O documento discute biossegurança e higienização das mãos. Aborda conceitos como biossegurança, níveis de biossegurança em laboratórios, esterilização, desinfecção, micro-organismos da pele e higienização das mãos. Detalha a história da higienização das mãos na medicina e tipos de produtos usados no processo.
2. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
BIOSSEGURANÇA
l Consiste “no conjunto de ações voltadas
para a prevenção, minimização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades
de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços que possam comprometer a saúde
do homem, dos animais, do meio ambiente
ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”
3. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HISTÓRICO
l Nos últimos 150 anos, os avanços tecnológicos e a
dedicação de diversos pesquisadores possibilitaram o
crescimento do conhecimento com relação à transmissão,
progressão, prevenção e tratamento das doenças.
l Ignaz Philipp Semmelweis, em 1846, verificou na clínica
obstétrica do Hospital de Viena que a febre puerperal era
responsável pela mortalidade de 10 a 30% das parturientes
e passou a sustentar que esta infecção era transmitida de
uma mulher para outra pelas mãos dos médicos e parteiras.
l Trabalhou para convencer seus colegas de que a lavagem
das mãos com soluções cloradas antes do atendimento era
fundamental para prevenção da doença.
4. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HISTÓRICO
l Joseph Lister, já em 1860, pesquisava uma maneira
de manter as incisões cirúrgicas livres de
contaminação, uma vez que as mortes por infecção
cirúrgica naquela época eram freqüentes.
l Em 1864, o cirurgião Lister constatou que 45% dos
seus pacientes morreram desta forma.
l Lister passou a embeber compressas cirúrgicas em
uma solução diluída de ácido carbólico (fenol), além de
borrifar a sala com esta substânica química.
5. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HISTÓRICO
l Florence Nightingale, em 1863, reduziu a
incidência de infecção hospitalar com
medidas de higiene e limpeza.
l Louis Pasteur, em 1864, derrubou a teoria da
geração espontânea e desenvolveu a técnica
de pasteurização.
6. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HISTÓRICO
l Gustav Neuber, em 1865, preconizou o uso de avental
cirúrgico.
l Robert Koch, em 1876, descreveu os postulados de
Koch, demostrando, pela primeira vez, que uma
doença infecciosa específica é causada por um
microrganismo específico.
l Von Bergmann, em 1886, introduziu o processo de
esterilização pelo calor úmido, enquanto que Stewart
Halsted, o uso de luvas cirúrgicas.
7. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
DOS LABORATÓRIOS
l GRUPO DE RISCO 1:
Laboratório Básico 1
• Rotinas de laboratório:
• Boa técnica
• Equipamentos de
segurança: nenhum
• Trabalho em mesa aberta
8. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
DOS LABORATÓRIOS
l GRUPO DE RISCO 2:
Laboratório Básico 2
• Rotinas de laboratório:
• Boa técnica
• Roupas de proteção
• Sinalização de riscos
• Equipamentos de segurança:
• Trabalho em mesa aberta
mais câmara de segurança
biológica.
• Ex.: Posto de Saúde, Hospitais
de ensino universitário
9. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
SINALIZAÇÕES
USE LUVAS USE ROUPA
PROTETORA
USE ÓCULOS USE MÁSCARA
CONTRA GASES
USE MÁSCARA
LAVE AS MÃOS
10. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
SINALIZAÇÕES
PROIBIDO
COMER
PROIBIDO
BEBER
LIXEIRA COMUM LIXEIRA BIOLÓGICA RESÍDUOS
BIOLÓGICOS
PROIBIDO
PROVOCAR
CHAMAS
11. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
SINALIZAÇÕES
ATENÇÃO RISCO DE RADIAÇÃO
RISCO DE EXPOSIÇÃO
A PRODUTOS TÓXICOS RISCO DE CORROSÃO
12. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
DOS LABORATÓRIOS
l GRUPO DE RISCO 3: Laboratório de
Contenção
• Rotinas de laboratório:
• Boa técnica
• Roupas de proteção especiais
• Sinalização de riscos
• Controle de acesso
• Fluxo de ar direcionado
• Equipamentos de segurança:
• Trabalho em mesa aberta mais câmara de
segurança biológica para todas as
atividades
• Ex.: Laboratórios de diagnósticos especiais
13. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
DOS LABORATÓRIOS
l GRUPO DE RISCO 4: laboratório de contenção máxima
• Rotinas de laboratório:
• Boa técnica
• Roupas de proteção especiais
• Sinalização de riscos
• Controle de acesso
• Fluxo de ar direcionado
• Entrada hermeticamente fechada
• Chuveiro na saída
• Tratamento especial do lixo
• Equipamentos de segurança:
• Câmara de segurança biológica
• Roupas com pressão positiva
• Filtração do ar
• Ex.: Unidades de germes patogênicos perigosos
14. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
GERAIS EM LABORATÓRIOS
l Usar calçados fechados de couro ou
similar.
l Usar avental ou jaleco.
l Usar luvas, óculos e máscaras de
segurança quando a técnica exigir.
l Não abrir ou fechar portas quando
estiver usando luvas.
15. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
GERAIS EM LABORATÓRIOS
l Não levar as mãos à boca ou aos
olhos.
l Não aplicar lentes de contato nem
maquiagem dentro do laboratórios.
l Não se alimentar dentro do laboratório.
16. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
GERAIS EM LABORATÓRIOS
l Caso apresente ferimentos na mão,
antes de trabalhar, cobri-los e usar
luvas.
l Não trabalhar com material patogênico
se ferimentos.
l Fazer descarte de material em local
apropriado segundo os riscos.
18. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ESTERILIZAÇÃO
l é o processo que promove completa
eliminação ou destruição de todas as
formas de microorganismos presentes:
vírus, bactérias, fungos, protozoários,
esporos, para um aceitável nível de
segurança.
l O processo de esterilização pode ser
físico, químico, físico- químico.
19. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ESTERILIZAÇÃO - Métodos físicos
1. Vapor úmido (AUTOCLAVES – 134o
C)
2. Calor seco (estufas) - desuso
3. Raios Gama/Cobalto (usado na indústria)
AUTOCLAVE ESTUFA
20. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ESTERILIZAÇÃO - Métodos químicos
1. Glutaraldeído (em desuso)
2. Formaldeído (em desuso)
3. Ácido peracético (em desuso
para esterilização. Usado
como desinfectante)
GLUTARALDEÍDO
21. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ESTERILIZAÇÃO - Métodos físico-
químicos
1. Autoclave + Plasma de Gases de Peróxido de
Hidrogênio
2. Autoclave + Vapor de Formaldeído.
3. Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO)
ÓXIDO DE ETILENO
23. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
DESINFECÇÃO
l É o processo de eliminação ou destruição de
microrganismos (patógenos ou não, com
exceção dos esporos) na forma vegetativa e
presentes nos artigos e objetos inanimados,
mediante a aplicação de agentes físicos ou
químicos (desinfetantes ou germicidas),
capazes de destruir num intervalo de tempo
operacional de 10 a 30 minutos
24. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
DESINFECÇÃO - classificação
1. Desinfecção de baixo nível
• Tempo de exposição < ou= a 10 minutos.
• Composto mais utilizado é o quartenário de
amônia
25. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
DESINFECÇÃO - classificação
2. Desinfecção de médio nível
• Compostos mais utilizados são:
• Hipoclorito de sódio
• Pasteurização 75 graus C a 30
minutos
• Álcool etílico e isopropílico
• Iodóforos
• Fenólicos
26. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
DESINFECÇÃO - classificação
3. Desinfecção de alto nível
• Tempo de exposição >ou= 20 minutos
• Compostos mais utilizados são o
glutaraldeído e o ácido peracético
27. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
MICROORGANISMOS DA PELE
l MICROBIOTA TRANSITÓRIA
• Flora contaminante
• Microrg. - isolados ocasionalmente na pele.
• Eliminados rapidamente pela lavagem e/ou
anti-sepsia. Ex: E.coli, Pseudomonas
aeruginosa, fungos e vírus.
28. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
MICROORGANISMOS DA PELE
l MICROBIOTA RESIDENTE
• Flora colonizante
• Microrg. - isolados persistentemente na pele.
• Mais difícil remoção. Ex:S.epidermidis,
Propionibacterium, Acinetobacter spp
29. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
LAVAGEM DAS MÃOS - histórico
l 1847 - Ignez Philipe Semmelweis, médico
húngaro
l Observou número de óbito aumentado em
puérparas - infecções
l Enfermarias no pós-parto:
• Estudantes de medicina x parteiras
l Estabeleceu como medida obrigatória a lavagem
das mãos
l 1865 - Dr. Semmelweis morreu louco num asilo
desacreditado na comunidade científica
30. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
TIPOS DE PRODUTOS PARA MÃOS
l SABÃO COMUM = não degermante
• barra, líquido, pó
• ação mecânica, remoção sujidade e m.o.
l SABÃO DEGERMANTE =
antimicrobiano
• barra, líquido, pó
• destruir ou inibir reprodução de m.o.
31. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
TIPOS DE SABÃO DEGERMANTE -
antimicrobiano
l SOLUÇÕES COM DETERGENTES:
• Polivinilpirrolidona iodo (PVP-I) a 10%
• Clorexidina a 4% (com 4% de álcool etílico
a 70%)
l SOLUÇÕES SEM DETERGENTES:
• Álcool iodado a 0,5% a 1%
• Álcool etílico a 70%, com ou sem glicerina
a 2%
32. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
l HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS.
l HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS.
l FRICÇÃO DE ANTI-SÉPTICO NAS MÃOS.
l ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-
OPERATÓRIO DAS MÃOS.
IMPORTANTE
Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas,
é necessário retirar jóias (anéis, pulseiras, relógio),
pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos.
33. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
l HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
• Remoção do suor, oleosidade, células mortas,
sujidade e da flora transitória.
• Duração: 40 a 60 segundos.
34. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
LAVAGEM COMUM DAS MÃOS
1. Retirar jóias
2. Abrir a torneira com a mão dominante
sem encostar na pia, quando não
houver pedal
3. Molhar as mãos
35. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
LAVAGEM COMUM DAS MÃOS
4. Aplicar 3 a 5 mL de sabão líquido nas
mãos
5. Ensaboar as mãos, formando espuma,
friccionando por 15 a 30 seg atingindo
todas as suas faces
36. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
LAVAGEM COMUM DAS MÃOS
6. Enxaguar, deixando a água penetrar
nas unhas e espaços interdigitais.
Retirar todo o sabão.
7. Secar as mãos com papel-toalha
descartável. Se a torneira for manual,
usar o mesmo papel-toalha para fechá-
la.
8. Desprezar o papel-toalha na lixeira.
37. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
HIGIENIZAÇÃO
ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS
• Remoção do suor, oleosidade, células mortas,
sujidade e destruição da flora transitória
Obs.: Não há redução da flora permanente.
• Duração: 40 a 60 segundos com auxílio de um
anti-séptico degermante.
38. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
FRICÇÃO
ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS
• Remoção e destruição de microbiota transitória.
Não há remoção de sujidades.
• Duração: 20 a 30 segundos.
• Soluções: gel alcoólico a 70% ou álcool a 70%
com 1-3% de glicerina.
39. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS
MÃOS
• Remoção, destruição da microbiota transitória e
redução da flora permanente, além de
proporcionar efeito residual na pele.
• Duração: 3 a 5 minutos.
40. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
COMO LAVAR AS MÃOS PARA
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
1. Abrir a torneira para molhar as mãos,
antebraços e cotovelos sem usar as
mãos
2. Colocar solução anti-séptica
espalhando-a nas mãos e antebraços
3. Escovar as unhas, dedos, mãos e
antebraços por 5 minutos , mantendo
as mãos em altura superior aos
cotovelos
42. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
COMO LAVAR AS MÃOS NO
PREPARO CIRÚRGICO
4. Enxaguar os dedos e mãos, deixando que a
água corra por último nos antebraços (que
deverão estar afastados do tronco para que
a água escorra para os cotovelos)
5. Enxugar as mãos com compressas estéreis
dobradas em quatro partes, atentando para
utilizar as diferentes dobras da toalha/
compressa para regiões distintas.
6. Aplicar soluções alcoólica do anti-séptico
utilizado, deixando secar antes de calçar as
luvas, especialmente se cirurgias longas
48. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
ASSEPSIA
l Conjunto de meios para impedir a
entrada de germes patogênicos no
organismo e prevenir infecções
l Técnicas assépticas
49. Biossegurança e Higienização das mãos – Prof. Erivan Façanha
BIBLIOGRAFIA
l HINRICHSEN, Sylvia Lemos. Biossegurança e controle de
infecções: risco sanitário hospitalar. RJ. Medsi, 2004.
l HIRATA, Mário Hiroyuki; MANCINI FILHO, Jorge. Manual de
Biossegurança. SP. Manole, 2002.
l CASTRO NETO, Mozar de; RIBEIRO, Júlia Maria Vieira Porto.
Controle de infecção hospitalar: guia prático. RJ. Revinter,
1999.
l BOLICK, Dianna. Segurança e controle de infecção. RJ.
Reichmann & Afonso, 2000.
l AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).
Higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília,
2007.
50. OBRIGADO
“... A importância do homem está em
que ele pode imaginar um mundo melhor
e querer transformar pelo menos uma
parte dele em realidade.”
Will Durant - A história da Filosofia, 1996
pág 67