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ASSUNTO:
“A BUSCA PELO CORPO PERFEITO”
Texto 01
Mídia e o culto à beleza do corpo
Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo,
onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a
estética.
Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje
como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias,
apoiada num discurso que ora lança mão da questão estética, ora da preocupação
com a saúde.
Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela
distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de apresentação
– como o vestuário, higiene, cuidados com a beleza etc. – como os mais
importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos.
Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com o corpo, com
a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados basicamente
pelo processo de massificação das mídias a partir dos anos 1980, onde o corpo
ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos. Não por acaso que foi
nesse período que surgiram as duas maiores revistas brasileiras voltados para o
tema: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987).
Contudo, foi o cinema de Hollywood que ajudou a criar novos padrões de
aparência e beleza, difundindo novos valores da cultura de consumo e projetando
imagens de estilos de vida glamorosos para o mundo inteiro.
Da mesma forma, podemos pensar em relação à televisão, que veicula
imagens de corpos perfeitos através dos mais variados formatos de programas,
peças publicitárias, novelas, filmes etc. Isso nos leva a pensar que a imagem da
“eterna” juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, atravessa todas as faixas
etárias e classes sociais, compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida.
Nesse sentido, as fábricas de imagens como o cinema, televisão, publicidade,
revistas etc., têm contribuído para isso.
Os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado espaços em suas
programações cada vez maiores para apresentar novidades em setores de
cosméticos, de alimentação e vestuário. Propagandas veiculadas nessas mídias
estão o tempo todo tentando vender o que não está disponível nas prateleiras:
sucesso e felicidade.
O consumismo desenfreado gerado pela mídia em geral foca principalmente
adolescentes como alvos principais para as vendas, desenvolvendo modelos de
roupas estereotipados, a indústria de cosméticos lançando a cada dia novos cremes
e géis redutores para eliminar as “formas indesejáveis” do corpo e a indústria
farmacêutica faturando alto com medicamentos que inibem o apetite.
Preocupados com a busca desenfreada da “beleza perfeita” e pela vaidade
excessiva, sob influência dos mais variados meios de comunicação, a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica apresenta uma estimativa de que cerca de 130 mil
crianças e adolescentes submeteram-se no ano de 2009 a operações plásticas.
Evidentemente que a existência de cuidados com o corpo não é
exclusividade das sociedades contemporâneas e que devemos ter uma especial
atenção para uma boa saúde. No entanto, os cuidados com o corpo não devem ser
de forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas.
Devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós a mesmos.
Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São
Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/a-influencia-midia-sobre-os-
padroes-beleza.htm
Texto 02
VIGOREXIA: EPIDEMIA EM CURSO NA BUSCA PELO CORPO PERFEITO
Você já ouviu falar em vigorexia? Apesar do nome não ser muito familiar,
ela é mais comum do que você imagina.
A vigorexia ou transtorno dismórfico muscular é uma doença
psicológica que se caracteriza pela insatisfação com o corpo, com a
autoimagem física. Mais comum em homens do que em mulheres, leva aqueles
à prática exaustiva de exercícios físicos, em busca do ideal do corpo
perfeito.
Essa doença provoca uma distorção da imagem que a pessoa tem de si.
Em geral, quem tem essa síndrome apresenta um corpo fisicamente forte, mas, ao
se olhar no espelho, enxerga-se como fraca - como acontece com quem tem
anorexia, mas ao contrário.
Acontece que, em busca do corpo perfeito, as pessoas acometidas pela
vigorexia acabam atacando também a parte física, já que sobrecarregam as suas
atividades físicas. A prática exagerada de exercícios podem levá-las a sentir:
- Dores musculares constantes
- Fadiga
- Ritmo cardíaco elevado, mesmo em estado de repouso
- Maior risco de infecções
- Maior risco de lesões
- Irritabilidade
- Depressão
- Insônia
- Perda de apetite
- Menor desempenho sexual
Além dos males físicos, os portadores dessa síndrome sofrem de ataques
de ansiedade e de infelicidade, já que a obsessão pelo corpo perfeito nunca é
satisfeita, pois o ideal nunca é alcançado. Isso leva essas pessoas a terem
problemas de relacionamento e profissionais.
É comum um quadro depressivo quando ocorre perda de volume muscular
por motivos como infecção, acidente limitante do exercício ou alimentação.
E os problemas não param por aí. O consumo de anabolizantes com
finalidade estética também é associada a essa síndrome e, até mesmo,
de medicamentos veterinários, sobretudo de equinos, para o ganho de massa
muscular.
Nas mulheres, além dos mesmos riscos aos quais os homens estão
expostos, os hormônios têm um efeito masculinizante, por causa da testosterona
contida nesses hormônios. Crescem pelos em lugares onde, geralmente, as
mulheres não têm, como barba, além do aumento do clitóris.
A vigorexia é uma doença séria, que pode passar sem ser notada devido
à preocupação com o corpo ser vista como algo saudável. Entretanto, quando
o cuidado com o corpo passa a ser uma obsessão, é preciso buscar ajuda
psicológica.
https://www.greenme.com.br/viver/saude-e-bem-estar/3956-vigorexia-
epidemia-busca-pelo-corpo-perfeito
Texto 03
A imagem corporal dos adolescentes: a busca pelo corpo perfeito
Fabiani de Souza Kaciava
A adolescência é uma fase do desenvolvimento do sujeito que acarreta
muitas transformações, sendo uma das fases onde a questão corporal passa a
adquirir muita e, até excessiva importância, pois findada a infância, o agora
adolescente precisa elaborar não apenas o luto dos pais da infância, mas o luto pelo
corpo infantil, que agora está criando forma, mudando. E diante dessa mudança, o
adolescente passa a ter momentos de angústia em relação ao seu corpo.
Frente a essas questões próprias da fase da adolescência, onde passa haver
uma dificuldade de fixar uma imagem nesse corpo em transformação, há outros
obstáculos impostos aos adolescentes, que é a demanda excessiva do social, da
mídia em relação à perfeição física, onde a magreza é supervalorizada.
Campagna e Souza (2006) referem que nos dias de hoje, o adolescente
diante de uma propaganda que tem uma modelo muito magra, perfeita aos padrões
de beleza impostos pela sociedade, não assimila que aquela modelo famosa, que
está magra, possa estar com algum problema e que muito menos não é perfeita,
pois a intensidade com que os meios de comunicação vêm atingindo os
adolescentes faz com que estes sujeitos, confusos diante de tantas transformações,
à procura de uma identidade, incorporem aquela modelo extremamente magra,
sem ser simbolizado.
Desta forma, o adolescente diante das transformações no seu corpo, e em
conflito com sua identidade, encontra nas modelos uma referência para sua
identidade, ou seja, a adolescente passa a idealizar aquelas modelos magras e, o
adolescente aqueles modelos musculosos, iniciando então, uma busca incessante
pelo corpo ideal, pois pensam que se ficarem com um corpo igual o das modelos
terão um reconhecimento, uma identidade.
Essa insatisfação com a imagem e a busca incessante pelo corpo ideal, faz
com que muitos adolescentes sintam-se insatisfeitos e passem a tomar
anabolizantes para criar músculos, tenham uma obsessão por academia, recorram
a cirurgias estéticas, e desenvolvam transtornos alimentares, tais como: bulimia,
anorexia e a vigorexia.
Para Fernandes (2006), a Bulimia Nervosa surge em decorrência de uma
dieta para emagrecer, desta forma, pode oc orrer o vômito autoinduzido, cuja
prevalência é de 90 % dos casos, e também o uso de laxantes, diuréticos e outras
drogas, sendo denominada bulimia do “tipo purgativo”. A bulimia do tipo não
purgativo se dá por meio de dietas, jejuns e exercícios.
O tratamento da bulimia, bem como, de outros transtornos alimentares deve
ser conduzido por uma equipe multiprofissional. A necessidade de internação nos
casos de Bulimia Nervosa está relacionada com a presença de complicações
médicas-psiquiátricas e ela é diferente da anorexia nervosa, pois neste transtorno
os pacientes conseguem manter o peso dentro do limiar de normalidade.
Já em relação à anorexia, Fernandes (2006) relata que este transtorno tem
como características principais a busca por um corpo esbelto e o medo de engordar,
por mais que o adolescente esteja muito abaixo de seu peso, ele sempre terá como
objetivo a perda de peso. No início, o sujeito começa eliminando do seu cardápio
alimentar as comidas consideradas mais gordurosas, com mais carboidratos e
passando a se alimentar apenas de frutas, verduras e água.
Outra questão relevante na anorexia nervosa é a obsessão por exercícios
físicos, ou seja, após uma refeição a anoréxica pensa que engordou um horror por
ter se alimentado de alface ou tomado um copo de água, essa sensação só se
acalma quando vai para academia fazer exercícios para perder calorias, e por mais
fraca que esteja ela precisa fazer exercícios físicos para “perder a gordura” que não
existe.
Outro transtorno consequente do social, da mídia, segundo Tommasco
(2003), é a vigorexia, cuja obsessão refere-se ao ganho de músculos e o sujeito se
vê sempre fraco. Para o mesmo autor, devido ao excesso de exercício físico, o
adolescente chega, muitas vezes, a ocasionar lesões musculares, e quando se olha
no espelho fica insatisfeito com a imagem refletida, indo então em busca do que
acha ser o corpo ideal, se espelhando no corpo dos pugilistas e modelos
musculosos. Nessa busca incessante por um corpo cheio de músculos, o
adolescente passa a ingerir anabolizantes hormonais, suplementos e, tudo o que
possa aumentar a sua massa muscular.
Desta forma, é possível ver que a obsessão pela malhação na adolescência
não ocorre apenas para emagrecer, mas também para criar músculos. E esta
obsessão não é nada mais do que o reflexo da ditadura da beleza imposta ao
adolescente, onde a mídia coloca propagandas com “corpos perfeitos”, modelos
super magras, homens extremamente musculosos, e o ex infans em crise com sua
identidade, subjetividade, e à procura de uma, passa a idealizar aquela imagem,
pois pensa que se for como tal será reconhecido, terá vantagens no grupo,
passando então, a afastar-se de sua imagem real, indo à procura do que acha ser o
corpo ideal, que é ficarem como as modelos da televisão, os pugilistas, etc., e não
percebendo as consequências que esta busca incessante pelo corpo ideal traz.
http://www.revistaportalnatural.com.br/destaques-detalhe/1/a-imagem-
corporal-dos-adolescentes-a-busca-pelo-corpo-perfeito
Texto 04
TRANSTORNOS ALIMENTARES: OS PERIGOS DA BUSCA PELO CORPO
PERFEITO
Em tempos de ano novo, verão, carnaval chegando, a busca pelo corpo
perfeito se torna mais frequente, porém pode se tornar perigosa e causar
transtornos alimentares.
De acordo com Dra. Maria Alice Fontes, psicóloga, doutora em saúde mental
pela UNIFESP e diretora da Clínica Plenamente, a causa dos transtornos
alimentares está ligada, principalmente, aos aspectos socioculturais, mas não se
pode descartar os fatores biológico, psicológicos e familiares.
“A pressão cultural por manter-se magro, seja apenas para atender à um
padrão estético ou pela exigência de certas profissões, aliada à presença de uma
baixa autoestima, tornam o indivíduo mais propenso à desenvolver um quadro de
anorexia ou bulimia”, adiciona Dra. Maria Alice.
Quanto aos aspectos biológicos, segundo a psicóloga, sabe-se que o
neurotransmissor chamado serotonina pode afetar o apetite, bem como o humor e
o controle dos impulsos. “Algumas pesquisas buscam investigar como os
transtornos alimentares podem alterar os níveis de serotonina no cérebro e,
também, a maneira que o sistema nervoso projeta informações para o corpo sobre
a fome e a saciedade. Por exemplo, a maioria das mulheres apresenta melhora do
humor e do sentimento de bem-estar depois de comerem, porém para outras com
anorexia, o não comer é que desencadeia a melhora do humor e do bem-estar”.
O que são os transtornos alimentares?
Dra. Maria Alice explica que os transtornos alimentares são caracterizados
por perturbações no comportamento alimentar, podendo levar ao emagrecimento
extremo (caquexia, devido à inadequada redução da alimentação), à obesidade
(causada pela ingestão de grandes quantidades de comida) ou outros problemas
físicos. “Os principais tipos de transtornos alimentares são a anorexia nervosa e a
bulimia nervosa e ambos têm características comuns: uma intensa preocupação
como o peso e o medo excessivo de engordar, uma percepção distorcida da forma
corporal e a autoavaliação baseada no peso e na forma física”.
Tipos de transtornos alimentares
A seguir, Dra. Maria Alice nos conta um pouco sobre alguns tipos de
transtornos alimentares.
Anorexia
A anorexia é um dos tipos de transtornos alimentares se caracteriza
principalmente pela recusa do indivíduo em manter um peso mínimo esperado para
a idade e a altura (menos de 85%) por meio da restrição do comportamento
alimentar, pelo temor excessivo em ganhar peso e pela distorção da percepção da
imagem corporal.
A perda do peso é obtida pela redução intensa da dieta alimentar.
Geralmente, no início são restritos apenas os alimentos considerados calóricos,
porém com o progresso da doença, observa-se uma dieta extremamente limitada.
O medo de engordar não é compensado pela intensa perda de peso,
havendo um aumento dessa preocupação à medida que o peso real
diminui. Algumas pessoas acreditam estar acima do peso de uma forma geral,
outras se preocupam com a gordura em partes espec íficas do corpo. Nesse sentido,
é muito comum o indivíduo se pesar com frequência, medir obsessivamente as
partes do corpo ou usar insistentemente um espelho para verificar as áreas que
percebe estarem gordas.
A autoestima da pessoa anoréxica está relacionada à forma corporal e ao
peso. Sendo assim, a perda de peso é vista como uma conquista e autodisciplina,
enquanto o ganho de peso é considerado um fracasso do autocontrole. Apesar de
alguns indivíduos reconhecerem que estão magros, eles desconsideram as
implicações que esse estado pode levar a saúde.
A amenorréia (ausência de pelo menos três ciclos menstruais) é um
importante indicador fisiológico da anorexia nervosa. Em meninas pré-púberes a
menarca pode ser retardada devido à doença.
“Muitos são os problemas fisiológicos decorrentes da anorexia nervosa e que
podem levar o indivíduo a morte. O índice de mortalidade entre pessoas com
anorexia é 12 vezes maior do que o número de mortes causadas por todas as
outras doenças na população feminina entre 15 e 24 anos de idade. As causas de
morte são as complicações decorrentes da anorexia nervosa como infecções
importantes, alterações metabólicas devido à desnutrição, desequilíbrio eletrolítico
e suicídio”.
Bulimia
Esse quadro é caracterizado por compulsões alimentares periódicas
(ingestão de uma grande quantidade de comida em um curto espaço de tempo),
seguidas de métodos compensatórios inadequados (vômitos autoinduzidos, uso
inadequado de laxantes ou diuréticos, prática de exercícios em excesso) para evitar
o ganho de peso. Assim como na anorexia nervosa, o indivíduo bulímico apresenta
uma autoavaliação baseada na forma física e no peso corporal.
“Para se estabelecer o diagnóstico de bulimia nervosa, esses
comportamentos devem estar presentes por pelo menos duas vezes por semana,
por um período mínimo de três meses. Embora haja uma variedade dos tipos de
alimentos ingeridos nos ataques de hiperfagia (compulsão alimentar), o mais
comum é o consumo de doces ou outros alimentos de alto teor calórico”.
Segundo a psicóloga, indivíduos acometidos pela bulimia nervosa ocultam
seus comportamentos patológicos da família e das pessoas que as cercam e, muitas
vezes, se envergonham de seus atos compensatórios. Normalmente, não há perda
de peso significativa nos pacientes com bulimia, trazendo portanto, maior
dificuldade para a família identificá-la.
Entre os problemas fisiológicos consequentes dos episódios bulímicos estão o
desequilíbrio eletrolítico, perda de potássio, inflamação do esôfago e danos no
esmalte dos dentes.
Transtorno do Comer Compulsivo
Dra. Maria Alice explica que indivíduos com esse tipo de transtorno
apresentam episódios de compulsão alimentar, porém diferentemente da bulimia
nervosa, não utilizam métodos purgativos para eliminar os alimentos ingeridos e,
também, não possuem a preocupação irracional com o peso e a forma corporal.
Pessoas com transtorno do comer compulsivo perdem o controle durante os
frequentes ataques de binge eating (comer compulsivo) e só conseguem parar de
comer quando se sentem fisicamente desconfortáveis. A maioria é obesa e uma
parcela significativa dos indivíduos que fazem controle alimentar e de peso com
acompanhamento médico sofrem deste transtorno.
Para ser estabelecido esse diagnóstico, os ataques de comer
compulsivamente devem ocorrer pelo menos duas vezes por semana, por um
período mínimo de seis meses, e obedecer aos seguintes critérios:
 Episódios repetidos de bing eating (comer compulsivo);
 Durante a ocorrência dos episódios, devem estar presentes no
mínimo três dos indicadores abaixo:
a) Comer muito mais rápido que o normal;
b) Comer até sentir-se desconfortável fisicamente;
c) Ingerir grandes quantidades de comida, mesmo estando sem fome;
d) Comer sozinho por sentir-se envergonhado da quantidade de comida
ingerida;
e) Sentir-se culpado e/ou deprimido após o episódio.*
* Esses sentimentos podem levar o indivíduo a apresentar novos episódios
de binge eating (comer compulsivo), formando-se assim um ciclo.
Obesidade
A psicóloga conta que, atualmente, sabe-se que alguns indivíduos possuem
mais facilidade para acumular gordura do que outras. Essa informação envolve
aspectos metabólicos, genéticos, culturais e comportamentais, descartando-se
assim a antiga ideia de que o obeso era uma pessoa gulosa, desprovida de controle
e de vontade de cuidar de si próprio.
“Certas doenças endócrinas como o hipotireoidismo ou outros desequilíbrios
hormonais, podem colocar o indivíduo sob uma maior propensão a tornar-se obeso,
porém esses casos significam apenas 2% do total”.
Dra. Maria explica, que com relação ao componente emocional da obesidade,
estudos revelam que entre os obesos há uma alta incidência (cerca de 75%) de
comportamentos de compulsão alimentar. Pacientes obesos com compulsão
alimentar apresentam uma propensão maior a desenvolver comorbidades, como
transtornos de humor, de ansiedade e de bulimia nervosa, e não apresentam
resultados positivos em programas de perda de peso, quando comparados a obesos
sem compulsão alimentar. Tal fato mostra que é necessário desenvolver programas
diferentes para indivíduos compulsivos e não-compulsivos.
Tratamentos para os transtornos alimentares
Segundo a psicóloga, o tratamento dos transtornos alimentares busca
restaurar o comportamento alimentar adequado e restabelecer o peso considerado
normal para a idade e a altura da pessoa. O objetivo é tirar o indivíduo do
desequilíbrio clínico que a gravidade dos sintomas pode gerar. Por serem quadros
de extrema complexidade, os transtornos alimentares requerem um tratamento
realizado por equipe multiprofissional, com psicólogo, nutricionista, médico
endocrinologista e psiquiatra”.
Dra. Maria Alice salienta que, com relação ao restabelecimento da saúde
mental, o psiquiatra e o psicólogo são os profissionais melhor preparados para
realizar a avaliação e traçar estratégias para o tratamento dos transtornos
alimentares. “O psiquiatria poderá medicar o paciente de acordo com patologia
original e as comorbidades mentais, a fim de resgatar o equilíbrio do humor. Já o
trabalho do psicólogo tem o objetivo de tratar as relações do indivíduo, quer seja
com sua família, com a sociedade e, principalmente, consigo mesmo. O processo
psicoterápico auxilia na recuperação da autoestima, oferecendo um caminho de
descoberta das causas dos sintomas, possibilitando o lançamento de estratégias e
habilidades para melhor lidar com os desequilíbrios emocionais”, finaliza.
http://singularmedicamentos.com.br/blog/transtornos-alimentares-os-
perigos-da-busca-pelo-corpo-perfeito

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  • 1. ASSUNTO: “A BUSCA PELO CORPO PERFEITO” Texto 01 Mídia e o culto à beleza do corpo Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética. Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso que ora lança mão da questão estética, ora da preocupação com a saúde. Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de apresentação – como o vestuário, higiene, cuidados com a beleza etc. – como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos. Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com o corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados basicamente pelo processo de massificação das mídias a partir dos anos 1980, onde o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos. Não por acaso que foi nesse período que surgiram as duas maiores revistas brasileiras voltados para o tema: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987). Contudo, foi o cinema de Hollywood que ajudou a criar novos padrões de aparência e beleza, difundindo novos valores da cultura de consumo e projetando imagens de estilos de vida glamorosos para o mundo inteiro. Da mesma forma, podemos pensar em relação à televisão, que veicula imagens de corpos perfeitos através dos mais variados formatos de programas, peças publicitárias, novelas, filmes etc. Isso nos leva a pensar que a imagem da “eterna” juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, atravessa todas as faixas etárias e classes sociais, compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida. Nesse sentido, as fábricas de imagens como o cinema, televisão, publicidade, revistas etc., têm contribuído para isso. Os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado espaços em suas programações cada vez maiores para apresentar novidades em setores de cosméticos, de alimentação e vestuário. Propagandas veiculadas nessas mídias estão o tempo todo tentando vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade. O consumismo desenfreado gerado pela mídia em geral foca principalmente adolescentes como alvos principais para as vendas, desenvolvendo modelos de roupas estereotipados, a indústria de cosméticos lançando a cada dia novos cremes e géis redutores para eliminar as “formas indesejáveis” do corpo e a indústria farmacêutica faturando alto com medicamentos que inibem o apetite. Preocupados com a busca desenfreada da “beleza perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência dos mais variados meios de comunicação, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apresenta uma estimativa de que cerca de 130 mil crianças e adolescentes submeteram-se no ano de 2009 a operações plásticas. Evidentemente que a existência de cuidados com o corpo não é exclusividade das sociedades contemporâneas e que devemos ter uma especial atenção para uma boa saúde. No entanto, os cuidados com o corpo não devem ser
  • 2. de forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas. Devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós a mesmos. Orson Camargo Colaborador Brasil Escola Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/a-influencia-midia-sobre-os- padroes-beleza.htm Texto 02 VIGOREXIA: EPIDEMIA EM CURSO NA BUSCA PELO CORPO PERFEITO Você já ouviu falar em vigorexia? Apesar do nome não ser muito familiar, ela é mais comum do que você imagina. A vigorexia ou transtorno dismórfico muscular é uma doença psicológica que se caracteriza pela insatisfação com o corpo, com a autoimagem física. Mais comum em homens do que em mulheres, leva aqueles à prática exaustiva de exercícios físicos, em busca do ideal do corpo perfeito. Essa doença provoca uma distorção da imagem que a pessoa tem de si. Em geral, quem tem essa síndrome apresenta um corpo fisicamente forte, mas, ao se olhar no espelho, enxerga-se como fraca - como acontece com quem tem anorexia, mas ao contrário. Acontece que, em busca do corpo perfeito, as pessoas acometidas pela vigorexia acabam atacando também a parte física, já que sobrecarregam as suas atividades físicas. A prática exagerada de exercícios podem levá-las a sentir: - Dores musculares constantes - Fadiga - Ritmo cardíaco elevado, mesmo em estado de repouso - Maior risco de infecções - Maior risco de lesões - Irritabilidade - Depressão - Insônia - Perda de apetite - Menor desempenho sexual Além dos males físicos, os portadores dessa síndrome sofrem de ataques de ansiedade e de infelicidade, já que a obsessão pelo corpo perfeito nunca é satisfeita, pois o ideal nunca é alcançado. Isso leva essas pessoas a terem problemas de relacionamento e profissionais. É comum um quadro depressivo quando ocorre perda de volume muscular por motivos como infecção, acidente limitante do exercício ou alimentação. E os problemas não param por aí. O consumo de anabolizantes com finalidade estética também é associada a essa síndrome e, até mesmo, de medicamentos veterinários, sobretudo de equinos, para o ganho de massa muscular. Nas mulheres, além dos mesmos riscos aos quais os homens estão expostos, os hormônios têm um efeito masculinizante, por causa da testosterona contida nesses hormônios. Crescem pelos em lugares onde, geralmente, as mulheres não têm, como barba, além do aumento do clitóris. A vigorexia é uma doença séria, que pode passar sem ser notada devido à preocupação com o corpo ser vista como algo saudável. Entretanto, quando o cuidado com o corpo passa a ser uma obsessão, é preciso buscar ajuda psicológica.
  • 3. https://www.greenme.com.br/viver/saude-e-bem-estar/3956-vigorexia- epidemia-busca-pelo-corpo-perfeito Texto 03 A imagem corporal dos adolescentes: a busca pelo corpo perfeito Fabiani de Souza Kaciava A adolescência é uma fase do desenvolvimento do sujeito que acarreta muitas transformações, sendo uma das fases onde a questão corporal passa a adquirir muita e, até excessiva importância, pois findada a infância, o agora adolescente precisa elaborar não apenas o luto dos pais da infância, mas o luto pelo corpo infantil, que agora está criando forma, mudando. E diante dessa mudança, o adolescente passa a ter momentos de angústia em relação ao seu corpo. Frente a essas questões próprias da fase da adolescência, onde passa haver uma dificuldade de fixar uma imagem nesse corpo em transformação, há outros obstáculos impostos aos adolescentes, que é a demanda excessiva do social, da mídia em relação à perfeição física, onde a magreza é supervalorizada. Campagna e Souza (2006) referem que nos dias de hoje, o adolescente diante de uma propaganda que tem uma modelo muito magra, perfeita aos padrões de beleza impostos pela sociedade, não assimila que aquela modelo famosa, que está magra, possa estar com algum problema e que muito menos não é perfeita, pois a intensidade com que os meios de comunicação vêm atingindo os adolescentes faz com que estes sujeitos, confusos diante de tantas transformações, à procura de uma identidade, incorporem aquela modelo extremamente magra, sem ser simbolizado. Desta forma, o adolescente diante das transformações no seu corpo, e em conflito com sua identidade, encontra nas modelos uma referência para sua identidade, ou seja, a adolescente passa a idealizar aquelas modelos magras e, o adolescente aqueles modelos musculosos, iniciando então, uma busca incessante pelo corpo ideal, pois pensam que se ficarem com um corpo igual o das modelos terão um reconhecimento, uma identidade. Essa insatisfação com a imagem e a busca incessante pelo corpo ideal, faz com que muitos adolescentes sintam-se insatisfeitos e passem a tomar anabolizantes para criar músculos, tenham uma obsessão por academia, recorram a cirurgias estéticas, e desenvolvam transtornos alimentares, tais como: bulimia, anorexia e a vigorexia. Para Fernandes (2006), a Bulimia Nervosa surge em decorrência de uma dieta para emagrecer, desta forma, pode oc orrer o vômito autoinduzido, cuja prevalência é de 90 % dos casos, e também o uso de laxantes, diuréticos e outras drogas, sendo denominada bulimia do “tipo purgativo”. A bulimia do tipo não purgativo se dá por meio de dietas, jejuns e exercícios. O tratamento da bulimia, bem como, de outros transtornos alimentares deve ser conduzido por uma equipe multiprofissional. A necessidade de internação nos casos de Bulimia Nervosa está relacionada com a presença de complicações médicas-psiquiátricas e ela é diferente da anorexia nervosa, pois neste transtorno os pacientes conseguem manter o peso dentro do limiar de normalidade. Já em relação à anorexia, Fernandes (2006) relata que este transtorno tem como características principais a busca por um corpo esbelto e o medo de engordar, por mais que o adolescente esteja muito abaixo de seu peso, ele sempre terá como objetivo a perda de peso. No início, o sujeito começa eliminando do seu cardápio alimentar as comidas consideradas mais gordurosas, com mais carboidratos e passando a se alimentar apenas de frutas, verduras e água. Outra questão relevante na anorexia nervosa é a obsessão por exercícios físicos, ou seja, após uma refeição a anoréxica pensa que engordou um horror por ter se alimentado de alface ou tomado um copo de água, essa sensação só se
  • 4. acalma quando vai para academia fazer exercícios para perder calorias, e por mais fraca que esteja ela precisa fazer exercícios físicos para “perder a gordura” que não existe. Outro transtorno consequente do social, da mídia, segundo Tommasco (2003), é a vigorexia, cuja obsessão refere-se ao ganho de músculos e o sujeito se vê sempre fraco. Para o mesmo autor, devido ao excesso de exercício físico, o adolescente chega, muitas vezes, a ocasionar lesões musculares, e quando se olha no espelho fica insatisfeito com a imagem refletida, indo então em busca do que acha ser o corpo ideal, se espelhando no corpo dos pugilistas e modelos musculosos. Nessa busca incessante por um corpo cheio de músculos, o adolescente passa a ingerir anabolizantes hormonais, suplementos e, tudo o que possa aumentar a sua massa muscular. Desta forma, é possível ver que a obsessão pela malhação na adolescência não ocorre apenas para emagrecer, mas também para criar músculos. E esta obsessão não é nada mais do que o reflexo da ditadura da beleza imposta ao adolescente, onde a mídia coloca propagandas com “corpos perfeitos”, modelos super magras, homens extremamente musculosos, e o ex infans em crise com sua identidade, subjetividade, e à procura de uma, passa a idealizar aquela imagem, pois pensa que se for como tal será reconhecido, terá vantagens no grupo, passando então, a afastar-se de sua imagem real, indo à procura do que acha ser o corpo ideal, que é ficarem como as modelos da televisão, os pugilistas, etc., e não percebendo as consequências que esta busca incessante pelo corpo ideal traz. http://www.revistaportalnatural.com.br/destaques-detalhe/1/a-imagem- corporal-dos-adolescentes-a-busca-pelo-corpo-perfeito Texto 04 TRANSTORNOS ALIMENTARES: OS PERIGOS DA BUSCA PELO CORPO PERFEITO Em tempos de ano novo, verão, carnaval chegando, a busca pelo corpo perfeito se torna mais frequente, porém pode se tornar perigosa e causar transtornos alimentares. De acordo com Dra. Maria Alice Fontes, psicóloga, doutora em saúde mental pela UNIFESP e diretora da Clínica Plenamente, a causa dos transtornos alimentares está ligada, principalmente, aos aspectos socioculturais, mas não se pode descartar os fatores biológico, psicológicos e familiares. “A pressão cultural por manter-se magro, seja apenas para atender à um padrão estético ou pela exigência de certas profissões, aliada à presença de uma baixa autoestima, tornam o indivíduo mais propenso à desenvolver um quadro de anorexia ou bulimia”, adiciona Dra. Maria Alice. Quanto aos aspectos biológicos, segundo a psicóloga, sabe-se que o neurotransmissor chamado serotonina pode afetar o apetite, bem como o humor e o controle dos impulsos. “Algumas pesquisas buscam investigar como os transtornos alimentares podem alterar os níveis de serotonina no cérebro e, também, a maneira que o sistema nervoso projeta informações para o corpo sobre a fome e a saciedade. Por exemplo, a maioria das mulheres apresenta melhora do humor e do sentimento de bem-estar depois de comerem, porém para outras com anorexia, o não comer é que desencadeia a melhora do humor e do bem-estar”. O que são os transtornos alimentares? Dra. Maria Alice explica que os transtornos alimentares são caracterizados por perturbações no comportamento alimentar, podendo levar ao emagrecimento extremo (caquexia, devido à inadequada redução da alimentação), à obesidade (causada pela ingestão de grandes quantidades de comida) ou outros problemas físicos. “Os principais tipos de transtornos alimentares são a anorexia nervosa e a
  • 5. bulimia nervosa e ambos têm características comuns: uma intensa preocupação como o peso e o medo excessivo de engordar, uma percepção distorcida da forma corporal e a autoavaliação baseada no peso e na forma física”. Tipos de transtornos alimentares A seguir, Dra. Maria Alice nos conta um pouco sobre alguns tipos de transtornos alimentares. Anorexia A anorexia é um dos tipos de transtornos alimentares se caracteriza principalmente pela recusa do indivíduo em manter um peso mínimo esperado para a idade e a altura (menos de 85%) por meio da restrição do comportamento alimentar, pelo temor excessivo em ganhar peso e pela distorção da percepção da imagem corporal. A perda do peso é obtida pela redução intensa da dieta alimentar. Geralmente, no início são restritos apenas os alimentos considerados calóricos, porém com o progresso da doença, observa-se uma dieta extremamente limitada. O medo de engordar não é compensado pela intensa perda de peso, havendo um aumento dessa preocupação à medida que o peso real diminui. Algumas pessoas acreditam estar acima do peso de uma forma geral, outras se preocupam com a gordura em partes espec íficas do corpo. Nesse sentido, é muito comum o indivíduo se pesar com frequência, medir obsessivamente as partes do corpo ou usar insistentemente um espelho para verificar as áreas que percebe estarem gordas. A autoestima da pessoa anoréxica está relacionada à forma corporal e ao peso. Sendo assim, a perda de peso é vista como uma conquista e autodisciplina, enquanto o ganho de peso é considerado um fracasso do autocontrole. Apesar de alguns indivíduos reconhecerem que estão magros, eles desconsideram as implicações que esse estado pode levar a saúde. A amenorréia (ausência de pelo menos três ciclos menstruais) é um importante indicador fisiológico da anorexia nervosa. Em meninas pré-púberes a menarca pode ser retardada devido à doença. “Muitos são os problemas fisiológicos decorrentes da anorexia nervosa e que podem levar o indivíduo a morte. O índice de mortalidade entre pessoas com anorexia é 12 vezes maior do que o número de mortes causadas por todas as outras doenças na população feminina entre 15 e 24 anos de idade. As causas de morte são as complicações decorrentes da anorexia nervosa como infecções importantes, alterações metabólicas devido à desnutrição, desequilíbrio eletrolítico e suicídio”. Bulimia Esse quadro é caracterizado por compulsões alimentares periódicas (ingestão de uma grande quantidade de comida em um curto espaço de tempo), seguidas de métodos compensatórios inadequados (vômitos autoinduzidos, uso inadequado de laxantes ou diuréticos, prática de exercícios em excesso) para evitar o ganho de peso. Assim como na anorexia nervosa, o indivíduo bulímico apresenta uma autoavaliação baseada na forma física e no peso corporal. “Para se estabelecer o diagnóstico de bulimia nervosa, esses comportamentos devem estar presentes por pelo menos duas vezes por semana, por um período mínimo de três meses. Embora haja uma variedade dos tipos de alimentos ingeridos nos ataques de hiperfagia (compulsão alimentar), o mais comum é o consumo de doces ou outros alimentos de alto teor calórico”. Segundo a psicóloga, indivíduos acometidos pela bulimia nervosa ocultam seus comportamentos patológicos da família e das pessoas que as cercam e, muitas vezes, se envergonham de seus atos compensatórios. Normalmente, não há perda de peso significativa nos pacientes com bulimia, trazendo portanto, maior dificuldade para a família identificá-la.
  • 6. Entre os problemas fisiológicos consequentes dos episódios bulímicos estão o desequilíbrio eletrolítico, perda de potássio, inflamação do esôfago e danos no esmalte dos dentes. Transtorno do Comer Compulsivo Dra. Maria Alice explica que indivíduos com esse tipo de transtorno apresentam episódios de compulsão alimentar, porém diferentemente da bulimia nervosa, não utilizam métodos purgativos para eliminar os alimentos ingeridos e, também, não possuem a preocupação irracional com o peso e a forma corporal. Pessoas com transtorno do comer compulsivo perdem o controle durante os frequentes ataques de binge eating (comer compulsivo) e só conseguem parar de comer quando se sentem fisicamente desconfortáveis. A maioria é obesa e uma parcela significativa dos indivíduos que fazem controle alimentar e de peso com acompanhamento médico sofrem deste transtorno. Para ser estabelecido esse diagnóstico, os ataques de comer compulsivamente devem ocorrer pelo menos duas vezes por semana, por um período mínimo de seis meses, e obedecer aos seguintes critérios:  Episódios repetidos de bing eating (comer compulsivo);  Durante a ocorrência dos episódios, devem estar presentes no mínimo três dos indicadores abaixo: a) Comer muito mais rápido que o normal; b) Comer até sentir-se desconfortável fisicamente; c) Ingerir grandes quantidades de comida, mesmo estando sem fome; d) Comer sozinho por sentir-se envergonhado da quantidade de comida ingerida; e) Sentir-se culpado e/ou deprimido após o episódio.* * Esses sentimentos podem levar o indivíduo a apresentar novos episódios de binge eating (comer compulsivo), formando-se assim um ciclo. Obesidade A psicóloga conta que, atualmente, sabe-se que alguns indivíduos possuem mais facilidade para acumular gordura do que outras. Essa informação envolve aspectos metabólicos, genéticos, culturais e comportamentais, descartando-se assim a antiga ideia de que o obeso era uma pessoa gulosa, desprovida de controle e de vontade de cuidar de si próprio. “Certas doenças endócrinas como o hipotireoidismo ou outros desequilíbrios hormonais, podem colocar o indivíduo sob uma maior propensão a tornar-se obeso, porém esses casos significam apenas 2% do total”. Dra. Maria explica, que com relação ao componente emocional da obesidade, estudos revelam que entre os obesos há uma alta incidência (cerca de 75%) de comportamentos de compulsão alimentar. Pacientes obesos com compulsão alimentar apresentam uma propensão maior a desenvolver comorbidades, como transtornos de humor, de ansiedade e de bulimia nervosa, e não apresentam resultados positivos em programas de perda de peso, quando comparados a obesos sem compulsão alimentar. Tal fato mostra que é necessário desenvolver programas diferentes para indivíduos compulsivos e não-compulsivos. Tratamentos para os transtornos alimentares Segundo a psicóloga, o tratamento dos transtornos alimentares busca restaurar o comportamento alimentar adequado e restabelecer o peso considerado normal para a idade e a altura da pessoa. O objetivo é tirar o indivíduo do desequilíbrio clínico que a gravidade dos sintomas pode gerar. Por serem quadros de extrema complexidade, os transtornos alimentares requerem um tratamento realizado por equipe multiprofissional, com psicólogo, nutricionista, médico endocrinologista e psiquiatra”.
  • 7. Dra. Maria Alice salienta que, com relação ao restabelecimento da saúde mental, o psiquiatra e o psicólogo são os profissionais melhor preparados para realizar a avaliação e traçar estratégias para o tratamento dos transtornos alimentares. “O psiquiatria poderá medicar o paciente de acordo com patologia original e as comorbidades mentais, a fim de resgatar o equilíbrio do humor. Já o trabalho do psicólogo tem o objetivo de tratar as relações do indivíduo, quer seja com sua família, com a sociedade e, principalmente, consigo mesmo. O processo psicoterápico auxilia na recuperação da autoestima, oferecendo um caminho de descoberta das causas dos sintomas, possibilitando o lançamento de estratégias e habilidades para melhor lidar com os desequilíbrios emocionais”, finaliza. http://singularmedicamentos.com.br/blog/transtornos-alimentares-os- perigos-da-busca-pelo-corpo-perfeito