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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO 
URUGUAI E DAS MISSÕES 
QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE CANDIDA NA 
CAVIDADE ORAL DE CRIANÇAS 
Autores: Ellen D. Dal Vesco, Bruna Ricci, Géssica A. costa, 
Iliane R.D. Lamonato, Nádia Oliveira e Sideney Onofre, 2011 
Acadêmicas: Carla Bernardo Chagas, Lucieli Cibulski, Miriam Dartora, 
Nessana Hollerwerger e Vanessa Sandri 
Professora: Ms. Neiva Aparecida Grazziotin
Candida 
O gênero Candida 
compreende um grupo 
de leveduras 
encontrado em diversos 
ecossistemas, inclusive 
na microbiota residente 
de humanos e animais. 
Filo dos deuteromycota
Espécies de Candida 
• Candida albicans 
• Candida tropicalis 
• Candida krusei 
• Candida parapsilosis 
• Candida glabrata 
• Candida dubliniensis
• A microbiota bacteriana das 
membranas mucosas no trato 
geniturinário e na boca 
geralmente ajuda a suprimir o 
crescimento de fungos como a 
Candida albicans. 
• A morfologia desses 
microrganismos não é sempre 
leveduriforme, podendo apresentar 
formações de pseudo-hífas, que 
são células alongadas semelhantes 
as hifas. Nessa forma, a Candida é 
resistente à fagocitose, o que pode 
ser um fator importante na sua 
patogenicidade.
Patógenos Oportunistas 
• Quando os antibióticos suprimem a microbiota normal, os 
fungos podem ser capazes de crescer sobre o tecido 
mucoso. 
• Mudanças no pH normal das mucosas também geram um 
efeito similar. 
• Quando ocorre o crescimento exagerado de C. albicans,a 
infecção é chamada de candidíase. 
• Assim, sempre que há o enfraquecimento do nosso sistema 
imunitário, a candida pode sair do seu estado latente e dar 
origem a infecções oportunistas. Estas que se manifestam 
clinicamente por lesões superficiais da pele e mucosas, ou, 
mesmo, sobre determinadas circunstâncias, como 
candidoses disseminadas, muitas vezes severas ou letais.
• Nas mulheres particularmente sensíveis, o uso de pílulas contraceptivas com 
estrogênio e progesterona, é por vezes o suficiente para causar uma alteração da 
flora bacteriana vaginal o que leva ao aparecimento da candidíase. 
• Outras causas de candidíase podem ser atribuídas: 
Uso de 
medicamentos 
corticoesteróides 
de inalação 
Quimioterapia 
Alcoolismo 
Tabaco 
Stress 
Poluição 
Uso de 
medicamentos 
imunosupressores 
Denças 
autoimunes 
Distúrbio 
endócrinos 
Deficiências 
vitamínicas 
Gravidez e 
contraceptivos
• Pessoas imunossuprimidas, incluindo pacientes com 
Aids, são propensas às infecções por Candida na pele e 
nas membranas mucosas. 
• Em pessoas obesas ou com diabetes, as áreas da pele 
naturalmente mais úmidas tendem a se tornar 
infectadas por esse fungo. As áreas infectadas tornam-se 
de cor vermelho vivo, com lesões nas bordas 
Transmissão 
• A transmissão da candidíase se dá pelo contato com 
secreções da boca, pele e vagina e dejetos de pessoas 
contaminadas. Além disso, a mãe pode transmitir este 
fungo para o bebê durante o parto.
Tipos de Candidíase 
Basicamente são cinco: 
1. Dermatoide 
Ocorre na pele, em partes como a virilha, as axilas, os 
dedos, ao redor do ânus, debaixo do seio, no umbigo e 
no interior das coxas. 
Sintomas: erupções, vermelhidão, descamação e 
coceira. 
2. Candidíase genital 
Ocorre na vagina (candidíase vulvovaginal). 
Sintomas: irritação, coceira intensa, vermelhidão, 
micção frequente, dor e queimação ao urinar, 
desconforto e dor durante a penetração, corrimento 
coalhado e amarelo, irritação na vulva. 
No caso dos homens, alguns não têm sintomas, 
enquanto outros têm manchas vermelhas no pênis, 
edema leve, lesões em forma de de pontos, coceira, 
corrimento branco ou amarelado na uretra e um leve 
incômodo após o ato sexual.
A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das 
causas mais frequentes de infecção genital. 
É provável que os hormônios sejam um fator; pois a candida é 
muito menos comum em meninas antes da puberdade ou em 
mulheres após a menopausa 
 Metade das mulheres universitárias terá tido pelo menos um 
episódio diagnosticado até chegar aos 25 anos. 
 Cerca de 75% das mulheres já vivenciaram um episódio 
 As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e 
inguinal. 
Não é uma doença de transmissão exclusivamente sexual .
• 3. Candidíase intestinal 
Sintomas: cansaço constante, mudança 
repentina de humor, irritação, prisão de ventre, 
fezes inconsistentes, dor de cabeça, nos 
músculos e no abdome e acne em adultos. 
Como os sintomas são múltiplos, dificilmente 
os médicos conseguem diagnosticar a doença. 
• 4. Candidíase sanguínea ou interna 
Se a candidíase se tornar sistêmica, o que 
pode no caso de pacientes imunossuprimidos, 
uma doença fulminante ( que surge súbita e 
intensamente) e morte podem resultar. Comum 
em UTIs e acomete vários órgãos. 
• Candidíase é considerada a principal infecção 
micótica em ambiente nosocomial.
5. Candidíase oral (ou sapinho) 
 Recém-nascidos, cuja microbiota 
normal ainda não se estabeleceu, 
frequentemente apresentam uma 
camada esbranquiçada na 
cavidade oral. 
Em adultos, é um caso mais sério. 
Aparece como placas 
esbranquiçadas na boca, na língua 
e às vezes no céu da boca. 
Outra apresentação clínica é a 
forma atrófica, que se apresenta 
como placas vermelhas, lisas, 
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Diagnóstico e Tratamento 
• Identificação microscópica do fungo em 
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• Isolamento do fungo em cultura 
• Clotrimazol e miconazol 
• Fluconazol ou outro antifúngico azólico 
• Drogas antifúngicas da nova classe das 
equinocadinas, como micafungina
QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE 
CANDIDA NA CAVIDADE ORAL DE 
CRIANÇAS 
• Aproximadamente metade da população adulta 
saudável abriga as espécies de Candida na 
cavidade bucal, sendo a superfícies mucosas 
consideradas o reservatório principal. 
• Elas podem ser encontradas também no biofilme 
dental ou coagregadas a espécies bacterianas ai 
presentes, ou mesmo aderindo-se diretamente à 
película salivar. 
• Os biofilmes contendo C. albicans podem ser 
importantes para manifestação de candidoses 
mucosas e para o processo de colonização, tanto 
de cavidades de caries como de bolsas 
periodontais.
• Para diversos autores, a presença desses fungos 
em áreas subgengivais pode contribuir para a 
patogênese da doença periodontal, bem como 
determinar o risco aumentado de candidose 
sistêmica, em casos de depressão imune. 
• A candidose é considerada a mais frequente 
infecção fúngica bucal e C. albicans é a principal 
espécie relacionada, embora outras espécies como 
C. tropicalis, C.parapsilosis, C. glabrata, C. krusei e 
C. dubliniensis, dentre outras, também ocorram. 
• Para colonizar, infectar e evadir-se das defesas do 
hospedeiro, C . albicans possui um repertório de 
virulência, que inclui uma variedade de enzimas, 
cujos principais representantes são as proteínas 
aspartil secretadas (Saps) e as fosfolipases.
Identificação de Candida spp. 
• Os métodos disponíveis para a identificação de espécies de Candida são 
numerosos, e a escolha de um deles é determinada: 
• pelo nível de identificação requerida; 
• aspectos clínicos; 
• numero total de amostras examinadas rotineiramente; 
• e recursos disponíveis no laboratório. 
Alem de identificação e caracterização, estes testes permitem avaliar o 
potencial de virulência, de produção de enzimas e metabólitos. 
 Pode ser realizada uma análise fenotípica dos caracteres morfológicos e 
fisiológicos exibidos pelas cepas. 
 Os meios cromogênicos, kits comerciais e caracterização dos fungos por 
análise de DNA, tem permitido um aprimoramento na identificação e 
caracterização desses microrganismos, auxiliando a esclarecer o papel 
desempenhado por diferentes espécies e subespécies de Candida na 
colonização de diferentes grupos populacionais , bem como fatores de 
risco associados à manifestação de infecção.
• 
• A maioria das leveduras cresce bem em 
temperaturas entre 30⁰ e 37 ⁰C, quando 
cultivadas em meios de cultura artificiais. 
• Entre as espécies do gênero Candida, as 
temperaturas de encubação que permitem 
crescimento satisfatório podem variar entre 
20 ⁰ e 38 ⁰C, sendo ideal entre 25 ⁰ e 28 ⁰C. 
• A capacidade de crescimento em 
temperaturas elevadas é características de 
algumas espécies, sendo uma das provas 
utilizadas para diferenciação entre a 
Candida albicans e C. dubliniensis as quais 
compartilham diversas características 
morfológicas e fisiológicas, o que dificulta a 
identificação diferencial entre estas duas 
espécies.
• Devido ao relevante papel que as espécies 
de Candida desempenham na ecologia da 
cavidade bucal, e a importância de estudos 
sobre a distribuição dessas leveduras em 
diferentes grupos populacionais, faixas 
etárias, na elaboração de estratégias para 
prevenção de candidoses, é que o estudo 
teve como objetivo isolar e identificar as 
leveduras presentes na cavidade oral de 
crianças entre 2 e 4 anos de idade.
Materiais e métodos 
• Local de realização: laboratório de 
microbiologia da Universidade Paranaense, 
Campus de Francisco Beltrão. 
• O artigo identificou Candida ssp. em material 
coletado na cavidade oral de crianças com 
idade de 2 a 4 anos, que frequentam a 
Creche Municipal da Cidade de Francisco 
Beltrão, PR.
Coleta das amostras 
• Os grupos de levantamento para 
cada idade, foram formados por 10 
crianças, sendo as coletas 
realizadas com o auxilio de swab 
estéril, umedecidos em água 
peptonada, os quais foram 
friccionados na mucosa da cavidade 
oral das crianças, dando ênfase a 
região periodental. Posteriormente, 
este material foi armazenado em 
tubos estéreis e transportado ao 
Laboratório de Microbiologia, para a 
quantificação e identificação.
Isolamento 
• O material foi semeado em placa contendo 
meio de cultivo cromogênico, apropriado para 
isolamento e identificação das leveduras do 
gênero Candida, fornecido pela Himedia do 
Brasil. 
• A semeadura foi realizada através de 
inoculação por esgotamento do swab na placa 
de Petri contendo o meio de cultura. 
• Posteriormente, essas placas foram 
incubadas a 36°C por uma semana, avaliada 
periodicamente após o terceiro dia. 
• Após esse período de incubação foi realizada 
a contagem das colônias levando-se em 
consideração as características morfológicas 
de cada uma delas.
Identificação das cepas de candida 
• A leitura das placas e a interpretação dos 
resultados foram realizados pela observação 
da morfologia e da pigmentação das 
colônias, sendo que a metodologia 
preconizada indica que a espécie Candida 
albicans apresenta coloração verde, a 
espécie Candida tropicalis coloração azul, a 
Candida krusei com coloração rosa e a 
espécie de Candida glabrata aparece com 
coloração violeta.
Resultado e discussão 
As coletas foram realizadas em grupos com 10 
crianças com 2, 3 e 4 anos, a cada vinte dias 
era realizada uma nova coleta com esse 
mesmo grupo até completar as três vezes 
propostas.
Tabela de resultados: 
Número de colônias de Candida sp. 
Identificadas na cavidade bucal de crianças de 
2 a 4 anos 
Idade Dados C. albicans C. tropicalis C. glabrata C. krusei 
2 anos Total 1.579±345aA 383±42bA 265±36bA 28±11cB 
(%) 70,00aB 16,99bA 11,77bA 1,24cB 
3 anos Total 932±213aB 183±45bB 66±22cB 142±26bA 
(%) 70,44aB 13,85bA 4,98c 10,73bA 
4 anos Total 962±321aB 47±21bC 2,00±5cC 00 
(%) 95,15aA 4,65bB 0,20cC 00
Percebe-se na tabela que a espécie de 
levedura que predominou foi a Candida 
albicans em crianças de 2, 3 e 4 anos de 
idade. Sendo em crianças de 2 anos um 
índice de 70% de 1.579 colônias isoladas, 
nas crianças com 3 anos observou-se a 
presença de 70,44% das 932 colônias e 
nas crianças de 4 anos das 962 colônias 
isoladas foram identificadas como 
Candida albicans 95,15%.
• A maior frequência da Candida albicans foi observada 
em crianças de 2 anos de idade seguindo as de 4 e as 
de 3 anos. 
• As espécies de Candida tropicalis e Candida glabrata 
foram mais frequentes nas crianças de 2 seguindo as de 
3 e 4 anos de idade. 
• A Candida krusei desenvolveu-se em menor quantidade 
em relação as outras com maior frequência nas crianças 
de 3 anos depois crianças de 2 anos e houve ausência 
nas crianças de 4 anos de idade. 
• Os resultados obtidos contribuem para o estudo da 
candidose sugerindo que as espécies isoladas são as 
responsáveis pelas infecções fúngicas na cavidade 
bucal humana.
O meio cromogênico é muito útil na 
constatação de leveduras em material 
biológico contendo cultura mista de 
Candidas, onde o ágar sabouraud não 
permite a diferenciação,assim, esse 
método pode ser utilizado para 
diagnosticar infecções causadas por 
leveduras de Candida favorecendo um 
tratamento precoce e adequado.
Conclusão 
Constatou-se que em 2.256 colônias 
isoladas a Candida albicans foi a mais 
frequente com 70%, 70,44% e 95,15% 
seguido pela Candida tropicalis com 
16,99%, 13,85% e 4,65% e Candida 
glabrata com 11,77%, 4,98% e 0,20% 
respectivamente para 2, 3 e 4 anos de 
idade.
• Já a Candida krusei foi a de menor frequência 
com 1,24% e 10,73% nas crianças de 2 e 3 
anos, nas crianças de 4 anos não foi possível 
verificar a presença dessa espécie. 
• As crianças com 2 anos foram as que 
apresentaram maior número de colônias de 
Candidas e as de 4 anos foram as que menos 
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Identificação de Candida na cavidade oral de crianças

  • 1. UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE CANDIDA NA CAVIDADE ORAL DE CRIANÇAS Autores: Ellen D. Dal Vesco, Bruna Ricci, Géssica A. costa, Iliane R.D. Lamonato, Nádia Oliveira e Sideney Onofre, 2011 Acadêmicas: Carla Bernardo Chagas, Lucieli Cibulski, Miriam Dartora, Nessana Hollerwerger e Vanessa Sandri Professora: Ms. Neiva Aparecida Grazziotin
  • 2. Candida O gênero Candida compreende um grupo de leveduras encontrado em diversos ecossistemas, inclusive na microbiota residente de humanos e animais. Filo dos deuteromycota
  • 3. Espécies de Candida • Candida albicans • Candida tropicalis • Candida krusei • Candida parapsilosis • Candida glabrata • Candida dubliniensis
  • 4. • A microbiota bacteriana das membranas mucosas no trato geniturinário e na boca geralmente ajuda a suprimir o crescimento de fungos como a Candida albicans. • A morfologia desses microrganismos não é sempre leveduriforme, podendo apresentar formações de pseudo-hífas, que são células alongadas semelhantes as hifas. Nessa forma, a Candida é resistente à fagocitose, o que pode ser um fator importante na sua patogenicidade.
  • 5. Patógenos Oportunistas • Quando os antibióticos suprimem a microbiota normal, os fungos podem ser capazes de crescer sobre o tecido mucoso. • Mudanças no pH normal das mucosas também geram um efeito similar. • Quando ocorre o crescimento exagerado de C. albicans,a infecção é chamada de candidíase. • Assim, sempre que há o enfraquecimento do nosso sistema imunitário, a candida pode sair do seu estado latente e dar origem a infecções oportunistas. Estas que se manifestam clinicamente por lesões superficiais da pele e mucosas, ou, mesmo, sobre determinadas circunstâncias, como candidoses disseminadas, muitas vezes severas ou letais.
  • 6. • Nas mulheres particularmente sensíveis, o uso de pílulas contraceptivas com estrogênio e progesterona, é por vezes o suficiente para causar uma alteração da flora bacteriana vaginal o que leva ao aparecimento da candidíase. • Outras causas de candidíase podem ser atribuídas: Uso de medicamentos corticoesteróides de inalação Quimioterapia Alcoolismo Tabaco Stress Poluição Uso de medicamentos imunosupressores Denças autoimunes Distúrbio endócrinos Deficiências vitamínicas Gravidez e contraceptivos
  • 7.
  • 8. • Pessoas imunossuprimidas, incluindo pacientes com Aids, são propensas às infecções por Candida na pele e nas membranas mucosas. • Em pessoas obesas ou com diabetes, as áreas da pele naturalmente mais úmidas tendem a se tornar infectadas por esse fungo. As áreas infectadas tornam-se de cor vermelho vivo, com lesões nas bordas Transmissão • A transmissão da candidíase se dá pelo contato com secreções da boca, pele e vagina e dejetos de pessoas contaminadas. Além disso, a mãe pode transmitir este fungo para o bebê durante o parto.
  • 9. Tipos de Candidíase Basicamente são cinco: 1. Dermatoide Ocorre na pele, em partes como a virilha, as axilas, os dedos, ao redor do ânus, debaixo do seio, no umbigo e no interior das coxas. Sintomas: erupções, vermelhidão, descamação e coceira. 2. Candidíase genital Ocorre na vagina (candidíase vulvovaginal). Sintomas: irritação, coceira intensa, vermelhidão, micção frequente, dor e queimação ao urinar, desconforto e dor durante a penetração, corrimento coalhado e amarelo, irritação na vulva. No caso dos homens, alguns não têm sintomas, enquanto outros têm manchas vermelhas no pênis, edema leve, lesões em forma de de pontos, coceira, corrimento branco ou amarelado na uretra e um leve incômodo após o ato sexual.
  • 10. A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção genital. É provável que os hormônios sejam um fator; pois a candida é muito menos comum em meninas antes da puberdade ou em mulheres após a menopausa  Metade das mulheres universitárias terá tido pelo menos um episódio diagnosticado até chegar aos 25 anos.  Cerca de 75% das mulheres já vivenciaram um episódio  As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal. Não é uma doença de transmissão exclusivamente sexual .
  • 11. • 3. Candidíase intestinal Sintomas: cansaço constante, mudança repentina de humor, irritação, prisão de ventre, fezes inconsistentes, dor de cabeça, nos músculos e no abdome e acne em adultos. Como os sintomas são múltiplos, dificilmente os médicos conseguem diagnosticar a doença. • 4. Candidíase sanguínea ou interna Se a candidíase se tornar sistêmica, o que pode no caso de pacientes imunossuprimidos, uma doença fulminante ( que surge súbita e intensamente) e morte podem resultar. Comum em UTIs e acomete vários órgãos. • Candidíase é considerada a principal infecção micótica em ambiente nosocomial.
  • 12. 5. Candidíase oral (ou sapinho)  Recém-nascidos, cuja microbiota normal ainda não se estabeleceu, frequentemente apresentam uma camada esbranquiçada na cavidade oral. Em adultos, é um caso mais sério. Aparece como placas esbranquiçadas na boca, na língua e às vezes no céu da boca. Outra apresentação clínica é a forma atrófica, que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole.
  • 13. Diagnóstico e Tratamento • Identificação microscópica do fungo em raspados das lesões • Isolamento do fungo em cultura • Clotrimazol e miconazol • Fluconazol ou outro antifúngico azólico • Drogas antifúngicas da nova classe das equinocadinas, como micafungina
  • 14. QUANTIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE CANDIDA NA CAVIDADE ORAL DE CRIANÇAS • Aproximadamente metade da população adulta saudável abriga as espécies de Candida na cavidade bucal, sendo a superfícies mucosas consideradas o reservatório principal. • Elas podem ser encontradas também no biofilme dental ou coagregadas a espécies bacterianas ai presentes, ou mesmo aderindo-se diretamente à película salivar. • Os biofilmes contendo C. albicans podem ser importantes para manifestação de candidoses mucosas e para o processo de colonização, tanto de cavidades de caries como de bolsas periodontais.
  • 15. • Para diversos autores, a presença desses fungos em áreas subgengivais pode contribuir para a patogênese da doença periodontal, bem como determinar o risco aumentado de candidose sistêmica, em casos de depressão imune. • A candidose é considerada a mais frequente infecção fúngica bucal e C. albicans é a principal espécie relacionada, embora outras espécies como C. tropicalis, C.parapsilosis, C. glabrata, C. krusei e C. dubliniensis, dentre outras, também ocorram. • Para colonizar, infectar e evadir-se das defesas do hospedeiro, C . albicans possui um repertório de virulência, que inclui uma variedade de enzimas, cujos principais representantes são as proteínas aspartil secretadas (Saps) e as fosfolipases.
  • 16. Identificação de Candida spp. • Os métodos disponíveis para a identificação de espécies de Candida são numerosos, e a escolha de um deles é determinada: • pelo nível de identificação requerida; • aspectos clínicos; • numero total de amostras examinadas rotineiramente; • e recursos disponíveis no laboratório. Alem de identificação e caracterização, estes testes permitem avaliar o potencial de virulência, de produção de enzimas e metabólitos.  Pode ser realizada uma análise fenotípica dos caracteres morfológicos e fisiológicos exibidos pelas cepas.  Os meios cromogênicos, kits comerciais e caracterização dos fungos por análise de DNA, tem permitido um aprimoramento na identificação e caracterização desses microrganismos, auxiliando a esclarecer o papel desempenhado por diferentes espécies e subespécies de Candida na colonização de diferentes grupos populacionais , bem como fatores de risco associados à manifestação de infecção.
  • 17. • • A maioria das leveduras cresce bem em temperaturas entre 30⁰ e 37 ⁰C, quando cultivadas em meios de cultura artificiais. • Entre as espécies do gênero Candida, as temperaturas de encubação que permitem crescimento satisfatório podem variar entre 20 ⁰ e 38 ⁰C, sendo ideal entre 25 ⁰ e 28 ⁰C. • A capacidade de crescimento em temperaturas elevadas é características de algumas espécies, sendo uma das provas utilizadas para diferenciação entre a Candida albicans e C. dubliniensis as quais compartilham diversas características morfológicas e fisiológicas, o que dificulta a identificação diferencial entre estas duas espécies.
  • 18. • Devido ao relevante papel que as espécies de Candida desempenham na ecologia da cavidade bucal, e a importância de estudos sobre a distribuição dessas leveduras em diferentes grupos populacionais, faixas etárias, na elaboração de estratégias para prevenção de candidoses, é que o estudo teve como objetivo isolar e identificar as leveduras presentes na cavidade oral de crianças entre 2 e 4 anos de idade.
  • 19. Materiais e métodos • Local de realização: laboratório de microbiologia da Universidade Paranaense, Campus de Francisco Beltrão. • O artigo identificou Candida ssp. em material coletado na cavidade oral de crianças com idade de 2 a 4 anos, que frequentam a Creche Municipal da Cidade de Francisco Beltrão, PR.
  • 20. Coleta das amostras • Os grupos de levantamento para cada idade, foram formados por 10 crianças, sendo as coletas realizadas com o auxilio de swab estéril, umedecidos em água peptonada, os quais foram friccionados na mucosa da cavidade oral das crianças, dando ênfase a região periodental. Posteriormente, este material foi armazenado em tubos estéreis e transportado ao Laboratório de Microbiologia, para a quantificação e identificação.
  • 21. Isolamento • O material foi semeado em placa contendo meio de cultivo cromogênico, apropriado para isolamento e identificação das leveduras do gênero Candida, fornecido pela Himedia do Brasil. • A semeadura foi realizada através de inoculação por esgotamento do swab na placa de Petri contendo o meio de cultura. • Posteriormente, essas placas foram incubadas a 36°C por uma semana, avaliada periodicamente após o terceiro dia. • Após esse período de incubação foi realizada a contagem das colônias levando-se em consideração as características morfológicas de cada uma delas.
  • 22. Identificação das cepas de candida • A leitura das placas e a interpretação dos resultados foram realizados pela observação da morfologia e da pigmentação das colônias, sendo que a metodologia preconizada indica que a espécie Candida albicans apresenta coloração verde, a espécie Candida tropicalis coloração azul, a Candida krusei com coloração rosa e a espécie de Candida glabrata aparece com coloração violeta.
  • 23. Resultado e discussão As coletas foram realizadas em grupos com 10 crianças com 2, 3 e 4 anos, a cada vinte dias era realizada uma nova coleta com esse mesmo grupo até completar as três vezes propostas.
  • 24. Tabela de resultados: Número de colônias de Candida sp. Identificadas na cavidade bucal de crianças de 2 a 4 anos Idade Dados C. albicans C. tropicalis C. glabrata C. krusei 2 anos Total 1.579±345aA 383±42bA 265±36bA 28±11cB (%) 70,00aB 16,99bA 11,77bA 1,24cB 3 anos Total 932±213aB 183±45bB 66±22cB 142±26bA (%) 70,44aB 13,85bA 4,98c 10,73bA 4 anos Total 962±321aB 47±21bC 2,00±5cC 00 (%) 95,15aA 4,65bB 0,20cC 00
  • 25. Percebe-se na tabela que a espécie de levedura que predominou foi a Candida albicans em crianças de 2, 3 e 4 anos de idade. Sendo em crianças de 2 anos um índice de 70% de 1.579 colônias isoladas, nas crianças com 3 anos observou-se a presença de 70,44% das 932 colônias e nas crianças de 4 anos das 962 colônias isoladas foram identificadas como Candida albicans 95,15%.
  • 26. • A maior frequência da Candida albicans foi observada em crianças de 2 anos de idade seguindo as de 4 e as de 3 anos. • As espécies de Candida tropicalis e Candida glabrata foram mais frequentes nas crianças de 2 seguindo as de 3 e 4 anos de idade. • A Candida krusei desenvolveu-se em menor quantidade em relação as outras com maior frequência nas crianças de 3 anos depois crianças de 2 anos e houve ausência nas crianças de 4 anos de idade. • Os resultados obtidos contribuem para o estudo da candidose sugerindo que as espécies isoladas são as responsáveis pelas infecções fúngicas na cavidade bucal humana.
  • 27. O meio cromogênico é muito útil na constatação de leveduras em material biológico contendo cultura mista de Candidas, onde o ágar sabouraud não permite a diferenciação,assim, esse método pode ser utilizado para diagnosticar infecções causadas por leveduras de Candida favorecendo um tratamento precoce e adequado.
  • 28. Conclusão Constatou-se que em 2.256 colônias isoladas a Candida albicans foi a mais frequente com 70%, 70,44% e 95,15% seguido pela Candida tropicalis com 16,99%, 13,85% e 4,65% e Candida glabrata com 11,77%, 4,98% e 0,20% respectivamente para 2, 3 e 4 anos de idade.
  • 29. • Já a Candida krusei foi a de menor frequência com 1,24% e 10,73% nas crianças de 2 e 3 anos, nas crianças de 4 anos não foi possível verificar a presença dessa espécie. • As crianças com 2 anos foram as que apresentaram maior número de colônias de Candidas e as de 4 anos foram as que menos apresentaram esse microrganismo.
  • 30. • Obrigada pela atenção!