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JESUS, MESTRE DA JUSTIÇA, REI E MESSIAS
BORTOLINE, Pe. José – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades – Paulus, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: A – TEMPO LITÚRGICO: DOMINGO DE RAMOS – COR: ROXO
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. Sentimo-nos desconcertados numa sociedade competitiva,
que privilegia a posse, prazer e poder, gerando violência e alie-
nando as pessoas. O que é capaz de satisfazer os anseios mais
profundos de libertação e vida plena? Como realizar o projeto de
Deus? O que significa ser cristão hoje?
2. A Primeira leitura do livro de Isaías (Is 50,4-7), nos apresen-
ta a missão do Servo Sofredor plenamente moldável nas mãos de
Javé e suficientemente coerente na execução de sua missão,
passando por cima do que é capaz de mexer com os brios de
qualquer pessoa: ofensiva, violência, perda da honradez.
3. Lendo a Paixão de Jesus segundo Mateus (Mt 26,14–27,66)
descobrimos as Raízes da sociedade injusta que mata inocentes e
indefesos. É uma opção política pela morte, gerando a morte do
povo. Os condenados de hoje são nossos juízes.
4. Celebrando o dia de Ramos, Paulo pede que examinemos se
o nosso projeto de vida coincide com o de Jesus, servo obediente
até o fim, ou se pautemos nossa vida segundo as leis da socieda
de em que vivemos (2ª leitura: Fl 2,6-11)
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (Is 50,4-7): A missão do Servo Sofredor
5. Estamos diante de um texto do Segundo Isaías. O trecho é
chamado de "terceiro canto do Servo de Javé". Ao lermos qual-
quer um desses cantos, surge logo a mesma pergunta feita pelo
eunuco a Filipe: "De quem o profeta está falando: de si mesmo
ou de outro?" (At 8,34). A resposta não é fácil. Até o momento,
as opiniões dos estudiosos podem ser sintetizadas em quatro tipos
de interpretação de quem seja o Servo Sofredor: a. Interpretação
coletiva: tratar-se-ia do povo de Israel; b. Interpretação indivi-
dual: o Servo Sofredor seria uma pessoa anônima; c. Interpreta-
ção mista: ele seria ora Israel como um todo, ora um grupo de
pessoas, ora uma pessoa só, como, por exemplo, o próprio profe-
ta; d. Interpretação messiânica: os cantos falariam de um messi-
as do futuro ideal. Segundo os autores do Novo Testamento, esse
ideal encontrou perfeita realização em Jesus. Qualquer que seja a
interpretação que adotarmos, sempre aparece o ideal da autorida-
de, que faz da sua função um serviço para a vida do povo.
6. O nosso texto — parte do terceiro canto — pertence a uma
seção maior, que abrange os capítulos 49-55, e cujo tema central
é a restauração e glorificação de Jerusalém, a cidade-esposa de
Javé. Os exilados — usando linguagem da esfera matrimonial —
se queixam de que Deus tenha repudiado Jerusalém, sua esposa,
e vendido seus filhos como escravos. A resposta de Javé precede
imediatamente o terceiro canto do Servo Sofredor (50,1-3). Em-
bora não se saiba quem seja esse servo, podemos, pelo contexto
que antecede, perceber claramente qual seja sua missão: mostrar,
à custa das ofensas recebidas, que o amor de Javé é perene.
7. Os vv. 4-7 mostram o que Javé faz para o Servo em vista do
bem do povo, e a responsabilidade do Servo, plenamente obedi-
ente e fiel: o Senhor Javé (a expressão é repetida três vezes, vv.
4.5.7) dá ao Servo a capacidade de falar como alguém que a-
prende dele, para que possa levar conforto ao povo; abre-lhe os
ouvidos para que aprenda, como discípulo, a transmitir o que
ouviu, e lhe dá proteção. Em outras palavras, prepara-o para a
missão. O Servo, por sua vez, para não trair o conteúdo da men-
sagem, dá as costas aos que o torturam (= não oferece resistên-
cia); toma a iniciativa de oferecer a face aos que lhe arrancam os
fios da barba (ter a barba arrancada é sinal de grande humilhação;
o Servo não liga para a perda da honradez); não esconde o rosto
à ofensa maior: injúrias e escarros. O rosto manifesta os senti-
mentos e desejos de uma pessoa. Torná-lo duro como pedra (v. 7)
é não levar em conta toda e qualquer espécie de ofensa, em vista
da opção assumida.
Paixão de Jesus Cristo segundo Mateus (Mateus 26,14—
27,66): A vitória do Mestre da Justiça
8. (Oferecemos aqui apenas alguns tópicos do relato da Paixão
segundo Mateus. Os títulos dos trechos e as notas pertencem à
Bíblia Sagrada — Ed. Pastoral.)
9. O novo Cordeiro pascal (26,17-25): A celebração da Pás-
coa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da
escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo Cordeiro
pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no
qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder.
10. A instituição da Santa Ceia (vv. 26-29): A ceia pascal de
Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela
substitui as cerimônias do Templo e torna-se centro vital da
comunidade formada pelos que seguem a Jesus. O gesto e as
palavras de Jesus não são apenas afirmações de sua presença
sacramental no pão e no vinho; manifestam também o sentido
profundo de sua morte, isto é: Jesus viveu e morreu como dom
gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma
sociedade em que as pessoas vivem para si mesmas e para seus
próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são con-
vidados a fazer o mesmo: partilhar o pão com os pobres e viver
para os outros.
11. A fidelidade de Jesus aos seus (vv. 30-35): Jesus sabe que
vai ser traído por um discípulo e abandonado pelos outros. Mos-
tra assim a plena gratuidade do seu dom, sendo fiel aos discípu-
los até o fim: marca um novo encontro na Galiléia. Aí Jesus
reunirá novamente os discípulos para continuar a sua ação.
12. A grande tentação (vv. 36-46): O que se passa no íntimo de
Jesus? Uma luta dramática em que se confrontam a companhia e
a solidão, o medo e a serenidade, a coragem de continuar o proje-
to até o fim e a vontade de desistir e fugir. A oração é a fonte que
reanima o projeto de vida segundo a vontade do Pai; a vigilância
impede que a pessoa se torne inconsciente diante das situações.
13. Fidelidade até o fim (vv. 47-56): Um dos discípulos se alia
ao poder repressivo das autoridades e trai Jesus com um gesto de
amizade. Um dos presentes tenta defender Jesus com as mesmas
armas dos opressores. Por fim, todos fogem e Jesus fica sozinho.
Aquele que realiza o projeto de Deus e atrai o povo é considera-
do pelos poderosos como bandido e perigoso. Mas eles não têm
coragem de prendê-lo à luz do dia.
14. Jesus é o juiz (vv. 57-68): Para as autoridades, Jesus é réu, e
elas já tinham decretado a morte dele. Agora montam um proces-
so teatral e falso para justificar tal decreto. Jesus não se defende,
pois as acusações realmente não o culpam de nada. No projeto de
Deus, as coisas se invertem: este homem, condenado à morte por
uma sociedade injusta, é o Messias, o Filho de Deus, que inaugu-
ra a sociedade justa do Reino de Deus. Por isso, de réu ele passa
a ser juiz (o Filho do Homem: cf. Dn 7,13), que condena o siste-
ma causador de sua morte. As duas forças que se chocam são
irreconciliáveis, e o rompimento é inevitável (rasgar as vestes).
15. Pedro cai na tentação (vv. 69-75): Enquanto Jesus fala
corajosamente diante das autoridades, Pedro não é capaz de
vigiar, e cai na tentação de abandonar o seguimento de Jesus,
negando-o covardemente diante de pessoas simples.
16. Jesus é inocente (27,1-10): O quadro é sombrio. Judas se
enche de remorso e proclama a inocência de Jesus diante da
indiferença das autoridades. As trinta moedas mostram que Jesus
foi traído pelo preço de um escravo.
17. Jesus ou Barrabás? (vv. 11-26): Sob a dominação romana,
o Sinédrio podia condenar à morte, mas não podia executar a
sentença. Por isso Jesus é entregue ao governador romano, sob
falsa acusação de ser subversivo político que pretende retomar o
reino judaico contra a dominação romana. O processo diante de
Pilatos é também uma grande farsa dominada pelos interesses de
ambas as autoridades. Jesus ou Barrabás? Pilatos prefere Jesus
porque não o vê como perigo para a autoridade romana; além
disso, desconhece o alcance do projeto de Jesus. As autoridades
dos judeus sabem muito bem que Jesus é mais perigoso para a
estrutura interna do país que Barrabás (zelota). A multidão fica
do lado das autoridades porque depende delas e porque agora
estão enfrentando a autoridade estrangeira. Pressionado, Pilatos
defende seu próprio prestígio e entrega Jesus à multidão. Barra-
bás torna-se uma peça no jogo de interesses entre as duas autori-
dades. Jesus não participa da farsa e é condenado. Se ele fosse
solto estaria negando todo o seu projeto. A mulher de Pilatos,
pagã, reconhece que Jesus é justo (v. 19). Enquanto isso, o povo,
enganado pelas autoridades, pede a morte de Jesus, acreditando
estar fazendo o bem.
18. O verdadeiro Rei (vv. 27-31): Revestido com todos os
sinais de poder (púrpura, coroa, cetro e adoração), Jesus é motivo
de zombaria. Mas, despojado desse poder, ao retomar as próprias
vestes, ele se revela como o verdadeiro Rei: aquele que entrega a
vida para salvar o seu povo.
19. O verdadeiro Messias (vv. 32-44): Jesus está completa-
mente só. Seu corpo poderoso é reduzido à fraqueza extrema.
Contudo, ele até o fim permanece consciente da sua entrega, e
recusa a bebida entorpecente. A inscrição, com o motivo da
sentença, inaugura na história o tempo da realeza que não opri-
me, mas que dá a própria vida. As caçoadas revelam a verdadeira
identidade de Jesus: ele é o novo Templo e o Messias-Rei que
não age em vista de seus interesses.
20. Jesus é o Filho de Deus (vv. 45-56): Em meio ao aparente
fracasso, a fé descobre todo o significado da morte de Jesus. Com
ele chega o dia do julgamento e começa a era da ressurreição:
todo sistema que gera a morte é desmascarado, e a vida se mani-
festa em plenitude. A salvação está aberta para todos aqueles que
confessam que Jesus é o Filho de Deus.
21. Fim da história? (vv. 57-66): Jesus morre, e seu corpo é
encerrado num túmulo. Aparentemente a história acabou. Toda-
via, as mulheres estão aí, à espera: alguma coisa vai acontecer. O
próprio sistema que condenou Jesus não está tranqüilo.
2ª leitura (Fl 2,6-11): O Evangelho de Jesus Cristo
22. Ao escrever aos filipenses, Paulo está preso em Éfeso, mas
tem em mãos um trunfo que lhe garantirá a liberdade: basta que
prove ser cidadão romano. A decisão de fazer valer seus direitos
de cidadão romano provocou grande mal-estar em Éfeso e tam-
bém em Filipos. De fato, para os primeiros cristãos, o martírio
era o momento mais nobre e mais propício para a propaganda do
Evangelho. Declarar-se cristão e morrer violentamente por causa
disso, provocava adesões à fé. Por que, então, Paulo foge desse
momento? Estaria anunciando uma coisa e vivendo outra?
23. Eis, então, que ele escreve aos filipenses. Para ele é vanta-
gem morrer, mas opta pela libertação em vista da possibilidade
de ainda continuar evangelizando (1,23-24). A seguir, passa a
mostrar os conflitos que ameaçam a comunidade: conflitos de
fora (os falsos missionários, cf. 1,27-30) e conflitos internos
(divisões da comunidade, cf. 2,1-4). Por fim, convida para que
todos tenham as mesmas disposições pessoais (sentimentos) que
havia em Jesus Cristo.
24. O hino de Filipenses 2,6-11 tem dois movimentos. O primei-
ro é de cima para baixo, e fala do esvaziamento de Jesus. É como
uma escada com vários degraus: Jesus não se apegou à sua igual-
dade com Deus, esvaziou-se, tornou-se servo, semelhante aos
homens, humilhou-se, fez-se obediente até a morte de cruz. O
sujeito dessas ações é o próprio Jesus que, consciente e livremen-
te, despoja-se de tudo. Seu lugar social é junto aos escravos, sem
privilégios, marginalizados e condenados. Para ele não há outra
forma de revelar o projeto de Deus a não ser esvaziando-se da-
quelas realidades humanas das quais com dificuldade abrimos
mão: prerrogativas, posição social, honra, dignidade, fama e, o
que é mais precioso, a própria vida. Jesus perdeu todas essas
coisas. Desceu no poço mais profundo da miséria e solidão hu-
manas. De fato, o primeiro movimento desse hino não fala de
Deus. Tem-se a impressão de que Jesus, despojado de tudo, tenha
sido inclusive abandonado por Deus.
25. O preço da encarnação foi a cruz. E o Evangelho de Paulo é
exatamente o Evangelho de um crucificado. Nós estamos muito
habituados a pensar na divindade de Jesus. Por isso nos pergun-
tamos: onde foi parar sua divindade? Ficou escondida por um
momento? Ou era justamente no fato de ser plenamente humano
que ele revelava o ser de Deus? Imaginar que Deus seja um ser
desencarnado e abstrato é a desculpa que algumas pessoas encon-
tram para fugir à difícil tarefa de nos encarnarmos nas realidades
humanas mais sofridas, pois, ao fazermos isso, teremos de nos
despojar de uma série de coisas, exatamente aquelas coisas das
quais Jesus se despojou: prerrogativas, status, fama, promoção
pessoal etc.
26. A primeira parte do hino tem seu ponto alto na maior baixe-
za: Jesus se fez servo e foi morto como um bandido, na cruz.
Essa foi sua opção de vida consciente. Esse hino retoma um texto
muito antigo de Isaías, aplicando-o a Jesus. Trata-se do quarto
canto do Servo de Javé (Is 52,13-53,8).
27. O segundo movimento do hino de Filipenses é de baixo para
cima. Aqui o sujeito é Deus. É ele quem exalta Jesus, ressusci-
tando-o e colocando-o no posto mais elevado que possa existir. O
Nome que ele recebeu do Pai é o título de Senhor, termo muito
importante para os primeiros cristãos. Jesus é o Senhor do uni-
verso e da história. Diante dele toda a criação se prostra em ado-
ração (2,10). Também esta segunda parte se inspira no quarto
canto do Servo de Javé (cf. Is 52,13-15; 53,10-12).
28. Deus Pai é glorificado quando as pessoas reconhecem em
Jesus o humano que passou pela encarnação das realidades mais
sofridas e humilhantes, culminando com a morte na cruz, conde-
nação imposta a criminosos. Evangelho é, portanto, o anúncio
daquele que se fez servo, obediente até a morte, e morte de cruz.
Esse anúncio não acontece sem que as pessoas também se encar-
nem, apostando a vida, como fez Paulo.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
29. A Paixão de Jesus, Servo Sofredor (Is 50,4-7: 1ª leitura), se prolonga em todos os sofredores de
nossa sociedade. Quais os sinais que apontam para a presença de Deus ao lado dos que sofrem?
30. Questionar os projetos humanos construídos sem levar em conta o projeto de Deus revelado em Je-
sus, plenamente humano, servo, obediente até o fim (Fl 2,6-11: 2ª leitura).
31. A Paixão de Jesus força as pessoas à opção a favor ou contra o projeto de Deus. A prática cristã é o
termômetro que mostra se somos ou não a favor da justiça do Reino (26,14-27,66: relato da Paixão).

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Jesus, Mestre da Justiça e Rei Messias

  • 1. JESUS, MESTRE DA JUSTIÇA, REI E MESSIAS BORTOLINE, Pe. José – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades – Paulus, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: A – TEMPO LITÚRGICO: DOMINGO DE RAMOS – COR: ROXO I. INTRODUÇÃO GERAL 1. Sentimo-nos desconcertados numa sociedade competitiva, que privilegia a posse, prazer e poder, gerando violência e alie- nando as pessoas. O que é capaz de satisfazer os anseios mais profundos de libertação e vida plena? Como realizar o projeto de Deus? O que significa ser cristão hoje? 2. A Primeira leitura do livro de Isaías (Is 50,4-7), nos apresen- ta a missão do Servo Sofredor plenamente moldável nas mãos de Javé e suficientemente coerente na execução de sua missão, passando por cima do que é capaz de mexer com os brios de qualquer pessoa: ofensiva, violência, perda da honradez. 3. Lendo a Paixão de Jesus segundo Mateus (Mt 26,14–27,66) descobrimos as Raízes da sociedade injusta que mata inocentes e indefesos. É uma opção política pela morte, gerando a morte do povo. Os condenados de hoje são nossos juízes. 4. Celebrando o dia de Ramos, Paulo pede que examinemos se o nosso projeto de vida coincide com o de Jesus, servo obediente até o fim, ou se pautemos nossa vida segundo as leis da socieda de em que vivemos (2ª leitura: Fl 2,6-11) II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (Is 50,4-7): A missão do Servo Sofredor 5. Estamos diante de um texto do Segundo Isaías. O trecho é chamado de "terceiro canto do Servo de Javé". Ao lermos qual- quer um desses cantos, surge logo a mesma pergunta feita pelo eunuco a Filipe: "De quem o profeta está falando: de si mesmo ou de outro?" (At 8,34). A resposta não é fácil. Até o momento, as opiniões dos estudiosos podem ser sintetizadas em quatro tipos de interpretação de quem seja o Servo Sofredor: a. Interpretação coletiva: tratar-se-ia do povo de Israel; b. Interpretação indivi- dual: o Servo Sofredor seria uma pessoa anônima; c. Interpreta- ção mista: ele seria ora Israel como um todo, ora um grupo de pessoas, ora uma pessoa só, como, por exemplo, o próprio profe- ta; d. Interpretação messiânica: os cantos falariam de um messi- as do futuro ideal. Segundo os autores do Novo Testamento, esse ideal encontrou perfeita realização em Jesus. Qualquer que seja a interpretação que adotarmos, sempre aparece o ideal da autorida- de, que faz da sua função um serviço para a vida do povo. 6. O nosso texto — parte do terceiro canto — pertence a uma seção maior, que abrange os capítulos 49-55, e cujo tema central é a restauração e glorificação de Jerusalém, a cidade-esposa de Javé. Os exilados — usando linguagem da esfera matrimonial — se queixam de que Deus tenha repudiado Jerusalém, sua esposa, e vendido seus filhos como escravos. A resposta de Javé precede imediatamente o terceiro canto do Servo Sofredor (50,1-3). Em- bora não se saiba quem seja esse servo, podemos, pelo contexto que antecede, perceber claramente qual seja sua missão: mostrar, à custa das ofensas recebidas, que o amor de Javé é perene. 7. Os vv. 4-7 mostram o que Javé faz para o Servo em vista do bem do povo, e a responsabilidade do Servo, plenamente obedi- ente e fiel: o Senhor Javé (a expressão é repetida três vezes, vv. 4.5.7) dá ao Servo a capacidade de falar como alguém que a- prende dele, para que possa levar conforto ao povo; abre-lhe os ouvidos para que aprenda, como discípulo, a transmitir o que ouviu, e lhe dá proteção. Em outras palavras, prepara-o para a missão. O Servo, por sua vez, para não trair o conteúdo da men- sagem, dá as costas aos que o torturam (= não oferece resistên- cia); toma a iniciativa de oferecer a face aos que lhe arrancam os fios da barba (ter a barba arrancada é sinal de grande humilhação; o Servo não liga para a perda da honradez); não esconde o rosto à ofensa maior: injúrias e escarros. O rosto manifesta os senti- mentos e desejos de uma pessoa. Torná-lo duro como pedra (v. 7) é não levar em conta toda e qualquer espécie de ofensa, em vista da opção assumida. Paixão de Jesus Cristo segundo Mateus (Mateus 26,14— 27,66): A vitória do Mestre da Justiça 8. (Oferecemos aqui apenas alguns tópicos do relato da Paixão segundo Mateus. Os títulos dos trechos e as notas pertencem à Bíblia Sagrada — Ed. Pastoral.) 9. O novo Cordeiro pascal (26,17-25): A celebração da Pás- coa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo Cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder. 10. A instituição da Santa Ceia (vv. 26-29): A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substitui as cerimônias do Templo e torna-se centro vital da comunidade formada pelos que seguem a Jesus. O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmações de sua presença sacramental no pão e no vinho; manifestam também o sentido profundo de sua morte, isto é: Jesus viveu e morreu como dom gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si mesmas e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são con- vidados a fazer o mesmo: partilhar o pão com os pobres e viver para os outros. 11. A fidelidade de Jesus aos seus (vv. 30-35): Jesus sabe que vai ser traído por um discípulo e abandonado pelos outros. Mos- tra assim a plena gratuidade do seu dom, sendo fiel aos discípu- los até o fim: marca um novo encontro na Galiléia. Aí Jesus reunirá novamente os discípulos para continuar a sua ação. 12. A grande tentação (vv. 36-46): O que se passa no íntimo de Jesus? Uma luta dramática em que se confrontam a companhia e a solidão, o medo e a serenidade, a coragem de continuar o proje- to até o fim e a vontade de desistir e fugir. A oração é a fonte que reanima o projeto de vida segundo a vontade do Pai; a vigilância impede que a pessoa se torne inconsciente diante das situações. 13. Fidelidade até o fim (vv. 47-56): Um dos discípulos se alia ao poder repressivo das autoridades e trai Jesus com um gesto de amizade. Um dos presentes tenta defender Jesus com as mesmas armas dos opressores. Por fim, todos fogem e Jesus fica sozinho. Aquele que realiza o projeto de Deus e atrai o povo é considera- do pelos poderosos como bandido e perigoso. Mas eles não têm coragem de prendê-lo à luz do dia. 14. Jesus é o juiz (vv. 57-68): Para as autoridades, Jesus é réu, e elas já tinham decretado a morte dele. Agora montam um proces- so teatral e falso para justificar tal decreto. Jesus não se defende, pois as acusações realmente não o culpam de nada. No projeto de Deus, as coisas se invertem: este homem, condenado à morte por uma sociedade injusta, é o Messias, o Filho de Deus, que inaugu- ra a sociedade justa do Reino de Deus. Por isso, de réu ele passa a ser juiz (o Filho do Homem: cf. Dn 7,13), que condena o siste- ma causador de sua morte. As duas forças que se chocam são irreconciliáveis, e o rompimento é inevitável (rasgar as vestes). 15. Pedro cai na tentação (vv. 69-75): Enquanto Jesus fala corajosamente diante das autoridades, Pedro não é capaz de vigiar, e cai na tentação de abandonar o seguimento de Jesus, negando-o covardemente diante de pessoas simples. 16. Jesus é inocente (27,1-10): O quadro é sombrio. Judas se enche de remorso e proclama a inocência de Jesus diante da
  • 2. indiferença das autoridades. As trinta moedas mostram que Jesus foi traído pelo preço de um escravo. 17. Jesus ou Barrabás? (vv. 11-26): Sob a dominação romana, o Sinédrio podia condenar à morte, mas não podia executar a sentença. Por isso Jesus é entregue ao governador romano, sob falsa acusação de ser subversivo político que pretende retomar o reino judaico contra a dominação romana. O processo diante de Pilatos é também uma grande farsa dominada pelos interesses de ambas as autoridades. Jesus ou Barrabás? Pilatos prefere Jesus porque não o vê como perigo para a autoridade romana; além disso, desconhece o alcance do projeto de Jesus. As autoridades dos judeus sabem muito bem que Jesus é mais perigoso para a estrutura interna do país que Barrabás (zelota). A multidão fica do lado das autoridades porque depende delas e porque agora estão enfrentando a autoridade estrangeira. Pressionado, Pilatos defende seu próprio prestígio e entrega Jesus à multidão. Barra- bás torna-se uma peça no jogo de interesses entre as duas autori- dades. Jesus não participa da farsa e é condenado. Se ele fosse solto estaria negando todo o seu projeto. A mulher de Pilatos, pagã, reconhece que Jesus é justo (v. 19). Enquanto isso, o povo, enganado pelas autoridades, pede a morte de Jesus, acreditando estar fazendo o bem. 18. O verdadeiro Rei (vv. 27-31): Revestido com todos os sinais de poder (púrpura, coroa, cetro e adoração), Jesus é motivo de zombaria. Mas, despojado desse poder, ao retomar as próprias vestes, ele se revela como o verdadeiro Rei: aquele que entrega a vida para salvar o seu povo. 19. O verdadeiro Messias (vv. 32-44): Jesus está completa- mente só. Seu corpo poderoso é reduzido à fraqueza extrema. Contudo, ele até o fim permanece consciente da sua entrega, e recusa a bebida entorpecente. A inscrição, com o motivo da sentença, inaugura na história o tempo da realeza que não opri- me, mas que dá a própria vida. As caçoadas revelam a verdadeira identidade de Jesus: ele é o novo Templo e o Messias-Rei que não age em vista de seus interesses. 20. Jesus é o Filho de Deus (vv. 45-56): Em meio ao aparente fracasso, a fé descobre todo o significado da morte de Jesus. Com ele chega o dia do julgamento e começa a era da ressurreição: todo sistema que gera a morte é desmascarado, e a vida se mani- festa em plenitude. A salvação está aberta para todos aqueles que confessam que Jesus é o Filho de Deus. 21. Fim da história? (vv. 57-66): Jesus morre, e seu corpo é encerrado num túmulo. Aparentemente a história acabou. Toda- via, as mulheres estão aí, à espera: alguma coisa vai acontecer. O próprio sistema que condenou Jesus não está tranqüilo. 2ª leitura (Fl 2,6-11): O Evangelho de Jesus Cristo 22. Ao escrever aos filipenses, Paulo está preso em Éfeso, mas tem em mãos um trunfo que lhe garantirá a liberdade: basta que prove ser cidadão romano. A decisão de fazer valer seus direitos de cidadão romano provocou grande mal-estar em Éfeso e tam- bém em Filipos. De fato, para os primeiros cristãos, o martírio era o momento mais nobre e mais propício para a propaganda do Evangelho. Declarar-se cristão e morrer violentamente por causa disso, provocava adesões à fé. Por que, então, Paulo foge desse momento? Estaria anunciando uma coisa e vivendo outra? 23. Eis, então, que ele escreve aos filipenses. Para ele é vanta- gem morrer, mas opta pela libertação em vista da possibilidade de ainda continuar evangelizando (1,23-24). A seguir, passa a mostrar os conflitos que ameaçam a comunidade: conflitos de fora (os falsos missionários, cf. 1,27-30) e conflitos internos (divisões da comunidade, cf. 2,1-4). Por fim, convida para que todos tenham as mesmas disposições pessoais (sentimentos) que havia em Jesus Cristo. 24. O hino de Filipenses 2,6-11 tem dois movimentos. O primei- ro é de cima para baixo, e fala do esvaziamento de Jesus. É como uma escada com vários degraus: Jesus não se apegou à sua igual- dade com Deus, esvaziou-se, tornou-se servo, semelhante aos homens, humilhou-se, fez-se obediente até a morte de cruz. O sujeito dessas ações é o próprio Jesus que, consciente e livremen- te, despoja-se de tudo. Seu lugar social é junto aos escravos, sem privilégios, marginalizados e condenados. Para ele não há outra forma de revelar o projeto de Deus a não ser esvaziando-se da- quelas realidades humanas das quais com dificuldade abrimos mão: prerrogativas, posição social, honra, dignidade, fama e, o que é mais precioso, a própria vida. Jesus perdeu todas essas coisas. Desceu no poço mais profundo da miséria e solidão hu- manas. De fato, o primeiro movimento desse hino não fala de Deus. Tem-se a impressão de que Jesus, despojado de tudo, tenha sido inclusive abandonado por Deus. 25. O preço da encarnação foi a cruz. E o Evangelho de Paulo é exatamente o Evangelho de um crucificado. Nós estamos muito habituados a pensar na divindade de Jesus. Por isso nos pergun- tamos: onde foi parar sua divindade? Ficou escondida por um momento? Ou era justamente no fato de ser plenamente humano que ele revelava o ser de Deus? Imaginar que Deus seja um ser desencarnado e abstrato é a desculpa que algumas pessoas encon- tram para fugir à difícil tarefa de nos encarnarmos nas realidades humanas mais sofridas, pois, ao fazermos isso, teremos de nos despojar de uma série de coisas, exatamente aquelas coisas das quais Jesus se despojou: prerrogativas, status, fama, promoção pessoal etc. 26. A primeira parte do hino tem seu ponto alto na maior baixe- za: Jesus se fez servo e foi morto como um bandido, na cruz. Essa foi sua opção de vida consciente. Esse hino retoma um texto muito antigo de Isaías, aplicando-o a Jesus. Trata-se do quarto canto do Servo de Javé (Is 52,13-53,8). 27. O segundo movimento do hino de Filipenses é de baixo para cima. Aqui o sujeito é Deus. É ele quem exalta Jesus, ressusci- tando-o e colocando-o no posto mais elevado que possa existir. O Nome que ele recebeu do Pai é o título de Senhor, termo muito importante para os primeiros cristãos. Jesus é o Senhor do uni- verso e da história. Diante dele toda a criação se prostra em ado- ração (2,10). Também esta segunda parte se inspira no quarto canto do Servo de Javé (cf. Is 52,13-15; 53,10-12). 28. Deus Pai é glorificado quando as pessoas reconhecem em Jesus o humano que passou pela encarnação das realidades mais sofridas e humilhantes, culminando com a morte na cruz, conde- nação imposta a criminosos. Evangelho é, portanto, o anúncio daquele que se fez servo, obediente até a morte, e morte de cruz. Esse anúncio não acontece sem que as pessoas também se encar- nem, apostando a vida, como fez Paulo. III. PISTAS PARA REFLEXÃO 29. A Paixão de Jesus, Servo Sofredor (Is 50,4-7: 1ª leitura), se prolonga em todos os sofredores de nossa sociedade. Quais os sinais que apontam para a presença de Deus ao lado dos que sofrem? 30. Questionar os projetos humanos construídos sem levar em conta o projeto de Deus revelado em Je- sus, plenamente humano, servo, obediente até o fim (Fl 2,6-11: 2ª leitura). 31. A Paixão de Jesus força as pessoas à opção a favor ou contra o projeto de Deus. A prática cristã é o termômetro que mostra se somos ou não a favor da justiça do Reino (26,14-27,66: relato da Paixão).