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VISCONDE DE TAUNAY
Inocência
UM POUCO SOBRE O AUTOR

abandonou a atividade política com a proclamação da República, em 1889, e faleceu dez anos
depois, em 1899.

Alfredo d’Escragnolle Taunay nasceu em 1843, na
cidade do Rio de Janeiro. Pertencia a uma família
francesa de artistas que tinham vindo ao Brasil com
a Missão Francesa, na época de D. João VI.
Taunay recebeu esmerada educação intelectual e
artística e fez o curso de Ciências e Letras do colégio Pedro II, ingressando depois na Escola Militar.
Em 1865, como segundo-tenente, foi convocado
para a Guerra do Paraguai, integrando a comissão de engenheiros. Participou da expedição de
Mato Grosso (1865-1868), que se tornou famosa
pelo dramático episódio da Retirada da Laguna,
quando as tropas brasileiras, desmanteladas,
abandonaram o campo de batalha fustigadas
pelos soldados paraguaios. Taunay descreveu esse
episódio no livro A Retirada de Laguna, publicado em 1874.
Em 1870, com o fim da guerra, ingressou no quadro de professores da Escola Militar, lecionando
Geologia e Mineralogia. Dedicou-se também à
literatura, produzindo bastante (contos, romances, ensaios, peças de teatro), mas foi com o romance Inocência, publicado em 1872, que inscreveu seu nome na história da literatura brasileira.
Participou da vida política, tendo sido deputado, senador e presidente das províncias de Santa Catarina e do Paraná. Foi agraciado pelo imperador com o título de visconde. Monarquista,

RESENHA
O romance Inocência é considerado uma obraprima da literatura regionalista do século XIX. O
interior do Brasil, com seus tipos humanos característicos e suas rígidas normas de comportamento social e familiar, constituía uma fonte de grande interesse para os escritores românticos. E é
numa região rústica do interior do atual Estado
de Mato Grosso do Sul que transcorre a história
da jovem Inocência. Nessa região, há hoje uma
pequena cidade chamada Inocência, em homenagem à heroína do romance de Taunay.
Única filha de Martinho dos Santos Pereira, um
mineiro viúvo que vive num sítio isolado, Inocência se apaixona por Cirino, um prático de farmácia
que se fazia passar por médico e que é levado à
casa da jovem para tratar de sua saúde.
Apesar de viver praticamente reclusa no fundo da
casa, os breves contatos com Cirino, por ocasião
das consultas médicas, despertam em Inocência a
chama da paixão, no que é correspondida pelo
rapaz. Os dois passam a viver um amor que lhes
causa uma grande perturbação íntima, pois ela
estava prometida a Manecão, um rude vaqueiro
do lugar, e em hipótese nenhuma o velho Pereira

5
no século XIX e que, até hoje, fecunda nossa literatura, produzindo de tempos em tempos obras
que enriquecem nosso patrimônio literário.
Taunay evita o sentimentalismo exagerado de
outros escritores românticos, enquadra perfeitamente a história no contexto dos costumes sertanejos, dando-lhe um tom verossímil que envolve
o leitor do começo ao fim. Bom conhecedor da
região e observador atento, Taunay descreve o
espaço com detalhes realistas e explora muito
bem a linguagem pitoresca dos personagens,
dando fluidez e sabor aos diálogos.
O tema é romântico por excelência — a morte
por amor –– , mas também é a expressão de uma
visão crítica dos antiquados costumes sociais brasileiros, sobretudo do interior do país, e do
autoritarismo desmedido dos pais. A atualidade
ou não dessas críticas pode render bons debates
em sala de aula.
logo alcançou granLançado em 1872,
de popularidade e é reconhecido pela crítica
moderna como um dos melhores romances
regionalistas do século XIX.

estaria disposto a desconsiderar o compromisso.
Antes ver a filha morta do que ter a “honra” manchada. Esse é o rígido código moral da sociedade,
que impede a realização do amor entre Cirino e
Inocência.
Além de Cirino, encontrava-se de passagem na
casa de Pereira um naturalista alemão chamado
Meyer, que viajava pelo sertão em busca de novas espécies de insetos, principalmente borboletas. Vindo de uma sociedade européia com hábitos diferentes, principalmente com relação à participação da mulher na vida social, e ignorando
os preconceitos que marcavam a vida familiar
sertaneja, Meyer, na sua franqueza ingênua, expressa várias vezes sua admiração pela beleza de
Inocência, despertando a preocupação de Pereira, que passa a vigiá-lo como se ele fosse um perigoso sedutor. Assim fazendo, no entanto, dá
oportunidade a Cirino de comunicar-se mais facilmente com Inocência.
Com a partida de Meyer, as coisas se complicam
para os namorados. A data do casamento de Inocência com Manecão se aproxima. Ela já recuperou a saúde e Cirino fica sem pretextos para vêla. Instruído por Inocência, Cirino vai à procura
do padrinho dela para pedir-lhe que interceda,
mas, enquanto está fora, o namoro é descoberto: Tico, um anão que servia Inocência como um
cão fiel, espreita Cirino e descobre suas intenções,
contando tudo a Pereira.
Manecão, enfurecido, sai atrás de Cirino e mata-o
numa estrada deserta. No epílogo, o narrador descreve a festa com que Meyer foi recebido em sua
cidade, onde foi tratado como um herói pelo resultado de suas viagens científicas pela América
do Sul e, sobretudo, pela novidade que trazia:
um espécime novo e maravilhoso de borboleta,
, em hobatizado por ele de
menagem à beleza da jovem que conhecera em
terras brasileiras. Quanto a Inocência, diz o
narrador, “exatamente nesse dia dois anos fazia
que seu gentil corpo fora entregue à terra, no
imenso sertão de Santana do Parnaíba, para aí
dormir o sono da eternidade”.

Inocência

QUADRO-SÍNTESE
Gênero: romance
Palavras-chave: amor, crítica social, relações
familiares, violência

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa
Temas transversais: Pluralidade cultural
Público-alvo: jovem adulto

Papilio Innocentia

PROPOSTAS DE ATIVIDADES
Antes da leitura
1. Verificar o significado que os alunos atribuem

ao adjetivo
(festa regional, comida regional, literatura regional etc.).
regional

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

2. Propor uma discussão sobre as diferenças de

O romance
faz parte da tendência
regionalista que se manifestou na prosa brasileira

comportamento social que podemos observar
entre as diversas regiões do Brasil. Conforme o

Inocência

6

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Inocência, de Visconde de Taunay - análise

  • 1. VISCONDE DE TAUNAY Inocência UM POUCO SOBRE O AUTOR abandonou a atividade política com a proclamação da República, em 1889, e faleceu dez anos depois, em 1899. Alfredo d’Escragnolle Taunay nasceu em 1843, na cidade do Rio de Janeiro. Pertencia a uma família francesa de artistas que tinham vindo ao Brasil com a Missão Francesa, na época de D. João VI. Taunay recebeu esmerada educação intelectual e artística e fez o curso de Ciências e Letras do colégio Pedro II, ingressando depois na Escola Militar. Em 1865, como segundo-tenente, foi convocado para a Guerra do Paraguai, integrando a comissão de engenheiros. Participou da expedição de Mato Grosso (1865-1868), que se tornou famosa pelo dramático episódio da Retirada da Laguna, quando as tropas brasileiras, desmanteladas, abandonaram o campo de batalha fustigadas pelos soldados paraguaios. Taunay descreveu esse episódio no livro A Retirada de Laguna, publicado em 1874. Em 1870, com o fim da guerra, ingressou no quadro de professores da Escola Militar, lecionando Geologia e Mineralogia. Dedicou-se também à literatura, produzindo bastante (contos, romances, ensaios, peças de teatro), mas foi com o romance Inocência, publicado em 1872, que inscreveu seu nome na história da literatura brasileira. Participou da vida política, tendo sido deputado, senador e presidente das províncias de Santa Catarina e do Paraná. Foi agraciado pelo imperador com o título de visconde. Monarquista, RESENHA O romance Inocência é considerado uma obraprima da literatura regionalista do século XIX. O interior do Brasil, com seus tipos humanos característicos e suas rígidas normas de comportamento social e familiar, constituía uma fonte de grande interesse para os escritores românticos. E é numa região rústica do interior do atual Estado de Mato Grosso do Sul que transcorre a história da jovem Inocência. Nessa região, há hoje uma pequena cidade chamada Inocência, em homenagem à heroína do romance de Taunay. Única filha de Martinho dos Santos Pereira, um mineiro viúvo que vive num sítio isolado, Inocência se apaixona por Cirino, um prático de farmácia que se fazia passar por médico e que é levado à casa da jovem para tratar de sua saúde. Apesar de viver praticamente reclusa no fundo da casa, os breves contatos com Cirino, por ocasião das consultas médicas, despertam em Inocência a chama da paixão, no que é correspondida pelo rapaz. Os dois passam a viver um amor que lhes causa uma grande perturbação íntima, pois ela estava prometida a Manecão, um rude vaqueiro do lugar, e em hipótese nenhuma o velho Pereira 5
  • 2. no século XIX e que, até hoje, fecunda nossa literatura, produzindo de tempos em tempos obras que enriquecem nosso patrimônio literário. Taunay evita o sentimentalismo exagerado de outros escritores românticos, enquadra perfeitamente a história no contexto dos costumes sertanejos, dando-lhe um tom verossímil que envolve o leitor do começo ao fim. Bom conhecedor da região e observador atento, Taunay descreve o espaço com detalhes realistas e explora muito bem a linguagem pitoresca dos personagens, dando fluidez e sabor aos diálogos. O tema é romântico por excelência — a morte por amor –– , mas também é a expressão de uma visão crítica dos antiquados costumes sociais brasileiros, sobretudo do interior do país, e do autoritarismo desmedido dos pais. A atualidade ou não dessas críticas pode render bons debates em sala de aula. logo alcançou granLançado em 1872, de popularidade e é reconhecido pela crítica moderna como um dos melhores romances regionalistas do século XIX. estaria disposto a desconsiderar o compromisso. Antes ver a filha morta do que ter a “honra” manchada. Esse é o rígido código moral da sociedade, que impede a realização do amor entre Cirino e Inocência. Além de Cirino, encontrava-se de passagem na casa de Pereira um naturalista alemão chamado Meyer, que viajava pelo sertão em busca de novas espécies de insetos, principalmente borboletas. Vindo de uma sociedade européia com hábitos diferentes, principalmente com relação à participação da mulher na vida social, e ignorando os preconceitos que marcavam a vida familiar sertaneja, Meyer, na sua franqueza ingênua, expressa várias vezes sua admiração pela beleza de Inocência, despertando a preocupação de Pereira, que passa a vigiá-lo como se ele fosse um perigoso sedutor. Assim fazendo, no entanto, dá oportunidade a Cirino de comunicar-se mais facilmente com Inocência. Com a partida de Meyer, as coisas se complicam para os namorados. A data do casamento de Inocência com Manecão se aproxima. Ela já recuperou a saúde e Cirino fica sem pretextos para vêla. Instruído por Inocência, Cirino vai à procura do padrinho dela para pedir-lhe que interceda, mas, enquanto está fora, o namoro é descoberto: Tico, um anão que servia Inocência como um cão fiel, espreita Cirino e descobre suas intenções, contando tudo a Pereira. Manecão, enfurecido, sai atrás de Cirino e mata-o numa estrada deserta. No epílogo, o narrador descreve a festa com que Meyer foi recebido em sua cidade, onde foi tratado como um herói pelo resultado de suas viagens científicas pela América do Sul e, sobretudo, pela novidade que trazia: um espécime novo e maravilhoso de borboleta, , em hobatizado por ele de menagem à beleza da jovem que conhecera em terras brasileiras. Quanto a Inocência, diz o narrador, “exatamente nesse dia dois anos fazia que seu gentil corpo fora entregue à terra, no imenso sertão de Santana do Parnaíba, para aí dormir o sono da eternidade”. Inocência QUADRO-SÍNTESE Gênero: romance Palavras-chave: amor, crítica social, relações familiares, violência Áreas envolvidas: Língua Portuguesa Temas transversais: Pluralidade cultural Público-alvo: jovem adulto Papilio Innocentia PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura 1. Verificar o significado que os alunos atribuem ao adjetivo (festa regional, comida regional, literatura regional etc.). regional COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA 2. Propor uma discussão sobre as diferenças de O romance faz parte da tendência regionalista que se manifestou na prosa brasileira comportamento social que podemos observar entre as diversas regiões do Brasil. Conforme o Inocência 6