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Curso curricular “A Consulta” - 44º curso - 2014 
Decisão Clínica! 
em! 
Medicina Geral e Familiar 
I Método Clínico 
David Silvério Rodrigues, MD
Declaração de interesses
Médico de Família 
ACES Oeste Sul - UCSP Torres Vedras (ext. Silveira) 
Assistente Convidado Conselho Nacional Auditoria e Qualidade Direcção Internato MGF Oeste Sul Atendimento Médico Permanente sem relações
Medicina Geral e Familiar 
Temos de saber para onde vamos ! 
antes de decidir como vamos
MGF - “onde vamos?” 
Qual o propósito do que fazemos?
Medicina - “onde vamos?” 
Qual o propósito do que fazemos?! 
! 
! 
melhores cuidados aos nossos pacientes (indivíduo)! 
saúde pública (população)! 
investigação (conhecimento)
Medicina - “como vamos?” 
Decisão clínica individual
Decisão clínica individual 
No Reino Unido:! 
! 
Por cada milhão pessoas/ano:! 
40-50 milhões de decisões clínicas individuais 
Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! 
!
Faltar ao trabalho 
Tomar medicação 
Enfermeira 
Como decidir? 
carro avariou! 
mãe com alzheimer 
Montori V, adaptado de DOI: 10.3205/12gin010 
55 
90 Kg 
Médico Família 
Exercício Físico 
LDL elevados! 
A1c 8,3% 
Insómnia 
MCDTs 
Dor 
Tonturas 
Podologia 
Caminhadas 
Evitar sal, gorduras, hidratos carbono 
Verificar glicémias 
Cuidados pés 
Obesidade 
Diabetes 
HTA 
Depressão 
Lombalgia 
Neuropatia 
3 2 1 
números não batem certo 
prazo é agora! 
trabalho, trabalho 
contas por pagar 
bancos! 
família seguradoras 
filha divorciou-se e de volta a casa 
2 netas lindas 
passear o cão 
supermercado 
sem tempo para. .m.im! 
Metformina 
Sulfunilureia 
Diurético e B-Bloq 
Estatina 
João
mais problemas: 
Em medicina a resposta não é simples...
faz todo o sentido! 
tratamento 
intensivo 
diabetes 
Estudos 
ADVANCE 
e ACCORD 
tratamento 
intensivo 
diabetes 
2008 e 2010 
The ACCORD Study Group; N Engl J Med 2010; 362:1575-1 The ADVANCE Collaborative Group; N Engl J Med 2008; 358:2560-2572June 12, 2008 585April 29, 2010
o ser humano comete erros! 
“...e o burro sou eu?”
Incerteza 
Como lidar com ela em medicina?
? 
? 
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? 
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? 
Medicina ! 
Baseada ! 
E
Medicina ! 
Baseada ! 
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Experiência 
Eminência 
Expectativa 
Eloquência 
Emoções 
Erro 
Evidência
Medicina ! 
Baseada ! 
E 
Experiência 
Eminência 
Expectativa 
Eloquência 
Emoções 
Erro 
Evidência 
“Sempre foi feito assim” 
“EU, Exmo Sr. Prof. Dr. 3xMsC 2xPhD digo...” 
“Sotor, olhe que da outra vez só com antibióticos” 
“A Júlia Pinheiro diz que é 100% natural” 
“tenho cá um fézada que é isto” 
“Tx A... ups > Tx B... ups > Tx C…olha melhorou!” 
“hein?”
“Medicina baseada no que sempre foi” ! 
I 
adaptado de: Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! 
! 
Decisão Clínica 
Recursos 
Clínica
“Medicina baseada no que sempre foi” ! 
adaptado de: Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! 
! 
II 
Decisão Clínica 
Valores e ! 
Recursos preferências 
Clínica
Medicina Baseada na Evidência 
Valores e ! 
Evidência 
Recursos preferências 
adaptado de: Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! 
! 
Decisão Clínica 
Clínica
Medicina Baseada na Evidência 
Melhor resposta encontrada para diminuir a incerteza e o erro 
na prática médica 
is ‘the conscientious, explicit and judicious use of current 
best evidence in making decisions about the care of 
individual patients’! 
Sackett, et al. BMJ 1996;312:71-72
Medicina Baseada na Evidência 
O que é que NÃO é 
• o que sempre foi feito 
• medicina por catálogo 
• um truque para cortar nos custos 
• só revisões sistemáticas e outros nomes técnicos 
MBE é 
• identificar a melhor informação científica para 
responder às nossas dúvidas clínicas
Medicina - “como vamos?” 
Como? Usando a melhor evidência 
disponível no momento
Evidência = observações sistemáticas
Medicina Baseada na Evidência 
Hierarquia na evidência 
Decisão Clínica: a evidência nunca será suficiente!
Medicina Baseada na Evidência 
Hierarquia na evidência ! 
(maior validade nas conclusões)
Decisão Clínica: a evidência nunca será suficiente! 
Faltar ao trabalho 
Tomar medicação 
Enfermeira 
Como decidir? 
carro avariou! 
mãe com alzheimer 
Montori V, adaptado de DOI: 10.3205/12gin010 
55 
90 Kg 
Médico Família 
Exercício Físico 
LDL elevados! 
A1c 8,3% 
Insómnia 
MCDTs 
Dor 
Tonturas 
Podologia 
Caminhadas 
Evitar sal, gorduras, hidratos carbono 
Verificar glicémias 
Cuidados pés 
Obesidade 
Diabetes 
HTA 
Depressão 
Lombalgia 
Neuropatia 
3 2 1 
números não batem certo 
prazo é agora! 
trabalho, trabalho 
contas por pagar 
bancos! 
família seguradoras 
filha divorciou-se e de volta a casa 
2 netas lindas 
passear o cão 
supermercado 
sem tempo para. .m.im! 
Metformina 
Sulfunilureia 
Diurético e B-Bloq 
Estatina
2500000 
2000000 
1500000 
1000000 
500000 
0 
Biomedical MEDLINE Trials Diagnostic? 
Medical Articles per Year 
~5000/dia 
~2000/dia 
~75/dia
Medicina Baseada na Evidência 
Como integrar na prática clínica?!
Como integrar na prática clínica?! 
informação 
1. perguntar (ask) - pergunta concreta da nossa prática! 
2. aceder (procura sistemática) informação epidemiológica para responder à 
questão.! 
3. apreciar a evidência enquanto a validade, tamanho do efeito, precisão..! 
4. aplicar a evidência na prática:! 
! a. amassar a evidência com outra informação relevante (valores e 
preferências, aspectos clínicos e aspectos dos recursos) e tomar uma decisão 
clínica baseada na evidência e:! 
! b. actuar (instaurar) a decisão na prática! 
——————————————————————————————————— 
5. auditar - a nossa prática. Constantemente:! 
! a. comparar a nossa prática com a melhor evidência disponível! 
! b. diminuir as diferenças entre a nossa prática e a melhor evidência 
interna externa 
traduzido de: Rod Jackson 2013. cebm.net
Medicina Baseada na Evidência 
exemplo:! 
! 
auto palpação mamária para detecção de 
cancro da mama!
Medicina Baseada na Evidência 
auto palpação mamária! 
1. perguntar)(ask)).)pergunta+concreta+da+nossa+prá1ca+ 
! 
! 
2.+aceder+(procura+sistemá1ca)+informação+epidemiológica+para+responder+à+questão+ 
! 
! 
3.+apreciar+a+evidência+enquanto+a+validade,+tamanho+do+efeito,+precisão..+ 
! 
! 
4.+aplicar+a+evidência+na+prá1ca:+ 
+ a.+amassar+a+evidência+com+outra+informação+relevante+(valores+e+preferências,+aspectos+clínicos+e+aspectos+ 
dos+recursos)+e+tomar+uma+decisão+clínica+baseada+na+evidência+e:+ 
! 
! 
+ b.+actuar)(instaurar)+a+decisão+na+prá1ca+ 
! 
————————————————————————————————————+ 
5.+auditar+I+a+nossa+prá1ca.+Constantemente:+ 
+ a.+comparar+a+nossa+prá1ca+com+a+melhor+evidência+disponível+ 
+ b.+diminuir+as+diferenças+entre+a+nossa+prá1ca+e+a+melhor+evidência 
será que a auto palpação mamária aumenta a detecção precoce de cancro da mama?! 
! 
! 
tripdatabase, uptodate, bmj evidence, medline…! 
! 
! 
RR 1.05, 95% confidence interval (CI) 0.90 to 1.24! 
aumento nos malefícios…! 
! 
! 
! 
mulheres têm muito medo de cancro da mama; recursos escassos! 
! 
! 
não recomendar auto-palpação mamária! 
ciclo de melhoria - autoavaliação!
Medicina Baseada na Evidência 
dicas práticas:! 
manter um livro de perguntas 
journal club
http://www.tripdatabase.com/
Curso curricular “A Consulta” - 44º curso - 2014 
Decisão Clínica! 
em! 
Medicina Geral e Familiar 
II Diagnóstico 
David Silvério Rodrigues, MD
Especificidades da MGF 
Espectro de doentes e problemas 
Tipo de problemas encontrados 
Fase da doença 
Continuidade de cuidados 
Presença da família! 
cedido por @abritosa
Especificidades da MGF 
Espectro de doentes e problemas! 
Todas as idades! 
Todos os sistemas anatómicos! 
Todas as fisiopatologias! 
Grande quantidade de doentes 
cedido por @abritosa
Tipo de problemas encontrados! 
Doenças/problemas menores ou autolimitados! 
Doenças/problemas comuns de baixa gravidade ! 
Doenças/problemas raros e graves! 
Doenças crónicas e agudas! 
cedido por @abritosa 
Especificidades da MGF
Tipo de problemas encontrados! 
! 
Doença com mistura de elementos físicos, psicológicos, 
sociais ! 
! 
Distribuição de doença igual à comunidade! 
! 
cedido por @abritosa 
Especificidades da MGF
Fase da doença! 
Apresentação precoce, muitas vezes com indicações subtis! 
Ausência de avaliação prévia por um médico ! 
Problemas indiferenciados 
cedido por @abritosa 
Especificidades da MGF
Continuidade de cuidados! 
Valor da espera terapêutica! 
! 
Presença da família! 
Situação financeira! 
Saúde de outros membros da família! 
Contribuição de factores emocionais! 
cedido por @abritosa 
Especificidades da MGF
Modelo&do&processo&de&diagnós<co& 
Dicas&(cues)& 
(Clínicas,&comportamentais,&de&contexto)& 
Hipótese(s)&para&a&doença&ou&mal&estar& 
Inves<gação&(entrevista,&história,&& 
exame&objec<vo,&MCDTs)& 
Revisão& 
Dados&& 
inesperados& 
Busca&de&plataformas&& 
de&entendimento& 
Decisão&de&gestão&clínica& 
Seguimento& 
(McWhinney*&*Freeman,*2009)* 
cedido por @abritosa
Modelo&do&processo&de&diagnós<co& 
Dicas&(cues)& 
(Clínicas,&comportamentais,&de&contexto)& 
Hipótese(s)&para&a&doença&ou&mal&estar& 
Inves<gação&(entrevista,&história,&& 
exame&objec<vo,&MCDTs)& 
Revisão& 
Dados&& 
inesperados& 
Busca&de&plataformas&& 
de&entendimento& 
Decisão&de&gestão&clínica& 
Seguimento& 
(McWhinney*&*Freeman,*2009)* 
adaptado de @abritosa
Diagnóstico em MGF 
- Muitas situações não têm um diagnóstico associado ou são 
diagnosticadas no hospital! 
- Muitas situações terminam em referenciação! 
- Os exames complementares não descobrem tudo nem 
excluem tudo 
adaptado de @abritosa 
“Reality check”
Diagnóstico em MGF 
- Aceitação da incerteza! 
- Referenciação! 
- Investigação dirigida! 
- Investigação de rotina diferente 
adaptado de @abritosa 
“Reality check”
Diagnóstico em MGF Caso clínico 
Homem 56 anos, consulta aguda por queda e suspeita de 
f# perna, a cheirar a álcool (10 am)! 
Obeso, barriga proeminente, ! 
3 aranhas vasculares (spider nevi) no tórax
Diagnóstico em MGF Caso clínico 
Homem 56 anos, consulta aguda por queda e suspeita de 
f# perna, a cheirar a álcool (10 am)! 
Obeso, barriga proeminente, ! 
3 aranhas vasculares (spider nevi) no tórax 
Será este homem alcoólico?! 
Será que tem ascite? 
Probabilidades?
Diagnóstico em MGF Caso clínico 
Homem 56 anos, consulta aguda por queda e suspeita de 
f# perna, a cheirar a álcool (10 am)! 
Obeso, barriga proeminente, ! 
3 aranhas vasculares (spider nevi) no tórax 
Será este homem alcoólico?! 
Será que tem ascite? 
Probabilidades? 
50-50
Caso clínico 
Diagnóstico em MGF 
Como diagnosticar neste caso? 
1. Confrontar o homem com interrogatório exaustivo! 
2. Pedir GGT! 
3. Enzimologia hepática completa! 
4. aplicar as 4 perguntas CAGE (Cut, Annoyed, Guilty e Eye-opener) 
ascite: 
1. verificar sinal onda ascítica, sinal de Puddle,! 
2. ecografia abdominal! 
3. perguntar se tem os tornozelos inchados
Caso clínico 
Diagnóstico em MGF 
Como diagnosticar neste caso? 
- Não seria excelente poder diagnosticar com apenas 5 perguntas 
(4 CAGE e uma para ascite) e estar certo do diagnóstico 
- Neste caso é possível:! 
- se respondeu positivamente a 3 ou 4 perguntas CAGE = 
dependente ou abusador de álcool! 
- se respondeu negativamente a tornozelos inchados podemos 
excluir ascite significativa 
Como podemos estar tão certos?
Caso clínico 
Diagnóstico em MGF 
Como diagnosticar neste caso? 
- Não seria excelente poder diagnosticar com apenas 5 perguntas 
(4 CAGE e uma para ascite) e estar certo do diagnóstico 
- Neste caso é possível:! 
- se respondeu positivamente a 3 ou 4 perguntas CAGE = 
dependente ou abusador de álcool! 
- se respondeu negativamente a tornozelos inchados podes 
descartar ascite significativa (pode-se confirmar com onda 
ascítica) 
Como podemos estar tão certos? Evidência 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Sensibilidade: a/(a+c) = 0.51 (51%) 
“teste diagnóstico positivo se doença presente” 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Especificidade: d/(b+d) = 0.998 (99.8%) 
“teste diagnóstico negativo se doença ausente” 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Valor Preditivo Positivo ou ! 
Probabilidade pós-test de ter doença se teste +! 
: a/(a+b) = 0.984 (98.4%) 
“tem doença se o teste diagnóstico é positivo” 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Valor Preditivo Negativo ou ! 
Probabilidade pós-test de não ter doença se teste -! 
d/(c + d) = 0.88 (88%) 
“não tem doença se o teste diagnóstico é negativo” 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Probabilidade pós-test de ter doença se teste -! 
c/(c+d) = 57/457 = 0,125 (12,5%) 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.! 
! 
! 
! 
CAGE! 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88!
Diagnóstico em MGF 
Evidência 
Prevalência ou! 
probabilidade pré-teste! 
(a+c)/(a+b+c+d) = 117/518 = 23% 
Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.! 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88!
Diagnóstico em MGF 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88! 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50%
Diagnóstico em MGF 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88! 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50% 
! 
S= 51%! 
a/(a+c) = 510/1000
Diagnóstico em MGF 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88! 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50% 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
d/(b+d) = 998/1000
Diagnóstico em MGF 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88! 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50% 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! 
a/(a+b) = 510/512 = 0,996!
Diagnóstico em MGF 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88! 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50% 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! 
Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = 67%!
Diagnóstico em MGF 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 98,4%! 
VPN= 88! 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50% 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! 
Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = 67%! 
Probabilidade pós-teste de ter a doença se teste - = 33%
Diagnóstico em MGF 
Prevalência de 23% 
! 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 99,8%! 
VPN= 88! 
Prevalência de 50% 
! 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
VPP = 99,6%! 
VPN= 67%! 
Prevalência altera os valores de predição! 
Não altera sensibilidade ou especificidade!
De volta ao nosso doente… 
Prevalência ou! 
Probabilidade Pré-teste! 
= 50% 
! 
S= 51%! 
E= 99,8%! 
Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! 
Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = 67%! 
Probabilidade pós-teste de ter a doença se teste - = 33%
De volta ao nosso doente… 
Deveríamos ter pedido análises? 
! 
Especificidade:! 
GGT - 76%! 
Enzimologia hepática inteira - 81%! 
! 
EO - 99.8% - simples, rápido e muito mais específico
Exercício… 
Então e a ascite? 
Prevalência 50%! 
! 
S = 93% *! 
E = 66% 
Evidência 
*Simel DL, Halvorsen RA Jr, Feussner JR. Quantitating bedside diagnosis: clinical evaluation of ascites. J Gen Intern Med. 1988;3(5):423-428!
Exercício… 
Então e a ascite? 
Prevalência 50%! 
! 
S = 93% *! 
E = 66% 
Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = a/(a+b) = 93/127 = 73%! 
Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = d/(c + d ) = 66/73 = 90%! 
Probabilidade pós-teste de ter a doença se teste - = c/(c+d) = 7/73 = 10% 
Evidência 
*Simel DL, Halvorsen RA Jr, Feussner JR. Quantitating bedside diagnosis: clinical evaluation of ascites. J Gen Intern Med. 1988;3(5):423-428!
Testes com elevada especificidade - se teste 
positivo probabilidade de ter a doença é 
elevada 
CAGE para dependência de álcool 
Testes com elevada sensibilidade - se teste 
negativo probabilidade de ter a doença é muito 
baixa 
edema tornozelos para ascite
Último conceito 
mas o mais útil!! 
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança)
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
usada para calcular a probabilidade de doença 
depois de aplicar teste diagnóstico 
expressa as possibilidades (odds) que 
determinado achado na história clínica ou exame 
objectivo aconteçam num doente com doença vs 
sem doença
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
Faz o quê ??!?
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
Probabilidade 
Pré-teste 
Probabilidade 
Pós-teste 
Prevalência 
Y Y.LR
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
LR > 1.0 - probabilidade de doença aumenta 
(achado é mais provável em pessoas com doença que sem doença) 
! 
LR = 1.0 - probabilidade de doença inalterada 
(achado é tão provável em pessoas com doença que sem doença) 
! 
LR < 1.0 - probabilidade de doença diminui 
(achado é menos provável em pessoas com doença que sem doença)
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
Probabilidade pré-teste ascite = 24% (prevalência) 
! 
LR para história positiva de edema tornozelo = 2.8 
(edema do tornozelo é 2,8 x mais provável de estar presente num doente com 
ascite comparado vs doente sem ascite) -> probabilidade de ascite aumenta 
! 
LR para história negativa de edema tornozelo = 0.10 
(edema do tornozelo é 0.1 x mais provável em doentes com ascite vs doentes 
sem ascite) -> probabilidade de ascite diminui
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
nomograma
Likelihood ratio! 
(Razão de verossimilhança) 
vantagem: testes não dicotómicos
Likelihood ratio! 
(Razão de verosimilhança) 
Sensibilidade e especificidade requerem 
conhecimento do status da doença 
Principal vantagem dos LR é que podemos aplicar 
sem saber o status da doença no nosso doente
dúvidas? 
! 
dmsrodrigues@gmail.com 
@davsrodrigues
Decisão Clínica MGF

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Decisão Clínica MGF

  • 1. Curso curricular “A Consulta” - 44º curso - 2014 Decisão Clínica! em! Medicina Geral e Familiar I Método Clínico David Silvério Rodrigues, MD
  • 3. Médico de Família ACES Oeste Sul - UCSP Torres Vedras (ext. Silveira) Assistente Convidado Conselho Nacional Auditoria e Qualidade Direcção Internato MGF Oeste Sul Atendimento Médico Permanente sem relações
  • 4.
  • 5. Medicina Geral e Familiar Temos de saber para onde vamos ! antes de decidir como vamos
  • 6. MGF - “onde vamos?” Qual o propósito do que fazemos?
  • 7. Medicina - “onde vamos?” Qual o propósito do que fazemos?! ! ! melhores cuidados aos nossos pacientes (indivíduo)! saúde pública (população)! investigação (conhecimento)
  • 8. Medicina - “como vamos?” Decisão clínica individual
  • 9. Decisão clínica individual No Reino Unido:! ! Por cada milhão pessoas/ano:! 40-50 milhões de decisões clínicas individuais Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! !
  • 10. Faltar ao trabalho Tomar medicação Enfermeira Como decidir? carro avariou! mãe com alzheimer Montori V, adaptado de DOI: 10.3205/12gin010 55 90 Kg Médico Família Exercício Físico LDL elevados! A1c 8,3% Insómnia MCDTs Dor Tonturas Podologia Caminhadas Evitar sal, gorduras, hidratos carbono Verificar glicémias Cuidados pés Obesidade Diabetes HTA Depressão Lombalgia Neuropatia 3 2 1 números não batem certo prazo é agora! trabalho, trabalho contas por pagar bancos! família seguradoras filha divorciou-se e de volta a casa 2 netas lindas passear o cão supermercado sem tempo para. .m.im! Metformina Sulfunilureia Diurético e B-Bloq Estatina João
  • 11. mais problemas: Em medicina a resposta não é simples...
  • 12. faz todo o sentido! tratamento intensivo diabetes Estudos ADVANCE e ACCORD tratamento intensivo diabetes 2008 e 2010 The ACCORD Study Group; N Engl J Med 2010; 362:1575-1 The ADVANCE Collaborative Group; N Engl J Med 2008; 358:2560-2572June 12, 2008 585April 29, 2010
  • 13. o ser humano comete erros! “...e o burro sou eu?”
  • 14. Incerteza Como lidar com ela em medicina?
  • 15. ? ? ? ? ? ? ? Medicina ! Baseada ! E
  • 16. Medicina ! Baseada ! E Experiência Eminência Expectativa Eloquência Emoções Erro Evidência
  • 17. Medicina ! Baseada ! E Experiência Eminência Expectativa Eloquência Emoções Erro Evidência “Sempre foi feito assim” “EU, Exmo Sr. Prof. Dr. 3xMsC 2xPhD digo...” “Sotor, olhe que da outra vez só com antibióticos” “A Júlia Pinheiro diz que é 100% natural” “tenho cá um fézada que é isto” “Tx A... ups > Tx B... ups > Tx C…olha melhorou!” “hein?”
  • 18. “Medicina baseada no que sempre foi” ! I adaptado de: Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! ! Decisão Clínica Recursos Clínica
  • 19. “Medicina baseada no que sempre foi” ! adaptado de: Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! ! II Decisão Clínica Valores e ! Recursos preferências Clínica
  • 20. Medicina Baseada na Evidência Valores e ! Evidência Recursos preferências adaptado de: Muir Gray, JA Evidence Based Healthcare, How to make health policies and management decisions, 2nd Edition. Churchill Livingstone London 2001! ! Decisão Clínica Clínica
  • 21. Medicina Baseada na Evidência Melhor resposta encontrada para diminuir a incerteza e o erro na prática médica is ‘the conscientious, explicit and judicious use of current best evidence in making decisions about the care of individual patients’! Sackett, et al. BMJ 1996;312:71-72
  • 22. Medicina Baseada na Evidência O que é que NÃO é • o que sempre foi feito • medicina por catálogo • um truque para cortar nos custos • só revisões sistemáticas e outros nomes técnicos MBE é • identificar a melhor informação científica para responder às nossas dúvidas clínicas
  • 23. Medicina - “como vamos?” Como? Usando a melhor evidência disponível no momento
  • 24. Evidência = observações sistemáticas
  • 25. Medicina Baseada na Evidência Hierarquia na evidência Decisão Clínica: a evidência nunca será suficiente!
  • 26. Medicina Baseada na Evidência Hierarquia na evidência ! (maior validade nas conclusões)
  • 27. Decisão Clínica: a evidência nunca será suficiente! Faltar ao trabalho Tomar medicação Enfermeira Como decidir? carro avariou! mãe com alzheimer Montori V, adaptado de DOI: 10.3205/12gin010 55 90 Kg Médico Família Exercício Físico LDL elevados! A1c 8,3% Insómnia MCDTs Dor Tonturas Podologia Caminhadas Evitar sal, gorduras, hidratos carbono Verificar glicémias Cuidados pés Obesidade Diabetes HTA Depressão Lombalgia Neuropatia 3 2 1 números não batem certo prazo é agora! trabalho, trabalho contas por pagar bancos! família seguradoras filha divorciou-se e de volta a casa 2 netas lindas passear o cão supermercado sem tempo para. .m.im! Metformina Sulfunilureia Diurético e B-Bloq Estatina
  • 28. 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 0 Biomedical MEDLINE Trials Diagnostic? Medical Articles per Year ~5000/dia ~2000/dia ~75/dia
  • 29. Medicina Baseada na Evidência Como integrar na prática clínica?!
  • 30. Como integrar na prática clínica?! informação 1. perguntar (ask) - pergunta concreta da nossa prática! 2. aceder (procura sistemática) informação epidemiológica para responder à questão.! 3. apreciar a evidência enquanto a validade, tamanho do efeito, precisão..! 4. aplicar a evidência na prática:! ! a. amassar a evidência com outra informação relevante (valores e preferências, aspectos clínicos e aspectos dos recursos) e tomar uma decisão clínica baseada na evidência e:! ! b. actuar (instaurar) a decisão na prática! ——————————————————————————————————— 5. auditar - a nossa prática. Constantemente:! ! a. comparar a nossa prática com a melhor evidência disponível! ! b. diminuir as diferenças entre a nossa prática e a melhor evidência interna externa traduzido de: Rod Jackson 2013. cebm.net
  • 31. Medicina Baseada na Evidência exemplo:! ! auto palpação mamária para detecção de cancro da mama!
  • 32. Medicina Baseada na Evidência auto palpação mamária! 1. perguntar)(ask)).)pergunta+concreta+da+nossa+prá1ca+ ! ! 2.+aceder+(procura+sistemá1ca)+informação+epidemiológica+para+responder+à+questão+ ! ! 3.+apreciar+a+evidência+enquanto+a+validade,+tamanho+do+efeito,+precisão..+ ! ! 4.+aplicar+a+evidência+na+prá1ca:+ + a.+amassar+a+evidência+com+outra+informação+relevante+(valores+e+preferências,+aspectos+clínicos+e+aspectos+ dos+recursos)+e+tomar+uma+decisão+clínica+baseada+na+evidência+e:+ ! ! + b.+actuar)(instaurar)+a+decisão+na+prá1ca+ ! ————————————————————————————————————+ 5.+auditar+I+a+nossa+prá1ca.+Constantemente:+ + a.+comparar+a+nossa+prá1ca+com+a+melhor+evidência+disponível+ + b.+diminuir+as+diferenças+entre+a+nossa+prá1ca+e+a+melhor+evidência será que a auto palpação mamária aumenta a detecção precoce de cancro da mama?! ! ! tripdatabase, uptodate, bmj evidence, medline…! ! ! RR 1.05, 95% confidence interval (CI) 0.90 to 1.24! aumento nos malefícios…! ! ! ! mulheres têm muito medo de cancro da mama; recursos escassos! ! ! não recomendar auto-palpação mamária! ciclo de melhoria - autoavaliação!
  • 33.
  • 34.
  • 35. Medicina Baseada na Evidência dicas práticas:! manter um livro de perguntas journal club
  • 37.
  • 38. Curso curricular “A Consulta” - 44º curso - 2014 Decisão Clínica! em! Medicina Geral e Familiar II Diagnóstico David Silvério Rodrigues, MD
  • 39. Especificidades da MGF Espectro de doentes e problemas Tipo de problemas encontrados Fase da doença Continuidade de cuidados Presença da família! cedido por @abritosa
  • 40. Especificidades da MGF Espectro de doentes e problemas! Todas as idades! Todos os sistemas anatómicos! Todas as fisiopatologias! Grande quantidade de doentes cedido por @abritosa
  • 41. Tipo de problemas encontrados! Doenças/problemas menores ou autolimitados! Doenças/problemas comuns de baixa gravidade ! Doenças/problemas raros e graves! Doenças crónicas e agudas! cedido por @abritosa Especificidades da MGF
  • 42. Tipo de problemas encontrados! ! Doença com mistura de elementos físicos, psicológicos, sociais ! ! Distribuição de doença igual à comunidade! ! cedido por @abritosa Especificidades da MGF
  • 43. Fase da doença! Apresentação precoce, muitas vezes com indicações subtis! Ausência de avaliação prévia por um médico ! Problemas indiferenciados cedido por @abritosa Especificidades da MGF
  • 44. Continuidade de cuidados! Valor da espera terapêutica! ! Presença da família! Situação financeira! Saúde de outros membros da família! Contribuição de factores emocionais! cedido por @abritosa Especificidades da MGF
  • 45. Modelo&do&processo&de&diagnós<co& Dicas&(cues)& (Clínicas,&comportamentais,&de&contexto)& Hipótese(s)&para&a&doença&ou&mal&estar& Inves<gação&(entrevista,&história,&& exame&objec<vo,&MCDTs)& Revisão& Dados&& inesperados& Busca&de&plataformas&& de&entendimento& Decisão&de&gestão&clínica& Seguimento& (McWhinney*&*Freeman,*2009)* cedido por @abritosa
  • 46. Modelo&do&processo&de&diagnós<co& Dicas&(cues)& (Clínicas,&comportamentais,&de&contexto)& Hipótese(s)&para&a&doença&ou&mal&estar& Inves<gação&(entrevista,&história,&& exame&objec<vo,&MCDTs)& Revisão& Dados&& inesperados& Busca&de&plataformas&& de&entendimento& Decisão&de&gestão&clínica& Seguimento& (McWhinney*&*Freeman,*2009)* adaptado de @abritosa
  • 47. Diagnóstico em MGF - Muitas situações não têm um diagnóstico associado ou são diagnosticadas no hospital! - Muitas situações terminam em referenciação! - Os exames complementares não descobrem tudo nem excluem tudo adaptado de @abritosa “Reality check”
  • 48. Diagnóstico em MGF - Aceitação da incerteza! - Referenciação! - Investigação dirigida! - Investigação de rotina diferente adaptado de @abritosa “Reality check”
  • 49. Diagnóstico em MGF Caso clínico Homem 56 anos, consulta aguda por queda e suspeita de f# perna, a cheirar a álcool (10 am)! Obeso, barriga proeminente, ! 3 aranhas vasculares (spider nevi) no tórax
  • 50. Diagnóstico em MGF Caso clínico Homem 56 anos, consulta aguda por queda e suspeita de f# perna, a cheirar a álcool (10 am)! Obeso, barriga proeminente, ! 3 aranhas vasculares (spider nevi) no tórax Será este homem alcoólico?! Será que tem ascite? Probabilidades?
  • 51. Diagnóstico em MGF Caso clínico Homem 56 anos, consulta aguda por queda e suspeita de f# perna, a cheirar a álcool (10 am)! Obeso, barriga proeminente, ! 3 aranhas vasculares (spider nevi) no tórax Será este homem alcoólico?! Será que tem ascite? Probabilidades? 50-50
  • 52. Caso clínico Diagnóstico em MGF Como diagnosticar neste caso? 1. Confrontar o homem com interrogatório exaustivo! 2. Pedir GGT! 3. Enzimologia hepática completa! 4. aplicar as 4 perguntas CAGE (Cut, Annoyed, Guilty e Eye-opener) ascite: 1. verificar sinal onda ascítica, sinal de Puddle,! 2. ecografia abdominal! 3. perguntar se tem os tornozelos inchados
  • 53. Caso clínico Diagnóstico em MGF Como diagnosticar neste caso? - Não seria excelente poder diagnosticar com apenas 5 perguntas (4 CAGE e uma para ascite) e estar certo do diagnóstico - Neste caso é possível:! - se respondeu positivamente a 3 ou 4 perguntas CAGE = dependente ou abusador de álcool! - se respondeu negativamente a tornozelos inchados podemos excluir ascite significativa Como podemos estar tão certos?
  • 54. Caso clínico Diagnóstico em MGF Como diagnosticar neste caso? - Não seria excelente poder diagnosticar com apenas 5 perguntas (4 CAGE e uma para ascite) e estar certo do diagnóstico - Neste caso é possível:! - se respondeu positivamente a 3 ou 4 perguntas CAGE = dependente ou abusador de álcool! - se respondeu negativamente a tornozelos inchados podes descartar ascite significativa (pode-se confirmar com onda ascítica) Como podemos estar tão certos? Evidência Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 55. Diagnóstico em MGF Evidência Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 56. Diagnóstico em MGF Evidência Sensibilidade: a/(a+c) = 0.51 (51%) “teste diagnóstico positivo se doença presente” Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 57. Diagnóstico em MGF Evidência Especificidade: d/(b+d) = 0.998 (99.8%) “teste diagnóstico negativo se doença ausente” Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 58. Diagnóstico em MGF Evidência Valor Preditivo Positivo ou ! Probabilidade pós-test de ter doença se teste +! : a/(a+b) = 0.984 (98.4%) “tem doença se o teste diagnóstico é positivo” Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 59. Diagnóstico em MGF Evidência Valor Preditivo Negativo ou ! Probabilidade pós-test de não ter doença se teste -! d/(c + d) = 0.88 (88%) “não tem doença se o teste diagnóstico é negativo” Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 60. Diagnóstico em MGF Evidência Probabilidade pós-test de ter doença se teste -! c/(c+d) = 57/457 = 0,125 (12,5%) Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.!
  • 61. Diagnóstico em MGF Evidência Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.! ! ! ! CAGE! ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88!
  • 62. Diagnóstico em MGF Evidência Prevalência ou! probabilidade pré-teste! (a+c)/(a+b+c+d) = 117/518 = 23% Bush B, Shaw S, Cleary P, Delbanco TL, Aronson MD. Screening for alcohol abuse using the CAGE questionnaire. Am J Med. 1987;82(2):231-235.! ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88!
  • 63. Diagnóstico em MGF ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88! Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50%
  • 64. Diagnóstico em MGF ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88! Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50% ! S= 51%! a/(a+c) = 510/1000
  • 65. Diagnóstico em MGF ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88! Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50% ! S= 51%! E= 99,8%! d/(b+d) = 998/1000
  • 66. Diagnóstico em MGF ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88! Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50% ! S= 51%! E= 99,8%! Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! a/(a+b) = 510/512 = 0,996!
  • 67. Diagnóstico em MGF ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88! Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50% ! S= 51%! E= 99,8%! Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = 67%!
  • 68. Diagnóstico em MGF ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 98,4%! VPN= 88! Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50% ! S= 51%! E= 99,8%! Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = 67%! Probabilidade pós-teste de ter a doença se teste - = 33%
  • 69. Diagnóstico em MGF Prevalência de 23% ! ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 99,8%! VPN= 88! Prevalência de 50% ! ! S= 51%! E= 99,8%! VPP = 99,6%! VPN= 67%! Prevalência altera os valores de predição! Não altera sensibilidade ou especificidade!
  • 70. De volta ao nosso doente… Prevalência ou! Probabilidade Pré-teste! = 50% ! S= 51%! E= 99,8%! Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = 99,6%! Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = 67%! Probabilidade pós-teste de ter a doença se teste - = 33%
  • 71. De volta ao nosso doente… Deveríamos ter pedido análises? ! Especificidade:! GGT - 76%! Enzimologia hepática inteira - 81%! ! EO - 99.8% - simples, rápido e muito mais específico
  • 72. Exercício… Então e a ascite? Prevalência 50%! ! S = 93% *! E = 66% Evidência *Simel DL, Halvorsen RA Jr, Feussner JR. Quantitating bedside diagnosis: clinical evaluation of ascites. J Gen Intern Med. 1988;3(5):423-428!
  • 73. Exercício… Então e a ascite? Prevalência 50%! ! S = 93% *! E = 66% Probabilidade pós-teste de ter doença se teste + (VPP) = a/(a+b) = 93/127 = 73%! Probabilidade pós-teste de não ter a doença se teste - (VPN) = d/(c + d ) = 66/73 = 90%! Probabilidade pós-teste de ter a doença se teste - = c/(c+d) = 7/73 = 10% Evidência *Simel DL, Halvorsen RA Jr, Feussner JR. Quantitating bedside diagnosis: clinical evaluation of ascites. J Gen Intern Med. 1988;3(5):423-428!
  • 74. Testes com elevada especificidade - se teste positivo probabilidade de ter a doença é elevada CAGE para dependência de álcool Testes com elevada sensibilidade - se teste negativo probabilidade de ter a doença é muito baixa edema tornozelos para ascite
  • 75. Último conceito mas o mais útil!! Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança)
  • 76. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) usada para calcular a probabilidade de doença depois de aplicar teste diagnóstico expressa as possibilidades (odds) que determinado achado na história clínica ou exame objectivo aconteçam num doente com doença vs sem doença
  • 77. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) Faz o quê ??!?
  • 78. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) Probabilidade Pré-teste Probabilidade Pós-teste Prevalência Y Y.LR
  • 79. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) LR > 1.0 - probabilidade de doença aumenta (achado é mais provável em pessoas com doença que sem doença) ! LR = 1.0 - probabilidade de doença inalterada (achado é tão provável em pessoas com doença que sem doença) ! LR < 1.0 - probabilidade de doença diminui (achado é menos provável em pessoas com doença que sem doença)
  • 80. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) Probabilidade pré-teste ascite = 24% (prevalência) ! LR para história positiva de edema tornozelo = 2.8 (edema do tornozelo é 2,8 x mais provável de estar presente num doente com ascite comparado vs doente sem ascite) -> probabilidade de ascite aumenta ! LR para história negativa de edema tornozelo = 0.10 (edema do tornozelo é 0.1 x mais provável em doentes com ascite vs doentes sem ascite) -> probabilidade de ascite diminui
  • 81. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) nomograma
  • 82. Likelihood ratio! (Razão de verossimilhança) vantagem: testes não dicotómicos
  • 83. Likelihood ratio! (Razão de verosimilhança) Sensibilidade e especificidade requerem conhecimento do status da doença Principal vantagem dos LR é que podemos aplicar sem saber o status da doença no nosso doente
  • 84.