2. CRÉDITOS
planejando a dissertação
Esta
aula
foi
montada
a
par0r
de
proposta
de
redação
da
Professora
Regina
Mar0ns
e
de
texto
de
Manfrinni
Vinícius.
A
eles,
meus
agradecimentos.
3. PLANEJAMENTO GERAL
planejando a dissertação
01
leitura
dos
textos
mo0vadores;
02
indicação
do
assunto
de
cada
texto
por
intermédio
de
paráfrase;
03
levantamento
de
argumentos
e
ampliações.
5. TEXTO 01
A origem da corrupção, de Stephen Kanitz
O
Brasil
não
é
um
país
intrinsecamente
corrupto.
Não
existe
nos
genes
brasileiros
nada
que
nos
predisponha
à
corrupção,
algo
herdado,
por
exemplo,
de
desterrados
portugueses.
A
Austrália,
que
foi
colônia
penal
do
império
britânico,
não
possui
índices
de
corrupção
superiores
aos
de
outras
nações,
pelo
contrário.
Nós,
brasileiros,
não
somos
nem
mais
nem
menos
corruptos
que
os
japoneses,
que
a
cada
par
de
anos
têm
um
ministro
que
renuncia
diante
de
denúncias
de
corrupção.
Somos,
sim,
um
país
onde
a
corrupção,
pública
e
privada,
é
detectada
somente
quando
chega
a
milhões
de
dólares
e
porque
um
irmão,
um
genro,
um
jornalista
ou
alguém
botou
a
boca
no
trombone,
não
por
um
processo
sistemá0co
de
auditoria.
As
nações
com
menor
índice
de
corrupção
são
as
que
têm
o
maior
número
de
auditores
e
fiscais
formados
e
treinados.
A
Dinamarca
e
a
Holanda
possuem
100
auditores
por
100.000
habitantes.
Nos
países
efe0vamente
auditados,
a
corrupção
é
detectada
no
nascedouro
ou
quando
ainda
é
pequena.
O
Brasil,
país
com
um
dos
mais
elevados
índices
de
corrupção,
segundo
o
World
Economic
Forum,
tem
somente
oito
auditores
por
100.000
habitantes,
12.800
auditores
no
total.
Se
quisermos
os
mesmos
níveis
de
lisura
da
Dinamarca
e
da
Holanda
precisaremos
formar
e
treinar
160.000
auditores.
Simples.
Uma
das
maiores
universidades
do
Brasil
possui
hoje
62
professores
de
Economia,
mas
só
um
de
auditoria.
Um
único
professor
para
formar
os
milhares
de
fiscais,
auditores
internos,
auditores
externos,
conselheiros
de
tribunais
de
contas,
fiscais
do
Banco
Central,
fiscais
da
CVM
e
analistas
de
controles
internos
que
o
Brasil
precisa
para
combater
a
corrupção.
6. TEXTO 01
A origem da corrupção, de Stephen Kanitz
A
principal
função
do
auditor
inclusive
nem
é
a
de
fiscalizar
depois
do
fato
consumado,
mas
a
de
criar
controles
internos
para
que
a
fraude
e
a
corrupção
não
possam
sequer
ser
pra0cadas.
Durante
os
anos
de
ditadura,
quando
a
liberdade
de
imprensa
e
a
auditoria
não
eram
prioridade,
as
verbas
da
educação
foram
redirecionadas
para
outros
cursos.
Como
consequência,
aqui
temos
doze
economistas
formados
para
cada
auditor,
enquanto
nos
Estados
Unidos
existem
doze
auditores
para
cada
economista
formado.
Para
eliminar
a
corrupção
teremos
de
redirecionar
rapidamente
as
verbas
de
volta
ao
seu
devido
des0no,
para
que
sejamos
uma
nação
que
não
precise
depender
de
dedos
duros
ou
genros
que
botam
a
boca
no
trombone,
e
sim
de
profissionais
competentes
com
uma
é0ca
profissional
elaborada.
Países
avançados
colocam
seus
auditores
num
pedestal
de
respeitabilidade
e
de
reconhecimento
público
que
garante
a
sua
hones0dade.
Na
Inglaterra,
ins0tuíram
o
Chartered
Accountant.
Nos
Estados
Unidos
eles
têm
o
Cer0fied
Public
Accountant.
Uma
mãe
inglesa
e
americana
sonha
com
um
filho
médico,
advogado
ou
contador
público.
No
Brasil,
o
contador
público
foi
subs0tuído
pelo
engenheiro.
7. TEXTO 01
A origem da corrupção, de Stephen Kanitz
Bons
salários
e
valorização
social
são
os
requisitos
básicos
para
todo
sistema
funcionar,
mas
no
Brasil
estamos
pagando
e
falando
mal
de
nossos
fiscais
e
auditores
existentes
e
nem
ao
menos
treinamos
nossos
futuros
auditores.
Nos
úl0mos
nove
anos,
os
salários
de
nossos
auditores
públicos
e
fiscais
têm
sido
congelados
e
seus
quadros,
reduzidos
–
uma
das
razões
do
crescimento
da
corrupção.
Como
o
custo
da
auditoria
é
muito
grande
para
ser
pago
pelo
cidadão
individualmente,
essa
é
uma
das
poucas
funções
próprias
do
estado
moderno.
Tanto
a
auditoria
como
a
fiscalização,
que
vai
dos
alimentos
e
segurança
de
aviões
até
os
direitos
do
consumidor
e
os
direitos
autorais.
O
capitalismo
remunera
quem
trabalha
e
ganha,
mas
não
consegue
remunerar
quem
impede
o
outro
de
ganhar
roubando.
Há
quem
diga
que
não
é
papel
do
Estado
produzir
petróleo,
mas
ninguém
discute
que
é
sua
função
fiscalizar
e
punir
quem
mistura
água
ao
álcool.
Não
serão
intervenções
cirúrgicas
(leia-‐se
CPIs),
nem
remédios
potentes
(leia-‐se
códigos
de
é0ca),
que
irão
resolver
o
problema
da
corrupção
no
Brasil.
Precisamos
da
vigilância
de
um
poderoso
sistema
imunológico
que
combata
a
infecção
no
nascedouro,
como
acontece
nos
países
considerados
honestos
e
auditados.
Portanto,
o
Brasil
não
é
um
país
corrupto.
É
apenas
um
país
pouco
auditado.
Revista
Veja,
edição
1600,
ano
32,
nº
22,
de
2
de
junho
de
1999,
página
21.
8. ANALISANDO O TEXTO 01
planejando a dissertação
tema
corrupção
no
Brasil
tese 01
o
Brasil
não
é
um
país
mais
corrupto
que
os
demais,
é
apenas
um
lugar
onde
faltam
auditores
fiscais
formados
e
treinados;
tese 02
uma
fiscalização
bem
treinada
e
bem
paga
seria
capaz
de
diminuir
dras0camente
os
números
da
corrupção
no
Brasil.
9. TEXTO 02
Homicídios: impunidade de 92%, de Luiz Flávio Gomes
De
cada
cem
homicídios
no
Brasil
apenas
8
são
devidamente
apurados
(autoria
e
circunstâncias
do
crime).
Essa
é
a
es0ma0va
de
Julio
Jacobo
Waiselfisz,
que
é
coordenador
da
pesquisa
Mapas
da
Violência
2011,
divulgada
pelo
Ministério
da
Jus0ça
(O
globo
de
09.05.11,
p.
3).
Mas
nem
todos
os
crimes
apurados
resultam
em
condenação.
No
final,
cerca
de
4
ou
5%.
Em
alguns
Estados
(Alagoas,
por
exemplo),
o
índice
de
solução
de
homicídios
não
passa
de
2%.
Um
dos
primeiros
filtros
da
impunidade
reside
precisamente
na
inves0gação
do
crime.
A
polícia
brasileira
não
conta
com
boa
infraestrutura,
grande
parte
dos
policiais
está
desmo0vada,
na
polícia
existe
muita
corrupção,
a
polícia
técnica
está
sucateada,
faltam
policiais
ou
auxiliares
etc.:
tudo
isso
explica
o
baixo
índice
de
apuração
dos
crimes.
Explica,
ademais,
porque
que
158.319
inquéritos
de
homicídios,
instaurados
até
31.12.2007,
estão
pra0camente
parados
(dados
fornecidos
pelo
Conselho
Nacional
do
Ministério
Público
–
CNMP
–,
no
dia
10.05.11).
A
situação
de
abandono
e
de
inércia
é
generalizada,
inclusive
nos
estados
que
estão
apresentando
diminuição
no
número
de
mortes:
São
Paulo
e
Rio
de
Janeiro.
No
RJ
existem
60
mil
inquéritos
de
homicídios,
instaurados
até
31.12.2007.
10. TEXTO 02
Homicídios: impunidade de 92%, de Luiz Flávio Gomes
São
quase
30
homicídios
(média
nacional)
por
100
mil
habitantes.
Acima
de
10
a
ONU
considera
como
epidemia.
Vivemos
uma
grande
epidemia
de
violência
no
nosso
país
(que
ocupa
o
sexto
lugar
no
ranking
mundial).
A
sensação
de
impunidade
é
muito
grande
e
isso,
claramente,
es0mula
o
come0mento
de
novos
crimes.
O
velho
modelo
inves0ga0vo
brasileiro,
fundado
na
confissão,
está
esgotado.
É
preciso
estruturar
a
polícia
brasileira
para
fazer
inves0gações
técnicas.
Do
contrário,
con0nuaremos
no
ranking
dos
países
mais
violentos
do
mundo,
dizimando
vidas
preciosas,
o
que
gera
forte
impacto
não
só
nas
famílias
das
ví0mas,
senão
também
inclusive
na
economia
nacional.
Disponível
em:
www.ins0tutoavantebrasil.com.br/manifesto-‐contra-‐a-‐impunidade-‐no-‐brasil/homicidios-‐impunidade-‐de-‐92/
11. ANALISANDO O TEXTO 02
planejando a dissertação
tema
baixo
índice
de
solução
de
crimes
de
homicídio
tese
o
elevadíssimo
percentual
de
impunidade
em
crimes
de
homicídio
[92%]
está
relacionado
à
falta
de
formação
técnica
e
ao
perfil
[atrasado]
de
inves0gação
adotado
pela
polícia
brasileira.
12. TEXTO 03
Charge, de Chargista Amâncio
Disponível
em:
hsp://chargistaamancio.blogspot.com.br/
13. ANALISANDO O TEXTO 03
planejando a dissertação
tema
problemas
do
Congresso
Nacional
[polí0cos?
morais?]
tese
o
chargista
reflete
o
senso
comum
ao
apresentar
uma
personagem
que
diz
não
haver
solução
para
os
problemas
de
Brasília.
14. COMANDO
Regina Martins
Elabore
um
texto
disserta(vo
sobre
o
seguinte
tema
O
DESAFIO
DE
SE
COMBATER
A
CORRUPÇÃO
NO
BRASIL.
16. COMO PLANEJAR?
Planejando a dissertação
a introdução
construa
a
frase
tópico
[o
núcleo
da
introdução]
leia
o
tema
e
sublinhe
as
palavras
chave;
parafraseie
as
palavras
chave;
construa
uma
frase
com
sujeito
verbo
e
complemento.
use
qualquer
outra
estratégia
de
introdução
citação
trajetória
histórica
interrogação
confronto
subdivisão
na prática
É
percepzvel
no
meio
das
pessoas
a
concepção
errônea
e
generalizada
de
que
o
Brasil
é
o
único
país
onde
existe
corrupção
e
de
que
não
há
meios
ou
possibilidades
que
possam
mi0gar
os
índices
atuais.
Por
isso,
torna-‐se
necessário
expor
e
propor
medidas
para
combater
impunidade
e
corrupção.
17. COMO PLANEJAR?
Planejando a dissertação
o desenvolvimento
a
par0r
da
leitura
dos
textos
mo0vadores
e
do
conhecimento
de
mundo,
levante
argumentos
01.
as
raízes
da
corrupção
no
Brasil
02.
como
resolver
o
problema
da
corrupção
levante,
no
mínimo,
duas
ampliações
para
cada
argumento
[use
as
técnicas
de
argumentação]
causa
e
consequência
subdivisão
trajetória
histórica
contra-‐argumentação
prova
concreta
argumento
de
autoridade
ampliação
por
explicação
confronto
subdivisão
analogia
18. COMO PLANEJAR?
Planejando a dissertação
o desenvolvimento: na prática
A
atual
situação
brasileira
é
crí0ca:
figuramos
entre
as
soberanias
que
mais
apresentam,
e
com
mais
recorrência,
a
corrupção,
ní0da
no
meio
público
e
privado.
Aponta-‐se
como
causa,
dentre
outras,
a
falta
de
fiscalização
e
auditoria
–
pra0camente
ineficientes
–
devido
à
escassez
de
inves0mentos
nesses
setores.
Essa
falta
proporciona
a
sensação
de
impunidade
perene
e
es0mula
que
casos
como
desvio
de
verbas
para
a
compra
de
merenda
escolar
ou
de
ambulâncias
aconteçam
não
raramente.
Por
isso,
es0mular
a
formação
de
auditores
e
fiscais
é
de
extrema
importância.
Para
tanto,
o
Estado
deve
ampliar
as
vagas,
tanto
nas
universidades,
como
também
nos
órgãos
públicos.
Ademais,
espera-‐se
que
os
organismos
fiscalizadores
tenham
estruturas
adequadas
que
possibilitem
sua
atuação
efe0va.
Além
disso,
o
uso
consciente
do
voto
é
uma
das
maneiras
de
se
conter
a
corrupção.
A
escolha
de
representantes
capazes,
eficientes
na
sua
representa0vidade
e
honestos
tornará
possível
reverter
essa
situação
precária.
É
preciso
também
que
o
povo
se
mobilize
para
cobrar
con0nuamente
melhorias
e
transformações
vitais.
19. COMO PLANEJAR?
Planejando a dissertação
a conclusão
escolha
um
ar0culador
longo
Dessa
forma
Dado
o
exposto
Por
tudo
isso
Por
mo0vo
de
Com
tudo
isso
paráfrase
da
frase
tópico
[ela
garante
a
manutenção
do
tema
e
da
tese]
uso
de
estratégia
de
conclusão
síntese
advertência
ques(onamento
sugestão
[peroração]
surpresa
na prática
Por
tudo
isso,
fiscalização
e
auditoria
tornam-‐se
extremamente
importantes
para
que
os
casos
de
corrupção
sejam
descobertos
em
seu
princípio,
para
que
as
CPI’s
e
o
poder
judiciário
punam
efe0vamente
e
para
que
se
evitem
casos
de
impunidade.
Por
fim,
faz-‐se
necessário
ter
consciência
de
que
o
voto
é
um
instrumento
valioso
na
busca
do
combate
à
corrupção,
afinal
somente
assim
se
pode
conter
o
avanço
dos
problemas
que
se
nos
impõem
e
se
pode
proporcionar
rumos
melhores
para
o
povo
brasileiro.
20. ASPECTOS GERAIS DA DISSERTAÇÃO
Planejando a dissertação
cada parágrafo deveria ter, no mínimo, duas frases;
é conveniente explicitar articuladores para conectar frases e parágrafos;
o título deveria ser curto, sem verbo conjugado e sem ponto final;
respeite as margens esquerda e direita;
a letra deve ser legível: tanto faz se cursiva ou de forma;
é conveniente usar a estrutura exposição-debate-prova no desenvolvimento;
a dissertação deveria apresentar solução de problema calcada no Real.