1. JB NEWS
Informativo Nr. 1.972
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Academia Catarinense Maçônica de Letras (Membro)
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Obreiro)
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Membro Honorário)
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (Correspondente)
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (Correspondente)
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 1.972 – Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Bloco 1–Almanaque
Bloco 2- Opinião – Mario Gentil Costa – Uma Visão do Passado
Bloco 3-IrEleutério Nicolau da Conceição – Som, Luz e Percepção
Bloco 4-IrValdemar Sansão – Nada somos; o que buscamos é tudo! (Mensagem do dia)
Bloco 5-IrJerónimo Giachetta – Homens e Enganos
Bloco 6-IrBallouk Filho – Educação, Cidadania e Maçonaria; um exercício Metafísico
Bloco 7-Destaques JB – Hoje com versos do Irmão e Poeta Raimundo Augusto Corado
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Livros de artigos nos Graus de
Aprendiz, Companheiro e Mestre
Publicados na Revista O PRUMO.
Durante o período de 1970 a 2015.
Pedidos: site http://www.gosc.org.br
Ou pelo telefone: (48) 3952-3300
1308 - Eduardo II, um dos responsáveis pela divisão do Parlamento britânico entre a Casa dos Lordes e
Casa dos Comuns, é coroado Rei.
1551 - Criação da Diocese de São Salvador da Bahia, pelo Papa Júlio III,
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 56º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 310 dias para terminar este ano bissexto
É o 127º ano da Proclamçaõ da República;
194º da Independência do Brasil e
516º ano do Descobrimento do Brasil
Dia da Criação do Ministério das Comunicações (1967); Dia da Pátria no Kuwait
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
L I V R O S
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1570 - O Papa Pio V excomunga a rainha Isabel I de Inglaterra
1836 - É patenteado o primeiro revólver, pelo norte-americano Samuel Colt.
1870 - Nos EUA, Hiram R. Revels, um membro do Partido Republicano, representando o estado do
Mississipi, é o primeiro negro a ser eleito para o Senado. Ele assume o seu posto ao jurar servir no mandato
provisório em substituição do Senador Jefferson Davis.
1885 - A Alemanha anexa as regiões africanas do Tanganica e Zanzibar.
1925 - É fundada a Biblioteca Mário de Andrade em São Paulo, Brasil.
1943 - Segunda Guerra Mundial: O Africa Korps do general Rommel é obrigado a recuar pelo desfiladeiro
de Kassenine, na Tunísia, apenas 5 dias após ter conseguido atravessar o mesmo desfiladeiro.
1944 - Segunda Guerra Mundial: O exército britânico consegue que os japoneses abandonem o desfiladeiro
de Ngakyedyauk, na Birmânia.
1947 - O Governo português determina que cessem as restrições ao consumo de energia eléctrica, em vigor
desde a Segunda Guerra Mundial.
1948 - O Partido Comunista checo assume o poder na Checoslováquia.
1951 - Acontece em Buenos Aires, Argentina, os primeiros Jogos Pan-americanos
1954 - Gamal Abdel Nasser torna-se primeiro-ministro do Egipto.
1961 - É assinado o contrato para a construção da Ponte sobre o Tejo, em Lisboa, com a United States Steel
Export Company.
Criação dos Ministério das Comunicações.
1991 - Os países do Pacto de Varsóvia aprovam a dissolução da organização militar criada em 1955, em
resposta à NATO.
1991 - Guerra do Golfo: Um missil Scud iraquiano atinge uma base militar americana em Dharan na
Arábia Saudita matando 28 marines norte-americanos durante a Guerra do Golfo.
1993 - Kim Yong-sam é eleito Presidente da Coreia do Sul, o primeiro civil a ocupar o cargo.
2003 - A União Europeia chega a acordo sobre "o primeiro instrumento de «imigração legal», projecto de
directiva comunitária sobre o direito de reunificação familiar de imigrantes.
2004 - A Líbia começa a destruir cerca de 3.300 bombas preparadas para receberem ogivas químicas.
2005 - Rússia e Iran assinam um acordo de fornecimento de combustível nuclear russo para a futura central
nuclear iraniana.
1777 O grosso das tropas espanholas, com desembarque em Canasvieiras, ocupa a ilha de Santa Catarina.
Tendo à frente D. Ventura Caro, apoderam-se das fortalezas de Santa Cruz e Ratones enquanto que,
à frente de 2 mil homens, o marechal Guilherme Waughan ocupava a Capital.
1822 Embarca para o Rio de Janeiro a representação catarinense incumbida de cumprimentar o príncipe
D. Pedro pela sua decisão de permanecer no Brasil.
1915 Morre o ex-deputado estadual catarinense José Johanny. Foi professor, jornalista na Laguna e
ocupou as funções de Promotor Público em São Bento e São Francisco.
1781 Nasce Jean-Baptiste Marie Ragon, influente ritualista francês, muito apegado às teorias dos
Antigos Mistérios, mais tarde demolidas pela Escola Histórica Inglesa.
1833 Fundação do Grande Oriente da Bélgica.
1949 Fundada, em São Vicente, SP, a Loja Duque de Caxias nº 70, famosa pelo seu Boletim “O
Aprendiz”.
1984 Fundado o Capítulo S. Vicente, da Ordem De Molay, o primeiro do Estado de São Paulo.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
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O que é?
Aplicativo de Integração da Família Maçônica
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6. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 6/35
Mario Gentil Costa.
O autor é médico em Florianópolis.
magenco@terra.com.br
http://magenco.blog.uol.com.br
Amigos, o que segue é produto da releitura de uma correspondência mantida há
anos com um colega de turma, decerto já falecido... - Abrações. Mario MaGenCo
UMA VISÃO DO PASSADO
Eu, pelo visto, faço parte de uma geração em extinção. Ou já extinta.
Um dos meus colegas, com quem, durante anos, troquei idéias pela Internet - o que tornava
as coisas bem mais fáceis e rápidas - compareceu ao último encontro de nossa turma de 1960, com
seqüelas de um AVC que o obrigavam a usar andadeira para movimentar-se. Achei seu esforço
admirável e não sei se teria, em semelhantes condições, vontade e otimismo bastantes para fazer
tamanho sacrifício. Isso tudo, em nome de um sentimento de fraternidade que serviu de exemplo a
todos. Já outro, de quem recebi um e-mail, não esteve presente por sentir-se inseguro, operado que
fora, com sucesso (sic), de um aneurisma da aorta abdominal.
A rigor, pelo menos em minha opinião, ele estaria em melhores condições físicas do que o
primeiro, mas, pelo jeito, em piores condições psicológicas. É uma pena. E eu, a julgar por
semelhantes critérios de saúde, teria, na ocasião, suficientes motivos para ficar em casa. Mas,
como estava bem, não vi motivo para tal, ainda mais considerando que a viagem era curta.
Por isso, acho que as coisas devem ser feitas enquanto estão a nosso alcance. Em tese, não
acredito que alguém espere aposentar-se para depois, então, começar a fazer isso ou
aquilo. Há os que nunca irão parar por completo e sempre manterão um vínculo com colegas
escolhidos, com a profissão e com a vida em si.
A prática médica é uma cachaça da qual não conseguimos livrar-nos tão facilmente. Diria
que o mero contato com o ser humano diverte e estimula. Sempre gostei de interagir com as
pessoas. Daí ter mantido o consultório enquanto me senti útil.
E, antes de parar, só não me envolvi com certas 'modernosidades' diagnósticas que, a meu
ver, só encareciam a prática; ou com o manuseio de instrumentos que demandavam reflexos e
habilidades que já não tinha. Mas quando, em função de tais lacunas, não podia fazer um
diagnóstico preciso, encaminhava o paciente a colegas mais “equipados”.
Digamos que, com tais máquinas sofisticadas, eles fizessem 95% dos diagnósticos, e eu, a
olho nu, com as mãos ou com os recursos clássicos, fizesse 85%. Estava mais do que bom, porque
tais índices clínicos e terapêuticos não me comprometiam e eram proveitosos. Assim vivi meus
últimos tempos, dormindo como um santo, quando deitava a cabeça no travesseiro.
fato é que não desejava mais aprender certas sofisticações da chamada 'medicina moderna'.
É claro que não condeno o progresso, mas a tendência atual é o abuso de tecnologias caras, não
raro desnecessárias para diagnósticos simples, como, por exemplo, ressonância magnética ou
tomografia computadorizada para enxergar uma simples sinusite. Pra quê isso? É questão de bom
senso.
2 – Opinião – Uma Visão do Passado
Mario Gentil Costa
7. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 7/35
E' bem verdade que houve a época, quando eu era o jovem, em que alguns dos chamados
'velhos' sabiam estar superados, mas não tinham humildade. E entre esses, infelizmente, havia os
que ousavam e davam com os burros n’água.
Cada um deve saber viver de acordo com seu tempo, dar o passo de acordo com suas
chinelas e voar conforme a capacidade de suas asas. E isso eu sempre soube por instinto, por
intuição. Logo cedo aprendi que, caso contrário, viria o tombo, que podia ser catastrófico.
Bem, chega de filosofar, pois tudo isso é coisa do passado...
ARLS TEMPLÁRIOS DA NOVA ERA Nº 91
Fundada em 07/07/2005 – Instalada em 23/09/2005
Jurisdicionada à Grande Loja de Santa Catarina
ANO 10
ARLS TEMPLÁRIOS DA NOVA ERA Nº 91
Fundada em 07/07/2005 – Instalada em 23/09/2005
Jurisdicionada à Grande Loja de Santa Catarina
Ano 10
CONVITE
A ARLSTEMPLÁRIOS DA NOVA ERA Nº 91 tem a honra de
convidar os Irmãos e suas famílias para participarem das homenagens
que prestaremos ao Ir Jerônimo Borges Filho, pelo lançamento da
edição de nº 2.000 do Informativo Maçônico JB News. A Sessão Branca
Especial será realizada às 20,00 horas, do dia 16 de março de 2016, no
Templo da Associação Beneficente e Cultural Luz do Oriente, à Rua
Almíscar, nº 33 – Bairro Monte Verde, em Florianópolis.
PROGRAMA
Sessão Branca Especial com destaque na ordem do dia:
Outorga da Comenda do Mérito “Templários da Nova Era”.
Lançamento da Edição nº 2.000
Ficaremos imensamente honrados com a presença dos Irmãos.
Fraternalmente,
JUAREZ FONSECA DE MEDEIROS
Venerável Mestre
8. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 8/35
Irmão Eleutério Nicolau da Conceição,
Escritor e palestrante, é MI da Loja Alferes Tiradentes (Florianópolis)
e membro da Academia Catarinense Maçônica de Letras.
Este ensaio é derivado de palestras apresentadas para maçons,
cunhadas e convidados, objetivando promover uma primeira
aproximação do público-alvo com o tema “Percepção”, dispensando a
apresentação de definições ou conceitos prévios sobre ontologia,
teorias psicológicas ou conhecimentos neurológicos existentes.
Utilizando apenas conceitos da física e anatomia, buscou-se por meio
de experimentos simples, levar os presentes a observar dois aspectos
de seu processo de percepção. Parafraseando o conhecido conceito
do templo do oráculo de Delfos, “Conhece a ti mesmo” podemos dizer
“Observa a ti mesmo”, pois o auto Conhecimento inicia-se com a auto
observação.
A questão apresentada junto ao título é bastante conhecida. Ela surge
com algumas variações em diferentes contextos, de modo que não se
conhece quem a teria formulado originalmente. Sua resposta envolve o
que se entende por “som”. No âmbito da física estuda-se o som,
associado ao conceito de ondas. Sabe-se que um corpo ou parte de um
meio material deslocado de sua posição de equilíbrio pode oscilar em
torno dessa posição, produzindo a propagação dessas oscilações
(vibrações)através do meio circundante. Essas oscilações em
propagação são chamadas de “ondas” (mais apropriadamente “ondas
mecânicas”, pois dependem de um meio material).
3 – Som, Luz e Percepção
Eleutério Nicolau da Conceição (Palestra)
9. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 9/35
O peixe saltando na água produz ondas em sua superfície
Onda longitudinal em uma mola
Chamamos de “som” as ondas mecânicas longitudinais (isto é, as vibrações ocorrem na
direção de propagação) que vibram com frequências dentro do intervalo de 20 HZ a 20.000
Hz. 1,0 Hz (Hertz) corresponde a uma oscilação por segundo.
Assim, partindo desse conhecimento, se pode afirmar que uma árvore caindo em um bosque
produz ondas mecânicas longitudinais dentro da faixa de frequências que caracterizam o
som, independentemente da presença de alguém para ouvir.
Comentando a definição apresentada, por ser onda mecânica, o som necessita de um meio
material para se propagar. Assim, o som propaga-se no ar, na água, nos sólidos, com
diferentes velocidades, mas não se propaga no vácuo. Por exemplo, um astronauta na lua,
fazendo explodir uma rocha, veria a luminosidade da explosão, poderia sentir a vibração do
solo e ser atingido pela onda de calor, mas não ouviria som algum, pois a lua não tem
atmosfera.
No estudo do som, não se pode deixar de mencionar o instrumento mais importante – o
ouvido humano, apresentado aqui sob seu aspecto funcional básico, sem maiores
considerações biológicas ou científicas.
10. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 10/35
O pavilhão auricular tem como função conduzir a onda sonora ao canal auditivo, no fundo
do qual encontrará uma membrana, o tímpano,posta a vibrar pela onda incidente. Do outro
lado do tímpano, preso a ele existe um ossículo chamado martelo, que transmite as vibrações
ao ossículo seguinte, a bigorna, que por meio do estribo,faz chegar as vibrações sonoras à
cóclea. No interior da cóclea, células especializadasproduzem uma “Magia eletroquímica”,
na qual vibrações mecânicas induzem impulsos elétricos, que viajam pelo nervo auditivo até
o cérebro, onde, na região chamada “córtex auditivo” são interpretados como tom,
intensidade, volume, ou seja, todas as características que atribuímos ao som. Assim,
voltando à questão inicial, se “som” for definido como esse efeito final de
decodificação/interpretaçãodos impulsos elétricos que ocorrem no cérebro, a árvore que cai
no bosque só produzirá “som” se houver alguém para ouvir.
Mas “Ouvir” não é algo que ocorre automaticamente. Podemos fazer uma experiência simples
para verificar este fato. Ponha-se um CD a tocar, ou ligue-se um rádio. Tentemos então ser
“ouvintes perfeitos”, concentrando toda a atenção no som emitido pelo rádio ou CD, sem emitir
considerações ou análise de qualquer espécie, sem qualquer comentário mental, apenas com
atenção seguindo o som. Observa-se que existe grande dificuldade em “ouvir sem comentar”.
É quase impossível evitar o surgimento de pensamentos comentando ou analisando detalhes do
som ou da circunstância, Mas não é este aspecto que se deseja ressaltar aqui. Em seguida, desliga-
se a fonte do som, e se dirige a atenção para os sons do ambiente. Ouvem-se então sons que até
então não tinham sido percebidos, enquanto se prestava atenção no rádio ou CD.
Como se “presta atenção”?
As ondas sonoras, todas , que chegam aos ouvidos produzem os fenômenos descritos, gerando por
último os impulsos elétricos enviados para o cérebro. “Prestar atenção” é selecionar desses
impulsos aqueles que nos interessam, e descartar os outros.
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Como isso é feito? A resposta mais sincera e honesta é: “Ora, se presta atenção, prestando
atenção”! Isto é, todos sabem prestar atenção, aprenderam na tenra infância a acionar o processo,
usar o “software” que seleciona e decodifica os impulsos elétricos, mas ninguém é capaz de
descrever como esse processo se realiza em seus detalhes operacionais.
Conhece-se até certo ponto o “hardware” (sabe-se em que parte do cérebro se dá a audição), mas o
“software”, o programa/processo que executa essa tarefa é ainda desconhecido. Mesmo
desconhecendo sua natureza e “modus operandi”, todos humanos aprendem a desencadear esse
processo, isto é, ele atua sob comando da vontade. Aqui também se pode verificar que a técnica é
anterior à ciência. É possível se aprender a fazer fogo atritando hastes de madeira, ou com outros
métodos antigos. É necessário, é claro, habilidade e treinamento para dominar esse procedimento.
Entretanto, o conhecimento da explicação e das razões que levam o atrito a produzir calor e fogo
está em um patamar muito mais elevado.
Assim ocorre também com o fenômeno da audição. Seus detalhes finais aguardam ainda
explicação. Para concluir esse tópico, levanta-se a questão: Existem sons que nós humanos não
podemos ouvir? A resposta, segundo a definição apresentada é: Não! Som foi definido como onda
mecânica longitudinal com frequência entre 20Hz e 20.000Hz (existe certa variação nos limites:
de 16 a 20Hz e de 16.000 a 20.000Hz). Ora. Esses valores de frequência são exatamente aqueles
que impressionam o ouvido humano. Fora dessa faixa, para cima ou para baixo, para o ouvido
humano só existe silêncio.
Reformulemos então a questão: Existem seres que ouvem frequências diferentes da faixa de
audição humana. Agora a resposta é Sim! Abaixo de 16~20Hz encontram-se as frequências
chamadas infra sônicas. Descobriu-se que elefantes ouvem e emitem certos valores dessas
frequências. Acima de 16.000~ 20.000Hz encontram-se as frequências ultrassônicas.
Cães e morcegos são animais capazes de captar ultrassom. Certo texto veiculando ensinamentos
místicos dava a entender que tudo é vibração, o que é correto, não há repouso absoluto na
natureza, tudo vibra com diferentes frequências. Mas o texto ensinava que se variando a
frequência apenas, passa-se de um para outro estado da matéria e de som para luz. Ora, essa outra
afirmação não é verdadeira. Se aumentarmos a frequência do som, obtemos ultrassom, jamais luz.
Isto porque som é produzido por vibrações de meios materiais, uma onda mecânica e luz tem
natureza diferente.
Consideremos agora o segundo aspecto de interesse deste ensaio: Luz.
Cargas elétricas oscilante em um circuito, antena ou fio emitem ondas no espaço. Diferentes das
ondas tratadas anteriormente, essas não produzem oscilação de partículas nos meios materiais.
Essas ondas são constituídas por campos elétricos e magnéticos em interação mútua, e se
propagam mesmo no vácuo (Campo elétrico e campo magnético têm definição matemática, mas
podem ser entendidos como deformações do espaço com características elétricas e magnéticas).
São por isso chamadas de “Ondas Eletromagnéticas”.
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Representação gráfica de uma onda eletromagnética
Dependendo dos valores de frequência das ondas eletromagnéticas elas manifestam características
específicas, podendo ser utilizadas de diferentes maneiras.
As baixas frequências (Ver quadro abaixo) são utilizadas na transmissão de energia, depois em
computadores, na sequência ondas de rádio, temos depois as chamadas micro-ondas no valor
inicial das quais funcionam os celulares.
Cabe aqui um parêntesis: Nos celulares e rádios ocorrem transformações de dois tipos. Quando se
trata de som, na emissão uma membrana vibra ao receber a onda sonora e, acoplada a um circuito
elétrico adequado, produz uma onda eletromagnética correspondente, que é emitida.
No aparelho receptor ocorre a transformação inversa: A onda eletromagnética é captada por um
circuito eletrônico, que induz vibrações mecânicas de som. As frequências seguintes constituem a
radiação infravermelha.
Os humanos são dotados de sensores naturais que captam ondas eletromagnéticas com frequências
situadas entre 1014
Hz e 1015
Hz (10 seguido de 14 e 15 zeros respectivamente em oscilações por
segundo)- Os Olhos- e essa radiação é chamada Luz.
As diferentes frequências que compõem o Espectro Eletromagnético
Assim, luz, em sua natureza, é uma onda eletromagnética como as outras, com frequência dentro
da faixa comentada acima.Valores ainda maiores de frequência nos dão radiação ultravioleta,
depois raios x e raios gama. A sequência de valores de frequências ilustradas no quadro anterior é
chamada de “Espectro Eletromagnético”.
Cada tom de cor tem sua frequência característica, e, a rigor, a cor não está nos objetos, mas sim
na luz que o ilumina. O que chamamos “tinta”, por exemplo, compõe-se de substâncias com
arranjos moleculares especiais, que da luz circundante recebida refletem predominantemente
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certos valores de frequência, constituindo assim as cores que vemos nos objetos e ao nosso redor.
Se os olhos captassem frequências abaixo do vermelho e acima do violeta, será que a grama
continuaria sendo verde? O Sol e outras estrelas emitem todo o espectro eletromagnético e são
estudados por instrumentos especiais que captam as frequências de radiação específicas que se
pretende examinar. Mas, é preciso que se diga, a luz tem natureza muito mais complexa que o
som.
Existem alguns fenômenos que não podem ser explicados considerando-se a luz como onda
eletromagnética. Em 1905 Einstein publicou um artigodando explicação para o fenômeno
chamado ‘Efeito Fotoelétrico”. Esse fenômeno não será aqui descrito pois ultrapassa os objetivos
deste artigo. Em sua explicação Einstein considerou a luz não como onda, mas como um conjunto
de pontos de energia em propagação. Esses pontos foram chamados “Fótons”. Alguém poderia
perguntar; Mas, afinal de contas, a luz é onda eletromagnética ou é fótons?
A resposta é para muitos desalentadora: A luz manifesta natureza dual – fótons e onda
eletromagnética. Isto é, em alguns fenômenos, a luz só pode ser compreendida como onda
eletromagnética em outros, como fótons, e não há como fugir da dualidade. A velocidade com a
qual a luz se propaga no vácuo, que é a mesma de todas as ondas eletromagnéticas é,
arredondando os valores, 300.000 km por segundo.
Os grandes números saem completamente do alcance da compreensão humana. Isto é, todos
entendem que 300.000 é maior do que 200.000 e menor do que 400.000, mas ninguém é capaz de
assimilar o sentido de velocidade representada por 300.000 km/s. Usando um artifício, pode-se
trazer essa velocidade mais próxima da compreensão: Considere-se o ponteiro dos segundos de
um relógio.
No tempo em que este ponteiro dá um salto (1,0 s), viajando com a velocidade da luz se daria sete
voltas e meia em torno da terra. As distâncias no espaço cósmico são tão gigantescas que para
expressa-las se criou a unidade ano-luz. Se em um segundo se percorreria a distância equivalente a
sete voltas e meia em torno da terra (~300.000 km), qual a distancia percorrida em um ano
viajando com essa velocidade? 9,46 x 1012
km- Essa é a distância correspondente a um ano-luz.
A estrela mais próxima do sol está a 4,2 anos- luz de distância, o que indica que quem observar o
céu estrelado à noite, verá uma imagem do passado. Sim, porque, tomando como referência essa
estrela, a Próxima Centauri, a luz que hoje alcança a terra partiu dela há 4,2 anos! E existem
estrelas a centenas, milhares , milhões e bilhões de anos luz de distância. Algumas delas podem já
ter explodido, mas a luz por elas emitida, continua viajando e chegando à terra, de modo que sua
imagem continua sendo vista no mesmo lugar.
Os ônibus espaciais da NASA desenvolviam 28.000 km/h no espaço. A nave Apolo viajava a
39.896 km/h. Com essa velocidade, a viagem à nossa vizinha mais próxima levaria mais de
100.000 anos. Se a indústria produzir um motor capaz de imprimir a uma nave a velocidade de
1.000.000 km/h (um milhão de quilômetros por hora), ainda assim a viagem à Próxima Centauri
levaria mais de 5.000 anos. Vemos assim que viagens interestelares até o momento só são
possíveis na ficção científica.
Adotando a filosofia humanista, que traz o ser humano como medida de todas as coisas, o
instrumento mais importante no estudo da luz é o olho humano.
Assim como ocorreu para o som, o olho será comentado segundo seu aspecto funcional imediato,
sem maiores comentários anatômicos ou científicos. O olho humano é um esferoide com menos
de 2,5 cm de diâmetro, e está representado no desenho abaixo segundo um corte no plano
horizontal.
14. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 14/35
Os principais elementos, para nossos propósitos, são, seguindo o caminho da luz ao penetrar no
olho, a córnea, camada externa translúcida, um líquido que preenche a cavidade entre a córnea e a
íris, chamado Humor Aquoso; a íris, parte central, que pode ter diferentes colorações; a pupila,
abertura no centro da íris, capaz de variar de tamanho, segundo a luminosidade incidente, por
onde a luz penetra no olho. Por trás da íris vemos o cristalino, uma lente esférica com raios de
curvatura desiguais na primeira e segunda superfície. Esta lente é gelatinosa, mais rija no centro e
menos na periferia. A ação dos músculos ciliares sobre o cristalino faz mudar seu raio de
curvatura, focalizando o ponto que se deseja observar.
A cavidade posterior do olho é preenchida por um líquido gelatinoso chamado Humor Vítreo. No
fundo do olho localiza-se a retina, a tela onde a imagem é projetada. A imagem forma-se sobre a
regiãoda retina chamada Mácula Lútea (mancha amarela), no centro da qual existe o ponto onde
se concentra a parte mais nítida da imagem, chamado Fóvea Centralis. No processo de visão,
move-se o olho para que a imagem caia sobre a fóvea. Esta é tão pequena, que para se visualizar
separadamente cada umdos pontos do sinal gráfico dois pontos ( : ), é necessário mover-se o olho.
A retina contem algumas células especializadas, chamadas cones e bastonetes, que são
especialmente sensíveis à luz. Os cones são responsáveis pela distinção das cores. Essas
células concentram-se na região da mácula, e em maior quantidade na fóvea.
15. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 15/35
Os cones e bastonetes, juntamente com o líquido onde estão imersos, a “púrpura visual”,
promovem nova “Mágica Eletroquímica”, gerando um impulso elétrico para cada fóton de luz
absorvido. Esses impulsos viajam pelo nervo óptico, até o cérebro, onde são
decodificados/interpretados. A luz alcança apenas a retina no fundo do olho. É lá que se forma a
imagem.
No córtex visual, localidade na parte posterior do cérebro, chegam impulsos elétricos, não
imagens. Pode-se observar aqui também a existência do “software” decodificador responsável
pela “leitura” dos impulsos elétricos e sua configuração/interpretação na forma de dados visuais
como relações espaciais, luz e cor, imagens.
Neste caso também é possível se realizar experiências simples que permitem observar o processo
da percepção. Observemos a primeira figura, do tipo mais simples e conhecido.
Todos são capazes de perceber imediatamente os dois rostos de perfil em preto e a taça entre eles,
em branco. Menos imediata é a figura seguinte. Um cartunistanorte americano a criou em 1910 e
deu-lhe o título: Minha mulher e minha sogra.
A jovem tem o rosto voltado pra dentro da página e seu queixo toca na estola de peles que tem
sobre os ombros. O queixo da jovem forma o nariz da sogra, que aparece de perfil. A gargantilha
no pescoço da jovem torna-se a boca da sogra, assim como a orelha da jovem é o olho da velha.
Existem pessoas que tem dificuldade para visualizar uma das duas figuras, mas com as indicações
acima, creio que todos poderão fazê-lo. O exercício proposto é passar de uma visualização para
outra e tentar observar como a mudança acontece
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Na figura acima o rosto do casal de idosos é formado por dois mexicanos
e facilmente passa-se de uma visualização para a outra.
Agora uma imagem com transição de visualização mais difícil:
A visualização mais imediata e comum é aquela da caixa com a face DCGH no fundo, no plano da
página; ABCD superior, e ABFE a face frontal, em plano paralelo á página, acima dela. A caixa
está inclinada para baixo e para a esquerda. Mas, na mesma imagem, podemos ver uma caixa em
outra posição, com outra perspectiva, onda a face ABFE é a face do fundo, no plano da página, a
face DCGH é a frontal, acima do plano da página; ADHE é a lateral esquerda (de quem olha);
BCGF a lateral direita. A caixa está inclinada para cima e para a direita. O exercício aqui é
também passar de uma visualização para a outra, observando o processo.
Lembre-se que, em cada caso, para cada imagem, independente da figura visualizada, o onda de
luz que atinge a retina é sempre a mesma.
Como a onda que produz a imagem em cada caso permanece imutável, a imagem sobre a retina
também não será alterada, e os impulsos elétricos também não mudarão, pois eles dependem dos
fótons que atingem a retina. O que se altera em cada caso é a interpretação tornando assim
possível ver figuras diferentes na mesma imagem.
Os impulsos elétricos induzidos pela mesma onda eletromagnética podem ser interpretados de
modo diferente, nos permitindo “ver” as diferentes imagens. Ou seja, o “Eu” (o que quer que essa
palavra signifique) é capaz de utilizar o sistema/processo/software decodificador (o que quer que
ele seja), para obter diferentes interpretações visuais de um mesmo conjunto de impulsos elétricos.
Isso nos leva a compreensão de que o processo da visão não está ainda completamente conhecido.
Ver é um processo automático? Qual o papel da interpretação? Se a um índio do meio da
Amazônia, que desconhece a civilização, fosse mostrado um telão com imagens do show “Rock in
Rio”, e levado de volta para sua tribo, como ele descreveria de sua experiência? O acervo pessoal
de experiências e imagens tem influência decisiva no resultado da interpretação daquilo que se
está vendo. Quem vê? Quem é o sujeito da visão? Como se passa de uma visualização para a
outra? Como se dá o processo final de decodificação e interpretação?
17. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 17/35
Foram apresentados aqui comentários sobre dois aspectos da percepção: a audição e a visão, com
ênfase na ideia que visão e audição não constituem processos meramente automáticos. Nos dois
fenômenos apresentados, audição e visão, as informações provenientes do mundo exterior geram
impulsos elétricos que são decodificados/interpretados no cérebro. Isto é, curiosamente, nós
vemos impulsos elétricos e ouvimos impulsos elétricos. O Eu (o que quer que essa palavra defina)
decide “prestar atenção” e assim seleciona certos impulsos auditivos, descartando outros, ouvindo,
por exemplo, uma música, sem perceber o ruído de fundo; pode também utilizar um “software”
mental decodificador de impulsos elétricos para ver relações espaciais e imagens sendo também
capaz de reinterpretar esses dados em outra possível visualização. Temos dois diferentes
“softwares”, ou apenas um, que realiza as duas funções?
Com o tema apresentado, se procurou chegar a algumas constatações: Existe “aquele que ouve”,
que vê, que toma decisões e pode exercer certas funções mesmo sem ter conhecimento consciente
de detalhes do processo.
Também se verificou que é possível observar certos processos mentais. A dificuldade evidente
dessa observação é que nesse campo o observador e o objeto de estudos parecem ser os mesmos.
Mas a mente/cérebro tem inúmeras outras funções sumamente interessantes, conscientes,
semiconscientes e inconscientes. Foram formuladas aqui uma série de questões. Existe
multiplicidade de estudos publicados em artigos e livros sobre esses temas, onde essas questões
são estudadas, em busca de respostas.
Neles o leitor interessado poderá complementar e aprofundar seus estudos. Algumas sugestões são
apresentadas na bibliografia a seguir.
Sugestões Bibliográficas
BASSIN, F. V. O Problema do inconsciente – As formas não conscientes de atividade nervosa superior. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 1981.
CHOPRA, Deepak, MLODINOW, Leonard. Ciência Versus Espiritualidade- dois pensadores, duas visões de
mundo. Rio de Janeiro, Sextante, 2012.
CHOPRA, Deepak, TANZI, Rudolph E. Super Cérebro – como expandir o poder transformador de sua mente. São
Paulo, Alaúde Editorial, 2013
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional- a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de
Janeiro, Objetiva, 1995.
GOLEMAN, Daniel. A Mente Meditativa. São Paulo, Editora Ática, 1996.
KATZ, Lawrence C., RUBIN, Manning.Mantenha o Seu Cérebro Vivo.Rio de Janeiro, Sextante, 2000.
OKUNO, Emico, CALDAS, Iberê L., CHOW,Cecil. Física para Ciências Biológicas e Biomédicas. S. Paulo,
Harbra, 1986.
PENROSE, Roger. A mente nova dorei: computadores, mentes e as leis da física. Rio de Janeiro, Campus, 1993.
PENROSE, Roger. Shadows of the mind.A search for the missing Science of consciousness.New York, Oxford
Press, 1995.
POPPER, Karl R., ECCLES, John C. O eu e seucérebro.Brasília, DF, Editora UnB, 1995.
www.psiqweb.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=206
As imagens utilizadas podem ser encontradas na internet:
http://negociart.org/?pagina=percepcao-eh-realidade
http://kathydjeddi.blogspot.com.br/2012/11/percepcao-visual.html
http://paradigmatrix.net/?p=2295
http://www.explicatorium.com/CFQ8/Luz_Olho_humano.php
http://ciencia.hsw.uol.com.br/radiacao.htm
http://profwilker.blogspot.com.br/2013/01/o-ouvido-humano.html
http://blogdefisica2010.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html
18. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 18/35
Ir.'. Valdemar Sansão
Loja Arnaldo Alexandre Pereira (GLESP)
Membro da Academia Brasileira Maçônica de Ciências, Artes e Letras
valdemar.sansao@gmail.com
Dia 23 de fevereiro
NADA SOMOS; O QUE BUSCAMOS É TUDO!
“Os sábios não dizem o que sabem;
os tolos não sabem o que dizem”.
A Caminhada - O verdadeiro e autêntico maçom não
resiste ao misterioso apelo que lhe pede novos passos. O partir e
o chegar indicam fases da existência maçônica que tem que ser
um caminhar ininterrupto. E esse caminhar na busca dos
conhecimentos que os símbolos e a filosofia maçônica colocam
diante de nós significa muito mais que o chegar e o partir. Ao
fim, o que vale realmente é a caminhada, a grande caminhada
em busca da cultura maçônica. Do aperfeiçoamento moral e
espiritual. Caminhar é penetrar no conhecimento que a Arte Real
nos propicia; não é possível parar. O maçom não pode parar. Enquanto ele estiver caminhando, a
Maçonaria estará crescendo, estará fortificando-se. Vale lembrar o título deste ensaio: “nada
somos; o que buscamos é tudo”.
No século da aprendizagem audiovisual o maçom tem ampliada a responsabilidade:
pesquisar e divulgar a literatura moral maçônica, viver consoante à mesma, que nos ilumina,
fortalece e conduz à lição poderosa e indiscutível do exemplo.
Por isso a Maçonaria poderá ser chamada Doutrina do Esclarecimento. O homem que não
possui esclarecimento segue na Terra sem a maior concessão da vida: a Liberdade!
Liberdade – Nada há mais perigoso que esse conjunto de nove letras, porque frequentemente,
em nome da liberdade, cometem-se os mais hediondos crimes.
4 – Nada Somos; O que Buscamos é tudo! (Mensagem do dia)
Valdemar Sansão
19. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 19/35
A primeira emenda da constituição norte-americana emoldura a liberdade de expressão.
Claro que essa liberdade não inclui gritar “fogo” num cinema lotado, apenas para ver o que
acontece. Afora situações patológicas como essa, porém, as ideias devem ser livres. Estamos
criando um mundo onde qualquer pessoa, em qualquer lugar, poderá expressar suas ideias e
crenças não importando o quão estranhas sejam, sem medo de ser coagido ao silêncio ou
conformidade. Será mesmo?
A liberdade exige um conjunto de ações complementares; uma falsa liberdade oprime e
desajusta, desequilibra e desilude. Como exemplo temos as constituições dos países que se
proclamam livres e que inserem no texto que “todos são iguais”, com as mesmas oportunidades, o
que não é exato.
Nem toda a população em idade escolar pode usufruir do ensino, nem todos os enfermos, de
atenções médicas; nem todos que desejam trabalhar, empregos; o lazer, a diversão não é
distribuída equitativamente; a igualdade fica na dependência dos recursos financeiros; assim, um
pobre que apenas consegue subsistir porque ganha somente para a escassa alimentação, não pode
usufluir do maravilhoso preceito constitucional de igualdade!
Maçom que é livre deve apreciar essa conquista e contribuir para que todos tenham a ampla
liberdade desejada. A liberdade é um direito, mas também é uma bênção.
Consoante o Mestre Maior, a verdade faz o homem livre; assim, a literatura que conduz à
verdade faz o homem livre e feliz.
Religião – Vem do latim: re-ligare, isto é, tornar a ligar. A religião visa o retorno a Deus
daquele que o “abandonou”, em um regresso aos preceitos contidos no Livro Sagrado de sua Fé.
Deve-se distinguir religião de seita, doutrina ou qualquer princípio similar. A Maçonaria
pode ser uma religião no sentido estrito do vocábulo, isto é, na harmonização da criatura com o
Criador. È a religião Maior e Universal; o contato com a Parte Divina; é a comunhão com o
Grande Arquiteto do Universo, é o culto diante do Altar dentro de uma Loja ou no Templo
Interior de cada maçom.
O “tornar a ligar” é ato que ocorre dentro da Cadeia de União, ligando os elos que se
encontravam dispersos; a Cadeia de União é um ato religioso.
Denominam-se religiões as filosofias – há milhares delas – que conduzem o ser humano às
Igrejas, movidos pelo temor de um castigo divino ou pela esperança de um prêmio após a morte.
Todo ato capaz de unir Deus à criatura pode se considerar religião, independente da
nomenclatura. O maçom deve ser religioso nas suas atitudes, pois não deve viver isolado e só.
Resumindo, o maçom será religioso quando praticar o bem e considerar o próximo como irmão.
Tolerância e a intolerância - Afirmamos estar no rumo da tolerância e harmonia. Se
quisermos convívio, devemos viver com os nossos defeitos e com os dos outros, sem reagir
visceralmente.
Lemas como “tolerância zero com a intolerância” são contraditórios. É como dizer “guerra à
guerra”. A intolerância, um grande mal, necessita ser claramente combatida com... tolerância.
Gandhi dizia que “o olho por olho leva a uma terra de cegos”. Toleremos não o erro em si, mas
ao humano que erra e busquemos trazê-lo de volta à educação e bom senso. Quem tolera estará, ao
mesmo Tempo, abrindo mão de um direito, de uma resposta. A tolerância é um dos esteios da
Maçonaria, uma das suas colunas mestras. È muito difícil a prática da tolerância, que por isso
resulta ser uma virtude. O maçom que pratica qualquer ato que os demais devam “tolerar”
indubitavelmente está incorrendo em transgressão; porém, um irmão sempre perdoa e suporta.
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A intolerância – Intolerar será deixar de suportar. Por sua vez, suportar sugere aceitar com
sacrifício uma determinada situação. A intolerância é irmã do radicalismo simples, sendo a fonte
de discórdias e desamor...
“O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e Washington, não foram
as torres gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício do Pentágono. O atentado foi cometido
contra um sistema social e econômico, que mesmo longe da perfeição, é o mais justo e livre que a
humanidade conseguiu fazer funcionar ininterruptamente até hoje. Não foi um ataque de Davi
contra Golias. Nem um grito dos excluídos do Terceiro Mundo que, de modo trágico, mas efetivo,
se fez ouvir no império. Foi uma agressão perpetrada contra os mais caros e mais frágeis valores
ocidentais: a democracia e a economia de mercado. O que realmente incomoda a ponto de
exasperação os fundamentalistas, apontados como os principais suspeitos de autoria dos atentados,
não é só a arrogância americana ou seu apoio ao Estado de Israel. O que os radicais não toleram,
mais que tudo é a modernidade. É a existência de uma sociedade em que os justos podem viver
sem ser incomodados e os pobres têm possibilidades reais de atingir a prosperidade com o fruto
do seu trabalho. Este é o verdadeiro anátema dos terroristas que atacaram os Estados Unidos. Para
eles, a democracia é satânica. Por isso tem de ser combatida e destruída”. (Trecho compilado da
revista Veja (Set/2001).
Maçons, estudem - Estudem os homens de boa vontade a Maçonaria, orientem-se nos seus
princípios de amor e justiça, submetam-se à vontade do Grande Arquiteto do Universo, ponham
de lado as questões pessoais irritantes e procurem atacar o mal em suas bases, que veremos, muito
breve o mundo remodelado e a humanidade, presa às verdadeiras finalidades da vida, tratando dos
seus principais afazeres que redundarão em proveito pessoal, do progresso coletivo e do
embelezamento material e moral do nosso planeta. Só assim se resolverão as questões que até aqui
pareciam insolúveis.
Conclusão - A vida social se agita com temerosas perspectivas. Ninguém sabe o que será o dia
de amanhã. A humanidade percorre desordenadamente o labirinto, embrenhando-se mais a mais
em trilhas sem saída, em veredas escondidas.
Governos clamam numa confusão terrível, uns sem saberem o que precisam, outros
desnorteados pelos efeitos da terrível crise que assoberba o mundo, não alcançando o caos
predominante dos males e ferem pontos sem absoluta relação para remediar os males que nos
assediam.
A Maçonaria pela excelência de seus princípios, pelo seu espírito de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, é o único guia que governos e governados, cientistas, doutores e sacerdotes poderão
contar para encontrarem o norte da vida que buscamos.
PS – Toda filosofia Maçônica está centrada no Humanismo. Dentro dessa filosofia há de
encontrar o maçom as mais belas páginas sobre o significado da lealdade, da coragem, da moral,
do amor ao próximo, e, em nome desse amor fraterno, as exatas medidas de compreensão, da
paciência e da tolerância. Assim, queira Deus!
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Ir Jerônimo Giacchetta
Loja Deus e Caridade IX nr. 59 –
Oriente de Cabo Verde
Nenhum ser humano jamais saberá o que é ser outro ser humano. A nossa experiência interna
é única e é tudo que podemos ter. Lembrando o poeta Fernando Pessoa que diz:
“Fiz de mim o que não soube, e o que podia fazer de mim não o fiz, Quando quis tirar a
máscara ela estava pegada a cara”.
O poeta mostra o desencontro do homem consigo mesmo, como se o caminho até determinado
ponto é nada e deu em nada. O homem pode se analisar, já não sou quem nunca fui, mas não
sei ser mais nada.
O homem não pode determinar de antemão, o caminho que seguirá sua vida, podendo optar
por seguir determinados trechos através de determinadas escolhas, conforme passa o tempo
de sua existência terrena. A busca de determinado objetivo, verdade, sucesso ou felicidade
direcionam as escolhas do homem. E cada um dos caminhos escolhidos acabam por alterar as
nossas expectativas para o futuro e também nos mostrar o caminho percorrido sob uma nova
luz. Neste momento o conhecer modifica o conhecido. A imagem que fazemos de nós mesmos
e nossa experiência passada são construções provisórias, sempre sujeitas a revisões de
acordo com o que vamos descobrindo e vivenciando ao longo do tempo.
Nesta estrada passageira chamada vida, o homem promove seu auto engano. Um simples
escritor, por exemplo, singelo funcionário público, que monta poemas que ninguém lê, mas
que guarda dentro de si o anseio espantoso de grandeza e criação inovadora desde a
juventude, sempre pensando em transformar a sociedade em que vive, mas nunca efetiva seu
desejo, promove um auto engano perseguidor, a cada momento. Mas e se ele se abrisse para
aquela verdade? Se ele acreditasse que pudesse acontecer? Daí, teríamos que nos valer do
sentido racional dos fatos. A racionalidade humana é o cálculo dos meios e a análise dos fins.
Quantos objetivos revelam-se indesejáveis à luz do que teríamos que abrir mão para alcançá-
los. A racionalidade é um poderoso instrumento quando se trata de evitar equívocos. De
acordo com Platão, aquilo que vale a pena nunca é fácil e todas as grandes tentativas são
arriscadas. A racionalidade e a consciência nos torna a todos covardes e a decisão é sempre
recoberta pela sombra do pensar. Fica a dúvida, será que David enfrentaria Golias se optasse
pelas possibilidades racionais de vitória ou derrota?
Davi tinha o espírito dos empreendedores, parecia ter certeza da vitória porque conhecia a si
mesmo, sabia seu objetivo e como alcançá-lo. No templo de Apolo em Delfos, que era o centro
religioso do mundo grego havia duas inscrições: uma buscava o autoconhecimento do homem
“conheça-se a si mesmo” e a outra o princípio da moderação “nada em excesso”. Da
ignorância e do auto engano surgem os piores excessos da vida pública e privada. Mas qual
seria o valor do auto engano na existência humana? Imagine que existisse um remédio que
acabasse com o auto engano. Nossa mente não conseguiria mais mentir, pregar peças ou
despistar de nós mesmos. Não haveria sonhos, a vida seria transparente e teríamos a absoluta
certeza da nossa insignificância diante do universo?
Pergunte a si mesmo, não importando o que seja, se você realmente conhece algo e suas
dúvidas vão começar. Por exemplo, você conhece uma pessoa e trabalha com ela, pode dizer
que a conhece. Mas se você começar a ter um relacionamento com esta pessoa verá outras
5 – Homens e Enganos
Jerônimo Giachetta
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coisas que ela possui e que eram desconhecidas para você. Agora, se você viver com esta
pessoa por muitos anos ficará assombrado com a vastidão de coisas a serem ainda
conhecidas. Com o saber, vem a dúvida. O novo conhecimento gerado pode alterar
radicalmente o nosso entendimento acerca da natureza do saber preexistente e do seu valor
de verdade. O conhecer modifica o conhecido e o conhecimento aumenta a ignorância, porque
a descoberta de novos fatos e hipóteses se torna sempre maiores que o conhecimento
anterior.
Todo homem é protagonista do seu próprio enredo. Dos outros, vemos, lemos, julgamos e
interpretamos seus atos e palavras, porém, não temos acesso à suas mentes enquanto eles
agem. Não conhecemos seus limites nem suas necessidades. Os homens que exercem
liderança devem dar aos liderados, não o que querem, mas aquilo que eles necessitam,
usando para isto seu arsenal de conhecimento de si mesmos.
Segundo Freud, Nietzsche foi o pensador que mais avançou na questão do conhecimento. Cito
este autor:
“Aquilo que os homens têm mais dificuldade em compreender, desde os tempos mais
remotos até o presente, é a ignorância acerca de si mesmos! Não só no que diz respeito
ao bem e ao mal, mas no que concerne a coisas muito mais essenciais! A ilusão
primordial segundo a qual saberíamos, e saberíamos precisamente e em cada caso,
como se produzem as ações humanas, ainda continua viva....desse modo, nós somos
necessariamente estranhos para nós mesmos, nós não nos compreendemos, nós
estamos fadados a nos mal entender, para nós a lei “não há ninguém que não seja
desconhecido de si mesmo” vale para toda a eternidade”.
Ilustremos a questão: Imagine que você resolva em determinado momento da sua vida
questionar sua própria honestidade. Quero saber quem sou. Tenho sido honesto comigo
mesmo ou tenho trapaceado? Tenho mentido e fugido sorrateiramente da raia? Tenho
dissimulado toda vez que questões embaraçosas afloram a minha consciência? Depois que eu
mesmo me questiono, confabulo satisfeito e comigo mesmo e falando de mim: “aí está alguém
que realmente está empenhado em examinar os recessos de sua mente e acertar as contas
consigo”. Ingênua armadilha. Ninguém mais que o desonesto precisa se convencer que é
honesto. O coroamento da desonestidade é a convicção íntima e sincera de que se é honesto.
Desmontada esta armadilha podemos procurar opiniões alheias acerca da nossa honestidade.
Mas esta pessoa precisaria saber como sou por dentro, como tenho pensado, porque agi
quando agi e porque tomei minhas decisões, dificilmente ele saberia de meu auto engano, que
é pessoal e intransferível. Mas minha dúvida lembra uma frase, “se uma mulher precisa provar
que é uma dama, é porque ela não é”.
Como podemos entender a propensão ao auto engano? Há coisas que um homem não quer
dizer nem para si mesmo. O auto engano na vida especulativa pode ser risível, mas na vida
prática é trágico. Daí resulta em crenças destrutivas e mentes regidas pelo ópio, explicando
em parte as grandes tragédias da humanidade no decorrer da história. O auto engano coletivo
em grande escala é a resultante trágica e grotesca de uma multidão de auto enganos
sincronizados entre si no plano individual. Muitas situações desumanas como guerras, fomes,
epidemias podem ser tragédias para nós, mas normais e necessárias para outros. A pergunta
é: Quantos de nós agiríamos da mesma forma se as circunstâncias no momento da decisão
fossem as mesmas? O certo é que a vida nos cobra quanto a ser omisso ou agir e lembro
Guimarães Rosa que disse “A vida quer da gente é coragem, e o tempo é o mágico de todas as
traições”. A nossa visão ofuscada do que realmente acontece ao nosso redor neste mundo
velho, vem do nosso eu subterrâneo, em que insistimos em manter dentro de nós. O escritor
alemão Goethe se pergunta; “conhecer a mim mesmo de que me servirá? Se a mim me
conhecesse eu desatava a fugir”. E este parece ser um fenômeno individual que extrapola para
a toda a sociedade, afinal ela é composta da soma de todos os indivíduos. Somente depois de
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ultrapassarmos de maneira consciente a barreira de conhecer a si mesmo é que podemos
formular objetivos pra a mudança social do nosso tempo.
A sociedade que teremos será sempre a sociedade que queremos, desde que o auto engano
seja dominado pelos nossos atos. Sonhar e acreditar são o sal da vida. O comportamento
exploratório na solução dos problemas sociais é a fonte de todas as mudanças, os avanços da
ambição coletiva de viver melhor. Se não houver a atitude e ação em vida é como se fossemos
apenas um cadáver adiado.
Não se pode deixar de ter paixão pelas mudanças e nem se deixar arrebatar por elas, mas é
extremamente necessário conhecer seu auto engano e o auto engano social, para propor e
ajudar a implementar caminhos novos para o mundo moderno.
O fato, é que a sociedade tem se envergonhado dela mesmo, existindo um grande fosso entre
o que somos e o que gostamos de parecer que somos. Para haver mudança social deve haver
conflito de conhecimento, ainda depois de conhecer a si mesmo deve-se procurar conhecer o
outro, para a partir daí se efetivar o processo de transformação. Percebe-se que não é lá muito
fácil esta tarefa.
Diminuindo nosso auto engano podemos talvez perceber que certos projetos, objetivos, ações
e perspectivas que temos, podem estar erradas e não consoantes com outros indivíduos. Esta
percepção diminuiria os conflitos sociais. A relação do indivíduo consigo mesmo é de natureza
distinta daquela que ele tem com os demais, causando a heterogeneidade da sociedade.
Para concluir, entendo que vivemos um tempo de auto engano social, onde temos
necessidades básicas satisfeitas por uso intenso de novas tecnologias que ajudaram as
pessoas a se alimentarem melhor, se vestir de maneira adequada e se locomover com maior
rapidez e em menor tempo. O homem tem se sentido super as vezes, preferindo não ser
informado sobre problemas sociais ou causas estranhas ao seu bem viver. O engano coletivo
não deixa perceber que nossa existência é um sistema e todo sistema se modifica com a ação
de cada indivíduo. O auto engano social pode levar a todos a acreditarem que ser bom é uma
barbárie, e que o correto é realizar atos que antes eram considerados errados ou
inapropriados.
É como o poeta Drummond demonstra a assimetria da realidade:
“Era uma vez um czar naturalista que caçava homens. Quando lhe disseram que também
se caçam borboletas e andorinhas ele ficou extremamente espantado e achou uma
barbaridade”.
Me parece que a sociedade moderna tem feito dela o que não soube que faria e quando
resolver tirar a máscara verá que está pegada à sua face. O sentido verdadeiro da existência
será apenas mais um auto engano.
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Irmão Ballouk Filho*
Grão-Mestre do GOSP
São Paulo – SP
EDUCAÇÃO, CIDADANIA E MAÇONARIA:
UM EXERCÍCIO METAFÍSICO
O conceito de holismo (do grego holos – inteiro ou todo) é a ideia de que um sistema não pode ser
explicado apenas pela soma dos seus componentes. Ainda que seja amplamente explorado nos
dias atuais, muitas vezes de forma errônea ou irresponsável, o princípio geral do holismo foi
resumido da melhor maneira pelo filósofo grego Aristóteles. No conjunto de volumes que batizou
de Metafísica, o fundador da filosofia ocidental afirma: O todo é maior do que a simples soma das
suas partes. Esse raciocínio genial vai além dos organismos vivos, ajudando-nos a compreender
melhor as organizações sociais e correntes de pensamento.
Proponho realizarmos um breve exercício metafísico para entender como na maçonaria, na
cidadania e na educação o todo é sempre maior que a soma de todas as suas partes. Comecemos
pela educação, constituída por alunos, professores, escolas e outros formadores que podem ser
vistos de forma individual. Se quisermos entender o processo educacional em toda sua essência e
potencialidade, entretanto, temos que ir além.
A união dessas partes é capaz de empreender profundas mudanças de mentalidade nos âmbitos
local, estadual e nacional. Vale frisar que o mesmo é válido para um panorama geral em que há a
ausência sistemática de educação, desencadeando uma séria de problemas e dificuldades. Partindo
para a cidadania – influenciada pela educação –, também temos direitos, deveres e atuações
políticas individuais que, somadas, trazem resultados maiores em diferentes níveis. Essa união de
pequenas partes constitui o Estado com todas as suas nuances e peculiaridades, sejam para o
progresso (quando aparecem ativa e propositivamente) ou o retrocesso (quando estão ausentes ou
distorcidas). Finalmente, analisemos a Maçonaria, que não deixa de ser diferente. Ela é feita por
6 – Educação, Cidadania e Maçonaria: Um Exercício Metafísico
Benedito M. Ballouk Filho
26. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 26/35
nós maçons, nossas Lojas, Obras, Grupos de Ação, Orientes Estaduais e GOB. Entretanto, a união
dessas estruturas transcende sua soma, constituindo a verdadeira Maçonaria, uma estrutura
extremamente capilarizada que vai além de prédios e pessoas.
Nosso exercício metafísico de raciocínio aristotélico pode e deve ir além. Se dermos um passo
para trás para observar esse quadro que montamos em sua totalidade, vemos que Educação,
Cidadania e Maçonaria também podem ser encaradas como partes de um todo ainda maior. Essa é
a grande Obra que todos buscamos realizar enquanto cidadãos e temos a responsabilidade de
perseguir enquanto Maçons – a construção de uma sociedade melhor. Essa constatação em que
chegamos após nosso exercício holístico é apenas o começo de um processo, principalmente
quando pensamos no tamanho da responsabilidade que assumimos como Maçons de ser a
vanguarda das mudanças sociais. A construção desse mundo melhor, entretanto, não é operada em
grandes escalas. É impossível influenciar essa totalidade de uma vez. Para tanto, precisamos fazer
o caminho inverso, focando nas pequenas partes que formam essa soma. Minha busca como mais
um dos integrantes da gestão que assumiu o Grande Oriente de São Paulo (GOSP) desde junho de
2015, é incentivar a participação dos Irmãos em todos os setores de gestão, seja público, privado
ou de classe. Para isso, conto com uma equipe repleta de líderes brilhantes, que ajudam na tarefa
árdua de realizar nosso papel nas mudanças sociais. Isso passa por educação, empoderamento pela
noção de cidadania e prática diária da maçonaria, saindo das reuniões e lojas e partindo para a
vida cotidiana. Costumo dizer que em duas horas semanais de Maçonaria você aprende sobre
Filosofia Maçônica e a edificação moral do homem, mas que a grande ação do Maçom está fora
da Loja, na sociedade, nas 166 horas de semana que restam. É a hora dos Maçons se aliarem às
outras pessoas de bem. Partindo disso, precisamos estimular as Lojas a atuarem como “centros de
formação” de líderes sociais, aptos a trabalhar em benefício da coletividade com os Valores
Maçônicos como plataforma, ampliando e difundindo esses princípios. Se lá atrás, há muitos anos,
os Maçons construíam igrejas, hoje os Maçons constroem homens.
Cabe aos Orientes Estaduais e Nacional auxiliar nesse processo e ajudar os Irmãos a atuarem na
formulação, implementação e monitoramento de Políticas Públicas, fortalecendo a prática da
responsabilidade social. Isso deve ocorrer tanto na área política quando em organizações da
sociedade civil. O GOSP tem quase 800 Lojas e milhares de Irmãos, o que torna o desafio imenso.
Ainda assim, com a união entre os Poderes Maçônicos e um trabalho árduo e incessante, essa é
uma realidade cada vez mais próxima. Afinal de contas, não temos outra opção. Trata-se de uma
revolução pacífica, um movimento cívico e democrático, centrada em educação, cidadania e nos
ideais Maçônicos. O único curso possível é o de deixar a plateia para sermos protagonistas no
processo de evolução da sociedade.
*Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho,
Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo (GOSP)
Fonte: http://www.gosp.org.br
27. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 27/35
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
11/02/1980 Toneza Cascaes Orleans
13/02/2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17/02/2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21/02/1983 Lédio Martins São José
21/02/2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22/02/1953 Justiça e Trabalho Blumenau
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de fevereiro
7 – Destaques JB
Resenha Final
28. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 28/35
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Positividade
“É possível evitar a raiva? Em cada situação em que nos
encontramos, há pelo menos duas formas de agir: responder
positivamente ou reagir negativamente. A escolha é nossa. O
fato é que ninguém pode fazer você ficar com raiva se você não
quiser ficar com raiva. Ninguém pode deixá-lo chateado se você
não quiser ficar chateado. Precisamos permanecer sempre
conscientes das escolhas que temos em cada situação.Isto é
auto encorajamento”
B.K. Julia, Anger Management, The World Renewal, May, 2004
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"Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos".
Data Nome da Loja Oriente
15.02.2001 Pedreiros da Liberdade nr. 79 Florianópolis
21.02.1903 Fraternidade Lagunense nr. 10 Laguna
25.02.1997 Acácia Blumenauense nr. 67 Blumenau
25.02.2009 Caminho da Luz nr. 99 Brusque
29. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 29/35
Loja Maçônica Acácia nr. 0177
A Loja Maçônica Acácia nr. 0177, de Niterói (GOB/RJ) completará 148 de ininterruptas
atividades no próximo dia 7 de março. Tem sessões às quintas-feiras às 20h00 no REAA no
seu Templo situado à Rua Ernani de Melo, 60 – São Domingos, Niterói.
GOSC reúne Delegados e Secretários
e planeja ações para 2016
30. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 30/35
No último sábado, (22), foi realizada no Cuper Hotel, em São José (Grande Florianópolis),
reunião com os delegados regionais, secretários de hospitalaria e beneficência, secretários de
integração e expansão e secretários de educação e cultura.
Das 09 às 17 horas, os irmãos avaliaram os resultados das ações desenvolvidas ao longo de 2015 e
planejaram sobre a execução das ações para o primeiro semestre do corrente ano.
Na abertura dos trabalhos, o sereníssimo Grão-Mestre J. Paulo Sventnickas ressaltou o grande
número de presentes, sendo que os que por alguma razão não puderam participar enviaram
justificativas.
O Grão-Mestre J.Paulo Sventnickas e o adjunto Irmão Sergio Martinho Nerbass, juntamente com
o secretário do GOSC, IrMaurim Firmino Martins, fizeram questão de ouvir a opinião dos
secretários e delegados, que tiveram a oportunidade de relatar as ações do GOSC no âmbito das
regiões do estado e o crescimento das atividades do Grande Oriente de Santa Catarina.
Na oportunidade, o Sereníssimo Grão-Mestre apresentou sete ações estratégicas que serão
priorizadas no primeiro semestre de 2016.
31. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 31/35
Conforme está sendo amplamente divulgado, principalmente pelas mídias sociais, o
povo brasileiro estará novamente nas ruas no dia 13 de março, para externar o seu
inconformismo e indignação com os rumos que está tomando o país, e em defesa do estado
democrático de direito.
Lembrando que a nossa bandeira é o Projeto
"CORRUPÇÃO NUNCA MAIS!",
assumido pelas 27 Grandes Lojas do Brasil e coordenado nacionalmente pela Grande Loja
Maçônica de Minas Gerais, e o apoio irrestrito ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo
Juiz Federal Dr. Sérgio Fernando Moro, concitamos os Irmãos e familiares para que, de
forma ordeira e respeitosa, no pleno exercício do direito de cidadania e, observando os
princípios fundamentais que nos regem, bem como as características peculiares a cada
região, a participarem ativamente dessa manifestação cívica em defesa do Brasil,
aproveitando essa grande oportunidade para:
a)- promover intensa divulgação do nosso Projeto
"CORRUPÇÃO NUNCA MAIS!"
b)- trabalhar firmemente na coleta de assinaturas.
A hora de agir é agora. Lembremos que tudo na vida é resultado de trabalho e esforço, e
que, as nossas ATITUDES, é que farão a diferença. Transformemos pois, a nossa indignação
em AÇÃO.
Informamos que em Belo Horizonte, estaremos montando pontos de coletas de
assinaturas na Praça da Liberdade, contando desde já com a participação dos Irmãos nesse
trabalho.
Considerando a natureza dessa atividade, recomendamos a não utilização do vestuário
maçônico, registrando nada obstante, que respeitamos as decisões das Lojas que optarem
pela sua utilização, lembrando contudo que os paramentos não devem ser usados.
Belo Horizonte (MG), 22 de fevereiro de 2016
Fraternalmente,
Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas (Tataco)
Grão-Mestre da GLMMG
32. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 32/35
33. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 33/35
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 – Encontro Pluralista (Ir. Ailton Elisiário):
16 FEVEREIRO 2016 ENCONTRO PLURALISTA.ppsx
2 – Na fúria do rio:
https://vimeo.com/98925113
3 – Mario Quintana:
Mario Quintana.MOV
4 – Passeando de gôndola:
Um-passeio-de-gôndola.pps
5 – Vida de casado:
Vida-de-casado1.mp4
6 – Vídeo relíquia:
VÍDEO-RELIQUIA-1968.wmv
7 - Filme do dia: (Uma História de Amor) - legendado
Sinopse: Uma História De Amor, (A SUMMER STORY) do ano de 1988, é um dos filmes mais
procurados e não encontrados na internet, finalmente consegui a legenda em português, esse filme
jah passou a muito tempo na globo, muito emocionante para os amantes de drama romantico eu
recomendo, muito triste e comovente
https://www.youtube.com/watch?v=aaF9m-aLgVc
34. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 34/35
Ir Raimundo Augusto Corado
MI e Deputado Federal pela Loja Templo de Salomão nº 2737
Membro das Lojas União e Trabalho Mimosense nr. 3.170 e
Irmão Paulo Roberto Machado nr. 3.182
Barreiras – GOB/BA. Escreve às terças e quintas-feiras
raimundoaugusto.corado@gmail.com
FRATERNIDADE FEMININA
Grande Oriente Estadual da Bahia – GOB/BA
Autor: Raimundo A. Corado
Barreiras, 15 de novembro de 2014
Andante da planície mental;
Onde o equilíbrio é cobrado;
À beira mar, em hotel central;
Em um encontro programado.
O peso feminino da maçonaria;
Expondo temas de relevância;
Com precisão, clareza e maestria;
Mostrando da Ordem a pujança.
35. JB News – Informativo nr. 1.972– Florianópolis (SC) – quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 Pág. 35/35
Sob o cajado da Ala feminina;
Tivemos aula de autoestima;
Pra maçonaria do futuro.
As damas da fraternidade;
Representando as Lojas da cidade;
No encontro em Porto Seguro.