As primeiras civilizações desenvolveram habilidades metalúrgicas e de fabricação de vidro, inicialmente associadas aos templos. Elas descobriram como fundir cobre, bronze e outros metais a partir de minérios, e como produzir substâncias como esmaltes. Esses processos técnicos influenciaram o pensamento filosófico sobre a natureza.
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
Cap 1 química promordial
1. Historical Background of Chemistry
Henry M. Leicester
Cap. 1 - Química prática primordial
A primeira descoberta que permitiu ao homem primitivo realizar reações
químicas em uma escala extensiva foi o fogo.
Essa descoberta foi feita nos tempos primordiais e foi sempre associada
com relíquias que podem ser classificadas como humanas.
Através dos milênios a medida que o homem pré histórico lentamente
desenvolveu seus padrões culturais o fogo gradualmente tornou possível
um número crescente de armas e implementos com os quais novos
avanços puderam ser feitos.
Quando as civilizações primordiais começaram a deixar os resquícios que
têm sido encontrados em tumbas nos sítios de cidades, esses objetos
tomaram a forma de artigos metálicos e de potes.
O estágio de desenvolvimento cultural atingido por esses artesãos pode
usualmente ser determinado por esses objetos.
E é apenas esse exame e análise que qualquer descrição dos primeiros
desenvolvimentos da química pode ser formado, desde que o processo
empregado para fazê-los quase nunca era descrito nos registros escritos
que foram encontrados.
Os antigos artesãos não pensaram sobre o ato de fundir metal como uma
operação química, ou em distingui-la de qualquer outro ato de sua vida.
Ainda, à medida que as descobertas eram feitas, elas eram incorporadas
2. aos processos técnicos da cultura e, com o tempo, alguns eram ajustados
nos padrões cosmológicos dos quais a ciência antiga finalmente evoluiu.
Uma boa ilustração disso é encontrada na história do ferro. Dados
analíticos indicam que o primeiro ferro utilizado tanto na Mesopotâmia
quanto no Egito era provavelmente de origem meteórica.
Esse metal, chamado pelos egípcios baa-en-pet, ferro do céu, deu origem,
talvez no período Hicso (1680-1580 aC), a ideia de que o céu do qual o
ferro veio era composta de um prato de ferro. Assim pode ser vista a
expansão e desenvolvimento cosmológico do que deve ter originalmente
sido a descoberta e especulação de um simples trabalhador de metal que
provavelmente trabalhava em ou próximo a um templo onde sua
descoberta poderia ser passada adiante aos sacerdotes que formularam a
cosmologia do Egito.
Os objetos melhor preservados que chegaram até nós de civilizações
antigas têm sido metálicos. Esse tem sido tanto o caso que tornou-se
costumeiro datar os períodos do desenvolvimento humano após a idade da
pedra em termos de Cobre, Bronze, ou Ferro.
Mesmo os antigos tinham ideias similares, apesar de que eles usualmente
pensavam em civilização em termos de degeneração de uma idade
original de ouro através das idades do cobre e ferro. Entre os babilônios
tanto os deuses quanto os planetas eram associados com diferentes
metais.
Descobertas arqueológicas têm mostrado que os primeiros metais usados
pelo homem eram aqueles que ocorriam em forma nativa. Assim é com o
cobre que é encontrado em muitas tumbas antigas do Egito e da
Mesopotâmia. Apesar de provavelmente a descoberta e utilização desses
metais ocorrer independentemente em muitas diferentes áreas, rotas
comerciais entre diferentes pessoas foram estabelecidas mesmo antes de
3. existirem registros escritos, e assim o transporte de vários metais entre as
diferentes civilizações sem dúvida desempenhou uma parte importante na
difusão de culturas no mundo antigo.
Seguindo a utilização de metais nativos, o próximo grande avanço foi a
descoberta de métodos de obter metais a partir dos seus minérios. A fusão
do cobre por calor na presença de madeira foi provavelmente descoberta
muito cedo pelos sumérios em seus lares pré históricos no sul do Irã.
Desde que em uma tentativa para purificar os minerais usados, a
descoberta do bronze por fusão de uma mistura de minérios de cobre e de
estanho sem dúvida logo aconteceu.
A maior dureza e menor ponto de fusão do bronze quando comparado com
o cobre poderia ser levado em conta para justificar sua difusão e uso
generalizado desde que ele foi descoberto.
No Egito o bronze foi encontrado já na época das 3ª e 4ª dinastias em
torno de 2500 aC, bem como em Ur e em Eridu na Mesopotâmia os
bronzes eram conhecidos desde o período mais antigo, 3500-3000 aC.
Cobre continuou a ser usado mesmo após o bronze ter sido descoberto, e
permanece sendo encontrado em sítios na península do Sinai onde foi
minerado pelos egípcios, o que mostra que o minério principal, malaquita,
era reduzido por madeira ou talvez carvão.
Entre os egípcios, a maior parte do ouro originalmente usado continha
quantidades variantes de prata. Quando o conteúdo de prata era elevado,
o ouro branco resultante era a princípio considerado um metal separado,
asem (chamado de electrum pelos gregos e romanos).
A possibilidade de combinar ouro e prata para produzir asem artificial foi
mais tarde reconhecida, embora seja muito duvidoso se isso foi
4. considerado uma razão suficiente para negar sua individualidade
essencial.
O conceito de amálgama não existia nos tempos antigos. o ouro egípcio,
provavelmente veio da Núbia, era posteriormente exportado para a
Mesopotâmia onde o metal era muito escasso. Métodos para purificar e
testar ouro e prata foram desenvolvidos em ambas áreas.
Chumbo, Estanho, e Ferro eram usados nas civilizações antigas em
períodos posteriores ao Cobre, Bronze e Ouro.
Após sua introdução, os trabalhadores de metal e ferreiros iniciaram uma
reconhecida classe de artesãos. eles ocupavam um local especial em
todas as culturas antigas.
Muito do trabalho metalúrgico foi realizado em compostos anexos aos
templos, e, apesar dos sacerdotes eles próprios provavelmente não
fazerem o trabalho real, a associação de metais com os deuses tornou se
claramente estabelecida.
Isso era particularmente verdadeiro na Mesopotâmia.
Os primeiros sumérios veneravam deuses que se ocupavam da
metalurgia.
Mais adiante na Babilônia, Marduk era o “senhor do ouro”, Ea ou Eridu era
o protetor dos ferreiros, e o deus do fogo, Gibil, era conhecido como
“ferreiro divino”. assim as artes metalúrgicas eram uma parte muito
importante da cultura dos dois poderes dominantes do mundo antigo, o
Egito e a Assírio-Babilônia.
A relação de metais com os deuses, com os templos, e com os sacerdotes
estava bem estabelecida. A significância do trabalho com metal através do
5. mundo e ao longo de grandes períodos de tempo reflete até mesmo na
linguagem.
Por exemplo, a palavra suméria para um forno de derretimento, udun, em
babilônico era utunu e em árabe tannur, que com a inclusão do artigo
árabe al, deu origem mais tarde à palavra latina medieval athanor, um tipo
padrão de forno usado pelos alquimistas.
As tradições dos trabalhadores de metal da Mesopotâmia viajaram muito
distante. além dos metais, grande número de outras substâncias químicas
eram usadas pelos antigos. Esmaltes eram preparados desde muito cedo
na história e posteriormente deram origem ao vidro verdadeiro.
O lápis lazúli, que provavelmente se originou na babilônia, é um artigo
muito valioso de comércio e era importado livremente no Egito, onde ele
era classificado junto com os metais. Lápis-lazúli artificial era fabricado na
babilônia, e o “azul egípcio”, um silicato complexo de Cálcio e Cobre, era
famoso no mundo antigo e mesmo em tempos romanos quando o arquiteto
Vitruvius descreveu sua preparação.
O exemplo interessante de duas tendências que parecem sempre ter
estado presente entre os tecnologistas é dado por todos tipos de receitas
de fabricação de esmaltes que têm sido encontrados na Assíria. O primeiro
deles data de não mais que século 17 AC e foi encontrado em ou próximo
a tal ummar (Selêucia) no rio Tigre.
Era uma propriedade de Liballit-Marduk, sacerdote de Marduk,
ussrur-an-marduk, um homem da Babilônia.
Ele descreve a produção de esmaltes verdes pela adição de cobre a um
esmalte simples. foi escrito em um estilo deliberadamente obscuro e
confuso. Ele usa signos cuneiformes com seus significados mais
6. incomuns, está cheio de trocadilhos e abreviações que tornam sua
tradução muito difícil. Em contraste, as outras receitas são muito claras.
Eles foram encontrados nas ruínas da biblioteca real de Assurbanípal em
Nínive, a qual data do século 17 aC, apesar de muito provavelmente
serem cópias de receitas muito mais antigas.
As instruções que elas contém são dadas claramente, sem nenhuma
tentativa de confundir ou mistificar o leitor. É evidente que o tablete mais
antigo foi escrito com a intenção de preservar o segredo do processo
descrito em caso do tablete cair em mãos de uma pessoa não autorizada.
Isso implica a existência de uma guilda secreta de fabricantes de esmaltes
que mantinha seus processos longe do público e usava uma terminologia
especial para mantê-los à parte.
Nos tabletes posteriores, por outro lado, então provavelmente receitas
técnicas às quais não era esperado que passassem para outras mãos que
não a de membros da guilda e assim não requeriam precauções para o
segredo.
Muitos exemplos de cada um desses tipos de registros existem em anos
posteriores.
É significante que ambos tipos de receitas envolvem, em adição a
descrição dos processos técnicos, instruções para propiciar os espíritos
que podem interferir com o processo. no texto mais antigo das espíritos
tomou a forma de um “homem morto”; no texto mais recente, de
“embryos”.
Esse texto pode estar incompleto e observam o esmalte em
desenvolvimento.Existem também instruções para os dias próprios nos
quais o trabalho deveria ser feito
7. Existem também instruções para os dias apropriados nos quais o trabalho
deveria ser feito. Tudo isso indica a influência poderosa das práticas
mágicas dos assírios. Mesmo trabalho técnicos não poderiam ser
realizados a não ser que os aspectos astrológicos apropriados ou
demoníacos do trabalho fossem considerados.
Essa fase mágica da tecnologia encontra sua contraparte em muitos dos
processos posteriores que eventualmente levaram a química a ser uma
ciência.
Pode ser visto que as civilizações do Egito e Mesopotâmia desenvolveram
um alto grau de habilidade técnica em metalurgia e fabricação de vidros.
Essas habilidades eram com toda a probabilidade originalmente
desenvolvidas para o benefício dos reis e dos templos.
As pessoas comuns também tinham métodos químicos práticos mais
simples para o preparo de comidas e licores, tecelagem de tingimento de
tecidos, e outras coisas que atendessem às suas necessidades diárias.
Existem numerosas referências nos textos a vários agentes detergentes
usados para a lavagem de roupas e do corpo.
Ilustrações de aparatos que podem ter sido empregados em destilações, e
mesmo alguns dos próprios frascos destiladores, têm sido encontradas
.
Entretanto, os mais habilidosos artesãos eram aqueles provavelmente dos
templos. muitas das suas descobertas eram transmitidas oralmente,
apesar de ocasionalmente, como nos textos sobre os esmaltes, serem
gravados em tabletes.
8. A associação direta entre os artesãos e os sacerdotes do templo
provavelmente levou a um considerável conhecimento teórico do processo
usado pelos artesãos por parte de alguns dos sacerdotes.
Tais processos foram a princípio, talvez, devotadamente chefiados para
funcionar com substâncias valiosas, muito cedo entretanto os artesãos
necessitavam começar a procurar materiais mais baratos e métodos para
preparar imitações das substâncias preciosas com as quais eles
trabalhavam.
Métodos para dourar metais mais baratos a fim de fazê los parecer ouro,
ou para preparar gemas artificiais a partir de vidro, logo tornaram-se parte
dos segredos comerciais, e foram passados adiante de pai para filho por
várias gerações.
Esses segredos com o tempo poderiam tornar se parte da erudição dos
templos. Assim, quando os sacerdotes, e mais tarde os filósofos que
estudaram com eles, usaram seu conhecimento das substâncias físicas e
suas alterações para desenvolver uma imagem da “natureza das coisas”,
suas teorias permearam por todos os tipos de processos com os quais
eles estavam familiarizados.
As civilizações egípcias e mesopotâmicas tinham assim desenvolvido uma
tecnologia prática utilizando muitos processos e métodos químicos, que
foram passados adiante para as gerações futuras.
Foi essa civilização técnica e esses processos técnicos que provavelmente
tiveram uma grande influência no pensamento dos homens mais adiante e
começaram a especular sobre o porquê dessas mudanças ocorreram.
Tanto quanto nós sabemos, os artesãos nunca o fizeram. Os sacerdotes
do Egito e da Mesopotâmia, entretanto, desenvolveram um padrão básico
de pensamento que influenciou fortemente o mundo ocidental.
9. PERGUNTA 1:
Cite materiais que eram produzidos pelos primeiros artesãos da história
humana.
Armas e instrumentos de cobre, bronze ou ferro. Potes cerâmicos. Álcool.
PERGUNTA 2:
Descreva brevemente a descoberta e utilização de metais e como a
Química floresceu em torno da exploração dos metais.
Seguindo a utilização de metais nativos, o próximo grande avanço foi a
descoberta de métodos de obter metais a partir dos seus minérios. A fusão
do cobre por calor na presença de madeira foi provavelmente descoberta
muito cedo pelos sumérios em seus lares pré históricos no sul do Irã.
PERGUNTA 3:
Como o pensamento mágico-religioso se mesclou com as primeiras
tecnologias químicas da humanidade?
Muito do trabalho metalúrgico foi realizado em compostos anexos aos
templos, e, apesar dos sacerdotes eles próprios provavelmente não
fazerem o trabalho real, a associação de metais com os deuses tornou se
claramente estabelecida.