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A Escravidão – Índios e Negros
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2010.
As razões da opção pelo escravo africano foram muitas. É melhor não falar em causas, mas
em conjunto de fatores. A escravidão do índio chocou-se com uma série de inconvenientes, tendo
em vista aos fins da colonização. Os índios tinham uma cultura incompatível com o trabalho
intensivo e regular e mais ainda compulsório, como pretendido pelos europeus. Não eram vadios
ou preguiçosos. Apenas faziam o necessário para garantir sua subsistência, o que era difícil em
uma época de peixes abundantes, frutas e animais. Muito de sua energia e imaginação era
empregada nos rituais, nas celebrações e nas guerras. As noções de trabalho contínuo ou do que
chamaríamos de produtividade eram totalmente estranhas a eles.
Podemos distinguir duas tentativas básicas de sujeição dos índios por parte dos portugueses.
Uma delas, realizada pelo colonos segundo um frio cálculo econômico, consistiu na escravidão
pura e simples. A outra foi a tentada pelas ordens religiosas, principalmente pelos jesuítas, por
motivos que tinham a ver com suas concepções missionárias. Ela consistiu no esforço em
transformar os índios, através do ensino, em “bons cristãos”, reunindo-os em pequenos povoados
ou aldeias. Ser “bom cristão”significava também adquirir os hábitos de trabalho dos europeus,
com o que se criaria um grupo de cultivadores indígenas flexível às necessidades da colônia.
Os índios resistiram às várias formas de sujeição, pela guerra, pela fuga, pela recusa ao
trabalho compulsório. Em termos comparativos, as populações indígenas tinham melhores
condições de resistir do que os escravos africanos. Enquanto estes se viam diante de um
território desconhecido onde eram implantados à força, os índios se encontravam em sua casa.
Outro fator importante que colocou em segundo plano a escravidão dos índios foi a catástrofe
demográfica. As epidemias produzidas pelo contato com os brancos liquidaram milhares de
índios. Eles foram vítimas de doenças como sarampo, varíola, gripe, para as quais não tinham
defesa biológica.
Não por acaso, a partir da década de 1570 incentivou-se a importação, e a Coroa começou a
tomar medidas através de várias leis, para tentar o morticínio e a escravização desenfreada dos
índios. Escravizavam-se índios em decorrência de “guerras justas”, isto é, guerras consideradas
defensivas ou como punição pela prática da antropofagia.
Os colonizadores tinham conhecimento das habilidades dos negros, sobretudo por sua rentável
utilização na atividade açucareira das ilhas do Atlântico. Muitos escravos provinham de culturas
E. E. M. Jacó Anderle
Disciplina: História
Série: 2
Professora: Juliana Darós dos
Santos Duccini
Aluno(a) Data: 22/04/14
em que trabalhos com ferro e a criação de grado eram usuais. Sua capacidade produtiva assim
bem superior à do indígenas. Estima-se que entre 1550 e 1855 entraram pelos portos brasileiros
4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino.

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  • 1. A Escravidão – Índios e Negros FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2010. As razões da opção pelo escravo africano foram muitas. É melhor não falar em causas, mas em conjunto de fatores. A escravidão do índio chocou-se com uma série de inconvenientes, tendo em vista aos fins da colonização. Os índios tinham uma cultura incompatível com o trabalho intensivo e regular e mais ainda compulsório, como pretendido pelos europeus. Não eram vadios ou preguiçosos. Apenas faziam o necessário para garantir sua subsistência, o que era difícil em uma época de peixes abundantes, frutas e animais. Muito de sua energia e imaginação era empregada nos rituais, nas celebrações e nas guerras. As noções de trabalho contínuo ou do que chamaríamos de produtividade eram totalmente estranhas a eles. Podemos distinguir duas tentativas básicas de sujeição dos índios por parte dos portugueses. Uma delas, realizada pelo colonos segundo um frio cálculo econômico, consistiu na escravidão pura e simples. A outra foi a tentada pelas ordens religiosas, principalmente pelos jesuítas, por motivos que tinham a ver com suas concepções missionárias. Ela consistiu no esforço em transformar os índios, através do ensino, em “bons cristãos”, reunindo-os em pequenos povoados ou aldeias. Ser “bom cristão”significava também adquirir os hábitos de trabalho dos europeus, com o que se criaria um grupo de cultivadores indígenas flexível às necessidades da colônia. Os índios resistiram às várias formas de sujeição, pela guerra, pela fuga, pela recusa ao trabalho compulsório. Em termos comparativos, as populações indígenas tinham melhores condições de resistir do que os escravos africanos. Enquanto estes se viam diante de um território desconhecido onde eram implantados à força, os índios se encontravam em sua casa. Outro fator importante que colocou em segundo plano a escravidão dos índios foi a catástrofe demográfica. As epidemias produzidas pelo contato com os brancos liquidaram milhares de índios. Eles foram vítimas de doenças como sarampo, varíola, gripe, para as quais não tinham defesa biológica. Não por acaso, a partir da década de 1570 incentivou-se a importação, e a Coroa começou a tomar medidas através de várias leis, para tentar o morticínio e a escravização desenfreada dos índios. Escravizavam-se índios em decorrência de “guerras justas”, isto é, guerras consideradas defensivas ou como punição pela prática da antropofagia. Os colonizadores tinham conhecimento das habilidades dos negros, sobretudo por sua rentável utilização na atividade açucareira das ilhas do Atlântico. Muitos escravos provinham de culturas E. E. M. Jacó Anderle Disciplina: História Série: 2 Professora: Juliana Darós dos Santos Duccini Aluno(a) Data: 22/04/14
  • 2. em que trabalhos com ferro e a criação de grado eram usuais. Sua capacidade produtiva assim bem superior à do indígenas. Estima-se que entre 1550 e 1855 entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino.