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Validade e Confiabilidade em
Epidemiologia
Carlito Lopes Nascimento Sobrinho
Professor Pleno DSAU/UEFS
Validade
 Válido
 (adjetivo do latim validus) = 1. aquilo que
tem valor; 2. forte, vigoroso, robusto,
potente, rijo; 3. querido, estimado, prezado,
confiável. (Laudelino Freire, Grande e Novíssimo Dicionário da
Língua Portuguesa, José Olímpio Editora, Volume II, 3 edição, Rio de
Janeiro, 1957).
Validade
 Erro
 (do latim errar) = 1. ação de errar; 2.
desacerto, inexatidão, extraviar (deslocar do
caminho certo, reto, legal, honesto); 3.
ilusão, engano, doutrina falsa. (Laudelino Freire,
Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, José Olímpio
Editora, Volume II, 3 edição, Rio de Janeiro, 1957).
Validade
 Tipos de Validade
 Interna  diz se as conclusões de uma
investigação são corretas para a população
ou amostra;
 Externa  diz se as conclusões de uma
investigação, cujos dados foram obtidos de
uma amostra, são aplicáveis à população de
referência;
Validade
 Tipos de Validade
 Interna  diz respeito ao método de coleta de
dados e a análise e interpretação dos resultados
obtidos;
 1. comparabilidade dos grupos estudados; 2. precisão da
técnica diagnóstica utilizada; 3. precisão dos instrumentos
utilizados (equipamentos de coleta de dados); 4. treinamento
da equipe de coleta; 5. precisão na digitação dos dados
coletados; 6. discussão e interpretação adequada dos resultados
obtidos etc.
Validade
 Tipos de Validade
 Externa  diz respeito ao cálculo amostral,
as técnicas de amostragem e a estratégia
para a seleção dos componentes da amostra;
 1. Obediência as regras bem estabelecidas de amostragem
estatística; 2. representatividade da amostra estudada em
relação a população de referência; 3. estratégia de busca dos
sujeitos selecionados na amostra.
Validade
 Viés Metodológico
 Viés = erro sistemático, vício, tendenciosidade,
desvio, distorção ou bias (do original inglês)
introduzido em qualquer fase de um estudo;
 “Qualquer tendência na coleta, análise, interpretação,
publicação ou revisão de dados, que induz a conclusões
sistematicamente diferentes da verdade”
 Pereira, 1995
Validade
 Tipos de Erros
 Erro sistemático, vício, tendenciosidade, desvio,
distorção ou bias (do original inglês) introduzido em
qualquer fase de um estudo (previsível);
 Erro aleatório, vício, tendenciosidade, desvio,
distorção ou bias (do original inglês) introduzido em
qualquer fase de um estudo (imprevisível);
Validade
 Viés Metodológico
 Viés de Seleção  erro na identificação da população alvo; erro
amostral (cálculo, técnica amostral ou estratégia de busca dos
sujeitos da amostra); perda ou recusa dos sujeitos da amostra;
 Viés de Aferição  erro na definição diagnóstica, erro de
medida (equipe ou parâmetro de medida inadequado), erro de
calibração de equipamento, erro na digitação dos dados, etc.;
 Viés de Confundimento  erro na análise ou interpretação dos
resultados;
Validade
 Viés de Seleção  Fontes de Erro
 População de referência não adequada para os objetivos da
investigação;
 Tamanho da amostra insuficiente;
 Falha na estratégia de seleção da amostra;
 Perdas na amostra;
 Recusas na amostra (não-respostas de alguns participantes);
 Amostra selecionada não apresenta equivalência com a
população de referência (representatividade).
Validade
 Viés de Aferição  Fontes de Erro
 Definição inadequada das variáveis estudadas (caso ou
exposição);
 Baixa validade dos instrumentos de coleta de dados
(instrumentos inadequados para a mensuração – equipamentos
para medição ou instrumentos/questionários);
 Uso inadequado de instrumentos apropriados;
 Preparação inadequada dos investigadores;
 Respostas equivocadas dos sujeitos da pesquisa.
Validade
 Viés de Confundimento  Fontes de Erro
 Desconconsiderar fatores de confundimento;
 Desconconsiderar fatores de interação;
 Análise estatística inadequada;
 Interpretação inadequada dos resultados.
Validade
 Controle de Erros Metodológicos
 Fase de Planejamento;
 Fase de Execução;
 Fase de Análise dos Dados;
Validade
 Controle de Erros Metodológicos
 Fase de Planejamento;
 1. Questão de investigação (? / Qual a prevalência?);
 2. Objetivos do estudo (Estimar a Prevalência);
 3. Qual o desenho de estudo (descritivo/analítico);
 4. Estudo populacional ou amostral (cálculo/técnica amostral);
 5. Variáveis estudadas (exposição/desfecho – modelo explicativo);
 6. Como medir as variáveis (atributos);
 7. Instrumentos/equipamentos utilizados;
 8. Calibragem dos equipamentos / Validade dos instrumentos;
 9. Treinamento dos investigadores/pesquisadores;
Validade
 Controle de Erros Metodológicos
 Fase de Planejamento;
 10. Elaboração de manual de coleta de dados;
 11. Realização de Piloto;
 12. Construção do Banco de dados;
 13. Digitação dos dados coletados;
 14. Plano de análise descritiva dos dados coletados;
 15. Plano de análise bivariada dos dados (Medida de Associação);
 16. Plano de análise de interação e confundimento;
 17. Plano de Inferência estatística;
 18. Aspectos éticos;
Validade
 Controle de Erros Metodológicos
 Fase de Execução;
 1. Estratégia de coleta de dados (minimizar perdas e recusas);
 2. Instrumentos/equipamentos utilizados;
 3. Calibragem dos equipamentos / Validade dos instrumentos;
 4. Treinamento dos investigadores/pesquisadores;
 5. Elaboração de manual de coleta de dados;
 6. Realização do Piloto;
 7. Avaliação do Instrumento de coleta de dados;
 8. Avaliação do processo de coleta de dados (controle de qualidade);
Validade
 Controle de Erros Metodológicos
 Fase de Execução;
 9. Construção do Banco de dados;
 10. Treinamento dos digitadores;
 11. Digitação dos dados coletados;
 12. Avaliação de erros de digitação dos dados;
 13. Execução do plano de análise dos dados;
 14. Execução dos aspectos éticos;
Validade
 Controle de Erros Metodológicos
 Fase de Análise;
 1. Análise descritiva dos dados coletados (Frequência das variáveis
categóricas/Medidas de Tendência Central e Dispersão das variáveis
numéricas);
 2. Elaboração de um modelo de análise (modelo de associação);
 3. Análise bivariada dos dados (Medida de Associação);
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multivariada) (?);
 5. Inferência estatística (?);
 6. Discussão e interpretação dos resultados obtidos;
Validade
 reprodutibilidade (confiabilidade, fidedignidade,
repetibilidade ou precisão; em inglês: reproducibility,
reliability, stability, precision) que se refere a
consistência de resultados quando a medição ou
exame se repete (entre um mesmo examinador;
entre diferentes examinadores).
Validade
 Reprodutibilidade
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 Indicador Geral de Concordância  Kappa “k”
 Kappa “k” informa a proporção de concordância além
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Validade
 Reprodutibilidade
 Kappa “k”
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Validade
 Reprodutibilidade
 Variáveis Expressas em Números (contínuas);
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 Coeficiente de Variação  S /   100 (%);
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Validade
 Validade (acuidade, acurácia ou exatidão; em
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que o exame é apropriado para medir o verdadeiro
valor daquilo que é medido, observado ou
interpretado .
Validade
 Validade em Relação a um Padrão de
Referência
 Sensibilidade;
 Especificidade;
 Valor Preditivo Positivo;
 Valor Preditivo Negativo;
 Taxa de Classificação Correta (concordância);
Validade
 Validade em Relação a um Padrão de
Referência
 Sensibilidade  capacidade de um teste para
identificar os verdadeiros positivos (Doentes);
 (VP/VP+FN)  100  FN = 0  VP/VP = 1 
 Sensibilidade = 100%;
Validade
 Validade em Relação a um Padrão de
Referência
 Especificidade  capacidade de um teste para
identificar os verdadeiros negativos (Saudáveis);
 (VN/VN+FP)  100  FP = 0  VN/VN = 1 
 Especificidade = 100%;
Validade
 Validade em Relação a um Padrão de
Referência
 Valor Preditivo Positivo (VPP)  capacidade de
um teste em identificar possíveis doentes entre os
positivos;
 (VP/VP+FP)  100  FP = 0  VP/VP = 1 
 VPP = 100%;
Validade
 Validade em Relação a um Padrão de
Referência
 Valor Preditivo Negativo (VPN)  capacidade de
um teste em identificar possíveis saudáveis entre os
negativos;
 (VN/VN+FN)  100  FN = 0  VP/VP = 1 
 VPN = 100%;
Validade
 Validade em Relação a um Padrão de
Referência
 Taxa de Classificação Correta (TCC)  taxa de
concordância entre os testes;
 (VP+VN/VN+FN+VP+FP)  100  FN = 0  FP = 0
 VP/VP = 1 
 TCC = 100%;
Referências
 Medronho, RA. Epidemiologia. 2 Edição. Editora Atheneu.
São Paulo, 2009.
 Pereira, MG. Epidemiologia Teoria e Prática. 3 Edição,
Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 2005..

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Validade e confiabilidade em estudos epidemiológicos

  • 1. Validade e Confiabilidade em Epidemiologia Carlito Lopes Nascimento Sobrinho Professor Pleno DSAU/UEFS
  • 2. Validade  Válido  (adjetivo do latim validus) = 1. aquilo que tem valor; 2. forte, vigoroso, robusto, potente, rijo; 3. querido, estimado, prezado, confiável. (Laudelino Freire, Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, José Olímpio Editora, Volume II, 3 edição, Rio de Janeiro, 1957).
  • 3. Validade  Erro  (do latim errar) = 1. ação de errar; 2. desacerto, inexatidão, extraviar (deslocar do caminho certo, reto, legal, honesto); 3. ilusão, engano, doutrina falsa. (Laudelino Freire, Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, José Olímpio Editora, Volume II, 3 edição, Rio de Janeiro, 1957).
  • 4. Validade  Tipos de Validade  Interna  diz se as conclusões de uma investigação são corretas para a população ou amostra;  Externa  diz se as conclusões de uma investigação, cujos dados foram obtidos de uma amostra, são aplicáveis à população de referência;
  • 5. Validade  Tipos de Validade  Interna  diz respeito ao método de coleta de dados e a análise e interpretação dos resultados obtidos;  1. comparabilidade dos grupos estudados; 2. precisão da técnica diagnóstica utilizada; 3. precisão dos instrumentos utilizados (equipamentos de coleta de dados); 4. treinamento da equipe de coleta; 5. precisão na digitação dos dados coletados; 6. discussão e interpretação adequada dos resultados obtidos etc.
  • 6. Validade  Tipos de Validade  Externa  diz respeito ao cálculo amostral, as técnicas de amostragem e a estratégia para a seleção dos componentes da amostra;  1. Obediência as regras bem estabelecidas de amostragem estatística; 2. representatividade da amostra estudada em relação a população de referência; 3. estratégia de busca dos sujeitos selecionados na amostra.
  • 7. Validade  Viés Metodológico  Viés = erro sistemático, vício, tendenciosidade, desvio, distorção ou bias (do original inglês) introduzido em qualquer fase de um estudo;  “Qualquer tendência na coleta, análise, interpretação, publicação ou revisão de dados, que induz a conclusões sistematicamente diferentes da verdade”  Pereira, 1995
  • 8. Validade  Tipos de Erros  Erro sistemático, vício, tendenciosidade, desvio, distorção ou bias (do original inglês) introduzido em qualquer fase de um estudo (previsível);  Erro aleatório, vício, tendenciosidade, desvio, distorção ou bias (do original inglês) introduzido em qualquer fase de um estudo (imprevisível);
  • 9. Validade  Viés Metodológico  Viés de Seleção  erro na identificação da população alvo; erro amostral (cálculo, técnica amostral ou estratégia de busca dos sujeitos da amostra); perda ou recusa dos sujeitos da amostra;  Viés de Aferição  erro na definição diagnóstica, erro de medida (equipe ou parâmetro de medida inadequado), erro de calibração de equipamento, erro na digitação dos dados, etc.;  Viés de Confundimento  erro na análise ou interpretação dos resultados;
  • 10. Validade  Viés de Seleção  Fontes de Erro  População de referência não adequada para os objetivos da investigação;  Tamanho da amostra insuficiente;  Falha na estratégia de seleção da amostra;  Perdas na amostra;  Recusas na amostra (não-respostas de alguns participantes);  Amostra selecionada não apresenta equivalência com a população de referência (representatividade).
  • 11. Validade  Viés de Aferição  Fontes de Erro  Definição inadequada das variáveis estudadas (caso ou exposição);  Baixa validade dos instrumentos de coleta de dados (instrumentos inadequados para a mensuração – equipamentos para medição ou instrumentos/questionários);  Uso inadequado de instrumentos apropriados;  Preparação inadequada dos investigadores;  Respostas equivocadas dos sujeitos da pesquisa.
  • 12. Validade  Viés de Confundimento  Fontes de Erro  Desconconsiderar fatores de confundimento;  Desconconsiderar fatores de interação;  Análise estatística inadequada;  Interpretação inadequada dos resultados.
  • 13. Validade  Controle de Erros Metodológicos  Fase de Planejamento;  Fase de Execução;  Fase de Análise dos Dados;
  • 14. Validade  Controle de Erros Metodológicos  Fase de Planejamento;  1. Questão de investigação (? / Qual a prevalência?);  2. Objetivos do estudo (Estimar a Prevalência);  3. Qual o desenho de estudo (descritivo/analítico);  4. Estudo populacional ou amostral (cálculo/técnica amostral);  5. Variáveis estudadas (exposição/desfecho – modelo explicativo);  6. Como medir as variáveis (atributos);  7. Instrumentos/equipamentos utilizados;  8. Calibragem dos equipamentos / Validade dos instrumentos;  9. Treinamento dos investigadores/pesquisadores;
  • 15. Validade  Controle de Erros Metodológicos  Fase de Planejamento;  10. Elaboração de manual de coleta de dados;  11. Realização de Piloto;  12. Construção do Banco de dados;  13. Digitação dos dados coletados;  14. Plano de análise descritiva dos dados coletados;  15. Plano de análise bivariada dos dados (Medida de Associação);  16. Plano de análise de interação e confundimento;  17. Plano de Inferência estatística;  18. Aspectos éticos;
  • 16. Validade  Controle de Erros Metodológicos  Fase de Execução;  1. Estratégia de coleta de dados (minimizar perdas e recusas);  2. Instrumentos/equipamentos utilizados;  3. Calibragem dos equipamentos / Validade dos instrumentos;  4. Treinamento dos investigadores/pesquisadores;  5. Elaboração de manual de coleta de dados;  6. Realização do Piloto;  7. Avaliação do Instrumento de coleta de dados;  8. Avaliação do processo de coleta de dados (controle de qualidade);
  • 17. Validade  Controle de Erros Metodológicos  Fase de Execução;  9. Construção do Banco de dados;  10. Treinamento dos digitadores;  11. Digitação dos dados coletados;  12. Avaliação de erros de digitação dos dados;  13. Execução do plano de análise dos dados;  14. Execução dos aspectos éticos;
  • 18. Validade  Controle de Erros Metodológicos  Fase de Análise;  1. Análise descritiva dos dados coletados (Frequência das variáveis categóricas/Medidas de Tendência Central e Dispersão das variáveis numéricas);  2. Elaboração de um modelo de análise (modelo de associação);  3. Análise bivariada dos dados (Medida de Associação);  4. Análise de interação e confundimento (Análise estratificada / Análise multivariada) (?);  5. Inferência estatística (?);  6. Discussão e interpretação dos resultados obtidos;
  • 19. Validade  reprodutibilidade (confiabilidade, fidedignidade, repetibilidade ou precisão; em inglês: reproducibility, reliability, stability, precision) que se refere a consistência de resultados quando a medição ou exame se repete (entre um mesmo examinador; entre diferentes examinadores).
  • 20. Validade  Reprodutibilidade  Variáveis Expressas em Categorias;  Indicador Geral de Concordância  Kappa “k”  Kappa “k” informa a proporção de concordância além da esperada pelo acaso;
  • 21. Validade  Reprodutibilidade  Kappa “k”  < 0,00  ruim  0,00 – 0,20  fraca  0,21 – 0,40  sofrível  0,41 – 0,60  regular  0,61 – 0,80  boa  0,81 – 0,90  ótima  0,81 – 1,00  Excelente
  • 22. Validade  Reprodutibilidade  Variáveis Expressas em Números (contínuas);  Indicador de Concordância  Desvio Padrão  S =  S2 ;  Coeficiente de Variação  S /   100 (%);  Coeficiente de Correlação de Pearson “r”;  Coeficiente de Correlação intraclasse;
  • 23. Validade  Validade (acuidade, acurácia ou exatidão; em inglês: validity, accuracy) que se refere ao grau em que o exame é apropriado para medir o verdadeiro valor daquilo que é medido, observado ou interpretado .
  • 24. Validade  Validade em Relação a um Padrão de Referência  Sensibilidade;  Especificidade;  Valor Preditivo Positivo;  Valor Preditivo Negativo;  Taxa de Classificação Correta (concordância);
  • 25. Validade  Validade em Relação a um Padrão de Referência  Sensibilidade  capacidade de um teste para identificar os verdadeiros positivos (Doentes);  (VP/VP+FN)  100  FN = 0  VP/VP = 1   Sensibilidade = 100%;
  • 26. Validade  Validade em Relação a um Padrão de Referência  Especificidade  capacidade de um teste para identificar os verdadeiros negativos (Saudáveis);  (VN/VN+FP)  100  FP = 0  VN/VN = 1   Especificidade = 100%;
  • 27. Validade  Validade em Relação a um Padrão de Referência  Valor Preditivo Positivo (VPP)  capacidade de um teste em identificar possíveis doentes entre os positivos;  (VP/VP+FP)  100  FP = 0  VP/VP = 1   VPP = 100%;
  • 28. Validade  Validade em Relação a um Padrão de Referência  Valor Preditivo Negativo (VPN)  capacidade de um teste em identificar possíveis saudáveis entre os negativos;  (VN/VN+FN)  100  FN = 0  VP/VP = 1   VPN = 100%;
  • 29. Validade  Validade em Relação a um Padrão de Referência  Taxa de Classificação Correta (TCC)  taxa de concordância entre os testes;  (VP+VN/VN+FN+VP+FP)  100  FN = 0  FP = 0  VP/VP = 1   TCC = 100%;
  • 30. Referências  Medronho, RA. Epidemiologia. 2 Edição. Editora Atheneu. São Paulo, 2009.  Pereira, MG. Epidemiologia Teoria e Prática. 3 Edição, Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 2005..