereceu um excelente exemplo do efeito da experiência experimental prática sobre um estudante de filosofia grega dos tempos helênicos. Como todos os seus contemporâneos ele estava firmemente arraigado aos princípios de Aristóteles. Quando ele tentou explicar fenômenos naturais que não diziam respeito diretamente ao seu próprio trabalho, suas explicações eram estritamente aristotélicas. Ele escreveu sobre a água transformada em ar pelo fogo; sobre lama e lodo formados quando a água era derramada sobre a terra como a “transformação de água em terra.” Ainda, quando ele tratava dos fenômenos que estavam realmente envolvidos em seu próprio trabalho, ele abandonava largamente as ideias de Aristóteles. Muitos dos mecanismos que ele descreveu eram operados por vapor (ele até escreveu uma máquina a vapor). a pressão dos gases era a força-motriz em todos os casos.
  • 7. Entretanto ele tinha uma ideia muito clara da natureza dos gases, em muitos aspectos antecipou a teoria cinética. Isso é claramente mostrado pelo seguinte extrato do seu livro: Vasos que parecem a muitos homens vazios não estão vazios, como eles supõem, mas cheios de ar. Agora ar, como aqueles que têm estudado física concordam, é composto de diminutas e leves partículas, e para a maior parte invisíveis. Se então, colocarmos água em um vaso aparentemente vazio, o ar irá deixar o vaso em quantidade proporcional a água que entra nele. [nesse ponto ele descreve o experimento do relógio de água de Empédocles] portanto pode-se assumir que ar é matéria. O ar quando posto em movimento torna-se vento [posto que vento é nada mais do que ar em movimento] e se, quando o fundo do vaso tiver sido perfurado e a água estiver entrando, nós colocarmos a mão sobre o buraco, sentiremos o vento Escapando do vaso, e isso nada mais é do que o ar que está sendo empurrado para fora pela água ….. eles, então, que afirmam que que não existe absolutamente vácuo podem inventar muitos argumentos sobre esse assunto, e talvez pareçam discursar muito plausivelmente, apesar de não oferecerem provas tangíveis. se, entretanto, se for mostrado por um apelo aos fenômenos sensíveis e se existe tal coisa como um vácuo contínuo, mas artificialmente produzido; que um vácuo exista também naturalmente, mas espalhado em diminutas porções; e que por compressão os corpos preencham esses vácuos dispersos, Aqueles que apresentar Tais argumentos plausíveis nessa matéria não estarão mais aptos a recuar. Ele então cita o experimento de soprar ar em um globo, provando que a compressão pode ocorrer. Quando a pressão é liberada o ar escapa. As partículas que saem não aumentam seu tamanho, então deve existir vácuo ou espaços vazios entre elas. A explicação de Heron é muito diferente daquela de Platão que foi citada anteriormente. Entretanto, ele ainda não é experimentalista o suficiente para evitar produzir discussões adicionais baseadas na grande plausibilidade do
  • 8. que ele desenvolveu, tal como quando os raios de sol penetram a água e não fazem o vaso transbordar, para suportar a sua crença na existência de um vácuo. As observações de Heron sobre a combustão levaram-no muito próximo às ideias que não foram verdadeiramente aceitas até à época de Lavoisier e o início da química moderna. Que algo é consumido pela ação do fogo está Manifesto na existência das Cinzas, as quais, preservando a mesma massa que tinha antes da combustão, ou praticamente isso, Difere muito em peso. as partes construídas Falecem com a fumaça em uma substância de Fogo, ou ar, ou terra; as partes mais sutis passa para regiões mais altas onde o fogo está; as partes de alguma forma mais grosseiras que aquelas para o ar, e as mais grosseiras ainda, tendo surgido com as outras Em um certo espaço da corrente, descendem novamente para regiões inferiores e se misturam com substâncias terrestres. a água também, quando consumida pela ação do Fogo, é transformada em ar; pois o vapor e acende os caldeirões colocados acima de fogueiras e nada mais do que a evaporação do líquido passando para o ar. aquele fogo, então, dissolve e transforma todos os corpos mas vocês que ele próprio fica evidente frente aos fatos acima apresentados. A principal razão para que cientistas como Heron não tivessem antecipado as descobertas do século XVIII era a tendência, herdada do período anterior da filosofia grega, de empregar experimentos para demonstrar uma hipótese pré-concebida e não para descobrir uma nova verdade. As teorias de Aristóteles foram usadas sempre que possível para explicar novos fatos, e, quando observação direta levava a uma expressão de ideias variantes, as ideias aristotélicas eram usadas para reforçar a expressão tanto quanto possível.
  • 9. O interesse prático de Heron sobre gases foi reforçado entre os filosoficamente inclinados pelas teorias físicas dos Estoicos. A filosofia estóica originou-se na época de Platão e se espalhou especialmente em Roma, onde ela foi por um longo tempo a filosofia dominante entre os intelectuais romanos. Apesar de ela ser de menor importância na Alexandria, sua influência também foi sentida lá. Os estoicos acreditavam que cada fenômeno tinha uma causa corporal. Isso tomou a forma de uma corrente de ar, ou gás, A ​pneuma​ em grego, o ​spiritus ​em latim. Lá o espírito estava contido em cada objeto que atuava sobre cada objeto. Era a causa do crescimento e decaimento. No homem, as correntes de ar descarregadas do coração para os vários órgãos trazia vida. Assim o ar passou a ser tratado como a alma do homem, apesar de ser uma alma corpórea. É claro que essa ideia de pneuma poderia ser interpretada em um sentido estritamente físico, ou como uma abstração metafísica, dependendo do Filósofo individual. Em qualquer caso, o conceito filosófico supriu uma base para um interesse em gases e reforçou a ideia de que ter um espírito era uma parte essencial de cada objeto material.
  • 10. Pode ser mencionado nesse ponto que, apesar da influência de Aristóteles, reforçada pela síntese de muitos dos filósofos que floresceram nas épocas helênicas, com a tendência a abandonar as ideias atômicas de Leucipo e Demócrito, essas ideias não foram completamente perdidas. Elas foram adotadas pelos epicuristas e ganharam sua mais clara expressão no grande poema ​De Rerum Natura de Lucrécio (96-55 A.C.). Apesar de eles não terem influenciado o pensamento científico na época, Nem por muito tempo depois, eles não se perderam, e como será visto adiante, sua influência foi eventualmente sentida uma vez mais. À medida que o tempo passou, um crescente número de religiões místicas do oriente se estabeleceu na Alexandria, crescendo lado a lado os cultos Egípcios. Essas religiões influenciaram os filósofos helênicos, que se afastaram cada vez mais dos primeiros filósofos gregos. Filósofos posteriores tinham em comum uma tendência de dar as costas à observação e confiar em revelações místicas para uma compreensão da natureza . No II século D.C., o gnosticismo tornou-se proeminente. Os praticantes acreditavam que eles possuíam um conhecimento secreto obtido por uma revelação (a Gnose). A entrada na Sociedade dos gnósticos era por uma iniciação mística. Assim como muitos orientais, os gnósticos não se impressionavam com a doutrina platônica de uma realidade totalmente benévola.
  • 11. Eles acreditavam firmemente também no mal, e remeteram ao dualismo que tinha sido tão característico do pensamento primitivo. No III Século D.C., essas tendências foram intensificadas no neoplatonismo. Os neoplatonistas, os quais se tornaram os filósofos dominantes de Alexandria, sentiam um desprezo pela razão e pela ciência. A Revelação direta pela divindade era a única fonte de conhecimento. mais tarde, o maniqueísmo, que se espalhou a partir da Pérsia e Babilônia, trouxe inflexível dualismo de bem e mal, mais frequentemente simbolizado por luz e escuridão. Todas essas seitas, que igualmente podiam ser chamadas de filosofias místicas ou religiões, interagiram umas com as outras, na forma de práticas puramente mágicas e astrológicas, e também com as religiões Judaica e Cristã que eram uma parte importante da sociedade Alexandrina. Está claro que todas essas ideias, tão difundidas no mundo helênico, não falhariam em influenciar qualquer movimento contemporâneo que tenha possuído alguma base intelectual. Apartados dos trabalhadores científicos de Alexandria, tais como Heron, e os filósofos místicos tais como os gnósticos e os neoplatônicos, existia uma classe de artesãos práticos que provavelmente inicialmente se mantiveram separados dos dois grupos mencionados. Esses eram os homens que preparavam luxúrias para as classes abastadas e para os templos. Como mencionado anteriormente, os artesãos egípcios, trabalhando nos templos, eram especialmente habilidosos em tais ofícios.
  • 12. O processo que eles desenvolveram foi descrito por escritores com mentes enciclopédicas do período romano, tais como Diodorus Siculus, e, acima de todos, Plínio. Entretanto, essas descrições são quase totalmente de segunda mão. É óbvio que esses escritores meramente copiaram o que eles liam ou o que lhes era contado, comumente sem qualquer compreensão do trabalho que eles descreviam. Como resultado, muito material fantasioso foi misturado com os detalhes práticos, e erros grosseiros são frequentemente encontrados. Afortunadamente, nosso conhecimento do estado da prática química egípcia tem uma base mais firme do que a daquelas descrições de segunda mão. No início do Século XIX, Johann d’Anastasy, o vice-cônsul Sueco em Alexandria, adquiriu uma vasta coleção de papiros, escritos em grego. Muitos dos quais ele mais tarde vendeu na Holanda, apesar de ter distribuído alguns na sua terra natal. A tradução e o estudo de suspiros prosseguiu lentamente. Em 1885 um papiro um papiro de caráter definitivamente químico foi revelado. Ele foi encontrado em Leiden, e é conhecido como o décimo papiro de Leiden. Em 1913 outro papiro foi encontrado em Estocolmo e provou ser escrito pela mesma mão que o papiro de Leiden.
  • 13. É provável que esses dois papiros estivessem originalmente juntos na tumba de um artesão egípcio, e que eles fizessem parte de uma coleção de notas para seu próprio uso em sua oficina. Esses papiros datam do III Século A.C., mas eles são provavelmente compilação de materiais mais antigos. Eles lembram textos assírios sobre vernizes com os quais claramente se parecem, sem nenhuma tentativa de enganar o leitor. Desde que eles são evidentemente feitos para o uso de um trabalhador habilidoso, eles ocasionalmente falham em descrever passos que devem ter sido essenciais, mas eram tão bem compreendidos que não se consideram necessário escrever e seus procedimentos. Apesar de nenhuma tentativa de fraude ocorra com o uso de frases místicas, o autor usa termos técnicos cujo significado está perdido nos dias de hoje. Assim sendo nós não compreendemos tudo que os papiros contém, mas nós obtemos uma boa ideia do Estado das Artes químicas no período Alexandrino. Os papiros de Estocolmo contém muitas receitas para o tingimento e a impregnação e para preparação de gemas de imitação. Nenhuma ideia teórica da filosofia grega parece; as receitas são inteiramente práticas. Práticas mágicas não são sugeridos, exceto em uma folha separada que contém uma invocação ao “Sol, Berbeloch, Chthotho, Miach, Sandum, Echnim, Zaguel.” Isso pode ter sido parte de outro papiro, mas sua existência assim como aquela do papiro de Estocolmo implica que práticas mágicas eram
  • 14. encontradas mesmo entre os artesãos práticos, já que eles também estavam entre os primeiros fabricantes de esmaltes assírios. Enquanto o papiro de Estocolmo contém umas poucas receitas relacionadas à metalurgia, o papiro de Leiden é quase inteiramente dedicado ao trabalho com metais. Dele nós ganhamos uma imagem não apenas dos métodos dos metalúrgicos, Mas também de alguns dos seus propósitos. Julgando esse papiro, ao menos, muito do seu esforço era para produzir imitações mais baratas dos metais preciosos, prata e ouro. Uma receita típica, número 8, é descrita a seguir: Para fabricar Asem [ A Liga de prata e ouro]. Pegue estanho macio cortado em pequenos pedaços, purificado quatro vezes; tome 4 partes dele e três partes de cobre branco puro mais uma parte de Asem. Derreta, e, após moldar, limpe diversas vezes como quiser. Será um Asem de primeira qualidade, que irá enganar mesmo os artesãos. Tais expressões como a última ocorrem frequentemente nessas receitas​: “ o produto se parecerá como um objeto de prata” (número 3); e os títulos dão uma ideia similar: “ Falsificação de ouro” ( número 17), “Para dar a objetos de cobre a aparência de ouro” ( número 38). É óbvio que o artesão que compilou essas notas estava muito ocupado com a produção de imitações de ouro e prata que podiam passar os testes grosseiros aplicados naquela época. Tais testes incluíam o uso de pedra de toque e o comportamento sob aquecimento. Não existe indicação de que ele estava tentando converter metais básicos em Ouro ou Prata reais, mas não existe igualmente razão para
  • 15. supor que, se ele começasse a produzir a substância que lembrava ouro em todos os aspectos conhecidos por ele, esse poderia não ter acreditado que ele tinha produzido o ouro. Nenhuma razão para ela é conhecida porque qualquer substância podia não, sob condições próprias, mudar para qualquer outra forma de substância. Além de trabalhar com metais, os artesãos usavam um certo número de reagentes para realizar seus procedimentos. A receita número 89 descreve um desses reagentes, água sulfurosa: Um punhado de cal e outro de enxofre finamente pulverizado; coloque-os em um vaso contendo vinagre ou a urina de uma criança pequena. Aqueça-os até que o líquido sobrenadante pareça sangue. Decante o último propriamente de forma a separá-los do depósito, e use. Essa receita claramente descreve a preparação de uma solução de polissulfeto de cálcio que era usada provavelmente para alterar a cor superficial de um metal. Como veremos adiante, tais soluções assumiram grande importância para os alquimistas. As receitas práticas dos papiros de Leiden e Estocolmo provavelmente representam métodos e informações agregados por um período de muitos séculos. Os artesãos do Egito sem dúvida estavam preparando liga similares e corantes desde os dias dos faraós. Outros artesãos em outras civilizações primordiais provavelmente também tinham receitas similares a sua disposição.
  • 16. Desde que essas eram puramente técnicas em caráter, sua transmissão era mais ou menos mecânica. Na Alexandria pela primeira vez, os artesãos entraram em contato com fermento das ideias que foram descritas anteriormente a eles. As teorias dos filósofos podiam ser aplicadas aos processos empregados pelos artesãos, e as especulações abstrusas podiam ser limitadas por conhecimento real com o comportamento da matéria em muitas formas. Em outras palavras, pela primeira vez ocorria uma união de química teórica e prática, e dessa união veio um avanço totalmente novo, a alquimia. Os alquimistas originais devem ter sido homens muito similares em aparência a Heron. Eles conheciam filosofia aristotélica e a aplicavam onde quer que pudessem, mas seu conhecimento prático do comportamento dos metais era suficientemente grande para para estimulá-los a modificar as teorias ou enfatizar certas partes sempre que isso parecesse necessário. A data exata quando isso ocorreu não reconhecida, mas muitos estudiosos acreditam que eles estavam ativos por volta do IV Século DC. Esse é um tempo quando a filosofia científica ainda florescia e as ideias místicas não tinham ainda obtido a dominância que elas ganhariam mais tarde.
  • 17. Esses homens não hesitavam trabalhar no Laboratório, para inventar novos aparatos, e para observar de perto as mudanças que aconteciam nas substâncias químicas que eles usavam. Desafortunadamente, nenhum registro contemporâneo do seu trabalho permanece. Nosso conhecimento de suas atividades vem de escritos de pelo menos dois séculos posteriores, quando a atmosfera intelectual estava ainda sofrendo alterações, e mesmo esses escritos são conhecidos apenas em manuscritos que foram copiados e recuperados por séculos, e nos quais muitas alterações devem ter sido introduzidas. Entretanto, é possível reconstruir muito do que os alquimistas originais fizeram e as teorias que guiaram seu trabalho. Isso pode ser feito a partir de fragmentos dos primeiros livros alquímicos que sobreviveram. Tais livros aparecem sobre a autoria de uma estranha lista de nomes, devido ao fato de que os verdadeiros escritores tentavam ganhar autoridade para seus trabalhos atribuindo a eles os nomes de personagens famosos de eras passadas. Eles diziam que os livros tinham sido escritos por deuses e deusas de eras passadas, tais como Hermes ou Isis, por líderes Hebreus tais como Moisés, por filósofos gregos tais como Jâmblico ou Demócrito de Abdera. Os trabalhos atribuídos a esse último certamente não foram compostas por Demócrito, mas foram provavelmente escritos por um certo Bolos de Mendes no Século I D.C.. Eles são comumente conhecidos como os trabalhos do pseudo Demócrito.
  • 18. Os nomes de mulheres aparecem entre esses alquimistas, Cleópatra, ou Maria a judia, que podem muito bem ter sido pessoas reais, e que dizem ter inventado muitos aparatos, incluindo o banho-maria. Desde que os originais alquimistas eram cientistas helenistas práticos, eles possuíam um bom plano de fundo técnico como artesãos egípcios. Eles provavelmente lembram o compilador dos papiros de Leiden e Estocolmo em experiência. Certamente muito do seu trabalho envolvia métodos que ele descreveu. Primeiramente eles tentaram preparar substitutos mais baratos para metais preciosos. Seus métodos técnicos tornaram isso possível. Quando eles iniciaram a especular sobre seu trabalho, aplicando a filosofia aristotélica dominante, eles não tinham razão para duvidar que os amálgamas que eles produziam, que tanto lembravam o ouro, eram verdadeiramente uma forma de ouro, de alguma forma menos perfeita que o metal verdadeiro, talvez, mas precisando apenas de um pouco mais dos esforços dos artesãos para ser transformados no metal perfeito. A idéia aristotélica de que todas as coisas têm de alcançar a perfeição implicou que entre os metais o menos perfeito estava sempre se esforçando para atingir a perfeição do Ouro. A natureza realizava esse processo de aperfeiçoamento nas profundezas da terra e por um longo período de tempo. O artesão em sua oficina poderia repetir muito desses processos em tempo relativamente curto; entretanto era apenas necessário melhorar
  • 19. de alguma forma seus métodos, e ele podia repetir o processo natural completamente e fazer o ouro puro pela sua própria arte. Essa era a ideia básica da alquimia, que representa uma conclusão lógica a partir de práticas metalúrgicas do cotidiano. Na aplicação dessa ideia, um grande número de outras ideias filosóficas contemporâneas foi aplicado, e a descoberta de muitas práticas químicas daí resultou. O antigo conceito de que as mudanças ocorrendo no macrocosmo, ou grande mundo, eram repetidas no microcosmo, pelas coisas vivas, era fundamental para o pensamento do alquimista. Mais adiante, em termos de filosofia estóica, um espírito (pneuma) era um constituinte essencial de todas as coisas e agia sobre um “corpo” para produzir mudança. No microcosmo, em plantas e animais, o corpo morria, deixando uma semente que, impelida pela pneuma, desenvolvia-se através de uma série de mudanças em direção a perfeição final de sua espécie. Logicamente, então, o mesmo curso deveria ser seguido no macrocosmo. Portanto era necessário “matar” os materiais com os quais o alquimista trabalhava. Isso significava produzir uma mudança nas suas propriedades que poderia trazê-los tão próximo quanto possível para o estado da matéria prima. Sobre isso, novas formas podiam ser impressas.
  • 20. Isso era feito, por analogia com a semente germinando, através de um tratamento prolongado com aquecimento e umidade. Esperava-se que o material “morto” poderia então ser desenvolvido através de uma sucessão de substâncias em direção a perfeição final do Ouro. Deve ser lembrado que as qualidades que eram observadas por aqueles alquimistas não eram meramente de estados físicos tais como sólido líquido, mas também cor. Para nós isso é relativamente apenas uma qualidade incidental, mas para os alexandrinos ele era tão fundamental quanto a liquidez ou solidez. Essas qualidades tornaram-se mais importantes nas mentes dos alexandrinos do que a dos quatro elementos aristotélicos, pois as qualidades eram verdadeiramente vistas durante o trabalho. Apesar da teoria dos 4 elementos nunca ter sido verdadeiramente esquecida, e de ser usada nas discussões mais fundamentais, muitas das explicações do comportamento das substâncias físicas vieram a ser dadas em termos de propriedades físicas de sólidos (terras), líquidos (águas), gases (espíritos), e coloração. Esse método de pensar permaneceu característico da química até o tempo de Robert Boyle. Os tecnólogos Alexandrinos estavam profundamente preocupados com os metais, mas eles também eram tintureiros práticos, como mostrado no papiro de Estocolmo. Eles sabiam como usar os mordentes para produzir uma sucessão de cores.
  • 21. Tem sido apontado que sua preocupação com cor era também aplicada ao processo de fazer ouro. Uma sucessão de cores na ordem adequada era essencial. As cores da prata e ouro estavam entre as propriedades mais características daqueles metais para o alquimista, e pelas cores que ele produzir eles julgavam sucesso de suas operações. Com base nessas ideias, então, o alquimista realizava o trabalho prático da transmutação. Primeiro ele tinha que produzir o material “morto” sobre o qual as formas desejadas podem ser impressas. A ideia platônica tal como expressa no Timeu está óbvia aqui. A massa “morta” deve ter perdido a maior parte de suas propriedades metálicas e se tornar Negra, Isto é, perdendo toda a cor. A preparação desse material era chamada ​melanosis​, ou escurecimento. Esse processo era seguido pela ​leucosis, ou embranquecimento (às vezes também chamado de produção de prata), e então pela ​xanthosis ou amarelamento (produção de ouro). Nos primeiros tempos um passo final, iosis​, era frequentemente mencionado. Isso tem sido interpretado ou como uma produção de violeta iridescente no ouro ou como uma retirada de ferrugem, porque a palavra grega e os pode significar tanto violeta como ferrugem.
  • 22. Em qualquer razão, o produto de acetato era chamado “coral de ouro” e era tratado como passo final na transmutação. Em tempos posteriores esse processo foi abandonado e a sequência preto, branco, amarelo (ou algumas vezes ​vermelho​) tornou-se padrão. Assim pode ser visto que o objetivo principal desses alquimistas era a produção de cores definidas sobre superfícies metálicas, e o processo de transmutação, tanto naquela época quanto posteriormente, era chamado de tingimento. A massa morta devia ser tingida por um processo análogo ao crescimento de uma semente. Sob a influência de aquecimento prolongado e gentil, a massa era tratada com certos espíritos e águas que renovavam a vida nela e causavam o desenvolvimento. Frequentemente uma pequena quantidade do metal que era para ser convertido era adicionado como um “fermento”, ou uma semente em si. Nesse caso era esperado que toda a massa fosse convertida pela “semente de prata” ou a “semente de ouro” em prata (leucosis) ou ouro (xanthosis). Apesar de que nessa época o termo Pedra Filosofal não era usado, a base para esse conceito já estava presente. Os reagentes que os alquimistas usavam eram chamados de “águas” se fossem líquidos, e eram usualmente substâncias que podiam produzir uma cor sobre superfícies metálicas. O cobre podia render uma cor preta ou por oxidação da sua superfície ou por conversão às formas sulfeto (melanosis), e podia ser
  • 23. embranquecido por tratamento com arsênico aplicado como sulfeto (orpigmento). O amarelamento para a forma de ouro era usualmente produzido por uma solução de polissulfetos tais como aqueles descritos na receita do papiro de Leiden que foi citado anteriormente. Tais soluções eram chamadas águas sulfurosas (​theion hudor​), mas em grego a palavra para enxofre também significava divino. Assim água sulfurosa era água divina, e ela provocou a mais importante transformação na “divina arte”. O enxofre nativo era muito usado na preparação desse líquido, Apesar de que sulfetos podiam também ser usados como ponto de partida. Outro reagente importante era o mercúrio. Amostras desse metal tem sido encontradas em tumbas dos séculos 16 ou 15 antes de Cristo, existem vagas referências a ele na literaturas grega primordial. Pela época de Diodorus, Plínio, e Vitruvius, era uma substância familiar, e sua preparação por torrefação do cinábrio era bem conhecida. Suas propriedades peculiares despertaram muito interesse. Apesar de lembrar um metal, sua natureza líquida normalmente causava sua classificação entre as “águas”. Não foi até comparativamente tempos posteriores (500-700 D.C.) que ele foi aceito como um metal, e o símbolo astrológico do mercúrio que tinha sido atribuído ao estanho foi dado ao mercúrio.
  • 24. Entretanto, a ideia de que ele representava o princípio da fluidez que todos os metais continham, como expressa por sua fusibilidade, já estava em existência em tempos anteriores. A habilidade do mercúrio de transmitir a cor prateada aos outros metais deu a ele uma posição especial entre Os alquimistas. Os processos alquímicos requeriam a construção de muitos aparatos. Não apenas era necessário tratar os metais com vários reagentes as temperaturas elevadas, mas também a preparação dos reagentes frequentemente requeria um certo número de operações. Podia ser necessário extrair os espíritos dos materiais, tais como ovos, que sob destilação rendiam uma fração que podia ser usada na xanthosis. Os químicos alexandrinos mostraram uma impressionante engenhosidade na invenção de alambiques, fornos, banhos de aquecimento, taças, filtros, e outras peças de equipamento químico que encontram suas contrapartes em uso nos dias de hoje. De fato, o alambique foi inventado nessa época, e por séculos foi usado apenas em operações alquímicas.
  • 25. Existe uma considerável similaridade nas receitas alquímicas dos primeiros períodos, e essas por sua vez estabeleceram o padrão para os escritos alquímicos posteriores. O estilo dos primeiros alquimistas é bem mostrado no que é provavelmente um dos primeiros escritos, o ​Physica et Mystica ​do pseudo-Demócrito. A seguinte seleção abre a sessão chamada fabricação de ouro, e ilustra o tom geral da obra: Tome o mercúrio, fixe-o com o (metálico) corpo de magnésia, ou o (metálico) corpo de antimônio italiano, ou com enxofre Nativo, ou com selenita, ou com pedra Calcária calcinada, ou alúmen de Milos, ou arsênico [o sulfeto], ou com o que você quiser. Molde a Terra Branca [assim preparada] sobre o cobre, e você terá cobre sem sombra. Adicione eletkron Amarelo, e você terá ouro; com esse ouro você obterá o coral de ouro reduzido a um corpo metálico. O mesmo resultado será obtido com arsênico amarelo (orpigmento) e sandarac (realgar) propriamente tratados ou cinábrio totalmente transformado. Mercur
  • 26. isolado produz cobre sem nenhuma sombra. A natureza triunfa sobre a natureza. Trate piritas de prata, que é também chamada siderita, de acordo com o uso, de uma maneira a torná-la fluida. Para torná-la fluída use litargirio cinza, ou branco, ou por meio de antimonio italiano. Então borrife com chumbo (eu não posso simplesmente dizer chumbo Por que você pode cometer um erro, mas chumbo de Koptos), ou com o nosso litargirio preto, o que você desejar. Aqueça, então molde-o em um material preparado Amarelo, e tinja-o. A natureza se alegra na natureza. Trate as piritas até que elas se tornem incombustíveis, após terem perdido a cor preta. Trate com salmoura, o com urina não corrompida, ou com água do mar, ou com oxymel, o que você quiser, e aqueça até que ela se torne como partículas de ouro que não foram submetidas a ação do Fogo. Isso feito, mistura com enxofre Nativo, ou com alumen amarelo, ou alumen Atico, o que você quiser. Então adicione a prata de maneira a ter ouro, e ouro para ter o coral de ouro. Natureza domina natureza. É quase impossível seguir os detalhes das receitas por causa da maneira vaga nas quais os vários reagentes são nomeados. O corpo de magnésia, por exemplo, pode significar qualquer número de metais ou ligas obtidos por redução de uma terra. Entretanto, o propósito geral das receitas permanece Claro. Assim a primeira refere-se a um processo para dar ao cobre uma cor de Ouro ou Prata com a ajuda de mercúrio ou ligas de Arsênio. A segunda descreve o tratamento de um mineral de prata com outro metal para obter uma liga e tem cor amarela devido a um reagente não descrito. A terceira trata da tostagem de um mineral argênteo, seguido do tratamento com soluções contendo cloreto de sódio.
  • 27. Então uma liga dourada é preparada e tratada na forma de ligas de prata ou ouro com metais ordinários. A palavra química tem sua primeira aparição na época em que essas receitas foram descritas. Tem havido muita discussão do significado original dessa palavra. As teorias mais aceitas derivam-na ou da palavra egípcia khem, negro, ou da palavra grega cheo, eu moldo, ou derramo. O próprio Egito era a “Terra Negra”, assim chamado porque o solo negro e fértil. Química, que se originou no Egito, e fez da melanosis seu primeiro passo, era assim a “Arte Negra”. Sobre a segunda teoria, o nome se refere às operações metalúrgicas dos primeiros químicos. A qualquer custo, a adição do artigo definido árabe ​al​, produziu a palavra alquimia e deixa clara a contribuição dos árabes, que será discutida posteriormente. O artigo foi novamente retirado quando a ciência da química tornou-se mais uma vez independente. Como pode ser visto, os químicos alexandrinos eram homens práticos com um alto grau de habilidades. Eles estavam ativos em uma época quando parecia que uma verdadeira ciência poderia surgir.
  • 28. Eles realizaram numerosas reações químicas guiados por uma teoria que, se errônea, ao menos era capaz de explicar os resultados, e era algumas vezes mesmo capaz de predizer; uma substância amarela enxofre, poderia sob as condições apropriadas dar sua cor ao metal, tingindo-o de ouro, que era metálico e amarelo. Como foi o caso de Heron, seu conhecimento prático permitiu a eles modificar a teoria aristotélica quando necessário. Eles empregaram muitos aparatos e uma ampla variedade de reagentes, muitos preparados por destilação de produtos naturais. É bem possível que muitos nomes que mais tarde adquiriram uma significância simbólica, tal como “bile de tartaruga”, era originalmente algo literal. Esses trabalhadores sem dúvida muito cedo desenvolveram o vocabulário técnico, que não apenas deu a eles um método rápido de descrever os materiais que eles usavam, mas também servia para esconder suas operações do público geral. Foi um passo óbvio chamar os metais pelos nomes dos planetas que os governavam sob o sistema de astrologia que prevalecia. Assim o ouro se tornou o sol; prata, a lua; cobre, vênus; chumbo, Saturno; Ferro, Marte; e assim por diante. Os símbolos astrológicos podiam também ser usados ao invés dos nomes, como um sistema de abreviação. Outros reagentes receberam nomes codificados, esses diferiam de lugar para lugar, e de período para período.
  • 29. Dessa forma um vasto e confuso sistema de nomes e símbolos cresceu o que fez com que aquele que tentasse interpretar os manuscritos alquímicos tivesse uma difícil tarefa. Entretanto, é bom relembrar a habilidade laboratorial prática dos alexandrinos que fundaram alquimia e influenciaram o pensamento de todos aqueles que estudaram as mudanças químicas por 1500 anos. Mesmo hoje, termos alquímicos, tal como hermeticamente fechado, ainda são usados. Pelo Século IV, surge uma onda de misticismo oriental que afetou a alquimia. Práticas mágicas e astrológicas provavelmente sempre foram influentes entre os alquimistas, mas agora essas influências começaram a crescer às custas dos estudos de laboratório dos alexandrinos. O simbolismo da alquimia, senão seus aspectos práticos, apelavam grandemente aos gnósticos e neoplatonistas, e, como Jung mostrou, a muitas das necessidades psicológicas mais profundas da mente humana. Os médicos começaram interpretar a morte dos metais e sua ressurreição e perfeição na forma de ouro como símbolo da morte, ressurreição, e aperfeiçoamento da alma humana. A identidade do macrocosmo e microcosmo fez dessa ideia lógica em qualquer caso, e as filosofias místicas não hesitavam de tomar esse simbolismo divorciado de qualquer método prático de laboratório, e desenvolvê-lo da sua própria maneira. À ainda confusa terminologia da alquimia foi adicionada uma massa ainda maior de especulação filosófica, usando termos químicos, mas quase sem conteúdo químico.
  • 30. Isso serviu para confundir ainda mais a imagem da alquimia que chegou até nós, de tal forma que apenas em recentes anos as origens tornaram-se mais claras para nós. Sempre existiram alquimistas que mantiveram seu interesse em verdadeiras operações e laboratório. Embora os de mentes místicas se referirem a esses homens desdenhosamente como meros “sopradores” ou “cozinheiros”, foram eles que preservaram e avançaram alquimia como uma ciência até que ela tenha se tornado química, enquanto que outros, perdidos em uma nuvem de nomenclaturas obscuras especulações, contribuíram muito pouco para a química. Os alquimistas práticos devem ter sido trabalhadores muito obscuros inicialmente, pois não existe referência a eles na literatura dos seus contemporâneos. Pelo fim do Século III, entretanto, seu trabalho se tornou melhor conhecido. O Imperador Diocleciano, na época, reorganizou a estrutura política e o sistema de impostos do Egito. A falsificação de ouro devia ser um problema importante então, porque Suidas afirma que o imperador provocou a queima de todos os livros alquímicos em 292 D.C.. Se isso aconteceu realmente ou não, é um indicativo inicial de uma desconfiança generalizada dos alquimistas entre a população geral e que continuou ao longo do florescimento dessa mesma alquimia. O período criativo da alquimia helenista chegou ao fim por volta dessa época.
  • 31. A enciclopédia de Alquimia compilada por Zozimos de Panópolis em torno de 300 D.C. já continha muito do caráter simbólico e místico. Escritores posteriores como Sinésio, Olimpiodoro e outros eram basicamente copistas e comentadores. A teoria da alquimia se tornou padronizada, e novos aparatos e métodos não foram mas descobertos. No período posterior Bizantino a alquimia permaneceu estática, apesar de muitos escritores continuarem a transmitir as ideias dos primeiros alquimistas de geração a geração. Se a Alquimia falhou em avançar na sua fase técnica durante esse período, ela sofreu uma expansão geográfica que foi de grande significado. Como o poder político do império romano declinou, a igreja cristã cresceu para uma posição dominante através do mundo helenista. O poder dos neoplatonistas e outros filósofos foi destruído, e eventualmente o aprendizado em Bizâncio, Antioquia, e Alexandria se tornou central nos monastérios e escolas mantidos pela cristandade. A Igreja Primitiva cresceu na cultura helenista do Mediterrâneo oriental, e era ela própria um agente poderoso no espalhamento dessa Cultura. A língua da igreja era o grego, e a lógica aristotélica era aceita como um método para ser usado na resolução de problemas. Por onde quer que os missionários peregrinassem, a aprendizagem e a cultura helenista os acompanhava.
  • 32. Muitas das primeiras atividades missionárias no Oriente ocorreram em terras que tinham sido parte das conquistas de Alexandre o Grande e nas quais uma base de cultura helenista já existia, apesar de algumas vezes sobreposta por uma forte influência oriental. A difusão do pensamento helênico pela igreja era assim simplificado, já que reforçava um padrão já presente. No Século V a Igreja foi sacudida por violentas discordâncias de caráter puramente teológico. A posição ortodoxa, quando foi finalmente estabelecida, exigia um compromisso moderado, mas as facções mais extremistas se recusaram a aceitar esse acordo. O grupo mais influente de dissidentes foi conduzido por um monge chamado Nestorius, que foi excomungado em 431 D.C.. Como ele tinha uma forte influência na Síria, ele fugiu para lá estabeleceu sua própria igreja, conhecida por nestoriana. Ela se espalhou rapidamente pela Síria e pela Pérsia, e se tornou a forma dominante de cristianismo. Os opositores extremos do nestorianismo também se recusaram a ficar satisfeitos pelo compromisso, em 451 D.C. eles também se separaram do corpo principal da Igreja Ortodoxa. Sob o nome de Monofisistas, eles obtiveram seu maior poder no Egito, mas também estabeleceram igrejas por toda a Síria e Pérsia. Apesar de radicalmente opostos em assuntos teológicos, ambos nestorianos e monoteístas tinham o mesmo plano de fundo helenista.
  • 33. Eles levaram consigo onde quer que fossem os trabalhos filosóficos e científicos da Cultura helenista. Eles não perderam contato com as igrejas greco falantes do império romano do oriente, e assim eles eram aptos a obter os mais recentes manuscritos gregos que se tornavam disponíveis. Os monofisistas realizavam seus estudos principalmente em monastérios, mas os nestorianos fundaram um número de academias influentes vieram portanto mais efetivos em espalhar a cultura grega. Sua maior escola foi fundada em Edessa na Síria, logo após eles terem reorganizado sua igreja. Edessa, entretanto, ainda estava sobre controle dos imperadores bizantinos, e para evitar perseguições os nestorianos foram forçados a mover-se escola no ano de 489 para Nisibis na Pérsia. A escola de Nisibis tornou-se a grande diversidade Central dos nestorianos. Apesar da religião oficial da Pérsia ser o Mazdeísmo, os reis persas eram tolerantes com outras religiões apoiavam fortemente estudiosos e aprendizagem. A língua falada na Síria era uma língua semítica chamada aramaico. O dialeto particular usado nas escolas de Edessa e Nisibis tornou-se a forma literária padrão de sua linguagem sobre o nome de Siríaco. Desde que todas as instruções das suas escolas eram dadas em Siríaco, tornou-se necessário produzir livros-texto nessa linguagem. Os nestorianos, entretanto, faziam traduções dos manuscritos gregos nos quais sua aprendizagem era baseada.
  • 34. Isso incluía, a despeito de seus trabalhos puramente teológicos, livros sobre matemática, filosofia, astronomia, e tópicos médicos. O número de manuscritos alquímicos que existe em Siríaco mostra que os tradutores não subestimaram esse assunto. Tão efetivo foi o trabalho desses tradutores que muitos trabalhos gregos são conhecidos por nós apenas nas traduções siríacas. Assim alquimia Alexandrina foi espalhada em uma nova língua para a região da Mesopotâmia e Pérsia, o antigo império selêucida onde permaneceu uma cultura suficientemente helenista para segurar uma rápida acolhida. O rei persa, Khusraw I (531-578), era um apoiador entusiasta da aprendizagem grega. Sob seu Patronato uma escola médica foi fundada na cidade de Jundi-Shapur. O currículo era o mesmo da Alexandria, e era baseado nas obras de Galeno. A aprendizagem estava nas mãos dos estudiosos nestorianos que tinha sido treinados em Nisibis. Eles naturalmente traziam com eles os trabalhos siríacos que tinham sido preparados naquela escola, e, para satisfazer as necessidades do currículo médico, eles acharam necessário eu preparar novas traduções siríacas dos textos científicos e médicos gregos. É provável que muitos trabalhos alquímicos foram traduzidos nessa escola.
  • 35. É de interesse que Khusraw mandou pessoas à Índia para obter drogas para esta instituição. Entre essas substâncias obtidas estava o açúcar. O açúcar era conhecido na Índia desde 300 D.C., mas agora era introduzido na Pérsia pela primeira vez. O cultivo de cana-de-açúcar começou nas imediações de Jundi-Shapur, mas por um longo tempo o açúcar era usado apenas como medicamento. No ano 622 ocorreu a migração de Mohamed (570-632) de Meca para Medina, a Hégira, da qual todos os eventos maometanos tem sido então datados. Isso marca o verdadeiro nascimento do Islã, pois após essa data Mohamed rapidamente difundiu sua religião através de toda a Arábia. Pela época de sua morte em 632, muitas das Tribos árabes previamente espalhadas foram Reunidas sobre a bandeira da nova religião. Então seguiu-se uma rápida subjugação dos Estados não-árabes. A Síria foi conquistada em 640, o Egito em 641, a Pérsia em 642, entre 710 e 720 mesmo a remoto Espanha caiu nas mãos muçulmanas. De cidades próximas importantes, apenas Bizâncio resistiu à captura e assim permaneceu apta a difundir a cultura grega na sua forma original por 700 anos, um fato da maior importância para história cultural da Europa, apesar de menor importância do ponto de vista da história da ciência.
  • 36. Enquanto isso, os governantes muçulmanos começaram a cair entre eles. Os sucessores de Mohamed tinham sido membro dessa família, ou seguidores imediatos. Eles assumiram o título de Khalifa, ou sucessores do Profeta. Em 656, o genro de Mohamed, Ali, foi escolhido o Califa, mas a escolha foi disputada em uma guerra civil se seguiu. Em 658 Ali foi assassinado, e o califado finalmente passou para Mu’awiya, o fundador da dinastia Umayyad. Estabeleceu sua capital em damasco, cidade onde sua família governou por cerca de 80 anos. Esses Califas não fizeram nada para interferir com os cristãos sob seu comando, e as escolas nestorianas de Nisibis e Jundi-Shapur continuaram a florescer. Os califas e sua corte mostraram muito pouco interesse na ciência grega, entretanto, e a literatura desse período foi confinada à poesia árabe tradicional. Gradualmente a dinastia Umayyad perdeu apoio popular. Os muçulmanos mais estritos estavam insatisfeitos com a falta de religião dos califas, e os persas começaram a produzir rebeliões. Eles se sentirem superiores aos árabes que eram apenas nômades do deserto quando a Pérsia já era um estado civilizado. Um dos principais insatisfeitos entre os persas foi a cidade de Merv na Bactria, na borda da Pérsia e Índia.
  • 37. Merv era um local de encontro do oriente com o ocidente. Tinha uma forte tradição helenista, e aprendizagem grega ainda era respeitada. Ao mesmo tempo, era um centro de budismo. Entre os cidadãos mais influentes estava família dos Barmáquidas. Eles tinham sido hereditariamente os abades budistas de Merv, mas pouco antes das conquistas árabes eles tinham se tornado Mazdeístas, e agora tinham se tornado muçulmanos. Eles eram muito interessados na ciência grega, e eram ardentes patriotas persas. Eles estavam dentre os líderes de uma conspiração para destronar a “Dinastia Umayyad” e substituí-la por uma mais simpática à cultura Persa. Como resultado dessa rebelião, os Umayyads foram depostos em 750 por Abu’l-Abbas, conhecido como “Açougueiro” por causa da ferocidade com que ele caçou e matou todos os príncipes dos “Umayyads”. De fato, apenas um escapou, fugindo para a Espanha onde ele estabeleceu um reino independente que se tornou rival do Califado de Córdoba. A nova dinastia Abasid fundada constrastava fortemente com sua antecessora, a Umayyad. Ela era fortemente Persa favorecia enormemente a cultura Grega.
  • 38. Por algum tempo a família Barmakid fornecia os ministros-chefe aos Califas, e sua influência sempre favorecia os estudos científicos. Em tempo a corte dos Califas tornou-se um centro para o encorajamento da aprendizagem, apesar de isso ser sempre a atividade de um grupo relativamente pequeno no Império Árabe. O Califa Al-Mansur (reinou de 754 a 775) fundou uma nova capital, Bagdá, em 762. Ela localizava-se no ponto mais próximo entre os rios Tigre e Eufrates, e não estava a uma grande distância de Jundi-Shappur. Quando Al-Mansur ficou doente em 765 ele foi enviado para os cuidados de um médico Nestoriano da escola de Medicina. Ele ficou tão impressionado com o trabalho daquele homem que passou a dar todo o suporte à instituição de Jundi-Shappur. A Era de Ouro de Bagdá ocorreu sob os califados de Harun-al-Hashid (reinou de 786-808) e al-Ma’mun (reinou de 813-833). Ambos foram extremamente influenciados pela cultura Persa, e ambos eram ávidos colecionadores de escritos Gregos. Sob al-Ma’mum em 828-829 foi fundada uma instituição chamada Casa da Sabedoria estabelecida com o único propósito de traduzir manuscritos científicos e médicos Gregos. Sob a direção do mais famoso tradutor Nestoriano, Hunain ibn Ishaq (809-877), um enorme número de traduções de primeira classe foram feitas, tanto para o Siríaco, quanto em número crescente para o Árabe. Os manuscritos Alquímicos da Alexandria estavam mais uma vez disponíveis em uma nova língua.
  • 39. Pela primeira vez desde os primórdios da Alquimia eles estavam sendo lidos por homens com interesse em produzir novas contribuições, ao invés de apenas produzir comentários sobre trabalhos antigos. A Alquimia Árabe estava largamente baseada sob uma fundação Grega, mas ela também sedimentou-se sobre uma não menos rica, a Alquimia Chinesa, que também deve ser cuidadosamente considerada. QUESTÕES 1) Cite, pelo menos, duas possíveis origens para a palavra “Alquimia” (existem três possíveis). 2) Quais eram as três correntes de pensamento que coexistiam na cidade de Alexandria e que foram as responsáveis pelo surgimento da Alquimia? 3) Qual o papel dos Nestorianos no desenvolvimento da Alquimia? 4) Qual o papel dos Árabes no desenvolvimento da Alquimia? 5) Pesquise e descubra o significado dos termos “orpiment” e “realgar”.