O documento discute conceitos epidemiológicos como risco, fatores de risco e cálculos de risco. Define risco como a probabilidade de desenvolver uma doença, e discute os tipos de risco - risco absoluto, risco relativo e risco atribuível - e como eles são calculados. Também classifica diferentes tipos de fatores de risco e explica como a identificação de fatores de risco pode apoiar o planejamento de saúde.
2. Revisando...
“os usos da epidemiologia são: 1)
diagnóstico da situação de
saúde; 2)
OBJETIVOS APLICAÇÕES USOS (Morris, 1987)
Descrever a distribuição e a
magnitude dos problemas de
saúde das populações
humanas.
Descrever as condições
de saúde da população.
• Realização de estudos históricos
da doença;
• Identificação de síndromes.
Proporcionar dados essenciais
para planejamento, execução e
avaliação das ações de
prevenção, controle e
tratamento das doenças, bem
como para estabelecer
prioridades.
Realizar planejamento
em saúde
• Diagnóstico de saúde da
comunidade,
• Avaliação do funcionamento dos
serviços de saúde
• Estabelecimento de riscos e
probabilidades individuais de
sofrer agravos à saúde.
Identificar fatores etiológicos
na gênese das enfermidades.
Identificar quais são os
fatores determinantes
da situação de saúde .
• Busca das causas da doença
• Complementação do quadro
clínico
5. Conceito de risco
É a probabilidade de
um membro de uma
população definida
desenvolver uma dada
doença em um
período de tempo.
ALMEIDAFILHO, 1989 apud CASTELO-BRANCO, 2019
6. Perguntas a serem realizadas
● Todos indivíduos expostos a determinado fator de
risco adoecem?
● Indivíduos expostos podem não adoecer?
● Indivíduos podem ficar doentes sem terem sido
expostos?
● E aqueles que não se expõem e nem ficam
doentes?
8. Exemplos
Altos níveis de colesterol
sérico e estresse
IAM
Disseminação de Legionela
pneumophila através do
sistema de ar condicionado
e ventilação
Pneumonia
nos EUA
Quanto mais se vive
perigosamente, maiores
as chances de morte
precoce.
Morte
prematura
Contato com lesões
presentes em vacas
Varíola bovina
9. Classificação
dos fatores
de risco
B
• FATORES BIOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS
• Sexo, idade, peso, densidade óssea
• Tabagismo, excesso de álcool, inatividade física, sexo desprotegido
E
• FATORES DE ENTORNO (AMBIENTAIS)
• Acesso a água potável, qualidade do ar, saneamento básico, riscos no
local de trabalho.
I
• FATORES IMUNOLÓGICOS
• Ausência de vacinação; excesso de higiene.
N
• FATORES NUTRICIONAIS
• Desnutrição, obesidade, consumo elevado de açúcar, sal e gordura
saturada.
G
• FATORES GENÉTICOS
• Anemia falciforme, lupus, distrofia muscular.
S
• FATORES SOCIAIS, ESPIRITUAIS E SERVIÇOS DE SAÚDE
• Pobreza, baixo nível educacional
• Significado e propósito da vida, acesso ao perdão,
• Uso indiscriminado de antibióticos, negligência, imprudência e imperícia;
excesso de procedimentos.
11. A identificação do fator de risco,
que não necessariamente é a
causa da doença, possibilita a
instituição de programas de
prevenção primária com a meta
de reduzir a exposição da
população ao fator de risco
evidenciado.
12. Risco absoluto – RA (taxa de incidência)
● Avalia a magnitude da doença e possibilita seu monitoramento no tempo;
● Mostra quantos casos novos da doença aparecem no grupo, em um dado
período;
● Indica, para um membro daquele grupo, a probabilidade que
tem de ser acometido por um dado agravo à saúde, em um período
especificado.
● O risco absoluto mostra a probabilidade de ocorrência de um agravo na
população no futuro, baseado em dados do passado.
13. Exemplo - RA
● Em 2017, a população residente no Pará, estimada pelo IBGE,
totalizou 8.366.628 habitantes. Neste mesmo ano ocorreram
7.779 casos de Dengue. Logo, a taxa de incidência (I) de
Dengue ou o risco absoluto (RA) de contrair a doença no Pará
em 2017 foi de:
RA = 7.779 X 100.000 = 93,0 casos para cada 100.00 hab.
8.366.628
14. Exemplo 2 - RA
● Em 2018, a população residente no Pará, estimada pelo IBGE
totalizou 8.513.497. Neste mesmo ano ocorreram 740 casos
de Câncer de mama (de acordo com estimativas do INCA), ou
seja, a taxa de incidência (I) de Câncer de mama ou o risco
absoluto (RA) de contrair a doença no Pará em 2018 foi de:
RA = 740 x 100.000 = 8,69 casos para cada 100.000 hab.
8.513.497
15. Risco relativo (RR)
● É uma razão entre dois coeficientes de incidência.
● Informa quantas vezes o risco é maior em um grupo, quando
comparado a outro.
Interpretação
RR = 1 Não existe associação entre a
exposição e a doença ou evento.
RR > 1 O risco em pessoas expostas é maior
do que em não expostas. Existe
associação entre exposição e doença
ou evento, indica associação causal.
RR <1 O risco nos expostos é menor do que
em não expostos. Indica efeito protetor
da exposição estudada sobre aquela
doença
17. O risco relativo é a probabilidade de
DAC ocorrer nos expostos com nível
sérico do colesterol total ≥225mg/dL,
comparada com a probabilidade de
DAC ocorrer em não expostos,
considerado no exemplo.
18. Risco atribuível (à exposição) - RAT
● Indica a diferença de incidências entre os dois grupos, diferença que
é atribuída à exposição ao fator de risco.
● Expressa o excesso de incidência de um evento em razão de um
fator de risco.
● Assim, se a incidência da doença dependesse de um único fator, o
risco atribuível seria 100%.
20. Risco atribuível populacional (RAp)
● Se um fator de risco apresentar frequência alta na população, o
maior número de expostos poderá desencadear mais doença,
portanto, a frequência do fator de risco na população afeta a medida
do risco.
● Para avaliar o risco em uma determinada população, utiliza-se o
risco atribuível na população (RAp):
23. Exemplo RAp
Isso significa que um
programa de redução
dos níveis de colesterol
reduziria 11 casos de
DAC para cada 1000
habitantes.
24. ● CASTELO-BRANCO, S. EPIDEMIOLOGIA E O CONCEITO
DE RISCO. PARÁ: UFPA; UNASUS, 2019.
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1375
4.
● CASTIEL, L.D.; RIVERA, F.J.U. Planejamento em Saúde
e Epidemiologia no Brasil: casamento ou divórcio?
Cad. Saúde Pública, n. 1, v. 4 , Dez 1985. Disponível
em: https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1985000400005
● PEREIRA, M.G. Epidemiologia: teoria e prática.
[Reimpr.]. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018.
Referências bibliográficas
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