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SERÁ QUE OS RICOS SE SALVAM?
BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 28° DOM. COMUM - COR: VERDE
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. A celebração da Eucaristia é a reunião de irmãos que
seguem a Jesus. Nela Deus põe à nossa disposição todo seu
ser: a Palavra viva, eficaz, e o corpo do seu Filho. A celebra-
ção da comunhão de Deus com suas criaturas pressupõe a
superação de uma justiça legalista para chegar à fraternidade
e partilha plenas dos bens da criação. Na Eucaristia, Deus
nada pede para si, nada retém para si: é dom que leva as pes-
soas a traduzir em dom a própria vida. Quem absolutiza fal-
sas seguranças (poder, riqueza, posses) não aprendeu a lição
da Ceia do Senhor enquanto celebração da mesma fé e da
mesma vida, enquanto comunhão com Deus e as pessoas.
Hoje a Palavra de Deus põe a nu e a descoberto nossas op-
ções. É a ela que deveremos prestar contas (2ª leitura Hb
4,12-13).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Sb 7,7-11): Aprender as lições do passa-
do para ser povo livre
2. O livro da Sabedoria é fruto maduro da experiência de
vida de Israel. Surgiu na primeira metade do primeiro século
a.C., em Alexandria, no Egito, onde os judeus haviam forma-
do consistente comunidade. Envolvidos pela civilização gre-
ga, os judeus arriscavam perder a própria identidade e se
entregar à busca do poder, riquezas e estética enquanto requi-
sitos últimos para alguém ser feliz. De fato, o texto de hoje
deixa entrever, nas coisas que o sábio rejeita (poder, riqueza,
bem-estar), a raiz do conflito social envolvendo a comunida-
de judaica de Alexandria
3. O autor do livro quer levar seus companheiros à refle-
xão. O que torna alguém feliz e plenamente realizado? O que
significa ser sábio numa sociedade conflitiva que privilegia
falsas seguranças como o poder e a riqueza? Onde está a
verdadeira sabedoria? O princípio básico que norteia a refle-
xão do autor deste livro é o apelo fundamental feito a Israel
desde o tempo do êxodo: Israel foi chamado a ser um povo
livre. E a verdadeira sabedoria é discernir o que e como
fazer para conservar essa liberdade, sem se deixar escravizar
pela busca de poder, riqueza, estética ou qualquer outra forma
de idolatria que despersonaliza o ser humano.
4. Salomão foi considerado em Israel o protótipo da pes-
soa sábia. Por isso o autor do livro da Sabedoria atribui-lhe a
autoria da obra. O texto de hoje se inspira no episódio de
Gabaon (cf. lRs 3,7-12), onde Salomão pede a Deus a sabe-
doria para governar o povo a ele confiado: "Orei, e foi-me
dada a prudência; supliquei, e veio a mim o espírito de sabe-
doria" (v. 7).
5. A experiência vital desse rei sábio constatou que a
busca do poder, riqueza, estética, não produz segurança e não
realiza a pessoa enquanto ser humano, pois gera dependência
cada vez maior. Por isso o discernimento de Salomão leva-o a
preferir a sabedoria aos cetros e tronos (poder, v. 8a), à ri-
queza, pedras preciosas, ouro e prata (ler, vv. 8b-9), à saúde e
beleza (estética, v. 10a). Comparadas com a sabedoria, essas
falsas seguranças não têm valor, são como punhado de areia,
como a lama, e iluminam tanto quanto a escuridão da noite
(vv . 8-10). Isso porque geram dependência e brutalizam as
pessoas, tornando-as gananciosas e opressoras. Quando abso-
lutizam essas falsas seguranças, os seres humanos não só
acabam tornando-se "insensatos", mas brutais, desumanos e
tiranos.
6. O livro da Sabedoria quer ser uma síntese das experiên-
cias vitais que realizam as pessoas. Israel passou por momentos
de grave opressão, ele que fora chamado a ser um povo livre, a
tirar proveito dos fatos passados que construíram a liberdade e
a vida do povo. Por que, então, não levar a sério essas experi-
ências a fim de construir sociedade justa e fraterna, onde o bem
do povo esteja acima de todas as buscas e interesses?
Evangelho (Mc 10,17-30): Latifundiários e donos de
fortunas não herdam o Reino
7. O capítulo 10 de Mc mostra o que é ser discípulo de Jesus
diante de três situações concretas: a partir da prática de Jesus,
como encarar o matrimônio, a opção pelos pobres (evangelho
do domingo passado) e como se posicionar diante das riquezas
(evangelho de hoje).
a. A história de um discipulado frustrado (vv. 17-22)
8. Jesus está a caminho de Jerusalém (v. 17a), onde será
morto pelo sistema (os que absolutizaram poder, ter e saber, ou
seja, latifundiários saduceus, sumos sacerdotes e doutores da
Lei), No caminho, alguém corre ao encontro dele. Marcos não
identifica quem é essa pessoa. Isso tem escopo catequético:
qualquer um que esteja à procura de Jesus poderá identificar-se
com aquele que se costumou chamar "o homem rico". Essa
pessoa, como todo discípulo de Jesus, está à procura da verda-
deira herança: "Que devo fazer para ganhar a vida eterna?" (v.
17b).
9. O trecho é rico em detalhes. Marcos mostra esse homem
correndo, ajoelhando-se diante de Jesus (notar o contraste com
a atitude da mulher que sofria de hemorragia, Mc 5,27): é al-
guém que se sente livre, senhor de si, inteligente, e por isso
pode abordar o Mestre de frente. Mas na ótica da I leitura é um
insensato!
10. O encontro com Jesus é determinante, porque o Mestre
lhe mostrará, como exigência fundamental para estar com ele, o
caminho que supera as prescrições da Lei.
11. A série de mandamentos recordados no texto diz respeito
à justiça social: "Não matarás, não cometerás adultério, não
roubarás, não levantarás falso testemunho, não enganarás, hon-
rarás teu pai e tua mãe" (v. 19). Note-se que Jesus não faz ne-
nhuma exigência em relação a Deus. Tudo diz respeito às rela-
ções sociais justas: o respeito pela vida, propriedade, integrida-
de e bens vitais dos outros, bem como o respeito por aqueles
que foram a origem da vida das pessoas (pai e mãe). O manda-
mento "não enganarás" diz respeito às normas de Ex 21,10 e Dt
24,14. trata-se de não reter o salário dos empregados, forma de
evitar o acúmulo injusto do capital; é também a síntese do 9° e
10º mandamentos, que proíbem a cobiça e os delitos contra a
propriedade. Deus, portanto, nada pede para si; o que fazemos
às pessoas é a ele que o fazemos (cf. Mt 25,40).
12. A resposta do homem rico é surpreendente: "Mestre, tudo
isso tenho observado desde a minha juventude" (v. 20). O inter-
locutor de Jesus é o que se poderia chamar de "justo" na vivên-
cia da Lei e da religião. Tem consciência de não haver cometi-
do injustiças ao acumular riquezas. Sua fortuna é vista como
bênção de Deus, e ele crê não ser necessário fazer mais nada
para ser discípulo de Jesus e possuir a herança, ou seja, partici-
par do Reino.
13. Jesus lhe mostra que não basta "não ter feito nada de
mal, não ter prejudicado pessoa alguma" É preciso ir além,
porque a riqueza não é bênção, e sim impedimento e carên-
cia: "Só uma coisa lhe falta: vá, venda tudo o que tem e dê
aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e
siga-me!" (v.21). Aí está o novo da mensagem de Jesus, a
novidade do ser cristão. Para o rico, não basta não ter preju-
dicado as pessoas ao acumular riquezas; não basta ter devol-
vido o que pudesse ter roubado: será necessário vender tudo e
dar aos pobres, numa partilha total. Alcança-se aqui o novo
conceito de justiça: ela não nasce de cálculo legal, mas do
exercício da misericórdia em relação aos pobres. A rigor, só
depois disso é que as pessoas poderão seguir Jesus: "Depois
venha e siga-me!"
14. Só agora Marcos mostra quem era esse homem, atordo-
ado com a proposta de Jesus: trata-se de um latifundiário. De
fato, o texto grego traz a palavra ktémata para indicar rique-
za. Em Mt 19,22 e At 2,45;5,1, laémata significa terrenos.
Esse homem rico, portanto, "tinha muitos terrenos" consegui-
dos "legalmente". Na sua concepção, eram sinal da bênção
divina. Na ótica do evangelho, impedem a entrada no Reino.
O latifundiário esperava que Jesus lhe tranqüilizasse a cons-
ciência, permitindo-lhe ser cristão e dono de grandes proprie-
dades ao mesmo tempo. A proposta de Jesus é radical : "ven-
da tudo e dê aos pobres".
b. Será que o rico se salva? (vv. 23-27)
15. Estes versículos encerram a instrução sobre o "signifi-
cado" das riquezas na perspectiva do evangelho. O texto
generaliza a respeito das riquezas: não só o latifundiário, mas
todos os que possuem fortunas correm sério perigo de não se
salvar. A afirmação de Jesus "como é difícil entrarem os ricos
no Reino de Deus!" assusta os discípulos em escala crescente
(v.24) até ao espanto (v. 26). Não se deve minimizar, como se
tentou ao longo da história da exegese, o grave contraste da
metáfora do camelo e do buraco da agulha (v. 25). O exagero
demonstra nada mais nada menos que a impossibilidade de
salvação para os que têm fortunas. O camelo era o maior
animal conhecido no contexto palestinense, ao passo que o
buraco da agulha era a menor abertura possível.
16. O espanto dos discípulos é evidente: "Então, quem
pode ser salvo?" (v. 26). A resposta de Jesus: "Para os ho-
mens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é
possível" (v. 27) não quer aliviar a tensão. O que é "possível"
para Deus: salvar o rico apesar de seu acúmulo de riquezas,
ou "tocá-lo" para que se abra à nova justiça, venda tudo e,
depois, siga Jesus? "A riqueza que não é posta a serviço da
sociedade é 'dinheiro iníquo' e, por isso, não é sinal de justiça,
mas de pecado" (R. Pesch).
c. Deixar tudo para participar da nova sociedade (vv. 28-30)
17. O v. 28 mostra Pedro – representando os discípulos –
sintetizando o que eles fizeram para estar com Jesus. Em cará-
ter permanente, deixaram moradia, laços familiares e posses:
casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos. O discípulo de
Jesus é capaz de deixar tudo para seguir o Mestre. Jesus garan-
te: quem tem coragem de fazer isso começa a participar da
nova sociedade, tendo Deus como único Pai (note-se que na
recompensa dada aos discípulos não se menciona o pai terreno:
a nova sociedade tem Deus como Pai de todos, e todos são
irmãos). Jesus afirma que quem deixa acaba recebendo cem
vezes mais: participa da nova sociedade que tem como ponto de
referência os valores evangélicos da fraternidade e partilha dos
bens (vv.29-30). Todavia, a nova sociedade será perseguida por
aqueles que se fecham na ganância da posse, como o latifundiá-
rio que se excluiu da nova sociedade. Mas Jesus, o Mestre
rejeitado, está com a comunidade dos perseguidos por causa
dele e do evangelho.
2ª leitura (Hb 4,12-13): A força da Palavra de Deus
18. Os dois versículos da carta aos Hebreus, escolhidos para
a liturgia de hoje, pertencem a uma seção maior (3,7-4,14),
onde o autor exorta os cristãos a ter fé em Cristo (para entender
melhor o contexto de Hb, veja 2ª leitura do domingo passado).
19. Nessa seção fala-se de Moisés e Josué, líderes que intro-
duziram o povo de Deus na posse da terra e no descanso. Par-
tindo dessas duas personagens chega-se a Jesus que é, para os
cristãos, a promessa da vitória e do verdadeiro descanso que ele
conquista para nós com sua morte e ressurreição. A garantia
que Deus nos concedeu é a sua Palavra. Ela é viva, ou seja, tem
poder de comunicar vida aos que a aceitam. Ela é eficaz: desde
o começo do mundo, Deus fala e age. As coisas vão acontecen-
do à medida que a Palavra de Deus se manifesta. Ela é cortante
como espada de dois gumes, sendo capaz de julgar, salvar ou
condenar, penetrando onde a razão e o discemimento cristão
não conseguem chegar ("penetra até dividir alma e espírito,
articulações e medulas").
20. Quem é essa Palavra? É a manifestação de Deus ao longo
da história, até se concentrar na pessoa de Jesus, a Palavra de
Deus (cf. 1,1-2: "Muitas vezes e de modos diversos falou Deus,
outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os
últimos, falou nos por meio do Filho"). Diante dela, ninguém
pode se ocultar e tudo está nu e descoberto (v. 13). O autor
emprega a imagem do lutador que, na arena, foi desarmado e
colocado contra a parede, diante do adversário. Com essa Pala-
vra é que as pessoas terão de acertar contas.
21. O texto pretende motivar os que estão desanimados por
causa das perseguições e dificuldades surgidas em vista do
testemunho e da construção da sociedade justa e fraterna. A
Palavra de Deus, o próprio Jesus, promessa de vitória e garantia
de descanso, está junto dos que lutam pelo mundo novo. Ele e
sua Palavra têm força para demolir, desnudar, desarmar e des-
truir as sementes de injustiça que tornam nossa sociedade cada
dia mais opressora.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
22. A 1ª leitura (Sb7,7-11) e o evangelho (Mc 10,17-30) mostram o engodo das riquezas, latifúndios e fortunas.
Nosso país oscila entre a insensatez do capital e o escândalo da miséria. A exigência de Jesus se baseia na venda
de tudo em vista da partilha. Nossa comunidade já chegou a dar passos significativos de partilha e fraternidade?
Onde estão as sementes da nova sociedade dos que seguem Jesus? Quais os sinais de que já está chegando?
23. A 2ª leitura (Hb 4,12-13) fala da força da Palavra de Deus. Em quais circunstâncias a Bíblia tem animado as
lutas do povo por liberdade e vida? Em quais momentos demoliu, desnudou, desarmou e destruiu sementes de in-
justiça?

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Os ricos e a herança do Reino

  • 1. SERÁ QUE OS RICOS SE SALVAM? BORTOLINE, José - Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: B – TEMPO LITÚRGICO: 28° DOM. COMUM - COR: VERDE I. INTRODUÇÃO GERAL 1. A celebração da Eucaristia é a reunião de irmãos que seguem a Jesus. Nela Deus põe à nossa disposição todo seu ser: a Palavra viva, eficaz, e o corpo do seu Filho. A celebra- ção da comunhão de Deus com suas criaturas pressupõe a superação de uma justiça legalista para chegar à fraternidade e partilha plenas dos bens da criação. Na Eucaristia, Deus nada pede para si, nada retém para si: é dom que leva as pes- soas a traduzir em dom a própria vida. Quem absolutiza fal- sas seguranças (poder, riqueza, posses) não aprendeu a lição da Ceia do Senhor enquanto celebração da mesma fé e da mesma vida, enquanto comunhão com Deus e as pessoas. Hoje a Palavra de Deus põe a nu e a descoberto nossas op- ções. É a ela que deveremos prestar contas (2ª leitura Hb 4,12-13). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Sb 7,7-11): Aprender as lições do passa- do para ser povo livre 2. O livro da Sabedoria é fruto maduro da experiência de vida de Israel. Surgiu na primeira metade do primeiro século a.C., em Alexandria, no Egito, onde os judeus haviam forma- do consistente comunidade. Envolvidos pela civilização gre- ga, os judeus arriscavam perder a própria identidade e se entregar à busca do poder, riquezas e estética enquanto requi- sitos últimos para alguém ser feliz. De fato, o texto de hoje deixa entrever, nas coisas que o sábio rejeita (poder, riqueza, bem-estar), a raiz do conflito social envolvendo a comunida- de judaica de Alexandria 3. O autor do livro quer levar seus companheiros à refle- xão. O que torna alguém feliz e plenamente realizado? O que significa ser sábio numa sociedade conflitiva que privilegia falsas seguranças como o poder e a riqueza? Onde está a verdadeira sabedoria? O princípio básico que norteia a refle- xão do autor deste livro é o apelo fundamental feito a Israel desde o tempo do êxodo: Israel foi chamado a ser um povo livre. E a verdadeira sabedoria é discernir o que e como fazer para conservar essa liberdade, sem se deixar escravizar pela busca de poder, riqueza, estética ou qualquer outra forma de idolatria que despersonaliza o ser humano. 4. Salomão foi considerado em Israel o protótipo da pes- soa sábia. Por isso o autor do livro da Sabedoria atribui-lhe a autoria da obra. O texto de hoje se inspira no episódio de Gabaon (cf. lRs 3,7-12), onde Salomão pede a Deus a sabe- doria para governar o povo a ele confiado: "Orei, e foi-me dada a prudência; supliquei, e veio a mim o espírito de sabe- doria" (v. 7). 5. A experiência vital desse rei sábio constatou que a busca do poder, riqueza, estética, não produz segurança e não realiza a pessoa enquanto ser humano, pois gera dependência cada vez maior. Por isso o discernimento de Salomão leva-o a preferir a sabedoria aos cetros e tronos (poder, v. 8a), à ri- queza, pedras preciosas, ouro e prata (ler, vv. 8b-9), à saúde e beleza (estética, v. 10a). Comparadas com a sabedoria, essas falsas seguranças não têm valor, são como punhado de areia, como a lama, e iluminam tanto quanto a escuridão da noite (vv . 8-10). Isso porque geram dependência e brutalizam as pessoas, tornando-as gananciosas e opressoras. Quando abso- lutizam essas falsas seguranças, os seres humanos não só acabam tornando-se "insensatos", mas brutais, desumanos e tiranos. 6. O livro da Sabedoria quer ser uma síntese das experiên- cias vitais que realizam as pessoas. Israel passou por momentos de grave opressão, ele que fora chamado a ser um povo livre, a tirar proveito dos fatos passados que construíram a liberdade e a vida do povo. Por que, então, não levar a sério essas experi- ências a fim de construir sociedade justa e fraterna, onde o bem do povo esteja acima de todas as buscas e interesses? Evangelho (Mc 10,17-30): Latifundiários e donos de fortunas não herdam o Reino 7. O capítulo 10 de Mc mostra o que é ser discípulo de Jesus diante de três situações concretas: a partir da prática de Jesus, como encarar o matrimônio, a opção pelos pobres (evangelho do domingo passado) e como se posicionar diante das riquezas (evangelho de hoje). a. A história de um discipulado frustrado (vv. 17-22) 8. Jesus está a caminho de Jerusalém (v. 17a), onde será morto pelo sistema (os que absolutizaram poder, ter e saber, ou seja, latifundiários saduceus, sumos sacerdotes e doutores da Lei), No caminho, alguém corre ao encontro dele. Marcos não identifica quem é essa pessoa. Isso tem escopo catequético: qualquer um que esteja à procura de Jesus poderá identificar-se com aquele que se costumou chamar "o homem rico". Essa pessoa, como todo discípulo de Jesus, está à procura da verda- deira herança: "Que devo fazer para ganhar a vida eterna?" (v. 17b). 9. O trecho é rico em detalhes. Marcos mostra esse homem correndo, ajoelhando-se diante de Jesus (notar o contraste com a atitude da mulher que sofria de hemorragia, Mc 5,27): é al- guém que se sente livre, senhor de si, inteligente, e por isso pode abordar o Mestre de frente. Mas na ótica da I leitura é um insensato! 10. O encontro com Jesus é determinante, porque o Mestre lhe mostrará, como exigência fundamental para estar com ele, o caminho que supera as prescrições da Lei. 11. A série de mandamentos recordados no texto diz respeito à justiça social: "Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não enganarás, hon- rarás teu pai e tua mãe" (v. 19). Note-se que Jesus não faz ne- nhuma exigência em relação a Deus. Tudo diz respeito às rela- ções sociais justas: o respeito pela vida, propriedade, integrida- de e bens vitais dos outros, bem como o respeito por aqueles que foram a origem da vida das pessoas (pai e mãe). O manda- mento "não enganarás" diz respeito às normas de Ex 21,10 e Dt 24,14. trata-se de não reter o salário dos empregados, forma de evitar o acúmulo injusto do capital; é também a síntese do 9° e 10º mandamentos, que proíbem a cobiça e os delitos contra a propriedade. Deus, portanto, nada pede para si; o que fazemos às pessoas é a ele que o fazemos (cf. Mt 25,40). 12. A resposta do homem rico é surpreendente: "Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude" (v. 20). O inter- locutor de Jesus é o que se poderia chamar de "justo" na vivên- cia da Lei e da religião. Tem consciência de não haver cometi- do injustiças ao acumular riquezas. Sua fortuna é vista como bênção de Deus, e ele crê não ser necessário fazer mais nada para ser discípulo de Jesus e possuir a herança, ou seja, partici-
  • 2. par do Reino. 13. Jesus lhe mostra que não basta "não ter feito nada de mal, não ter prejudicado pessoa alguma" É preciso ir além, porque a riqueza não é bênção, e sim impedimento e carên- cia: "Só uma coisa lhe falta: vá, venda tudo o que tem e dê aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me!" (v.21). Aí está o novo da mensagem de Jesus, a novidade do ser cristão. Para o rico, não basta não ter preju- dicado as pessoas ao acumular riquezas; não basta ter devol- vido o que pudesse ter roubado: será necessário vender tudo e dar aos pobres, numa partilha total. Alcança-se aqui o novo conceito de justiça: ela não nasce de cálculo legal, mas do exercício da misericórdia em relação aos pobres. A rigor, só depois disso é que as pessoas poderão seguir Jesus: "Depois venha e siga-me!" 14. Só agora Marcos mostra quem era esse homem, atordo- ado com a proposta de Jesus: trata-se de um latifundiário. De fato, o texto grego traz a palavra ktémata para indicar rique- za. Em Mt 19,22 e At 2,45;5,1, laémata significa terrenos. Esse homem rico, portanto, "tinha muitos terrenos" consegui- dos "legalmente". Na sua concepção, eram sinal da bênção divina. Na ótica do evangelho, impedem a entrada no Reino. O latifundiário esperava que Jesus lhe tranqüilizasse a cons- ciência, permitindo-lhe ser cristão e dono de grandes proprie- dades ao mesmo tempo. A proposta de Jesus é radical : "ven- da tudo e dê aos pobres". b. Será que o rico se salva? (vv. 23-27) 15. Estes versículos encerram a instrução sobre o "signifi- cado" das riquezas na perspectiva do evangelho. O texto generaliza a respeito das riquezas: não só o latifundiário, mas todos os que possuem fortunas correm sério perigo de não se salvar. A afirmação de Jesus "como é difícil entrarem os ricos no Reino de Deus!" assusta os discípulos em escala crescente (v.24) até ao espanto (v. 26). Não se deve minimizar, como se tentou ao longo da história da exegese, o grave contraste da metáfora do camelo e do buraco da agulha (v. 25). O exagero demonstra nada mais nada menos que a impossibilidade de salvação para os que têm fortunas. O camelo era o maior animal conhecido no contexto palestinense, ao passo que o buraco da agulha era a menor abertura possível. 16. O espanto dos discípulos é evidente: "Então, quem pode ser salvo?" (v. 26). A resposta de Jesus: "Para os ho- mens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível" (v. 27) não quer aliviar a tensão. O que é "possível" para Deus: salvar o rico apesar de seu acúmulo de riquezas, ou "tocá-lo" para que se abra à nova justiça, venda tudo e, depois, siga Jesus? "A riqueza que não é posta a serviço da sociedade é 'dinheiro iníquo' e, por isso, não é sinal de justiça, mas de pecado" (R. Pesch). c. Deixar tudo para participar da nova sociedade (vv. 28-30) 17. O v. 28 mostra Pedro – representando os discípulos – sintetizando o que eles fizeram para estar com Jesus. Em cará- ter permanente, deixaram moradia, laços familiares e posses: casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos. O discípulo de Jesus é capaz de deixar tudo para seguir o Mestre. Jesus garan- te: quem tem coragem de fazer isso começa a participar da nova sociedade, tendo Deus como único Pai (note-se que na recompensa dada aos discípulos não se menciona o pai terreno: a nova sociedade tem Deus como Pai de todos, e todos são irmãos). Jesus afirma que quem deixa acaba recebendo cem vezes mais: participa da nova sociedade que tem como ponto de referência os valores evangélicos da fraternidade e partilha dos bens (vv.29-30). Todavia, a nova sociedade será perseguida por aqueles que se fecham na ganância da posse, como o latifundiá- rio que se excluiu da nova sociedade. Mas Jesus, o Mestre rejeitado, está com a comunidade dos perseguidos por causa dele e do evangelho. 2ª leitura (Hb 4,12-13): A força da Palavra de Deus 18. Os dois versículos da carta aos Hebreus, escolhidos para a liturgia de hoje, pertencem a uma seção maior (3,7-4,14), onde o autor exorta os cristãos a ter fé em Cristo (para entender melhor o contexto de Hb, veja 2ª leitura do domingo passado). 19. Nessa seção fala-se de Moisés e Josué, líderes que intro- duziram o povo de Deus na posse da terra e no descanso. Par- tindo dessas duas personagens chega-se a Jesus que é, para os cristãos, a promessa da vitória e do verdadeiro descanso que ele conquista para nós com sua morte e ressurreição. A garantia que Deus nos concedeu é a sua Palavra. Ela é viva, ou seja, tem poder de comunicar vida aos que a aceitam. Ela é eficaz: desde o começo do mundo, Deus fala e age. As coisas vão acontecen- do à medida que a Palavra de Deus se manifesta. Ela é cortante como espada de dois gumes, sendo capaz de julgar, salvar ou condenar, penetrando onde a razão e o discemimento cristão não conseguem chegar ("penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas"). 20. Quem é essa Palavra? É a manifestação de Deus ao longo da história, até se concentrar na pessoa de Jesus, a Palavra de Deus (cf. 1,1-2: "Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou nos por meio do Filho"). Diante dela, ninguém pode se ocultar e tudo está nu e descoberto (v. 13). O autor emprega a imagem do lutador que, na arena, foi desarmado e colocado contra a parede, diante do adversário. Com essa Pala- vra é que as pessoas terão de acertar contas. 21. O texto pretende motivar os que estão desanimados por causa das perseguições e dificuldades surgidas em vista do testemunho e da construção da sociedade justa e fraterna. A Palavra de Deus, o próprio Jesus, promessa de vitória e garantia de descanso, está junto dos que lutam pelo mundo novo. Ele e sua Palavra têm força para demolir, desnudar, desarmar e des- truir as sementes de injustiça que tornam nossa sociedade cada dia mais opressora. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 22. A 1ª leitura (Sb7,7-11) e o evangelho (Mc 10,17-30) mostram o engodo das riquezas, latifúndios e fortunas. Nosso país oscila entre a insensatez do capital e o escândalo da miséria. A exigência de Jesus se baseia na venda de tudo em vista da partilha. Nossa comunidade já chegou a dar passos significativos de partilha e fraternidade? Onde estão as sementes da nova sociedade dos que seguem Jesus? Quais os sinais de que já está chegando? 23. A 2ª leitura (Hb 4,12-13) fala da força da Palavra de Deus. Em quais circunstâncias a Bíblia tem animado as lutas do povo por liberdade e vida? Em quais momentos demoliu, desnudou, desarmou e destruiu sementes de in- justiça?