O documento discute os motivos pelos quais funcionários pedem demissão e empresas demitem. Pode ser por mudanças na empresa, comportamento inadequado do funcionário ou incompatibilidade de objetivos. Manter bons funcionários é mais vantajoso do que contratar novos, desde que haja interesse mútuo. Comunicação clara sobre demissões é importante para evitar desmotivação da equipe.
1. Nome e Sobrenome nas Relações de Trabalho
O assunto demissão ronda o cotidiano de profissionais e empresas no mundo atual. Se por um lado a organização
exige bons resultados, comprometimento e pontualidade na entrega de projetos, por outro, o colaborador cobra uma
boa remuneração, espera reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e sonha com o emprego ideal. Mas afinal, quais
os reais motivos que levam o funcionário a pedir demissão? E por que as empresas demitem?
Não existe apenas um motivo para a saída de um profissional da empresa, muito pelo contrário, as justificativas são
diversas. Para Nancy Assad, consultora de comunicação estratégica, a empresa pode apresentar alguns momentos de
corte ou reestruturação, mas o que realmente define a demissão de um bom profissional é a incompatibilidade de
objetivos. “Os principais motivos, falando genericamente, são quando a empresa está em processo de mudança, ou o
funcionário tem um determinado comportamento ou atitude que não seja adequado ao ambiente organizacional e as
regras propostas”, explica.
No caso das empresas, é sempre importante que seja realizada uma avaliação do profissional, e que a análise dos
pontos positivos permita que se possa estudar, trabalhar e reverter os negativos. Em grande parte das situações,
manter o funcionário que já conhece a rotina e possui experiência em determinada área é mais vantajoso e leva menos
tempo do que começar do zero, admitindo um novo profissional. Dessa forma, é fundamental que seja realizado um
trabalho de recuperação com o colaborador mais antigo, desde que, evidentemente, haja interesses comuns e
empenho nesse sentido.
“Recuperar um profissional é mais válido, sem dúvida. Existem casos, porém, que a recuperação do profissional se
torna impossível em função da complexidade das ações que precisam ser tomadas para isso e, principalmente, em
função do tempo e recursos envolvidos que podem não justificar o custo x benefício. Fatores comportamentais são
muito demorados para ser tratados, e muitas vezes, com o mercado ofertado, a empresa se vê obrigada a renovar seus
quadros. Isso não é o ideal, mas nem tudo que é ideal é possível, por isso vai depender de cada caso”, complementa
Loris Temer, diretora administrativa da Coopercaixa.
Para Loris, o gestor tem muito envolvimento nos atos do profissional, e, além disso, acredita que antes de dispensá-lo
definitivamente, existam diversas formas de encaixá-lo nos interesses da empresa. “É responsabilidade do gestor
possibilitar ao profissional o seu crescimento no local de trabalho. Fornecer feedbacks constantes para
aperfeiçoamento e explorar do colaborador o que ele tem de melhor são algumas formas de motivação. O líder deve
ter a responsabilidade de um ‘coach’, e assim reconhecer o trabalho do funcionário, mas sempre com a preocupação
de apontar os pontos a desenvolver”.
Identificar a origem do problema pode ser uma boa opção para evitar demissões inadequadas. Quando um número
representativo de bons profissionais começa a sair da organização, é sinal de que algo está funcionando de maneira
incorreta, mas antes que isso aconteça, a empresa pode se prevenir e analisar quais dificuldades são realmente dos
colaboradores e quais erros devem ser melhorados na própria organização. “Aplicando um diagnóstico organizacional
é possível detectar onde está o problema. Esse é um trabalho realizado com todos os colaboradores por meio de
entrevistas, questionários e pesquisas, e deve ser feito por um profissional de RH que não esteja envolvido no
problema”, define Claudia Carraro, orientadora de carreiras.
A demissão de um colega de trabalho também pode acarretar na desmotivação da equipe. Muitas vezes os demais
colaboradores não entendem, ou não recebem de forma positiva a saída do profissional. Nancy acredita que uma
comunicação clara e assertiva evite esse tipo de acontecimento, e até mesmo reverta a situação deixando a equipe
com mais força de vontade e focada nos resultados. “Todos esses fatores estão ligados a comunicação transparente e
assertiva, que não justifique, mas que exponha de forma clara o porquê aquela demissão foi realizada e demonstrando
a disposição da empresa na recuperação dos funcionários, desde que eles também tenham interesse”, explica.
“Apresentando o fato desta maneira para os colaboradores, com certeza eles entenderão perfeitamente, além de se
manterem comprometidos com a causa da empresa”.
2. E quando o profissional pede pra sair?
Os profissionais também criam expectativas em relação as empresas, e quando a remuneração, benefícios ou
oportunidades oferecidas não atendem mais ao seu interesse, pedem demissão e saem em busca de novas ocupações.
Antes de tomar uma decisão definitiva, o profissional deve sempre tentar se adequar à organização, buscar novas
possibilidades de crescimento, ou até mesmo conversar diretamente com o gestor da área para amenizar situações
aparentemente sem solução. Da mesma forma, a empresa valoriza profissionais que contribuam com o
desenvolvimento e que trabalhem em direção aos objetivos da organização, portanto, é muito comum que se
preocupem em não perder bons profissionais, oferecendo possibilidades para que os mesmos repensem sobre o
pedido de demissão.
Mas além de oferecer essas possibilidades, a organização deve investir na prevenção de colaboradores qualificados.
Loris acredita que o funcionário queira se sentir reconhecido, e agir apenas quando se corre o risco de perdê-lo pode
não ser a melhor estratégia. “Com certeza a empresa deve ter como foco a manutenção e desenvolvimento de seus
talentos, mas o importante é que monitore isso de forma a não levar o profissional até o estágio de pedir as contas,
pois muitas vezes este processo se torna irreversível”, explica. “A empresa que só concede benefícios perante a um
pedido ou ameaça incentiva que outros ajam da mesma forma para obter atendimento em suas reivindicações”.
Empresas e profissionais, cercados de tantos motivos para estarem unidos ou separados, o que realmente vale é que
ambos estejam satisfeitos para que haja harmonia e se alcance resultados positivos no ambiente corporativo. “O mais
importante é que o contrato de trabalho entre uma empresa e uma pessoa seja bom para as duas partes. Dito isso,
desde que os dois estejam motivados e felizes, o trabalho será perfeito, o que eliminará as chances de demissão por
parte do colaborador e da empresa”, finaliza Nancy.
Postado por: Maiara Tortorette | Publicado em: 01/04/2010 | Site: Catho OnLine
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