1. Biossegurança em Laboratórios
Biomédicos e de Microbiologia
I Seminário de Boas Práticas de
Laboratório- FCM
Dias 11 e 14/06/2012
meiredelmonte@yahoo.com
Brasil.Ministério da Saúde.Secretaria da Vigilância em Saúde.Departamento de Vigilância
Epidemiológica.Biossegurança em Laboratórios biomédicos e de Microbiologia/MS-3. ed em português rev e
atual,2006
2. O que é Biossegurança??
“É um conjunto de medidas
técnicas,administrativas,educacionais,médicas e
psicológicas,empregadas para prevenir
acidentes em ambientes
biotecnológicos”(Costa,1996)
Centrada na prevenção de acidentes ocupacionais
3. O que é Biossegurança??
“ Conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção
do trabalhador,minimização de riscos inerentes às
atividades de pesquisa,produção,
ensino,desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a
prevenção do meio ambiente e a qualidade dos
resultados “ (Teixeira & Valle, 1996)
4. Biossegurança em Laboratórios
Biomédicos e de Microbiologia
Perguntas :
• Quantos laboratórios de Microbiologia e experimentação
animal existem no Campus?
• Existe um Comitê Institucional de Biossegurança??
• Todos os laboratórios possuem seus manuais de
Biossegurança escritos?
• Existem laboratórios que trabalham com materiais
contendo moléculas de DNA recombinantes?
• Existe laboratório de Biossegurança de nível 4?
• A quem cabe “ fiscalizar” todas essas coisas??
• E muitas outras ???
5. Introdução
• 1941- Meyer e Eddie- 74 casos de Brucelose associados a
laboratório nos EUA e concluíram que a manipulação de culturas
ou espécies e a inalação de poeira contendo bactéria Brucella são
eminentemente perigosas para os trabalhadores de um laboratório
• 1949- Sulkin e Pike- 222 infecções virais com 21 delas fatais- 1/3
dos casos associados ao manuseio de animais e tecidos infectados
• 1951- Sulkin e Pike – questionário enviado a 5000 laboratórios.
Brucelose, tuberculose, tularemia, tifo e infecção estreptocócica-
72% de todas as infecções bacterianas- a maioria relacionada ao
uso de pipetas,seringas e agulhas.
6. Introdução
• Esta pesquisa foi atualizada em 1965 e depois em 1976 com um
total de 3921 casos.A exposição aos aerossóis foi considerada uma
fonte plausível de infecção para mais de 80% dos casos
• 1967 Hanson e col relataram 428 casos patentes de infecções por
arbovírus associados ao laboratório – aerossóis infecciosos foram
considerados a fonte mais comum de infecção
• 1974- Skinholj- encontrou que funcionários de laboratórios clínicos
dinamarqueses apresentavam uma incidência de Hep B,sete vezes
maior que a população em geral daquele país
• 1976-Harrington e Shannon- trabalhadores de laboratórios médicos
na Inglaterra tinham um risco de adquirir tuberculose 5 vezes mais
que a população em geral. Junto com a hep B e Shigelose eram as
3 causas mais comuns de infecção associadas a laboratório na Grã
Bretanha
7. Introdução
• É importante lembrar que embora existam essas ocorrências de
infecção documentadas esses laboratórios que trabalham com
agentes infecciosos não representam uma ameaça à
sociedade.Ex:de 109 infecções associadas a laboratório registradas
pelo CDC de 1947 a 1973,nenhum caso secundário foi relatado.
• 1979-segundo a revisão de Pike o conhecimento, as técnicas e o
equipamento para a prevenção das infecções laboratoriais já
estavam disponíveis
• 1980- Precauções Universais, hoje precauções padrão- base para o
manuseio seguro de sangue e fluidos corporais- como descrito na
publicação da OSHA intitulada Padrão de Patógenos Sanguíneos
8. Princípios de Biossegurança
• Contenção- é o termo usado para descrever os métodos
de segurança utilizados na manipulação de materiais
infecciosos em um laboratório
• Objetivo da contenção: reduzir ou eliminar a exposição
da equipe de um laboratório,de outras pessoas e do
meio ambiente em geral aos agentes potencialmente
perigosos
• Contenção Primária: Boa técnica de microbiologia e pelo
uso de equipamento de segurança adequado mais uso
de vacinas
• Contenção secundária: Combinação do projeto de
Instalações e práticas operacionais.
9. Elementos de contenção
Incluem 3 pontos:
1- A prática e a técnica laboratorial
2- O equipamento de segurança (Barreiras
primárias)
3- O projeto e construção das instalações
(Barreiras secundárias)
10. Elementos de contenção
1-Prática e técnica laboratorial
• Adesão rígida às práticas e técnicas padrão de
microbiologia
• Conscientização e treinamento para manuseio seguro
dos materiais
• Diretor/Responsável - fornecer ou elaborar treinamento
adequado aos funcionários
• Desenvolver e adotar um manual de Biossegurança que
identifique os riscos que podem ser encontrados e que
especifique as práticas e procedimentos para minimizar
as exposições aos perigos
11. Elementos de contenção
2-Equipamentos de Segurança -Barreiras primárias (EPC)
Inclui as cabines de segurança biológica (CSB)- proporcionar a
contenção de borrifos ou aerossóis infecciosos- Tipos I,II e III
Tipo I e II (frente aberta)- barreiras primárias que oferecem proteção
para equipe e meio ambiente em conjunto com boas técnicas
microbiológicas
A CSB II também fornece uma proteção contra a contaminação externa
de materiais (Ex: cultura de células) que são manipulados dentro da
cabine
CSB III- mais alto nível de proteção
Copos de segurança da centrífuga- evitar aerossóis durante a
centrifugação de materiais
13. Elementos de contenção
2-Equipamentos de segurança (Barreira
primária)- EPI
Luvas,aventais,gorros,proteção para os
sapatos,botas,respiradores,escudo ou
protetor facial,máscaras faciais,óculos de
proteção
14. Elementos de contenção
3-Projeto e construção das Instalações (Barreiras
secundárias)
Gerência-zelar para que as instalações estejam de acordo
com o funcionamento do laboratório e com o nível de
Biossegurança recomendado para os agentes ali
manipulados.Podem Incluir:
• Isolamento da área de trabalho para acesso ao
público
• Dependência para descontaminação(autoclave)
• Dependências para lavagem de mãos
Obs.Independente do nível de biossegurança deve
haver uma pia para lavagem de mãos
15.
16.
17. Nível de Biossegurança 2
• É adequado para qualquer trabalho que envolva sangue
humano,líquidos corporais,tecidos ou linhas de células
humanas primárias em que a presença de um agente
infeccioso pode ser desconhecida.
• Perigos primários: acidentes percutâneos, exposição
das membranas mucosas ou a ingestão de materiais
infecciosos; tomar extremo cuidado com
perfurocortantes e adotar as precauções universais ou
padrão.
20. Precauções Padrão
Para TODOS os pacientes ou espécimes
Barreira todas as vezes que previr:
Contato com sangue
Fluidos corporais (exceto suor)
Secreções
Pele não íntegra
Mucosas
Lavagem das Mãos
Uso de EPI
Prevenção de acidentes
21. Precauções Padrão
• Uso de luvas ao contato com sangue
• Para Centro Cirúrgico/obstétrico há
recomendação de uso de duas luvas
para se fazer o procedimento e também
em laboratórios
• Uso de aventais impermeáveis
• Uso de óculos e máscaras
• Uso de propés (impermeáveis)
25. Descarte de Perfurocortantes
• Não desconectar a agulha da seringa antes do
descarte
• Caixa de descarte
• Deve ser rígida
• Impedir transfixação
• Número suficiente
• Fácil acesso
• Montagem adequada
• Não ultrapassar a quantidade indicada (3/4)
28. Biossegurança em Laboratórios-Risco
de Transmissão ocupacional de Hep B
Risco de 6-30% para exposição percutânea
Fatores que aumentam o risco:
Caso fonte HBe reagente;
Contato frequente com sangue;
Tempo de trabalho;
Áreas com contato íntimo e frequente com sangue:
hemodiálise, hematologia, bancos de sangue,UTI e CC.
29. Biossegurança em Laboratórios-Risco
de Transmissão ocupacional de Hep B
Profilaxia
Vacinação - 3 doses e realizar a titulação de
Anti Hbs
Para os sabidamente não respondedores
com exposição a fonte HbsAg positivo
fazer imunoglobulina,duas doses
30. Biossegurança em Laboratórios-Risco
de Transmissão ocupacional de Hep C
Risco de 1,8% para exposição percutânea
(Variando de 0 a 7%)
Exposição mucosa (conjuntiva ocular): 2 casos
Exposição pele não intacta: 1 caso
Não há vacina, nem imunoglobulina; fazer o
seguimento e se necessário tratamento
31. Vacinação para Hep B em PAS, 2011
Sim
98%
Não
2%
PAS - Vacinação para Hepatite B (n=345)
32. Soroconversão para Hep B em PAS, 2011
UNICAMP
Respondedor
98%
Não Respondedor
2%
PAS - Resposta à Vacinação para Hepatite B (n=345)
33. Biossegurança em Laboratórios-Risco
de Transmissão ocupacional de HIV
EUA
• 57 casos documentados
• Maioria envolvendo exposição percutânea
frequentemente com agulha com lúmen em veia ou
artéria de paciente
• 140 possíveis
Risco associado à exposição:
• 0,3% percutâneo
• 0,09% membrana mucosa
• ?? pele
34. Biossegurança em Laboratórios-Risco
de Transmissão ocupacional de HIV
• Procurar atendimento precoce
• Uso de ARV por 28 dias,conforme indicação
• Seguimento por no mínimo 6 meses
35. Rotina CECOM
• Atendimento de segunda à sexta-feira das
8:30h às 12:30h e das 13:30h às 17:00h;
• Local - Sala 49 no primeiro andar;
• Fluxo - PAS apresenta-se na recepção da
área médica e é encaminhado para sala de
atendimento;
• O atendimento em finais de semana,
noturnos e feriados é feito na UER/HC
(atendimento imediato) ou CAISM;
• Acompanhamento: 45, 90 e 180 dias.
36. Fluxograma de Atendimento
PAS exposto a material de Risco Biológico
Pele: Lavar com água e sabão
Mucosa: Lavar com soro fisiológico
Caso Fonte
Anotar nome e HC Elucidar estória: HIV?
HCV? Tipo de material
Colher 3 tubos (secos) de
sangue
Procurar CECOM com urgência
Abrir CAT
37. VACINA Observações
Hep B Sorologia pós esquema
MMR
Influenza Anual
Varicela Triagem sorológica
DT A cada 10 anos
Infect Dis Clin North Am 11:313-329, 1997 / MMWR 46(RR-18): 1997
Obs: Há vacinas específicas indicadas dependendo do tipo de agente/
animal que o laboratório manipule (Ex; Raiva)
Vacinas recomendadas para o PAS