A Meralgia parestésica é uma condição que resulta da compressão do nervo cutâneo femoral lateral, causando dormência ou formigamento na coxa. É provocada por lesão ou pressão no nervo durante a passagem pelo ligamento inguinal. Os sintomas incluem sensação de dormência ou dor na coxa e são agravados pela posição em pé. O diagnóstico é clínico e o tratamento envolve remover a causa de compressão e medicações.
Meralgiaparestésica: compressão do nervo cutâneo femoral
1. MERALGIA PARESTÉSICA
Conceito
Meralgiaparestésica (MP) é uma mononeuropatia – uma condição clínica
que resulta da compressão do nervo cutâneo femoral lateral, especialmente na
região inguinal.
Etiologia
A doença é provocada por uma perturbação da função normal do nervo
cutâneo lateral da coxa (puramente sensitivo), que sai da pelve e passa sob ou
através do ligamento inguinal, na região da virilha, para alcançar a coxa e
fornecer sensibilidade para suas porções anterior e lateral. A síndrome clínica
meralgiaparestésica ocorre por consequência da compressão do nervo na
região inguinal por uma lesão traumática súbita ou uma pressão constante
sobre o nervo cutâneo femoral lateral.
Clínica
A principal manifestação clínica é a sensação intermitente de dormência
ou formigamento na superfície anterolateral da coxa, desde o quadril até
próximo ao joelho. Nos casos mais crônicos ou severos pode existir dor aguda
e sensação de queimação ou agulhadas na mesma região, de caráter contínuo.
Os sintomas geralmente são agravados pela posição de pé ou pelo caminhar e
são aliviados pelas posições sentada ou deitada.
No exame clínico identifica-se uma redução da sensibilidade na área em
que o paciente refere sentir a dormência/formigamento ou dor, que pode,
ocasionalmente, ser hiper sensível ao toque. A percussão sobre a porção mais
lateral do ligamento inguinal ou a extensão da coxa posteriormente podem
reproduzir os sintomas.
Fatores predisponentes
Fatores que predisponham à compressão do nervo ao nível do ligamento
inguinal, como indivíduos obesos, mulheres grávidas, uso de roupas apertadas
na cintura e atletas que estendem repetidamente o quadril.
Diagnóstico
O diagnóstico é principalmente clínico. A eletroneuromiografia, além de
afastar outras doenças, pode demonstrar redução da velocidade de condução
sensitiva do nervo (comparando com o outro lado). Também deve ser realizado
exame de imagem da pelve (ex. tomografia computadorizada, ressonância
magnética) para afastar a possibilidade de compressão do nervo em seu trajeto
intrapélvico. Em casos duvidosos pode-se realizar um bloqueio diagnóstico do
nervo na região inguinal.
Tratamento
O tratamento clínico consiste em remover a causa de compressão direta
(ex.cintos/roupas apertados), perder peso (pacientes acima do peso), fortalecer
a musculatura do abdome, pernas e nádegas, medicação anti-inflamatória nãohormonal, repouso e, nos casos de dor muito severa , bloqueio do nervo com
analgésico e corticóide (alívio temporário). Quando o tratamento conservador
falhar deve-se considerar a cirurgia.