O documento resume a 2a fase do Modernismo Brasileiro entre 1930-1945, caracterizada por:
1) Romances que promoveram o encontro entre autores e o povo brasileiro através de obras regionalistas;
2) Escritores como Rachel de Queiroz e Jorge Amado retrataram a vida dos excluídos da sociedade brasileira de forma realista;
3) Obras consagradas do período incluem Vidas Secas de Graciliano Ramos e Capitães de Areia de Jorge Amado.
2. CARACTERÍSTICAS:
• Na prosa:
• Alargava a sua área de interesse ao incluir
preocupações novas de ordem política, social,
econômica, humana e espiritual.
• A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a
seriedade da alma, propósitos e meios.
• O romance dessa época promoveu o encontro do
autor com seu povo, havendo uma busca do
homem brasileiro em diversas regiões, tornando
o regionalismo importante.
3. Sua literatura caracteriza-
se, a princípio, pelo caráter
regionalista e sociológico,
com enfoque psicológico,
que tende a se valorizar e
a aprofundar-se à
proporção que sua obra
amadurece.
Seu estilo é conciso e
descarnado, sua
linguagem fluente, seus
diálogos vivos e acessíveis,
o que resulta numa
narrativa dinâmica e
enxuta.
RACHEL DE QUEIROZ
4. O QUINZE
O romance se dá em dois planos, um
enfocando o vaqueiro Chico Bento e
sua família, o outro a relação afetiva
de Vicente, rude proprietário e
criador de gado, e Conceição, sua
prima culta e professora.
"Lá se tinha ficado o Josias, na
sua cova à beira da estrada, com
uma cruz de dois paus amarrados,
feita pelo pai. Ficou em paz. Não
tinha mais que chorar de fome,
estrada afora. Não tinha mais alguns
anos de miséria à frente da vida,
para cair depois no mesmo buraco, à
sombra das mesma cruz."
5. Suas obras são de estilo
conciso, sintético; deixa de
lado o sentimentalismo a
favor da objetividade e da
clareza.
Linguagem enxuta e
impessoal, descreve os tipos
e as paisagens do nordeste,
mas enfocando os
problemas existentes.
Em romances, como: São
Bernardo, Angústia e Vidas
Secas, revela o perfil
psicológico e sociopolítico
vivido pelos personagens.
GRACILIANO RAMOS
6. VIDAS SECAS
A obra retrata a vida miserável de uma família
de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de
tempos em tempos para áreas menos castigadas
pela seca. O livro possui 13 capítulos
independentes, menos o primeiro, "Mudança", e o
último, "Fuga“.
“E andavam para o Sul, metidos naquele sonho.
Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes Os
meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e
necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como
uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia.
Que iriam fazer? Retardaram-se temerosos.
Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada,
ficariam presos nela. E o sertão continuaria a
mandar gente para lá. O sertão mandaria para a
cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá
Vitória e os dois meninos."
7. Adotou um modo de narrar que
alia o lirismo ao documento, à
crítica social.
A linguagem se caracteriza pela
simplicidade e pelo tom coloquial
e popular.
Destaca o pobre, o negro, os
marginalizados, enfim, todos os
excluídos da sociedade, e os
apresenta de modo diferente,
narrando-lhes a vida, os
pensamentos, os desejos,
ressaltando que estes também
são humanos.
O romancista também retratou
costumes e as festas populares.
O cenário é, normalmente, a zona
urbana ou de plantação de cacau
ou café da Bahia.
JORGE AMADO
8. CAPITÃES DE AREIA
O romance, que retrata o cotidiano de um grupo
de meninos de rua, procura mostrar não apenas
os assaltos e as atitudes violentas de sua vida
bestializada, mas também as aspirações e os
pensamentos ingênuos, comuns a qualquer
criança.
“O Sem-Pernas convidou a todos para irem
ver o carrossel na outra noite, quando o
acabariam de armar. [...] Naquele momento todos
os pequenos corações que pulsavam no trapiche
invejaram a suprema felicidade do Sem-Pernas.
Até mesmo Pirulito, que tinha quadros de santos
na sua parede, até mesmo João Grande, que
nessa noite iria com o Querido-de-Deus ao
candomblé de Procópio, no Matutu, até mesmo o
Professor, que lia livros, e quem sabe se também
Pedro Bala, que nunca tivera inveja de nenhum
porque era o chefe de todos?”
9. Sua obra se caracteriza pela
denúncia sócio política, pela
sua sensibilidade e
autenticidade em falar de
modo realista dos fatos da
vida, pela forma como
retratava a vida, os costumes
e até a oralidade do povo
nordestino que vivia nos
engenhos de cana-de-açúcar.
O conjunto de sua obra
representa o declínio do
Nordeste canavieiro, o qual é
descrito por ele como por
nenhum outro.
JOSÉ LINS DO REGO
10. MENINO DE ENGENHO
A narrativa se dá em 1ª pessoa e o menino
Carlos conta suas peripécias no Engenho Santa
Rosa, retratando fielmente a vida de todos
aqueles que povoavam as fazendas que
cultivavam cana-de-açúcar, apontando suas
tensões sociais envolvidas em um ambiente de
tristeza e decadência. É o primeiro livro do ciclo
da cana-de-açúcar, publicado em 1932.
“Era um menino triste. Gostava de saltar com
os meus primos e fazer tudo o que eles faziam.
Metia-me com os moleques por toda a parte.
Mas, no fundo, era um menino triste. Às vezes
dava para pensar comigo mesmo, e solitário
anadava por debaixo das árvores da horta,
ouvindo sozinho a cantoria dos pássaros. [...]
Pensava então naquilo que junto de gente eu
não podia pensar. Já estava no engenho há
mais de quatro anos. Mudara muito desde que
viera de Recife.”
11. - Registro do cotidiano da
vida urbana de Porto
Alegre
- Apresentação de
problemas morais, sociais
e humanos
- Formação do Rio Grande
do Sul desde as suas
origens (no século XVIII)
até 1946.
- Temas políticos e de
engajamento social.
ÉRICO VERÍSSIMO
12. O TEMPO E O VENTO
É uma série literária. Dividido em O
Continente (1949) , O Retrato(1951) e O
Arquipélago (1961), o romance conta uma
parte da história do Brasil vista a partir do Sul -
da ocupação do "Continente de São Pedro"
(1745) até 1945 (fim do Estado Novo), através
da saga das famílias Terra e Cambará.
“Maneco apagou a lamparina, e a luz
alaranjada ali dentro da cabana de repente se
fez cinzenta e como que mais fria. As sombras
desapareceram do pano onde Ana tinha fito o
olhar. Ela então ficou vendo apenas o que
havia nos seus pensamentos. Seus irmãos
tinham levado Pedro para bem longe; três
cavalos e três cavaleiros andando na noite.
Pedro não dizia nada, não fazia nenhum gesto,
não procurava fugir, sabia que era seu destino
ser morto e enterrado ao pé de uma árvore.”