Este documento fornece um resumo do JB News nr. 2.264, um informativo maçônico publicado em Florianópolis em 11 de dezembro de 2016. Contém sete blocos com artigos de vários autores sobre temas maçônicos e fatos históricos do dia, além de um almanaque com eventos históricos notáveis.
Prova da PPL Enem reapliaçõ de 2023 com todas as questões
Jb news informativo nr. 2263
1. JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.264 – Florianópolis (SC) –domingo, 11 de dezembro de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella - Crítica
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi - Solidariedade
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Operativos & Especulativos ... (parte IV final )
Bloco 5-IrHercule Spoladore – A História da Loja Quatuor Coronati de Londres nr. 2076 .......
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – Maçonaria, o Espírito da Confraria
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 11 de dezembro e versos do Irmão e Poeta
Sinval Santos da Silveira
2. JB News – Informativo nr. 2.264– Florianópolis (SC) – domingo, 11 de dezembro de 2016 Pág. 2/35
11 de dezembro
1640 — Guerra da Restauração de Portugal: criado o Conselho de Guerra para promover em todos os
assuntos relativos ao exército.
1792 — É iniciado em Paris o julgamento do rei deposto da França, Luís XVI, que é condenado por alta
traição e guilhotinado.
1816 — Indiana torna-se o 19º estado norte-americano.
1835 — Colonos norte-americanos rebelados invadem a capital do Texas (Estados Unidos).
1876 — São Miguel desmembra-se de Pau dos Ferros e torna-se novo município do Rio Grande do Norte.
1905 — Consistório presidido pelo Papa Pio X, criou quatro cardeais, dentre os quais Dom Joaquim
Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, o primeiro cardeal da América Latina.
1909 — Fundado o Aero Club de Portugal.
1917 — Invadida pela Alemanha, a Lituânia sente-se estimulada a proclamar sua independência da Rússia.
O país continua sob ocupação alemã até 1919, quando é novamente invadido pelos russos.
1925 — Bernardino Machado substitui Manuel Teixeira Gomes no cargo de presidente da República
Portuguesa.
1929 — Anunciado o projeto do Empire State Building em Nova York que, com 102 andares, chegou a ser
edifício mais alto do mundo.
1930 — O Banco dos Estados Unidos em Nova York entra em falência por causa da Grande Depressão,
gerada pela quebra da bolsa, em 1929.
1931 — O Estatuto de Westminster concede total independência ao Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África
do Sul e Irlanda.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 346 dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Crescente)
Faltam 20 dias para terminar este ano bissexto
Dia da Bíblia e dia do Engenheiro Civil
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
EVENTOS HISTÓRICOS
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
3. JB News – Informativo nr. 2.264– Florianópolis (SC) – domingo, 11 de dezembro de 2016 Pág. 3/35
1933 — Guerra do Chaco: duas diviões bolivianas se rendem aos paraguaios
1936 — O Rei Eduardo VIII do Reino Unido abdica da coroa para o irmão Jorge VI, para casar-se com Wallis
Simpson, uma norte-americana divorciada.
1941 — Segunda Guerra Mundial:
Alemanha nazi declara guerra aos Estados Unidos
A China declara guerra ao Japão, Itália e Alemanha.
Cuba, Costa Rica, Nicarágua, República Dominicana e Guatemala declaram guerra à Alemanha e Itália.
1944 — Fundação da JCI (Câmara Júnior Internacional) na Cidade do México.
1946
John D. Rockefeller, Jr. oferece um terreno seu em Nova York para a construção da sede das Nações
Unidas.
As Nações Unidas fundam em Nova York a Unicef, entidade voltada para o atendimento das
necessidades básicas das crianças no mundo.
1953 - Fundação da cidade de Boa Saúde, Brasil
1958 — O Alto Volta (atual Burkina Faso) alcança o autogoverno, e torna-se numa república membro
da Comunidade Franco-Africana
1972 — Pouso da nave da missão Apollo 17 na Lua
1981
Javier Pérez de Cuéllar é eleito secretário-geral das Nações Unidas.
Um incêndio destrói 18 dos 22 andares do edifício Barão de Mauá, no Rio de Janeiro.
1983 — O Grêmio de Porto Alegre conquista a Copa Intercontinental em Tóquio no Japão após vencer
o Hamburgo (Alemanha Ocidental) por 2 a 1.
1989
O empresário Abílio dos Santos Diniz, então vice-presidente do grupo Pão de Açúcar, é seqüestrado em
São Paulo por cinco homens.
Inauguração da radio Regência FM de Lins (São paulo, Brasil).
1993 — Eduardo Frei vence as eleições no Chile.
1994
Boris Iéltsin envia milhares de soldados para a Chechênia, república separatista russa.
Uma bomba explode no Voo 434 da Philippine Airlines, matando um homem de negócios japonês, num
teste realizado por Ramzi Yousef.
1997 — Assinatura do Protocolo de Quioto.
1998 — Lançamento da sonda espacial Mars Climate Orbiter.
2011 — Plebiscito sobre a divisão do estado do Pará em três: Pará, Tapajós e Carajás.
1841 Decreto desta data, baixado pelo Governo Imperial, autorizou a fundação de uma colônia para 500
estrangeiros, a se localizar na península do Sahy, no mu8nicípio de São Francisco.
1858 Solenidade realizada nesta data promove a bênção da igreja erguida na freguesia de Imaruí.
1876 Chega a São Bento o presidente da província de Santa Catarina, Hermínio Espírito Santo, para uma
visita àquela Colônia.
1743 Fundada a Grande Loja “Anglaise de France”, mais tarde Grande Loja de França.
Wolfgang Amadeus Mozart, o genial compositor da Flauta Mágica, é iniciado na Loja Zur Wohltatigkeit, de
Viena.
1857 Fundada a Grande Loja daArgentina.
1982 Fundada a Loja “Xaver Arp” Nr. 32 (GLSC) de Joinville.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
Fatos históricos de santa catarina
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O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
" CRÍTICA "
Convido-os a compartilhar de um tema que nos diz respeito muito de perto, e se
constitui num exercício diário de nossas vidas. A crítica.
Cabe lembrar que o substantivo "Crítica" advém do termo grego "kritike" que
significa "a arte de discernir", ou seja; o fato de discernir o valor das pessoas
ou das coisas.
Ela refere-se a análise ou julgamento sistemático das condições e
consequências de um conceito.
Contudo, nessa "arte do discernimento" as pessoas na maioria das vezes
tendem a criar "juízos de valores" sobre tudo, o que de certa forma revelam
inconscientemente suas frustrações e insatisfações consigo
mesmas. Especialmente no que se refere a popularmente chamada: "crítica
negativa".
A crítica por si só tem um caráter subjetivo, e portanto passivo de variadas
interpretações.
Porém, o critério desmedido da crítica como elemento pejorativo e
desencorajador contra o objeto desta manifestação torna-nos invariavelmente
chatos e irritantes e distancia-nos cada vez mais das pessoas.
A vontade incontida de fazer um comentário depreciativo de forma frequente e
imponderada leva-nos a situações desfavoráveis, posto que passamos a ser
vistos como verdadeiros censores ou julgadores de todas as coisas.
Sem sombra de dúvida essa inconsequente atitude torna-nos reféns de nossas
próprias palavras e ações.
2 – Crítica
Newton Agrella
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A critica negativa revestida de doses de ironia contribui sobejamente para a
desagregação e ambiguidade nos diversos segmentos da Sociedade e é claro
que isso também se encontra dentro da Maçonaria - que apesar de adogmática ,
não raro torna-se objeto de críticas, seja com relação a aplicação de seus
rituais, de suas atribuições, de suas finalidades, ou até mesmo na própria
estrutura de sua organização política entre as suas Potências.
Por outro lado, é inquestionável que o "senso crítico" no sentido filosófico traz no
seu bojo o desenvolvimento da consciência reflexiva baseado na autocrítica e na
relação com o universo.
O Senso Crítico revela a predisposição do homem que aprende a buscar a
Verdade questionando e refletindo sobre cada assunto e sobre si mesmo.
Pensarmos sobre o nosso papel na na história e sobre as Verdades impostas
pela sociedade dominante constitui exercício sadio para a discussão de Idéias,
visto que o senso crítico não aquiesce a mera imposição de qualquer dogma ou
comportamento sem antes avaliar, discutir e questionar.
Nesse caso a Crítica construtiva é aquela cuja base é o chamado "Senso
Comum" ; isto é, o conjunto de opiniões, modo de viver em sociedade que
estabelecem uma herança cultural de cada povo.
Particularmente no tocante à Maçonaria, esse Senso Comum se revela através
das Tradições que passam de geração em geração e são aceitas como verdades
- e que historicamente dentro da Sublime Ordem se consubstanciam nos
chamados "landmarks", ou seja; marcos regulatórios de nossa instituição que
são parâmetro para a sua existência e perenidade.
Vale citar que o filósofo Kant utiliza-se do termo "crítica" para designar a
reflexão da vaidade e dos limites do ser humano ou de um conjunto de
elaborações filosóficas.
O impulso da crítica observa na sua essência critérios de um julgamento que
pode traduzir um elemento estético ao contemplar uma obra de arte; lógico se
se refere a um raciocínio, ou a uma teoria; e moral, caso contemple uma
conduta.
Porém sempre será um julgamento, e quem sabe não vale nos perguntarmos se
somos realmente Juízes e antes de tudo, se somos juízes de nós mesmos !?
Fraternalmente
NEWTON AGRELLA
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
escreve às quartas-feiras e domingos.
RESPONSABILIDADE
“Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer”.
Albert Camus (1913-1960).
1. Etimologia: Lat. responsu, particípio passado de respondere, responder, prometer em troca, de
Re-, de volta, para trás, mais spondere, garantir, prometer.
2. Definição? Obrigações assumidas por um ser moral ante o império das leis querem naturais,
querem divinas, querem humanas.
A responsabilidade implica: 1) no livre-arbítrio; 2) no conhecimento das leis; 3) na capacidade
de se obedecer ou não o que foi decretado.
3. SER RESPONSÁVEL: Ser responsável é responder pelos próprios atos, é corresponder.
No Jardim do Éden, foi um Adão imaturo que, ao descobrir que comera o fruto proibido,
colocou a responsabilidade em Eva. E foi uma Eva imatura que, por sua vez, colocou-a na
tentação da serpente.
Aristóteles foi um dos primeiros a observar que nos tornamos as pessoas que somos devido às
nossas próprias decisões.
A filósofa inglesa Mary Midgley diz que o ponto central da verdadeira excelência do
Existencialismo [é] a aceitação da responsabilidade de ser como nos fizemos, a recusa a dar
falsas desculpas.
Soren Kierkeggard, um dos pioneiros do Existencialismo do século XIX, deplorava os efeitos
nocivos dos grupos e das multidões em nosso senso de responsabilidade. Ele diz: Uma multidão
em seu próprio conceito é falso, pelo fato de deixar o indivíduo completamente impune e
irresponsável ou, no mínimo, enfraquecer seu senso de responsabilidade , reduzindo-o a uma
fração.
Nas Confissões, Santo Agostinho usou esse senso de responsabilidade enfraquecido pela
pressão dos pares como traço central da meditação sobre o vandalismo de sua juventude porque
temos vergonha de recuar quando os outros dizem: Vamos! E insistiu tanto quanto Aristóteles e
os existencialistas no reconhecimento da responsabilidade pessoal pelo que fazemos. Um senso de
responsabilidade enfraquecido não enfraquece o fato da responsabilidade. (William Bennet, em
O Livro das Virtudes).
4. Juramento Ateniense: Este juramento era feito por jovens na Antiga Grécia ao atingir 17 anos:
3 – Solidariedade
João Ivo Girardi
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“Não causaremos desgraças a nossa Cidade por atos de desonestidade ou covardia.
Lutaremos individual e coletivamente pelos ideais e tradições da Cidade.
Prestaremos reverência e obediência às leis da Cidade e envidaremos os melhores esforços
para que nossos superiores – que podem modificá-las ou anulá-las – as respeitem também.
Lutaremos sempre para incentivar o povo a desenvolver a consciência cívica. Através destes
procedimentos, legaremos uma Cidade, não apenas igual, mas maior e melhor do que nos foi
legada”.
5. A Declaração da Independência (Thomas Jefferson):
“No curso dos acontecimentos humanos, quando se torna necessário que um povo desfaça os
laços políticos que o ligavam a outro, e que assuma dentre os Poderes da terra a condição
separada e igual que lhe conferem as Leis da Natureza e do Deus da Natureza, um respeito digno
para com as opiniões da humanidade exige que esse povo declare as causas que o levam à
separqação.
Tais verdades são, para nós, evidentes: que todos os homens são criados em igualdade, que
são dotados pelo Criador de certos Direitos inalienáveis, e que dentre esses direitosw estão a
Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade.
Que para garantir esses direitos, os governos são instituídos entre os Homens, advindo os
seus poderes do consentimento dos governados.
Que quando uma Forma de Governo passe a destruir esses fins, cabe o Povo o Direito de
alterá-la ou aboli-la, e de instituir um novo Governo, fundamentando-o sobre princípios tais e
organizados os poderes de forma tal que lhe pareçam mais adequados a fim de realizar sua
Segurança e Felicidade”.
6. Autodeterminação e Responsabilidade: A autodeterminação expressa a essência do ser. É o
poder que temos de atualizar nossas virtualidades. O pensamento científico auxilia, mas são os
aspectos psicológicos, ideológicos, religiosos e filosóficos que emprestam o maior peso à nossa
deliberação na vida.
As virtualidades podem ser ativas e passivas. Se ativas, já estão determinadas de uma forma; se
inativas, sabemos que estão em ato sob uma forma, mas que podem ser assumidas de outra forma,
isto é, que são especificamente diferentes do que podem ser. A ação humana, embora restrita à
responsabilidade pessoal, tem como objetivo o interesse público. A vivência, semelhante à do
eremita no deserto, é uma exceção. A questão ética diz respeito ao auxílio que cada um possa
exercer na transcendência do outro. Em realidade, é a criação de condições para que o outro
realize plenamente o seu projeto de vida ao qual foi destinado.
O princípio da autodeterminação moral é a base do comportamento ético adulto. Deixar-se
guiar-se pelas máximas alheias é perder o eu em si mesmo. Segundo Sócrates, o ethos verdadeiro
é agir de acordo com a razão, que se eleva acima do consenso da opinião da multidão, para atingir
o nível da objetividade própria do saber demonstrativo.
A autonomia, assim, não se realiza na solidão, mas se consolida pelo contato entre os seres
humanos. A lei é o farol da ética. Sua origem etimológica encontra-se no termo nomos de que o
vocábulo lei (lex) é a tradução latina. Nomos vem do verbo nemo que significa dividir, repartir
com outro, sugerindo a ideia de justiça. Dessa forma, as ações individuais no cumprimento dos
deveres, devem salvaguardar a liberdade própria e a do outro. Por isso, Voltaire afirma com
veemência: Não concordo com o que você diz, mas defenderei o direito de você dizê-lo até o fim.
(Dicionário Enciclopédico. Org. SB Gregório).
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MAÇONARIA
Responsabilidade do Maçom: [...] As virtudes inerentes ao bom caráter passaram a ter conotação
antiquada, quiçá, jocosa. A aparência prepondera sobre a essência.
É justamente neste emaranhado de contradições e superficialidades que seletos homens são
chamados para compor as fileiras de uma instituição secular - a Maçonaria -, para combater a
tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros; glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade. Para
promover o bem da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando
masmorras ao vício. (GLSC. Ritual do Aprendiz Maçom. REAA, 1998).
Assim, o profano ao ser iniciado nasce para vida maçônica cabendo-lhe inúmeras
responsabilidades que, para os fins que se destina o presente trabalho, limitar-se-á a estudá-las
sob os três aspectos mais importantes: moral, social e institucional.
Moral: Não é o objetivo se ater a divagações filosóficas com relação à moral ou a ética, pois
não se entende necessárias à compreensão do tema, vez que o senso comum, que possui todo
homo medius, é suficiente para que o maçom entenda a dimensão da responsabilidade que lhe
cabe.
Neste sentido dispõe a Constituição da Grande Loja de Santa Catarina, em seus Postulados:
(...) a Maçonaria é uma instituição nascida para combater, com a persuasão e a força moral do
bom exemplo, tudo que atente contra a Razão e o Espírito de Fraternidade Universal. Nesta força
moral, que só se adquire pela Virtude, única proclamada como legítima, consagrada pela
consciência dos povos nos códigos das nações, como agente supremo do poder soberano,
concentra a Maçonaria toda a sua glória e a ela deve os grandes triunfos que, com tanta justiça,
a têm colocado como a primeira à frente das grandes instituições nascidas do amor à
Humanidade e do interesse pelo bem-estar dos povos. Ciência do progresso moral, a Maçonaria
resume sua ação social nos atributos da inteligência e do coração - Luz e Verdade, Amor e
Filantropia. (GLSC. Constituição: 2000).
Por sua vez, o artigo escrito pelo Irmão Luiz Gonzaga Rocha aborda com sucinta precisão a
razão de se ter verdadeiros maçons na sociedade: Curvo-me à idéia de que a busca da perfeição e
da existência de um mundo melhor, dirigido por homens iniciados e/ou iluminados, pode muito
bem representar uma utopia, mas sendo este o plano de evolução social, cultural e política da
Maçonaria, e sendo esse entendimento no sentido de que os maçons assumam os destinos das
sociedades, aos maçons impõe-se, antes e depois de toda e qualquer consideração, serem
conhecedores e partícipes desse ideal, e, para tanto, requer-se que sejam incorruptíveis,
instruídos, livres pensadores e excelentes formadores de opiniões, verdadeiros construtores
sociais e instrumento adequado para efetivar as transformações sociais requeridas; e, ainda,
sejam capazes de aperfeiçoar-se, de instruir-se e disciplinar-se constantemente na Arte Real, sem
prejuízo da conveniência de conviverem harmoniosamente com centenas de milhares de seres
díspares, e que possam, a despeito de todas as dificuldades, ser destacados por palavras, obras e
exemplos de vida, e sobremodo, que ostentem, sem envergonhamento, o lema mais sagrado da
Ordem Maçônica: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. (Maçom e Maçonaria. Revista O Prumo
nº 161, Florianópolis, 2005).
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Social: Assim como no tópico anterior, a Maçonaria está repleta de ensinamentos que
objetivam aguçar a sensibilidade de seus membros às necessidades da sociedade. Da mesma
forma, são várias as alegorias que simbolizam virtudes que implicam na responsabilidade social
que deve ser cultivada e praticada no cotidiano. No painel do Aprendiz-Maçom, vê-se na Escada
de Jacó a taça que tem, entre outros significados, o da caridade. Nota-se, também, na Abóbada
Celeste da loja, a Estrela Flamejante que: (...) representa a principal Luz da Loja. Simboliza o Sol,
Glória do Criador, e nos dá o exemplo da maior e da melhor virtude que deve encher o coração
do Maçom: a Caridade. Espalhando luz e calor (ensino e conforto) por toda parte onde atingem
seus raios vivificantes, o Sol nos ensina a praticar o Bem, não em um círculo restrito de amigos
ou de afeiçoados, mas a todos aqueles que necessitam e até onde nossa caridade possa alcançar.
(GLSC. 1ª Instrução Aprendiz-Maçom. 2003).
Institucional: Realmente, o fardo que Maçonaria atribui aos seus membros é deveras pesado,
vez que além de exigir uma conduta baseada na retidão de caráter e um papel ativo junto aos seus
semelhantes, incube-lhes a instrução dos neófitos e a responsabilidade pela manutenção de si
mesma. Felizmente, apesar das críticas de certas religiões, que se limitam ao plano espiritual, a
Maçonaria goza de elevadíssima reputação. Tal fato deve-se aos inúmeros trabalhos de caridade
que faz, aos grandes irmãos que no passado fizeram história e, principalmente, pela relevante
contribuição aos ideais democráticos. Desta feita, a responsabilidade do maçom é imensa, pois
lhe cabe manter ilibada a estampa da Maçonaria, justamente numa época contraditória e
desvirtuada, sucumbida pela indiferença e pela amoralidade. Por outro lado, ao irmão recém-
iniciado deve ser dispensado todo o cuidado e apreço, a fim de que desde cedo possa compreender
a importância de seu juramento, e as responsabilidades que tal ato acarreta. Por este plano,
entende-se de fundamental importância à realização esmerada dos trabalhos em loja, para que
aquele possa atribuir à seriedade que é devida ao ritual praticado e, também, compreender mais
profundamente o seu significado. Além disto, considera-se de vital importância à infância
maçônica o apoio, o exemplo e a sensibilidade dos irmãos mais antigos. O primeiro pode-se
representar pelo incentivo ao estudo e ao aprendizado, o segundo, pela referência de homem
maçom a quem o neófito pode sempre se espelhar e, a última, pela percepção em detectar as
dificuldades que certamente surgirão e, evitar, na medida do possível, expor as leviandades e rixas
existentes na Instituição, por força da falta de controle das paixões humanas.
Assim, a lição extraída da Bíblia indica exatamente a extensão da responsabilidade de cada
maçom: (...) Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito
se confia, muito mais lhe pedirão. (Extraído e condensado do: JB News Nº 226, 11/04/2011.
Autor: Samuel Borges).
Para finalizar conto a história de 4 pessoas: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e
Ninguém:
Havia um trabalho a ser feito e Todo Mundo tinha a certeza de que Alguém o faria. Qualquer
Um poderia tê-lo feito, mas Ninguém o fez. Alguém se zangou, porque era um trabalho de Todo
Mundo. Todo Mundo pensou que Qualquer Um poderia fazê-lo, mas Ninguém imaginou que Todo
Mundo deixasse de fazê-lo. Ao final, Todo Mundo culpou Alguém quando Ninguém fez o trabalho
que Qualquer Um poderia ter feito.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
OPERATIVOS & ESPECULATIVOS. OS VENTOS DO ILUMINISMO. A CONSOLIDAÇÃO
DA MAÇONARIA MODERNA OU ESPECULATIVA. SERÁ CORRETO DIZERMOS
ESPECULATIVA? (PARTE QUATRO – FINAL)
***Resumo e comentários do capítulo anterior
No capítulo anterior ficou evidente que havia diferenças sociais entre os operativos e
especulativos, e entre os motivos que fizeram os operativos trazer para dentro das suas
confrarias novos candidatos (as guildas estavam em declínio, fruto das inúmeras mudanças que
ocorriam na Europa) é que esses, poderiam fazer seus aporte financeiros sem maiores
problemas.
Vimos uma explanação sobre as sociedades caritativas que se multiplicaram a
partir da última metade do século XVI, período de grandes necessidades e de grande pobreza na
Inglaterra. Em função das demonstrações da mais pura solidariedade que afloraram de forma
espontânea nessa ocasião, o Irmão Ambrósio Peters acenou com a possibilidade de que esse
espírito de solidariedade que esteve presente nos corações dos ingleses tenha sido ou se
manifestado como um dos ingredientes na formação da própria Maçonaria Especulativa. Vimos
também, sobre a possibilidade de que os primeiros contatos entre os membros das guildas e os
não-operativos, tenham acontecido no interior das tavernas e cervejarias, até porque os
canteiros passavam por uma crise e num processo de desmantelamento. Esses contatos teriam
evoluído posteriormente, para recrutamentos dos chamados não-operativos.
Em 1716, uma reunião de quatro Lojas antecipou o que viria logo a seguir: em 24 de
junho do ano seguinte é fundada a Grande Loja de Londres. Não houve a participação nessa
reunião dos “maçons antigos” das Lojas escocesas e provavelmente da Irlanda também não.
(Varoli, pág. 244, 1977)
Não podemos ignorar o fato de que essa mudança substancial na Maçonaria,
iniciada pelas quatro Lojas, onde a existência a partir dali, de um sistema obediencial e um
Grão-Mestre, não iria cair na graça de todos os maçons da Inglaterra. Consequentemente,
correria muita água ainda por debaixo da ponte, até que bem mais tarde os “antigos” se
unissem aos “modernos”.
Ainda, no capítulo que antecedeu a este, o último tópico versou sobre essas quatro
Lojas, e prosseguindo nessa linha, acrescentaremos mais algumas informações no que tange à
essa Loja que teve um papel fundamental naquela ocasião, ou seja, a Loja “O Ganso e a
Grelha”. Antes, gostaria de dizer que é passível de encontrarmos, dependendo do autor, e cito
aqui o exemplo da Loja “O Ganso e a Grelha”, que o local de reunião da mesma, para uns é uma
taberna, para outros, uma cervejaria, ficando o registro.
4 – Operativos & Especulativos..... (Parte IV – Final)
José Ronaldo Viega Alves
11. JB News – Informativo nr. 2.264– Florianópolis (SC) – domingo, 11 de dezembro de 2016 Pág. 11/35
A LOJA “O GANSO E A GRELHA”(The Goose and Gridiron):
A Loja “O Ganso e a Grelha”, em princípio, possuía em seu quadro Maçons de ofício, os
quais haviam trabalhado na reconstrução de Londres, já que a cidade havia sido destruída por um
incêndio no ano de 1666.
A partir de 1703, essa Loja passou a admitir homens das várias classes sociais, a
exemplo de outras Lojas londrinas.
Em 1709 ingressou na Loja o Reverendo Jean Théophile Désaguliers, considerado um
intelectual que cumpriu um importante papel na Maçonaria Moderna, além de líder do processo que
culminou no primeiro sistema obediencial do mundo maçônico. (Juk, pág. 76, 2007)
1 - E O ILUMINISMO?
Estivemos falando até aqui, reunindo dados sobre o que foi uma verdadeira revolução na
Maçonaria, o que faz com que alguns comunguem da ideia de que diante de uma mudança estrutural
tão grande, são duas histórias envolvendo duas Maçonarias.
Mas, costurando fatos históricos, episódios, retratos da época, tendências e influências,
será que não deveríamos falar um pouco sobre esse movimento cultural da maior importância, a
Filosofia das Luzes, que transformou o pensamento já durante o século XVII e na primeira metade do
século XVIII, que questionava a figura do rei, do autoritarismo, da aristocracia e da Igreja?
No século XVII surge o movimento de caráter filosófico chamado Iluminismo, ou também
chamado Enciclopedismo. A origem do Iluminismo está lá no Renascimento, que foi outro grande
momento de apogeu cultural que teve início em fins do século XIV e se estendeu pelos séculos XV e
XVI. Nesse período, do Renascimento, houve a Reforma Luterana, da qual já falamos, pois, foi citada
na Parte Dois como tendo sido uma das causas que cooperaram para a decadência da Maçonaria
Operativa. (Vide JB NEWS nº 2.253 de 30.11.2016)
Segundo autores, o Renascimento, na realidade, contribuiu bastante para a derrocada da
Maçonaria Operativa, e se pode dizer que indiretamente esse movimento contribuiu para que a
Maçonaria passasse a adoção de membros não-operativos.
Trago novamente lá da Primeira Parte desta série, a frase que pertence ao Irmão João
Anatalino, e que havia destacado em negrito. Novamente, vejamos o que diz:
“Os novos construtores, embalados no ideal da Renascença, haviam perdido o elo com o
espírito, para concentrar-se na beleza idealizada da razão, bela sim, harmonioso sim, perfeitas
nas formas e nas estruturas, mas tão pouco espiritualizadas em seu conteúdo, pois ali não mais
se percebia a mística dos antigos irmãos ‘hospedeiros do bom Deus’.”
Na Europa continental, no século XVIII já tinham desaparecido as Organizações de
Pedreiros, construtores das catedrais góticas. As poucas guildas que sobreviviam ainda, eram as dos
carpinteiros, telhadores e marceneiros.
Na Inglaterra e demais ilhas britânicas estava acontecendo um período de transição, do
qual já falamos no capítulo anterior. A Maçonaria dos Aceitos nascera em 1600, na Escócia. Lá pelo
final do século XVII, as Lojas que anteriormente, eram operativas, estavam tomadas por “Maçons
Aceitos”, que foram impondo um novo local para reuniões, as tabernas e as cervejarias, também visto
no capítulo anterior.
Renascimento, Reforma Luterana, Iluminismo, Revolução Industrial...
Agora, falando propriamente sobre o Iluminismo, aliás, o Iluminismo que engloba o
despertar da Revolução Industrial. Estamos percebendo que há uma grande ligação entre todos os
grandes movimentos e todos eles com reverberações na Maçonaria.
O Irmão Raimundo Rodrigues em seu livro “Maçonaria Filosofia e Doutrina” diz que com
o advento do Iluminismo “Uma nova postura filosófica passa a exigir autonomia de pensamento. Que
ninguém é capaz de conter o crescimento da força do Direito Natural que passa a ver no indivíduo,
fosse ele rico ou pobre, culto ou ignorante, a fonte legítima de direito e de autoridade. E o homem é
conduzido ao direito de crer no que ele julgasse crível, reconduzido ao direito de saber, ao direito de
poder.”
Voltaremos ao tema Iluminismo, ainda mais uma vez no decorrer do presente trabalho.
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OPERATIVOS E ESPECULATIVOS: AS TRANSFORMAÇÕES
Em seu livro “Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom”, o Irmão Pedro Juk descreve o
término da Maçonaria Operativa, focando na descrição dos Especulativos:
“Os acontecimentos que viriam alterar a conduta profissional acabariam por marcar o término de uma
Maçonaria exclusivamente de ofício, passando então a ser mesclada por homens que não detinham o
segredo da arte, mas que traziam para dentro da instituição um cabedal de conhecimentos naturais,
filosóficos, científicos, místicos e, sobretudo, de novas ideias que propiciariam arraigadas mudanças
sociais na época. Esta nova face somada ao conhecimento adquirido pela Ordem através dos tempos
resultaria em um novo corolário doutrinário corroborado por uma inovada forma de desempenho
conhecido como ‘Maçonaria Especulativa’, ou dos ‘Maçons Aceitos’. Entretanto, também essa nova
forma de Maçonaria traria para dentro dos seus quadros a fidalguia que, com suas nuanças políticas,
reforçaria essa transformação, inclusive no tocante aos Ritos maçônicos e os sistemas de altos Graus,
como é o caso do escocesismo.”
De uma NOTA que ele acrescenta em meio ao texto sobre os “Os Maçons Livres e
Aceitos e a Transformação da Franco-Maçonaria”, transcreverei parte da mesma, por julgar que
contém informações importantes para o assunto que está sendo desenvolvido:
“(...) Durante o período dos aceitos adentraram na Maçonaria várias correntes do pensamento e um
grande conteúdo simbólico, principalmente do simbolismo medieval. A própria herança hebraica, o
hermetismo, a mística rosa-cruz, o pitagorismo, etc., viriam mais tarde transcender com a concepção
de inúmeros Ritos Maçônicos. Tomando-se como exemplo a Estrela Hominal, ou Pitagórica, que em
alguns Ritos maçônicos assume a qualificação de Estrela Flamejante, teve a sua inclusão na
Maçonaria apensas no ano de 1717, o que não dá o direito de se imaginar a presença da Maçonaria
nos tempos de Pitágoras (século VI a.C.) Ao contrário, foram os especulativos que a introduziram na
Ordem. Nem todos os Símbolos conhecidos atualmente na Maçonaria eram reconhecidos pelo Franco-
Maçons do passado.”
ANTIGOS E MODERNOS
No dizer do Irmão Pedro Juk, mal havia sido fundada a Grande Loja de Londres e já
surgiriam problemas de desentendimentos entre os Antigos e Modernos, e somente depois de alguns
anos de dificuldades, onde as dissidências foram sendo superadas aos poucos, é que chegaram a um
consenso. A prática tradicional do “Maçom livre na Loja livre” passava por uma mudança radical, mas,
não aconteceria da noite para o dia, é claro.
Não teríamos como entrar em detalhes aqui, pois, a história é longa, demandaria muito
espaço e tempo, mas, há um trecho do autor citado, que resume a contenda. Vejamos:
“Evidentemente ambas as partes cederam em alguns pontos para que se chegasse a um denominador
comum num conceito de trabalho que abordava certa modernidade, todavia respeitando as tradições,
usos e costumes impostos, sobretudo pela linha dos autodenominados Antigos, o que viria se constituir
na espinha dorsal da administração de um poder central e da forma prática dos trabalhos expressos
pelas Lojas inglesas.
Por esses aspectos a Moderna Maçonaria assumiria uma consolidação especulativa
tomada pelas transformações sociais, tal como a Reforma religiosa, os Livres-Pensadores, o
Iluminismo e o Século das Luzes, a Revolução Francesa e as ideias libertárias, entre outros. Nesse
sentido, a aristocratização da Maçonaria e um novo conceito filosófico na ideia da transformação do
Homem, trouxe, principalmente no século XVIII, novas linhas de pensamento absorvidas pela cultura
humana para o seio das Lojas, enriquecendo principalmente o aparecimento de formas doutrinárias
específicas ditadas por normas privativas de trabalho maçônico, mais comumente conhecidos como
Ritos.”
2 - E O ILUMINISMO?
Logo acima damos início ao tema Iluminismo e acabamos falando do Renascimento, até
pelo fato de que um movimento de certa maneira precede o outro.
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E a pergunta aqui poderia ser: As ideias que povoavam muitas das mentes dos
especulativos não tinham raízes no Iluminismo? A Revolução Industrial, o racionalismo, a ciência, a
razão não eram os motores para os filósofos da época?
Evidentemente a Maçonaria Moderna soube extrair a essência dos grandes princípios do
Iluminismo.
O Irmão Raimundo Rodrigues em seu livro já citado anteriormente “MAÇONARIA Filosofia
& Doutrina”, elenca várias das influências do Iluminismo sobre o ideário da Maçonaria Especulativa. Ele
escreveu:
“Estamos convencidos de que a Maçonaria especulativa sofreu marcante influência do Iluminismo na
sua formação ideológica.”
Basta que atentemos para a Constituição compilada por James Anderson, publicada em
1723, para concluirmos que o modo de pensar da Maçonaria em muito se assemelha ao pensamento
iluminista.
Se cotejarmos as preocupações básicas da filosofia da Ilustração com aquelas da
Maçonaria, verificaremos que são absolutamente iguais.
1 – Investigação das causas e dos princípios de todas as coisas;
2 – objetiva uma concepção geral de Deus, do universo, da vida, do homem, da sociedade;
3 – a busca de uma resposta a três importantes indagações: que somos? de onde viemos? aonde
vamos?
4 – a busca da tríade excelsa: o bem, a verdade, a beleza.”
O Irmão Raimundo Rodrigues conclui o texto, fazendo a pergunta: “É preciso dizer mais?”
COMENTÁRIOS:
Eu faço outras perguntas: Até onde essa formação ideológica está presente na Maçonaria
Moderna? E que tipo de Maçons especulam verdadeiramente sobre tais assuntos? E mais, se isso
traduz no mínimo parte dos objetivos da Maçonaria Especulativa ou as questões filosóficas com que
estaríamos nós Maçons especulativos, nos envolvendo... É só olhar para o lado, quem é especulativo
(já vimos no começo deste trabalho sobre as definições que cabem ou que fazem jus àquele que seria
especulativo...), então?
Aliás, seria conveniente aqui sabermos a definição de livre-pensador, adjetivo que muitas
vezes é utilizado como substitutivo ou alusivo à palavra Maçom, principalmente quando se fala em
Maçons especulativos e iluministas:
“LIVRE-PENSADOR adj.s.m. 1. Diz-se de ou indivíduo que não está ligado a qualquer credo religioso,
pensa livremente e só aceita as doutrinas que a razão concebe. 2. Que ou quem professa um
racionalismo anti-religioso e nega dogmas religiosos.”
AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON NA VISÃO DE CASTELLANI
Em pauta outro assunto que incide diretamente na maneira que podemos ver as coisas e
que o Irmão José Castellani, que foi um grande pesquisador, e que em seus livros tratou de vários dos
tabus maçônicos, além de combater os “achismos”, de desmitificar e de desmistificar, enfim, clareando
muito do que até então somente era explicado como “se perdendo na noite dos tempos” em relação à
história da Maçonaria, vem em seu pequeno livro “A ciência maçônica e as antigas civilizações”, dentre
tantos assuntos interessantes, tecer seus comentários sobre as Constituições de Anderson. O trecho
que extraio fala sobre as mudanças advindas para a doutrina maçônica a partir da criação da Grande
Loja de Londres, após as Constituições de Anderson:
“Em 1717, com a formação da Grande Loja de Londres (que, um século depois, viria a formar, com os
‘Antigos’ de York, a Grande Loja Unida da Inglaterra), e, em 1723, com a promulgação das
Constituições de Anderson, eram dados os golpes de morte nas tendências liberais da Ordem.
A Grande Loja inglesa arvorou-se em padrão maçônico do mundo, dando a si mesma, o
privilégio de mentora espiritual de Lojas e Potências e a indevida prerrogativa de julgar a regularidade,
ou não, das mesmas.
As Constituições de Anderson solidificaram o teísmo, o dogmatismo e as imposições
incompatíveis com a liberdade de pensamento. Para ela, a Maçonaria é apenas um sistema de leis
morais, subjugado ao reconhecimento de um único padrão religioso; pulveriza a liberdade de
consciência, tornando obrigatória a crença em Deus e obrigatório o juramento sobre a Bíblia; arrasa a
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liberdade de pensamento, transformando a Ordem maçônica num culto religioso, e não admitindo os
livres pensadores, mesmo que eles tenham as mais elevadas qualidades morais; finalmente, a
maçonaria inglesa, dando as costas à luta contra os privilégios, sempre concedeu, à nobreza, os mais
altos títulos da hierarquia maçônica.”
COMENTÁRIOS:
Como pudemos perceber a palavra livre-pensador perde muito da sua f
CONCLUSÃO
Até aqui pudemos acompanhar boa parte da história da Maçonaria, senão as partes mais
importantes, tendo sido apresentado um verdadeiros mosaico de opiniões de estudiosos dos mais
renomados, de alguns dos movimentos mais importantes da História e que tiveram repercussão direta
na Maçonaria seja no período considerado operativo ou de ofício, seja no período após 1717,
denominado especulativo ou moderno.
São ângulos de abordagem, não é para ser nenhum estudo definitivo, mas, tem a
pretensão de mapear a história, de forma sucinta, da Maçonaria que praticamente se extinguiu e da
Maçonaria que vivemos nos dias de hoje. Não há, a não ser em formato de livro, outra maneira de
expor todos os detalhes referentes aos assuntos aqui tratados, e coisa que já foi feita por inúmeros
autores.
O grande objetivo, definido lá no começo, era mesmo pesquisar, encontrar, expor e
comentar os momentos marcantes e fundamentais de uma história riquíssima que é a história da
Maçonaria, contemplando um pouco sobre as origens, sobre o desenvolvimento e sobre a decadência
da Maçonaria chamada Operativa. Depois, as causas, que como bem pudemos constatar perfazem um
somatório, tudo em consonância com as transformações que a própria História ia sofrendo, já que de
pano de fundo para esse período da Maçonaria, houve o Renascimento, a Reforma Luterana, o
Iluminismo, a Revolução Industrial, além das questões diretamente ligadas a uma filosofia com base na
razão, no deísmo. Também a perda de poder da igreja, o Anglicanismo, e muitas outras questões
envolvendo uma época em plena efervescência cultural, filosófica, de contestações do poder, dos
sistemas vigentes, etc.
Evidentemente, com base no que foi citado acima, seria praticamente impossível discutir
e elencar aqui todas as implicações, consequências e influências que estão imbricadas nessa história,
mas, da maneira como os assuntos foram sendo dispostos, durante o desenvolvimento do trabalho,
alternadamente, por vezes se movimentando no passado, por vezes no presente, pudemos obter com
isso, um panorama quase completo da quantidade de variáveis que tem importância para entendermos
onde, como e porquê a Maçonaria Operativa começou a declinar, e os começos um tanto conturbados
da Maçonaria Moderna.
A Maçonaria Operativa sucumbiu ante a evolução da industrialização, e o seu projeto foi
ficando defasado. Mas, houve outros fatores determinantes, pois, desde a época do Renascimento até
a Revolução Industrial foram vários os golpes, alguns assimilados, outros não. Não teria como ser
classificado de reducionista um trabalho onde foram apontados o maior número de causas. Dizer que o
simbolismo daquela Maçonaria é tudo o que teria ficado, pode não dizer tudo também. O quanto da
influência dos maçons especulativos, a partir do momento que começaram a ser assimilados, e tendo
constatado o quanto o processo já vinha sendo utilizado, seria impossível de medir hoje. Será que
existia algum plano maior em algum momento, ainda que tímido a princípio, de parte dos especulativos
quando estes já começavam a ocupar cava vez mais os espaços, ou tudo foi acontecendo de uma
forma quase natural? Será que as guildas, os canteiros funcionaram mesmo como refúgios, digamos
assim, para aqueles que “livres-pensadores”, buscavam um lugar onde estivessem preservados?
Essas e outras perguntas, surgem exatamente por foca dos subsídios que foram apresentados aqui, e
que nos obrigam a pensar, a ser especulativos no sentido exato da palavra. Aliás, para o maçom
especulativo, o que assumia de vez os destinos da Maçonaria a partir da transformação que tinha sido
iniciada com a criação da Grande Loja de Londres, marco histórico, a proposta embutida era a
construção de um novo homem, e este comprometido com a construção, na mais de edifícios, de
catedrais, mas do templo interior, do templo ideal, sob a figura simbólica do Templo de Salomão,
considerado perfeito em sua construção, e de um significado de essência espiritual.
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Por outro lado, vimos que com as Constituições de Anderson, e baseado no texto do
Irmão José Castellani, que os ventos liberais do Iluminismo já não sopravam com tanta liberdade. E a
Maçonaria se deixou influenciar por correntes religiosas...
Para alguns o raio-x não seria o definitivo, ou o mais completo. E nem poderia ser, há
muito para se dizer, muito para se discutir, muito para ser considerado, por exemplo, quando Christian
Jacq, diz à certa altura que o grande segredo da Maçonaria, que não poderá ser atraiçoado por
ninguém, é o do significado profundo contido em seus símbolos. Como abarcar aqui todas as
implicações dessa conclusão, o que é tema para outro trabalho, assim como, outras tantas questões
que merecem aprofundamentos.
Ainda na esteira do que foi dito acima, uma das perguntas, depois de ter chegado até
aqui, reside exatamente numa preocupação com o simbolismo, essa estrutura ideológica onde a
Maçonaria está fundamentada e de onde tiramos os conhecimentos para desenvolvermos e refletirmos
sobre as grandes verdades das religiões e das filosofias, a exemplo do que Mackey se referiu um dia.
A pergunta é: Para o Maçom especulativo não seria o maior propósito levar adiante a
herança e o significado do símbolo como verdadeiros agentes da transformação? Os símbolos foram o
que restaram da Operativa, como dissemos há pouco, e neles é que reside o conhecimento de
natureza moral, espiritual e filosófica que vem sendo transmitido na Maçonaria. Através do seu estudo
constante chegamos ao esoterismo, sendo que o Iniciado caminha por entre símbolos, é por eles que
vai tomando consciência do seu lugar no universo.
E surge outra pergunta: Num mundo que se transforma dia a dia, de extremo uso de
tecnologia, num mundo onde o capital é a religião, onde a casca vale mais que a essência, de
hedonismo e relações efêmeras, de futilidades, vaidades e artificialismos, quem se importará num
futuro, em decifrar esses símbolos, quem se aprofundará em seus mistérios a ponto de colher os
ensinamentos que eles podem transmitir, se cada vez mais, as sessões carecem de estudos, de
trabalhos, de exegese do símbolo, de entendimento do símbolo, pois, o mundo em redor tem pressa e
o tempo urge? O Maçom Especulativo herdou todo um simbolismo, que bem estudado é o responsável
direto pela sua transformação. E estudar o símbolo, refletir sobre o símbolo, entender a mensagem do
símbolo exige tempo, um tipo de tempo que está se perdendo... Este é um outro aspecto, que nasce
das especulações, ou do espírito do Maçom especulativo. Mas, afinal, somos especulativos?
O sábio Irmão Theobaldo Varoli Filho escreveu:
“Por sua vez, a Maçonaria ainda se diz ‘especulativa’ e de propósitos puramente contemplativos, isto é,
reduzidos ao culto ao Grande Arquiteto do Universo, à perfeição moral do indivíduo’ por meio de
iniciações e rituais e à lembrança das antigas tradições hauridas de regulamento e usos dos antigos
Pedreiros –Livres e Canteiros.
Essas regras persistem de modo indelével na Maçonaria atual, mas não reflete a verdade
histórica. A Instituição nunca chegou a ser apenas ‘contemplativa’, eis que sempre atuou na esfera
social, na defesa das conquistas democráticas, dos direitos individuais, da independência das nações,
da justiça social e das normas adequadas a levar a humanidade para um mundo de igualdade,
liberdade, paz e fraternidade universal. Por conseguinte, a Maçonaria atual deve passar para a sua
fase autêntica e evolutiva. O maçom deve ser considerado um construtor social autêntico, um
obreiro da arquitetura de uma sociedade cada vez melhor.” (Grifo meu!)
Fiquemos com essas considerações acima, por enquanto.
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANATALINO, João. “Conhecendo a Arte Real A Maçonaria e suas Influências Históricas e Filosóficas”
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova letra Gráfica e Editora
Ltda. 2ª Edição – 2008
JUK, Pedro. “Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom” – Editora Maçônica “ A Trolha” Ltda. 1ª
Edição - 2007
RODRIGUES, Raimundo. “Maçonaria Filosofia e Doutrina” – Edições GLESP – 1999
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica”- 1º Tomo (Aprendiz) - 2ª Edição – Editora
A Gazeta Maçônica - 1977
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
A HISTÓRIA DA LOJA QUATUOR CORONATI DE LONDRES Nº 2076 –
PRIMEIRA LOJA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO MUNDO E SEU
PRINCIPAL FUNDADOR SIR CHARLES WARREN
Ela deve seu nome em homenagem à lenda dos Quatro Santos Coroados da Maçonaria
Operativa. Foi a primeira Loja de Pesquisas Maçônicas a ser fundada no mundo e até hoje
é a mais importante. Foi fundada pelos Irmãos ingleses: Sir Charles Warren, W.H.
Rylands, R.F. Gould, Reverendo A.F.A. Woodford, W. Besant, R.P. Rylands, S.C. Pratt,
W.J. Hughan, e G.W. Sperth, nove ao todo. Alguns destes Irmãos eram os maiores
pesquisadores do seu tempo, não só na área maçônica. Na Loja foram verdadeiros
cientistas da pesquisa. Criaram a maçonaria científica, cujo exemplo está sendo seguido
por sucessores atuais quer através das Lojas de pesquisas, quer através dos centros de
estudos e pesquisas, quer de uma maneira mais acadêmica, pelas inúmeras Academias
Maçônicas de Letras disseminadas pelo mundo maçônico e também por muitos Irmãos
discreta e isoladamente, sem alardes, tal quais verdadeiros Mestres em busca de seu
autoconhecimento.
A Loja foi fundada no dia 28/11/1884, data que consta no seu Brevê-Constitutivo. Todavia,
devido à partida de Sir Charles Warren, venerável eleito, para a África em missão
diplomática e militar, a Loja somente foi consagrada em 12/01/1886. Nos fins deste ano,
em dezembro, os membros da Loja decidiram para que se alcançasse todos os
pesquisadores e verdadeiros estudiosos da Maçonaria do mundo, fosse criada uma forma
de comunicação com eles. Foi assim criado o Círculo de Correspondentes. Podem fazer
parte deste Círculo todo Mestre Maçom regular, as Lojas ou Capítulos regulares, Círculos
de Estudos e bibliotecas regulares. Quem dá essa regularidade é a Grande Loja Unida da
Inglaterra. O Grande Oriente do Brasil e cinco Grandes Lojas Brasileiras mantêm garante
de Amizade com a Grande Loja Unida, se enquadrando, portanto nesta categoria. Existem
muito poucos membros correspondentes da Loja Quatuor Coronati no Brasil.
A Loja Quatuor Coronati tem duas categorias de membros. Os efetivos ou titulares cujo
número foi estabelecido em quarenta, mas segundo relato, este número nunca chegou a
ser preenchido. Para pertencer a este seleto quadro, somente por convite de outro efetivo
5 A História da Loja Quatuor Coronati de Londres nr. 2076 ...
Hercule Spoladore
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e ter realizado um trabalho muito importante na Maçonaria, ou ter distinguido nas artes,
ciências ou literatura.
O outro tipo de membro da Loja é o correspondente, que atualmente no mundo está perto
dos vinte e cinco mil ou mais.
A Loja atualmente se reúne seis vezes por ano, mas no início se reunia uma vez somente,
no mês de Novembro, numa data que se aproximava da data do sacrifício dos Quatro
Coroados, que teria ocorrido numa quinta-feira (08/11/ 302, EV).
A Loja Quatuor Coronati não é iniciática. É apenas de estudos e pesquisas, mas é
reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra, como uma Loja regulara.
A Loja não aceita em suas reuniões Aprendizes ou Companheiros, somente Mestres.
A Loja mantém uma biblioteca e um museu. Faz publicações de todos os seus trabalhos
através do Ars Quatuor Coronatorum, o qual pode ser stander ou em uma publicação em
papel couchê.
As Atas Ars Quatuor Coronatorum (Trabalho dos Quatro Coroados) que são publicadas
anualmente contêm discussões em Loja, biografias, críticas de livros, resultados de
pesquisas, etc. São ricamente ilustrados com reproduções de documentos de textos
antigos, fac-símile retratos etc.
O tipo das publicações pode ser o stander que é uma espécie de brochura, em papel
simples, ou então uma publicação especial em papel couchê ricamente emoldurada
semelhante às coleções Larousse Universal. Estas publicações já contam em um número
superior a cem. Estão todas na Biblioteca da Loja Quatuor Coronati à disposição dos
membros titulares e correspondentes.
A publicação dos trabalhos da Loja Quatuor Coronati é feita através de uma editora de
propriedade da própria Loja, mas constituindo-se uma firma, em separado.
Cada fascículo da coleção poderá ser adquirido, caso haja disponível pelos membros
efetivos ou correspondentes, mediante o pagamento de seu valor. Quem não pertencer à
loja não poderá adquirir este precioso tesouro literário da Maçonaria. Não achamos justa
esta situação. A Loja Quatuor Coronati de tanta tradição por pura pieguice está limitando o
uso do acervo literário que possúe. Para nós, transgride de forma bastante infantil, os
princípios que ela tanto defende.
Os membros do Círculo de Correspondentes também chamados associados ou
correspondentes gozam dos mesmos privilégios dos membros titulares ou efetivos, sem,
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no entanto, terem o direito de votarem e serem votados. Quer dizer, não participam dos
problemas internos da Loja.
Os privilégios são:
a) Receber na inscrição, uma cópia do volume mais recente e disponível stander do
Ars Quatuor Coronatorum dos trabalhos da Loja.
b) Receber anualmente uma cópia do Ars Quatuor Coronatorum, seja o volume
stander ou o encadernado em papel couchê, desde que pague, conforme a escolha do
membro correspondente.
c) Receber as convocações da Loja nas quais sempre constarão os itens de
interesse maçônico e a programação da reunião.
d) Freqüentar as reuniões da Loja Quatuor Coronati, como associado e participar
nas discussões. É de costume após as reuniões todos os membros presentes jantarem
juntos, cada qual pagando o seu jantar, no bom e velho estilo inglês, que eles fazem
questão de frisar. Os membros correspondentes e visitantes são cordialmente convidados,
mas nas mesmas condições dos titulares.
e) Dirigir qualquer tipo de pergunta a respeito da história da Maçonaria, costumes,
rituais, etc., as quais serão respondidas.
f) Comprar qualquer tipo de publicação da Loja. Este privilégio é restrito somente aos
membros da Loja, quer efetivos quer correspondentes.
Estas são em síntese as atividades da Loja Quatuor Coronati de Londres, uma das mais
importantes Lojas do mundo, que infelizmente poucos Maçons a conhecem.
SIR CHARLES HENRY WARREN
(Principal fundador da Loja de Pesquisas “Quatuor Coronati n.º 2076”.).
Charles Warren, o primeiro Venerável da Loja de Pesquisas “Quatuor Coronati” de
Londres, e também um dos seus fundadores, por sinal o principal. Era filho de militar,
também Maçom. Nasceu em 1839 e seguiu a mesma carreira do Pai. Estudou no Colégio
Militar de Dandhurst. Na Guerra da Criméia, seu Pai e seu Irmão foram feridos, sendo que
seu Pai sobreviveu e seu Irmão veio a falecer. Seu Pai ganhou a patente de General.
Enquanto isso o jovem Charles ia tendo sucesso nos estudos, onde era bom aluno em
Matemática. Passou no segundo exame da Woolwich Academy, na qual entrou em
02/01/1856. Por fim foi matriculado na Royal Engineers Academy, sendo comissionado em
27/12/1857, seis semanas após completar dezoito anos.
Seu primeiro posto foi a Escola de Engenharia de Chathan onde deveria cumprir um curso
de dois anos. Mas, cursou apenas um ano, sendo enviado para Gibraltar com a
Companhia Real de Engenharia. Em Gibraltar onde ficou seis anos, foi iniciado na
Maçonaria. Nesta base inglesa trabalhou desenhando novas baterias, e armas de guerra.
Warren voltou à Inglaterra em 1865 e foi nomeado Instrutor Assistente da Escola de
Engenharia Chathan. No ano seguinte foi eleito Fellow da Sociedade Geológica de
Londres e um mês após foi eleito para a Associação de Engenharia Civil.
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Entre 1867 a 1869 esteve na Palestina onde havia muitos problemas. Na época foi
descoberta por um prússio a Pedra Moabítica, a qual tratava de um período da Bíblia
descrito em Reis (2) vers. 3 e 4. A notícia se espalhou e os árabes tomaram posse da
Pedra e a quebraram em várias partes, para obterem mais lucros com a venda.
Através de um Fundo para Exploração da Palestina, o qual Warren representava, e
trabalhando junto com os franceses igualmente interessados na aquisição da Pedra,
conseguiram comprar todos os pedaços. A Pedra Moabítica hoje, uma vez recomposta
está no Museu do Louvre na França, e uma cópia exatamente igual está no museu
Britânico. Na época um jornal fez confusão e foi dada a notícia, como tendo sido Warren o
descobridor da Pedra.
Warren voltou à Inglaterra e, nos próximos anos esteve na Divisão de Engenharia de
Hover como Engenheiro representativo da Escola de Artilharia. Em 1874, foi Engenheiro
de Trabalho de Pólvora. Foi Fellow da Sociedade Geográfica Real.
Em 1877, foi Comissário Britânico para resolver uma questão de fronteiras na África do
Sul, onde se mostrou hábil administrador. Recebeu a Comenda de Comandante da Ordem
de St. Michels e St. George.
Participou da Campanha de Bechualand, numa primeira fase, conseguindo a sua
pacificação.
Em 1882, foi enviado, para localizar a expedição do Maçom Professor Palmer, lingüista
famoso, e especialista em assuntos do Oriente Médio, que foi assaltado e assassinado por
ladrões, no Egito. Warren permaneceu lá até os culpados serem presos e julgados.
Em 1883, recebeu a 3ª Ordem, Classe de Medjdie, e foi feito Cavaleiro da Justiça de St.
Jonh, recebendo medalhas por sua Campanha no Egito.
Voltou a Bechualand em 1884 até 1885 quando teve problemas com os “boers” os quais
se retiraram sem lutas. (Boers: descendentes de pioneiros holandeses).
Em 1885 foi candidato derrotado no Parlamento inglês. Em 13/03/1886 recebeu um
telegrama do Governo Inglês oferecendo-lhe a posição de Comissário Chefe da Polícia
Metropolitana de Londres, o qual aceitou.
Teve problemas no verão de 1887, mais precisamente no dia 13/11, quando houve muitas
desordens em Londres com trabalhadores desempregados, ficando conhecido esse dia
como o “Domingo Sangrento”. Em março de 1888, chegou-se a discutir o seu afastamento,
só não acontecendo, porque foi necessária sua presença quando começaram a aparecer
os famosos crimes atribuídos a um maníaco sexual, que se auto intitulou “Jack, o
Estripador”.
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Em, 1889, quando o General Warren estava já reformado, estourou a guerra “Anglo-
Boers”, a qual marcou uma triste passagem para o Exército Britânico, pelo seu
despreparo, naquele momento, que finalmente foi corrigido na década seguinte, quando o
Exército Inglês se apresentou muito bem em 1914 (1ª Grande Guerra).
Warren estava sob as ordens de Sir Redvers Buller, com o qual havia confronto de
opiniões. Buller interferiu muito no trabalho de Warren. Depois do desastre nesta
campanha, Warren foi julgado culpado, injustamente. Buller fez um relatório onde Warren
aparecia como “bode-expiatório” da situação. Lord Roberts, primeiro ministro, Maçom,
recusou-se a aceitar e publicar um relatório feito por Warren, e em conseqüência Warren
apareceu perante a opinião pública inglesa como um general ineficiente. Entretanto,
Warren agiu como um cavalheiro, perante tamanha injustiça. Todavia, este fato o marcou
profundamente. Ele ficou magoado com muitos Maçons. Afastou-se praticamente da
Ordem.
Parece que sua mágoa foi mais em função de não ter seus companheiros, Irmãos de
tantas jornadas, dado a necessária cobertura, quando foi caluniado. Hoje, pode-se afirmar
que o fracasso foi de todo o Exército Inglês e não apenas de um homem.
Warren, nos próximos vinte e sete anos, gozando de uma segunda aposentadoria,
restringiu suas atividades, se limitando a entregar medalhas e realizar discursos em festas
cívicas, representando o Exército. Foi um dos fundadores do Escotismo, organizou Escola
Dominical na sua Igreja. Nunca mais freqüentou a Loja Quatuor Coronati, e nunca mais se
ouviu falar de suas atividades maçônicas, neste período, vindo Sir Charles Warren falecer
em 1926.
O CASO “JACK, O ESTRIPADOR”.
Corria em Londres, o aparentemente feliz, mas tremendamente hipócrita ano de 1888. A
sociedade Londrina estava submetida, sob a moral vitoriana a conceitos religiosos tão
preconceituosos e tão esdrúxulos que, por exemplo, mantinham os pés de um móvel
quando bem torneados, cobertos por um pano, porque poderiam lembrar as pernas de
uma mulher. O puritanismo chegara a tal ponto que atingiu as raias do fanatismo idiota e
ridículo.
Numa cidade de quase quatro milhões de habitantes as residências dos burgueses
estavam repletas de objetos de arte de origem duvidosa e uma moral religiosa muito
austera e rígida.
Os intelectuais ligados a poesia liam os contemporâneos Tennyson e Browning. Os que
gostavam da sátira e da crítica estavam com Bernard Show e Lewis Carrol. Os amantes da
música, os melômanos, assistiam as operetas de Gilbert & Sullivam.
Sherlock Holmes, imortal criação do maçom Conan Doyle, fez a sua estréia no ano
anterior. Em 1886, Robert Louis Stevenson criou a sua obra de ficção “O Médico e o
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Monstro” e o escritor Oscar Wilde, que se opunha às convenções sociais, escandalizando
os leitores, com obras como “O retrato de Dorian Gray”, “Príncipe Feliz”, “O crime de Lord
Seville” e tantas outras obras, ainda não havia sido preso pelo crime de homossexualismo.
Entretanto, num dos populosos bairros pobres de Londres, na sua zona leste, de nome
Whitechapel, onde se concentravam judeus refugiados do expurgo da Rússia de 1881, e
também os sefarditas mediterrâneos, que também eram descendentes de judeus de
origem ibérica emigrados, no século anterior para a Inglaterra no governo de Oliver
Cromwell, além destes habitantes havia uma vasta gama de gente de toda e da pior
espécie, não resta a menor dúvida que a situação era muito diferente de Londres vitoriana.
Os albergues mais pareciam bordéis, sujos, sem limpeza, sem higiene, repletos de
doenças. Aí pulavam ladrões, assassinos, rufiões, proxenetas, em fim, a pior escala social
da Inglaterra, onde a prostituição e o alcoolismo eram uma constante.
No dia 31/08/1888, uma prostituta alcoólatra saiu com um estranho e foi morta por estes
com requintes de perversidade. Com uma lâmina, o assassino aplicou-lhe dois golpes no
pescoço, cortando-lhe as duas carótidas e a traquéia. Outro golpe acertou-lhe o estômago.
Não satisfeito após levantar-lhe o vestido, desferiu vários golpes em seus órgãos genitais.
No dia 08/09/1888, mais uma vítima foi achada nos fundos de uma casa. Repetindo o
mesmo ritual, após a seção das carótidas, e região genital e aberto o ventre o assassino
retirou o intestino delgado levando o mesmo até o ombro direito.
Nestas alturas dos acontecimentos, a impressa começou a noticiar os fatos bem à moda
inglesa, levantando as mais fantásticas hipóteses. A Polícia Metropolitana não sabia o que
fazer. No dia 27/09/1888, uma carta enviada à Central News Agency do Ministério do
Interior, fazendo chacotas com a Polícia, prometendo mais crimes e se auto intitulando
“Jack, O Estripador”, finalmente o assassino se apresentou anonimamente.
No dia 29/09/1888 quando um caixeiro-viajante voltava à sua residência quase surpreende
“Jack” cometendo mais um crime. Desta feita, “Jack” teve tempo para fugir e apenas
seccionar as carótidas da sua nova vítima. O psicopata enfurecido por não ter conseguido
terminar seu macabro ritual, daí mais ou menos uma hora matou outra mulher, por sinal
mais uma prostituta. Neste crime ele completou sua hedionda monstruosidade. Cortou a
garganta bilateralmente até a coluna cervical; rasgando a parede torácica desde o esterno
até o púbis; levou como de costume os intestinos até o ombro direito; cortou a orelha
direita, produziu ferimentos nos lábios, pálpebras, nariz e debaixo dos olhos retirou dois
retalhos de pele de forma triangular. A Polícia estava no encalço do assassino quando
deparou com uma inscrição atribuída ao mesmo, escrita num muro: “Os Judeus (só que ao
invés de estar escrito JEWS, estava assim grafada JUWES) são os Homens Que não
serão Acusados por nada”.
Entretanto, um detetive, ficou vigiando a inscrição, aguardando que a mesma fosse
fotografada, quando o superintendente Thomas Arnold, da Polícia Metropolitana, chegou
ao local ordenou que a mesma fosse apagada. O próprio detetive protestou, mas o
comissário Charles Warren confirmou a ordem.
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Justamente por causa desta ordem, a Maçonaria entrou no caso, envolvendo a pessoa do
Irmão Warren. É lógico que com a destruição da inscrição, a Polícia perdeu o único
espécime de letra do assassino. Sendo grafado JUWES e não JEWS, Warren foi acusado
posteriormente de ter acobertado um Maçom, que seria “Jack”. Seus inimigos alegaram
que JUWES está ligado à tradição maçônica e à lenda de Hiran, pois quer dizer os três “J”,
iniciais dos traidores Jubela, Jubelus e Jubelum. Entretanto muito tempo depois, Warren
alegou que havia na ocasião uma onda antissemita muito grande na Inglaterra, e já a
Polícia havia prendido e soltado um judeu por falta de provas, como suspeito de ser o
“Jack”. Qualquer menção a judeus poderia ter consequências imprevisíveis, causando
convulsões internas no país.
No dia 10/11/1888, a Rainha Victória enviou um telegrama cifrado ao Primeiro Ministro,
Lord Salisbury, onde criticava a Polícia. Na última frase do seu telegrama, segundo alguns,
ela deixava transparecer que poderia haver envolvimento nos assassinatos de alguém da
Casa Real, e que no caso seria o Príncipe Albert Victor, Duque de Clarence, um sucessor
do trono. Para sorte do Império, este sucessor, que era homossexual, contraiu sífilis e
morreu antes dos trinta anos.
O último crime do “Jack” foi cometido um dia antes do telegrama da Rainha ao seu
Primeiro Ministro, ou seja, no dia 09/11/1888. Não precisa ser descrita a fúria assassina do
“Jack”. Foi mais dantesca que as anteriores. Ninguém ficou sabendo oficialmente quem foi
“Jack”. Em 1892 o caso foi encerrado como insolúvel.
Os ingleses, povo que gosta do insólito, que gosta de fantasmas, casas mal assombradas
e etc., teve no caso de “Jack, O Estripador” um manancial muito rico de especulações que
até hoje ainda rende livros, estórias com as mais variadas hipóteses, onde misturam a
realidade com a ficção.
E assim em 1965, a BBC de Londres através de um programa acusou Sherlock Holmes de
ser “Jack, O Estripador”. Ora, Sherlock era um personagem fictício.
Em 1978, através de um filme: “Assassinato por Decreto” eles colocam Sherlock Holmes
caçando “Jack, O Estripador – A Solução Final” no qual ele incrimina várias
personalidades envolvidas no caso dos assassinatos, como sendo Maçons. Ele refere que
a Polícia inglesa em 1888, encobriu um complô maçônico por ordem da Rainha Victoria,
porque havia a forte suspeita que um membro da Família Real, em especial o já citado
Duque de Clarence fosse o assassino.
Na montagem de seu livro, Knight refere que o Primeiro Ministro, Lord Salisbury, o
Comissário de Polícia Sir Charles Warren, Sir James Anderson, Assistente do Comissário
de Polícia e Sir William Gull, médico da Rainha eram todos Maçons. Entretanto, este autor,
três anos antes procurou o Maçom J.M. Hamill, ligado à Grande Loja Unida da Inglaterra, o
qual lhe informou que somente Sir Charles Warren era Maçom. Mesmo assim o autor
sensacionalista insistiu em referir que todas aquelas personalidades, além de Warren,
eram Maçons.
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A defesa de Sir Charles Warren se baseia em vários pontos. Em primeiro lugar, não está
provado que tenha sido “Jack, O Estripador” que tenha escrito a frase encontrada no muro.
Em segundo lugar, se ele teve ou não a intenção de incriminar judeus, ou os assassinos
de Hiran, ninguém pode afirmar. Em terceiro lugar os rituais ingleses da Maçonaria não
reconhecem a palavra JUWES.
O autor Stephen Knigth escreveu mais um livro à sua moda, sobre a Ordem, intitulado “A
Irmandade” (The Brotherhood).
Parece que à luz da razão, sem ficções, sem acusar a Maçonaria, sem levantar hipóteses
que teria sido o improvável, mas sensacional suspeito Duque de Clarence, que o
verdadeiro culpado teria sido o cidadão Montague John Druitt, professor, advogado, e
provavelmente homossexual, cujo corpo foi encontrado no Rio Tâmisa, tendo “se suicidado
quando em estado de privação de sentidos”.
Sua Mãe foi internada em Hospital Psiquiátrico, e este fato parece ter causado confusão
mental, no suspeito. A coincidência de datas. além dos assassinatos terem sido cometidos
em fins de semanas, quando ele estava de folga da escola onde era professor, fazem dele
para a Polícia, o suspeito ideal.
De qualquer forma o caso “Jack, O Estripador” acabou custando o cargo de
Comissário da Polícia ao Irmão Sir Charles Warren, o qual ele próprio pensara em
abandonar, mesmo antes dos assassinatos.
Há cerca de uns 20 anos, uma escritora inglesa Patrícia Cronwel afirmou ter descoberto a
verdadeira identidade de Jack, o Estripador. Ela afirma ter sido o pintor expressionista
Walter Richard Sickert (1860-1892). Segundo a escritora o pintor retratou varias prostitutas
mortas em suas telas, desde que cinco foram assassinadas. Patricia pretende mandou
analisar o DNA encontrado em algumas cartas enviadas por Jack para comprovar sua
tese. Ela afirma ter investido quatro milhões de dólares em sua investigação e que contou
com a ajuda de especialistas americanos.
Mais uma pessoa que alega saber a identidade do celebre Estripador.
VIDA MAÇÔNICA DE SIR CHARLES WARREN
Ele foi iniciado na Maçonaria em Dezembro de 1859, com vinte anos de idade, talvez por
ter sido Lowton, muito embora não haja registro de que tenha sido.
A Loja que o recebeu foi a Driendship Lodge nº 345, hoje 278. Esta Loja se reunia
semanalmente. No ano seguinte ele se filiou à Inhabitants Lodge n.º 153, na época n.º
178. Durante os primeiros meses ele não foi muito assíduo às sessões, porém, somente a
partir de 1862 é que começou a freqüentar suas Lojas regularmente. Mesmo sem ter sido
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1º Vigilante, uma regra muito observada na época, ele foi eleito e instalado Mestre em
29/11/1862 na Friendship Lodge. Ele cumpriu seu mandato, sendo presenteado no final da
gestão com uma joia de ex-venerável.
Parece que a Loja estava passando por uma situação difícil, porque mesmo após ter
cumprido seu mandato e ter sido eleito e instalado outro venerável, Warren continuou
como Venerável e recebeu posteriormente uma segunda jóia de ex-venerável.
Em 1862 Warren tentou fundar no Royal Engeneers uma Loja de Pesquisas a qual teria o
nome Quatuor Coronati. Ele foi desencorajado pelo Grande Secretário da Grande Loja.
Tinha então 23 anos de idade.
Alguns anos após, Warren foi solicitado para realizar uma revisão nas Lojas Maçônicas
militares, e, no final ele concluiu que os melhores soldados ingleses eram Maçons.
Achamos que o Ritual é a causa desta afirmação, além dos princípios da Ordem. Não é só
a disciplina militar que o Ritual auxilia. Ele é um forte disciplinador de qualquer Maçom,
principalmente da disciplina moral e espiritual.
Em outubro de 1861, Warren já estava exaltado no Royal Calpean Chapter nº 278. Em
dezembro do mesmo ano ele também passou a pertencer ao Royal Europa Chapter n.º 14,
onde permaneceu pouco tempo. No ano seguinte já pertencia ao Calpe Preceptory of
Knights (Cavaleiro Kadosh). Warren também deve ter sido Atersata de algum Capítulo,
porque foi dada a honra do Grande Capítulo, como ex-atersata no Jubileu de Honra de
1887. Nestas alturas ele já tinha ligação com o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Em 1865 voltou para a Inglaterra e, não teve muita participação na Ordem neste período.
Em 1867 a 1869 ele esteve na Palestina onde trabalhou para o Fundo para a Exploração
da Palestina juntamente com Sir Walter Besant. Nesta fase, Warren fez importantes
trabalhos de exploração arqueológica, sendo citado pela sociedade Geográfica Real.
Ele trabalhou nas escavações arqueológicas em Jerusalém a dezoito pés abaixo da
superfície à luz de velas ou tochas, através de túneis ou valas em constante perigo de
desabamento.
Numa das escavações, a cinqüenta pés abaixo da superfície, ele descobriu perto de um
templo, um velho portão e uma velha construção que ele apelidou de Masonic Halls. Havia
nestes restos de um templo, capitéis jônicos, pilares, colunas e duas portas. Simpson, que
veio a ser Venerável da Loja Quatuor Coronati publicou na Ars Quatuor Coronatorum uma
nota sobre o achado onde desencorajava os leitores a deduzirem que este recinto tenha
sido construído por Hiran a mando de Salomão.
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Em seu trabalho “A Orientação dos Templos”, Warren mostra o seu conhecimento da
localização do Templo de Jerusalém e inclua comentários onde deveria ter sido o
assassinato de Hiran.
Warren era de opinião que a Maçonaria era muito mais antiga do que se supunha, ele
aceitava uma origem oriental da mesma em oposição à origem escandinava. Numa certa
ocasião ele afirmou: “Eu sou de opinião que os arranjos de uma Loja são derivados dos
templos que existiram na Fenícia, mesmo antes da construção do Templo de Salomão”.
Em 1872, reunido com mais alguns Maçons tentou fundar uma Loja de Pesquisas.
A ideia foi deixada de lado, porque havia dificuldade em adaptar a mesma às condições
impostas pela Grande Loja. Só que esta Loja de Pesquisas seria mais um Instituto
Arqueológico Maçônico. Havia uma exigência deste Instituto de apresentar, cada membro,
seis trabalhos ao ano. Este grupo terminou em 1873.
Em 1879, quando ele estava na África do Sul, na cidade de Kimberley foi filiado à Loja
“Richard Giddy Lodge” n.º 1.574, na qual ele foi eleito posteriormente Membro Honorário e
também ao Capítulo “Adamanta” n.º 50 do Rito Escocês Antigo e Aceito. No mesmo ano
ele foi considerado como “Most Wise Sovereign” (O mais Sábio Soberano).
Aproveitando a ideia de 1872, juntamente com Sir Walter Besant, e mais sete Irmãos,
Warren fundou a Loja de Pesquisas Quatuor Coronati em novembro de 1884.
Eles aproveitaram uma das versões da lenda dos Quatro Santos Coroados, segundo a
qual o imperador Deocleciano criara na Panônia, uma equipe de quatro artistas talhadores
de pedra. A este grupo se associou um quinto elemento convertido por eles ao
cristianismo. Deocleciano ordenou ao grupo que esculpisse a estátua de Esculápio. Eles
se negaram a esculpi-la. Foram então colocados em ataúdes de chumbo e atirados ao Rio
Tibre. Posteriormente Deocleciano mandou esculpir a referida estátua, a qual foi colocada
dentro de um templo. Os soldados foram intimados a oferecerem incenso diante deste
ídolo, mas quatro deles se recusaram fazê-lo. Foram condenados à morte. Os soldados
mortos é que foram considerados como padroeiros pela Maçonaria operativa inglesa.
Posteriormente a Igreja, considerou os nove mártires como santos. Os soldados são:
Severo, Severiano, Carpóforo e Vitorino; e os talhadores de pedra são: Cláudio, Castor,
Sinforiano, Simplício e Nicostratus.
O grupo que fundou a Loja de Pesquisas obedeceu a mesma categoria: quatro soldados a
saber: General Charles Warren; R.F. Gould (ex-infantaria); Coronel S.C. Pratt e Reverendo
A.F.A. Woodward (ex-brigada de guardas) e cinco Maçons civis: W.H. Ryland; G.W. Speth;
Sir Walter Besant; W.J. Hughan e L.P. Ryland.
Este grupo era constituído por verdadeiros cientistas. Eram distinguidos pela Maçonaria,
Arqueologia e Antropologia além de outras ciências. A autorização (Carta Constitutiva) foi
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dada pelo Grão Mestre em Novembro de 1884 e Warren eleito seu Venerável. Mas como
ele teve que partir para Bechuanaland em missão militar, somente em Janeiro de 1886 ele
assumiu. Teve que viajar novamente, desta vez para o Egito. Só voltou em Abril quando
apresentou seu trabalho “A Orientação dos Templos” Na lista do Jubileu da Grande Loja
ele foi formalmente consagrado. O Irmão R.F. Gould o novo Venerável da Loja elogiou a
carreira do Irmão Warren como militar e como Maçom e o presenteou com vinte e seis
livros de vinte e três autores todos da Loja de Pesquisas Quatuor Coronati.
Em Singapura em 1891, Warren foi eleito Grão-Mestre do Arquipélago Oriental, sendo que
este distrito incluía muitas Lojas da Malásia. Ele foi muito bem frente à sua gestão, sendo
homenageado antes de voltar à Inglaterra. Existe até hoje seu retrato na Sala dos Passos
Perdidos da Grande Loja de Singapura.
Voltou à Inglaterra em 1895 e aí pode dedicar-se mais a sua Loja em Chathan. Ele foi
solicitado para fazer uma apresentação pelo Secretário G.W. Speth.
“Os dias das pequenas coisas da Loja já se passaram e nós estamos entrando em uma
maior carreira de magnitude, que nós mesmos não podíamos imaginar quando
inauguramos a loja com o objetivo e propósitos de maior conhecimento antigo e especial.
Durante os oito anos de sua existência, o Círculo de Correspondentes aumentou para
1900. Eu não tenho tido a oportunidade de observar os detalhes no país, mas eu passo
dizer que em nossas colônias e na América, a fama de nossa Loja está se espalhando dia
a dia”.
Quando Warren faleceu, assim está registrado no livro de óbitos da Loja e transcrito no
“Ars Quatuor Coronatorum” nº 40 “que ele não era o mais erudito, ou o mais famoso
membro fundador da Loja, mas que ele tinha grande reputação em outras esferas, que
tinha sido eleito o primeiro Venerável, e que ele tinha sido o mais conhecido dos
fundadores fora dos círculos maçônicos”. Ele e Sr Walter Besant foram os dois únicos
fundadores que constam no Dicionário de Biografia Nacional Inglês.
Hercule Spoladore. - Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil
Bibliografia:
“Ars Quatuor Coronatorum nº 99
Howelws & Skinner “The Ripper Legacy”
Curso de Maçonaria Simbólica – Theobaldo Varoli Filho
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O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos.
É premiado com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
Maçonaria, o Espírito da Confraria
Uma ideia que temos defendido desde os nossos primeiros estudos sobre a Ordem maçônica é a
de que a Maçonaria é um instituto cultural, e como tal sua origem repousa numa idéia, seu
desenvolvimento gerou numa prática e essa prática resultou em uma instituição. Na origem dessa
ideia está o fato de que as sociedades tendem naturalmente a se estratificar, em razão das
diferenças existentes entre os seres humanos que a compõem. As pessoas são diferentes e nas suas
diferenças elas procuram se agrupar, buscando em cada ser humano os seus elementos de
identidade. Assim, cada grupo desenvolve uma identidade cultural e tende a hospedar nos seus
quadros somente elementos que comunguem de suas características específicas. Nascem, dessa
forma, as confrarias, que nada mais são que o congraçamento de pessoas que se juntam por
comunhão de interesses e necessidade de fortalecimento mútuo, dentro do próprio grupo. Teilhard
de Chardin explica bem essa necessidade do ser humano quando diz que a consciência do todo e a
necessidade de pertencer a algo maior do que si próprio, já revela um compromisso celular
(presente no próprio DNA do indivíduo) do nosso organismo com o todo que nos envolve. 1
Por isso é que, como ideai, a confraria é tão antiga quanto a socialização do ser humano, pois
ela nos remete à necessidade que a sociedade tem de selecionar, entre as pessoas pertencentes a
um grupo social em particular, os elementos de escol, e com eles forjar um alicerce estável e firme
para a manutenção da sua cultura e das suas conquistas sociais. Existem confrarias de todos os
tipos, formadas para os mais diversos objetivos. Desde a mais inocente (ou profana) das práticas,
como as confrarias dos colecionadores de selos (filatelistas) ou os amantes do vinho (enólogos), ás
mais ambiciosas, com interesses enraizados nos mais íntimos círculos do poder, a confraria é a
mais antiga forma de compartimentalizar e tratar informação, que a sociedade humana conhece.
Todos os povos antigos cultivaram a crença de que os fundamentos da sua cultura social,
moral e espiritual deveriam repousar num grupo de elite, no qual se pudesse depositar os
fundamentos mais importantes da sua civilização. Daí a constatação histórica da importância das
confrarias religiosas da antiguidade, nas quais o poder espiritual (que sempre andou passo a passo
com o poder político) se alicerçava e mantinha intacta a identidade cultural desses povos. Situam-
se nesse quadro os chamados Antigos Mistérios, institutos religiosos-culturais, nos quais os
homens de poder nessas antigas civilizações eram iniciados. No Egito, por exemplo, as confrarias
dos Irmãos de Heliópolis fazia o papel das universidades modernas, mantendo e desenvolvendo o
saber do povo egípcio, especialmente aquele que era considerado sagrado e não podia ser
divulgado ao homem comum. Essa mesma função, entre os gregos antigos era desempenhada pela
1
Teilhard de Chardin- O Fenômeno Humano. Ed. Cultrix, 1968
6 – Maçonaria, o Espírito da Confraria
João Anatalino Rodrigues
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confraria do Santuário de Elêusis, através dos Mistérios iniciáticos que ali se praticavam. De uma
forma diferente, porém com objetivos semelhantes, iremos encontrar entre os judeus as confrarias
dos essênios, dos saduceus e dos fariseus, umas e outras, em seus tempos de maior influência,
detentoras de poder espiritual e político entre aquele povo.
A formação de grupos de elite, capazes de desenvolver e preservar a cultura grupal,
assegurando, dessa forma, o poder conquistado pelo grupo, é uma ideia que seduz a mente dos
homens de espírito desde os primeiros tempos da sociedade humana. Pessoas que comungam de
interesses similares buscam naturalmente o agrupamento com seus iguais. Assim, elas se associam
em razão de suas profissões, de seus interesses sociais, de lazer, e até em razão de heranças
biológicas ou culturais comuns. Pratica-se a associação até como forma de sobrevivência ou como
motivo de fortalecimento do grupo. É dessa maneira que nascem as associações sindicais, os
partidos, os diversos tipos de clubes, os grupos de interesse, as igrejas etc. Agrupar-se é uma
tendência inata do espírito associativo que o homem desenvolveu desde a sua origem.
Em princípio, a associação é praticada de forma empírica. Começa a partir do momento em que
o homem percebe a impossibilidade de viver sozinho em um ambiente que exige a cooperação
para a obtenção de melhores resultados. Essas associações são naturais, promovidas pelo interesse
do grupo. Mas, a partir de certo momento, na vida prática do grupo, verifica-se a necessidade de
uma organização. É que para a manutenção e a extensão do poder conquistado não basta a mera
convergência de interesses. É preciso que haja uma estrutura, um plano de trabalho, um
direcionamento, sem os quais o movimento se dispersa. Nasce, dessa forma, a instituição.
Como organização formalmente reconhecida a Maçonaria moderna nasceu em 1723 com a
publicação das Constituições, livro escrito pelo pastor anglicano James Anderson. Foi a partir
dessa data que uma instituição com esse nome e com essa identidade deu entrada na história das
realizações humanas. Em tempos anteriores a essa providência, a Maçonaria pode ser vista como
uma prática para religiosa, cultivada entre os profissionais de construção civil, que, com o
objetivo de preservar e defender seus interesses a transformaram numa espécie de seita iniciática
de caráter místico, semelhante aos grupos gnósticos muito em voga na Europa após o advento das
cruzadas. Com o desencadear das guerras religiosas e a grande repressão que a Igreja e os
príncipes católicos moveram aos defensores da liberdade de pensamento, os praticantes dessas
doutrinas se juntaram aos antigos pedreiros livres e fundaram diversos núcleos de pensamento
místico-liberais, que deram origem às Lojas maçônicas, como hoje as conhecemos.
Portanto, podemos dizer que a Maçonaria, como idéia, é tão antiga quando a presença do
homem na face da terra; como prática ela é contemporânea das primeiras civilizações, e como
instituição é uma criação dos maçons ingleses, que em 1723, lhe deram a devida formalização
como entidade cultural. Hoje a Maçonaria é uma instituição mundialmente reconhecida e e tem
adeptos em praticamente todos os países da terra. Embora não seja formalmente reconhecido o seu
caráter religioso, e ela mesma não postule esse reconhecimento, não se pode negar que a
Maçonaria se assemelha, não á uma religião, mas a um culto, onde Deus, com o título de Grande
Arquiteto do Universo, é venerado como a Inteligência mestra de toda a realidade existente.
Mais que isso porém, a Maçonaria é uma Confraria de homens livres, que se unem pela prática
da virtude, o amor á beleza e a defesa das causas nobres, que constituem o alicerce de uma
sociedade sadia. É nesse contexto que ela hoje se insere, e a ela devem se agregar os indivíduos
que comungam desse ideal. E é também nesse sentido que a atuação da Maçonaria, neste
momento está sendo requerida.
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
01/12/2004 Lysis Brandão da Rocha Florianópolis
01/12/2009 Poço Grande do Rio Tubarão Tubarão
11/12/1993 Phoenix Jaraguá do Sul
13/12/1983 Nova Aurora Criciúma
18/12/1991 Obreiros da Paz Fraiburgo
20/12/2003 Luz Templária Curitibanos
22/12/1992 Ademar Nunes Florianópolis
21/12/1999 Silvio Ávila Içara
Data Nome da Loja Oriente
02/12 Fraternidade e Justiça Blumenau
02/12 Lauro Muller São José
06/12 Fraternidade Criciumense Criciúma
07/12 Voluntas Florianópolis
09/12 Igualdade Criciumense Criciumense
11/12 Xaver Arp Joinville
13/12 Padre Roma II São José
14/12 Montes de Sião Chapecó
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Dezembro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
01.12.04 Luz de São Miguel - 3639 São Miguel do Oeste
02.12.06 Colunas de Antônio Carlos - 3824 Florianópolis
04.12.08 Seara de Luz - 3961 Chapecó
05.12.85 25 de Agosto - 2383 Chapecó
08.12.10 Estrela do Oriente - 4099 Tubarão
11.12.96 Justiça e Paz - 3009 Joinville
11.12.97 União Adonhiramita -3129 São Pedro de Alcântara
11.12.01 Paz do Hermon - 3416 Joinville
12.12.96 Fênix do Sul - 3041 Florianópolis
13.12.52 Campos Lobo - 1310 Florianópolis
13.13.11 Luz do Oriente - 4173 Morro da Fumaça
16.12.96 A Luz Vem do Oriente - 3014 Castelo Branco
16.12.03 Philantropia e Liberdade - 3557 Brusque
17.12.96 Luz do Ocidente - 3015 Chapecó
17.12.96 Perseverança - 3005 Florianópolis
20.12.77 Xv de Novembro - 1998 Caçador
28.12.96 Livre Pensar - 3153 Piçarras
28.12.96 Luz de Navegantes - 3033 (30/06/2010) Navegantes
31. JB News – Informativo nr. 2.264– Florianópolis (SC) – domingo, 11 de dezembro de 2016 Pág. 31/35
Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Dia 11 de dezembro:
A Terra
O primeiro elemento da natureza é a Terra; trata-se de um mineral de múltiplos
aspectos e constitui a principal do Globo Terrestre, pois sob os oceanos encontramos
a mesma terra da superfície.
Em Maçonaria, durante a Iniciação, o candidato é submetido à prova da Terra.
O maçom conhece essa prova, que repassa todas as dificuldades que em sua vida
enfrenta.
Uma a uma, o candidato as vence, e no esforço despendido toma consciência de que
essa luta lhe será permanente.
Posteriormente, o maçom prossegue na vivência dessas provas que não esquece, que
lhe são úteis no dia a dia.
O viver possui várias metas, mas a principal é a vida que deve ser vencida
constantemente; diante de qualquer dificuldade, o maçom deve retroceder seu
pensamento e recordar sua Iniciação mística.
Somente assim ele encontrará saídas, e com facilidade, porque terá a auxiliá-lo os
seus Irmãos, os quais, por sua vez, passaram pelas mesmas provas iniciáticas.
A Iniciação tem essa Finalidade; um alerta permanente para enfrentar o infortúnio.
Assim agindo, será sempre vitorioso.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 364.
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Templo do GOB/AC – Rio Branco
33. JB News – Informativo nr. 2.264– Florianópolis (SC) – domingo, 11 de dezembro de 2016 Pág. 33/35
(pesquisa e arquivo JB News, vídeos da internet e colaboração de irmãos)
1 --- Índia:
INDIA_21.pps
2 – José Vasconcelos
Jos Vasconcelos.wmv
3 – História Verdadeira:
Historia Verdadeira.pps
4 – As novas maravilhas do mundo:
Las-nuevas-maravilla-del-mundo.pps
5 – Roma:
La bella Roma[1]. Tno.pps
6 – As maracvilhas do mundo moderno:
LAS MARAVILLAS DEL MUNDO MODERNO1.pps
7 - Filme do dia: “O Cisne Negro ” - dublado
Filme aventura na era dos piratas estrelado por Tyrone Power, baseado no romance de
Rafael Sabatini.
https://www.youtube.com/watch?v=8bQVZzAxvtI
34. JB News – Informativo nr. 2.264– Florianópolis (SC) – domingo, 11 de dezembro de 2016 Pág. 34/35
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira * escreve aos domingos
neste espaço
Terra "de onde se avista o caminho da roça"
e, também, do amor...
Berço da orgulhosa Nação Kaingang e
palco de ardentes espetáculos.
Na plateia, esperanças e vitórias, alegria
e intensa felicidade.
Os valentes guerreiros, voando alto como
aves rapineiras, foram noutras plagas o
oponente enfrentar !
Garras afiadas, emboscada nas alturas,
tragédia no ar... deixaram, na terra, a
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amargura do pranto a jorrar.
Olhos entristecidos revelam o tamanho
da dor, o espanto do horror !
Lágrimas, respingam no mundo inteiro.
Murmúrios e gritos trazem da roça do
Chapecó, o lamento do plantador...
E o voo, 2933, chegou ao fim, sem o
seu destino atingir ...
Hoje, nas noites esgazeadas, escuto
soluços e gargalhadas, vejo estrelas a
piscar, avisando que um novo jogo vai
começar !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr20 –. Florianópolis