1. Centro Universitário de Belo Horizonte
Biomedicina
Microbiologia Clínica
Profª: Carla Pataro
Relatório de aula prática n°07
Identificação de BGN não fermentadores:
Pseudomonas aeruginosas
Liana Leuck
Leticia Oliveira
Belo Horizonte
2017/1
2. 1. Introdução
As Pseudomonas aeruginosas são bacilos Gram-negativos, móveis e aeróbicos,
alguns dos quais produzem pigmentos hidrossolúveis. São amplamente distribuídas
na natureza, e costuma ser encontrada em ambientes úmidos nos hospitais. Pode
colonizar seres humanos normais, nos quais atua como saprófito. Provoca doença em
indivíduos com defesas anormais do hospedeiro.
1.2 Morfologia e identificação
A P. aeruginosa é um microrganismo móvel, em forma de bastonete, que mede cerca
de 0,6x2m. É Gram-negativa e ocorre como bactérias isoladas, em pares, e
ocasionalmente, em cadeias curtas. É um aeróbio obrigatório, que cresce facilmente
em muitos tipos de meio de cultura, produzindo, às vezes um odor adocicado ou
semelhante ao de uva ou milho. Formam colônias lisas e redondas, de coloração
esverdeada fluorescente, produzem pioverdina, que conferem ao ágar a coloração
esverdeada. Com frequência produz um pigmento azulado não fluorescente,
denominado piocianina, que se difunde em ágar.
2. Objetivo
Realizar provas presuntivas e definitivas de identificação de BGN não fermentadores
da espécie Pseudomonas aeruginosa.
3. Metodologia
3.1 Materiais
Lâminas de microscopia
Alça de platina
Cultura bacteriana a ser analisada;
Óleo de imersão
Microscópio
3. Bico de Bunsen
Água destilada
Solução de cristal violeta
Solução de lugol;
Solução de éter-acetona
Solução de fucsina
Fita de teste de Oxidase
Teste O/F
Ágar TSI
3.2 Método
3.2.1 Teste de oxidase
O teste de oxidase é baseado na identificação da produção intracelular da enzima
oxidase por determinada bactéria. Um teste positivo para oxidase indica a presença
de citocromo oxidase C na célula bacteriana. É utilizado rotineiramente na
microbiologia como método importante na triagem para identificação de bactérias,
ajuda na distinção entre microrganismos não fermentadores (oxidase positiva) de
enterobactérias (oxidase negativa; Quinn et al., 2005).
Com auxílio da alça de platina, espalhar a colônia a ser testada sobre o papel de filtro,
e observar se há formação de cor roxa imediata.
INTERPRETAÇÃO
Cor original: branca ou levemente azulada.
Oxidase positiva: produção de cor roxa imediatamente no local da inoculação
da bactéria.
Oxidase negativa: não há mudança da cor do papel no local da inoculação da
bactéria.
Não se deve considerar alteração de cor tardia.
4. 3.2.2 Teste OF: Oxidação/Fermentação
O teste da oxidação/fermentação da glicose (O/F) em meio Ágar Hugh & Leifson®
permite determinar o uso da via oxidativa ou fermentativa da glicose. É considerado
método simples e eficaz para identificação de bactérias que utilizam a glicose em
presença ou na ausência de oxigênio, e baseia-se na produção de ácido quando a
glicose é metabolizada (Oliveira, 2000).
Com o auxílio da agulha de platina, inoculou-se em picada a colônia de bactérias a
ser testada nos dois tubos.
3.2.3 Teste Ágar TSI
O Ágar TSI® é rotineiramente utilizado para a diferenciação de membros da família
Enterobacteriaceae através da fermentação de três açúcares (glicose, sacarose e
lactose) e produção de sulfeto de hidrogênio. Possui em sua composição: 0,1% de
glicose, 1,0% de lactose, 1,0% de sacarose, além de substratos químicos para indicar
a produção de ácido sulfídrico (H2S) e indicador de pH vermelho de fenol (Quinn et
al.,1994). Esse meio permite o reconhecimento e exclusão das espécies
fermentadoras de sacarose. Tais microrganismos podem fermentar a lactose
lentamente, ou não fermenta-las, durante a incubação, mas utilizam facilmente a
sacarose (OXOID, 2000).
Com o auxílio da agulha de platina, foi inoculada a colônia de bactérias a ser analisada
na superfície do ágar e depois em picada, na profundidade do meio.
4. Resultados e discussão
4.1.Teste de oxidase
5. No teste de oxidase, após a inoculação, observou-se uma ligeira mudança na
coloração do esfregaço, indicando resultado positivo para o teste.
Imagem 1: Fita de oxidase com inoculo de colonia oxidase positiva. Fonte: laboratório de microbiologia-
UNIBH.
4.2 Teste OF: Oxidação/Fermentação
Considerou-se bactéria oxidativa aquela que após decorrido o período de incubação
no tubo que se encontrava sem óleo, e consequentemente em aerobiose, adquiriu
coloração amarelada indicando oxidação da glicose e acidificação do meio (Imagem
2). Já o tubo que continha óleo, que deveria estar em anaerobiose e manter a
coloração original, sem alteração, também fermentou e mudou de cor. Isso devido ao
fato de a quantidade de óleo no tubo não ser suficiente para isolar o ar do meio,
conforme Imagem 3.
Imagem 2:(esquerda) tubos para teste O/F antes da inoculação. (direita) tubos inoculados e incubados
por tempo prolongado (uma semana). Fonte: laboratório de microbiologia-UNIBH.
6. Imagem 3: tubo (direita) com quantidade muito pequena de óleo na superfície. Fonte: laboratório de
microbiologia-UNIBH.
4.3 Teste Ágar TSI
No Ágar TSI, o inóculo realizado não apresentou nenhuma alteração no meio de
cultura, mostrando ser de um grupo de bactérias não fermentadoras.
Imagem 3: Meio de cultura Ágar TSI inoculado com bactéria não fermentadora. Fonte: laboratório de
microbiologia-UNIBH.
7. 5. Conclusão
Através dos testes realizados em laboratório e identificação das características, foi
possível definir que as bactérias estudadas se tratam de Pseudomonas aeruginosas.
São microrganismos que crescem bem a uma temperatura de 37 a 42°C, onde seu
crescimento a 42°C ajuda a diferenciá-la das outras espécies de Pseudomonas do
grupo fluorescente. Sãooxidase positivas. Não fermentam carboidratos, porém muitas
cepas oxidam a glicose.
A morfologia da colônia, a positividade da oxidase, a presença de pigmento e cheiro
característico e o crescimento a 42°C, foram itens essenciais para a identificação da
Pseudomonas aeruginosa.
8. Referências Bibliográficas
Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick e Adelberg / Geo. F. Books… [et
al]; [tradução técnica: José Procópio Moreno Senna]. - 25. ed. - Porto Alegre:
AMGH,2012.
QUINN, P.J., CARTER, M. E., MARKEY, B., CARTER, G. R. Clinical
Veterinary Microbiology. Dublin: Wolfe, 1a Edição, 1994. 648p.
QUINN, P. J., MARKEY, B. K., CARTER, M. E., DONNELEY, W. J. C.,
LEONARD, F. C., MAGUIRE, D. Microbiologia Veterinária e Doenças
Infecciosas. Porto Alegre: Artmed, 1a Edição, 2005. 512p.
OLIVEIRA, S. J. Microbiologia Veterinária, Guia Bacteriológico Prático.
Canoas: ULBRA, 2 a Edição, 2000.
OXOID. Manual Oxoid. Hampshire: Oxoid Brasil Ltda.,1a Edição, 2000.