1) O documento discute o botulismo, uma doença causada pela neurotoxina secretada pela bactéria Clostridium botulinum.
2) Os sintomas incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e paralisia dos músculos, podendo afetar a respiração.
3) O tratamento depende da gravidade dos casos, variando entre apoio intensivo e antitoxina.
2. Doença Neurotoxinas Clostridium
BOTULISMO secretadas por
paralisante uma bactéria botulinum
Bloqueiam as placas neuro-musculares
Sintomas
Impedem a estimulação das fibras motoras
• náuseas
• vómitos
Paralisação dos nervos cranianos
• dor abdominal
• diarreia Pode haver paralisação dos músculos da respiração
Diminuição da secreção salivar e secura da
mucosa bucal
3. TERAPIA
Fonte:http://www.blogoteca.com/upload/bit/arti/30-274-a-doutor.jpg
• apoio meticuloso de
Casos mais unidades de cuidados
intensivos
graves • ventilação mecânica
Casos • antitoxina trivalente (anti A, B e E)
equina
menos • pode deter a progressão da
paralisação e reduz a duração da
graves doença
4. Condições
CRESCIMENTO Condições favoráveis
desfavoráveis
Conservação em
Atmosfera anaeróbia
meio ácido (pH ≤ 4,6)
Controlo de água
Nutrientes
(Aw)
Temperatura Controlo de
apropriada refrigeração
Controlo de
Disponibilidade de água conservantes
químicos
Fonte:http://www.cnpab.embrapa.br/educacao/baby/bacteria.gif
Ambiente muito pouco
ácido
Ambiente sem
inibidores de
crescimento
5. pH Aw
< 4,6 inibição da toxina letal < 0,93 impede o crescimento de
causadora de Botulismo C. botulinum
> 4,6 alimentos com baixa acidez > 0,93 Carnes, frutas e vegetais
Perigosos frescos
Requerem refrigeração (< 4ºC) a fim
Elevado risco de contaminação com
de inibir a produção de toxinas de C.
a bactéria causadora de Botulismo
botulinum
Diminuição do Aw
Desidratação dos alimentos através da pulverização ou
congelação
Adição de sal ou açúcar a fim de se atingir o equilíbrio
osmótico, com a sua agregação às moléculas de água
6. No entanto, o acondicionamento de alimentos em recipientes fechados e a
fermentação de alguns alimentos são, particularmente, propícios ao
desenvolvimento de condições anaeróbias que permitem a germinação de
esporos de C. botulinum
“Devido a que a distribuição de grandes volumes de alimentos
contaminados pode afectar muitas pessoas, deve estabelecer-se uma
constante vigilância epidemiológica e cada caso de Botulismo deve ser
tratado como uma emergência de saúde pública. O Botulismo tem sido
desenvolvido, em alguns países, como uma arma biológica e pode ser
difundido como uma contaminação intencional de comida ou através de
aerossóis” Arnon S, Schechter R, Inglesby T V, Henderson D A, Bartlett JG, Ascher M S, et al. Botulism toxin as a
biological weapon: medical and public health management. JAMA 2001; 285: 1059-70
7. EUA (1990-2000) Texas (1993)
160 surtos
17 pessoas afectadas
263 doentes
26% assistência respiratória Salsa skordalia
(salsa com papas envolta em papel de alumínio e
5% mortes deixadas à temperatura ambiente por vários dias)
50% forma caseira
(sopas, salsa de tomate, alho em azeite, salsichas Restaurantes e forma caseira
caseiras…)
8. • 8 pessoas afectadas
Georgia, 1993
• Ingestão de um molho de queijo embalado, não sujeito
a refrigeração
Comidas caseiras em ambiente de
anaerobiose
Germinação e
crescimento de
C. botulinum
Más práticas de manipulação dos
alimentos
9. • surto derivado do consumo mohola (peixe
tradicional egípcio curado com sal)
New Jersey, 1992
• primeiro surto associado a peixe
comercializado, incorrectamente manipulado
Havai, 1990
3 casos de botulismo tipo B
Peixe comprado num estabelecimento
de venda a retalho
Por um peixe palani
Ingestão dos intestinos de peixe
pouco cozidos
Proibição da venda de peixe com
vísceras
10. • botulismo tipo B
Oregon, 1997 • 1 pessoa afectada
• causado por um burrito adquirido num posto de
venda de rua
Califórnia, 1994
2 pessoas afectadas
Surto de
1 pessoa afectada botulismo
tipo A Pacote de sopa de amêijoas
Molho de feijão conservado
incorrectamente Etiqueta com instruções para refrigerar
A instrução “Conservar Embalagem conservada à temperatura ambiente
refrigerado” estava impressa na durante várias semanas
embalagem
Paciente ingeriu a sopa, apesar do cheiro e sabor
desagradáveis
11. 1990 a 2000 91 casos de botulismo
porém
Diminuição da taxa de mortalidade Aumento da incidência da doença
• 1961 – 50%
• 1967 a 1974 – 9%
• 1990 a 2000 – 3%
http://www.supertravelnet.com/map/2/280_9002_5%7C11004282,11004286,11004306,20027457,110043
15,11004281,11004323,11004307.jpg
12. • Cauda de castor
• Barbatana e óleo de foca
Surtos associados à ingestão • Peixe branco
• Ovas de peixe
http://img367.imageshack.us/img367/5764/babyseal
1024thumbnailof8.jpg
Causados por
88% dos casos de botulismo Toxina tipo E
Exclusivamente associada à ingestão
de animais aquáticos
13. Descrevem um surto de botulismo tipo E associado à ingestão de baleias encalhadas
12 de Julho de 2002 13 a 15 de Julho de 2002
Residentes da aldeia Yupik 14 esquimós comeram muktuk (pele e
encontram um esqueleto de gordura localizada debaixo da pele da
uma baleia baleia)
Recolhem a cauda, cortam em
8 (57%) tinham a doença
pedaços e colocam-nos em
sacos de plástico
Todas as amostras de alimentos
As porções são congeladas e analisadas foram positivas para o tipo E
divididas por amigos e da toxina botulínica
familiares
14. Importante problema de saúde pública
• Primeiro surto de botulismo reportado em Mendoza
1992
• Espargos em conserva caseira
Vegetais e carnes incorrectamente embalados e
Principais causas dos surtos
conservados de forma caseira
Buenos Aires, Janeiro 11 condutores de
Consumo de matambre
de 1998 autocarro afectados
Foi detectada a
9 (82%) desenvolveram a doença
neurotoxina tipo A
15. Toxinfecção produzida pela
germinação de Clostridium botulinum
no intestino da criança
Esporos são ingeridos por via digestiva
através de objectos, ou menos
frequentemente, alimentos contaminados
1982 Fonte: http://www.klickeducacao.com.br/Klick_Portal/Enciclopedia/images/Bo/3878/1416.jpg
- Mendoza
- Buenos Aires
16. 2000
275 casos
Mendoza
Buenos Aires
Rio Negro
Chubut
La Pampa
Córdoba
San Juan
Tierra del Fuego
Misiones
Salta
Santa Fe
Tucumán
17. Mendoza foi a província com mais casos de botulismo infantil.
Em todos os casos se tratou de neurotoxina tipo A, coerente com
o tipo predominante na Argentina.
Entre 2 semanas e 6 meses - Crianças alimentadas a peixe
- Residentes em meios rurais
Média de 10 semanas - Pouca chuva
- Ventos frequentes
Maior probabilidade de acesso ao Facilita a carga e disseminação de
tracto digestivo esporos
18. Transmissão de botulismo infantil pelo consumo de alimentos
Apenas foram identificados esporos no mel e xarope de milho
227 amostras de mel Esporos em 8 delas (3,5%)
Outra fonte de botulismo infantil são as infusões caseiras
Em 7 deles haviam sido
9 casos ocorridos em San Luis
administradas infusoes de ervas
Estudo de 100 amostras de plantas medicinais
C. Botulinum tipo A em quatro delas
19. DS nº 158 de MINSAL
Botulismo é uma doença de notificação obrigatória
Amostras clínicas e alimentares analisadas no Laboratório de Saúde Pública
Botulismo infantil como síndrome de morte súbita?
20. Métodos
tradicionais de
preparar
alimentos
Novas técnicas Botulismo
de preparação continue a Novas
de comida que
permitem o afectar a saúde embalagens
crescimento da humana no dos alimentos
bactéria futuro
Novas
preferências
alimentares
21. Problema antigo agravado nas últimas décadas devido a alterações nas práticas
tradicionais (ex.: inclusão de embalagens plásticas ou de vidro para fermentação)
Condições necessárias para germinação e produção da toxina:
pH > 4,6 Elevada
Ausência de Temperatura
(pouca actividade da
conservantes anaeróbica
acidez) água
Em vários casos esporádicos de botulismo alimentar não foi possível identificar a
fonte alimentícia contaminada. Este “fracasso” em determinar a causa da
patologia pode indicar uma má classificação destes casos.
22. Devido ao consumo muktuk
Fonte:http://oglobo.globo.com/fotos/2007/08/1
7/17_MHG_alascaadriane%20henriques4.jpg
Surto de botulismo tipo E
afectou 8 a 14 nativos
mas A doença foi rapidamente
diagnosticada e tratada
Tem havido uma redução na mortalidade por botulismo no Alasca, devido a vários
factores, tais como:
1. Esforços na Saúde Pública que permitiram educar a população e os médicos sobre a
prevenção, sinais, sintomas e necessidade de tratamento imediato do botulismo;
2. A urgência de evacuação dos doentes aos modernos hospitais rurais
regionais, geralmente em pequenos aviões (é uma prática comum);
3. A armazenação da anti-toxina trivalente do botulismo (anti A, B e E) na maioria dos
hospitais rurais, para que esteja sempre disponível para o tratamento, quando
clinicamente indicado.
23. responsável
Toxina tipo E 85% dos casos de botulismo no Alasca devido
Tradicionais alimentos nativos, incluindo:
- cabeça do salmão
- gordura de baleia
- pele e óleo de foca
- ovas de peixes
São produzidos por fermentação sob condições favoráveis à germinação e
crescimento de neurotoxina do tipo E de C. botulinum
Comer gordura de baleia, que é a tradição, é o maior foco desta epidemia, uma vez
que a gordura armazenada em sacos de plástico hermeticamente fechados pode criar
um ambiente anaeróbio, sendo um perigo para a saúde desta população
Por isso, deve-se investir num esforço considerável para incentivar o consumo de
alimentos tradicionais entre os nativos do Alasca, promovendo métodos mais
seguros para armazenar e preparar alimentos de forma a evitar o botulismo
24. Para reduzir a probabilidade de botulismo alimentar, é importante notar que o
desenvolvimento e o crescimento de C. botulinum ocorre apenas em condições que
incluem um ambiente anaeróbio, baixo em sais e ácidos e à temperatura ambiente
A prevenção pode ser acentuada estabelecendo
múltiplas barreiras à germinação de esporos
acidificação e a redução da actividade de
tais como água, em todos os alimentos comercialmente
embalados com baixos níveis de oxigénio
Previne-se a germinação dos esporos com:
- baixo pH (< 4,5)
- refrigeração (< 4 ºC)
- baixa actividade de água (Aw = 0,93 ou menos)
- atmosfera aeróbia
O consumidor, o manipulador ou o fornecedor de alimentos
pode controlar o crescimento de patogenias, limitando uma
ou mais das condições para o crescimento de C. botulinum