1. Justiça e Graça
Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos
Lição 3
17 de
Janeiro
de 2016
A necessidade espiritual
Dos Judeus
2.
3.
4.
5. DEFENDER a
afirmação de
que a Lei não foi
suficiente para a
justificação do
ser humano;
MOSTRAR que quem
ensina e não pratica
o que ensina é um
hipócrita e está
debaixo da ira de
Deus;
DEMONSTRAR que o
ritual serve apenas
como um sinal externo,
como exemplo da
circuncisão, e não
justifica o ser humano
diante de Deus.
Objetivos
6. Texto Bíblico
Romanos 2.1-11.
1 — Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que
julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
2 — E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
3 — E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
4 — Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva
ao arrependimento?
5 — Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de
Deus,
6 — o qual recompensará cada um segundo as suas obras,
7 — a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção;
8 — mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade;
9 — tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego;
10 — glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego;
11 — porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
7. INTRODUÇÃO
Paulo se dirige aos judeu-cristãos de Roma, judeus que
haviam se convertido ao cristianismo, mas que ainda estavam
marcados pelo poder da Lei e não se sentiam à vontade (devido
a opressão do jugo da Lei por longa data) com a mensagem da
justificação por meio da fé. O comportamento dos judeu-
cristãos colocava-os, da mesma forma que os gentios citados na
lição passada, debaixo da ira divina, pois também desprezavam a
salvação gratuita ofertada por Deus em Cristo.
8.
9. I. OS JUDEUS NECESSITAVAM SE LIBERTAR DO JUGO DA LEI (Rm 2.1-16)
10. Os judeu-cristãos, possivelmente, ficaram satisfeitos com as palavras
que Paulo dirigiu aos gentios (1.18-32). Agora, o comportamento deles
é questionado. Eles, influenciados pela cultura que os gerou, tinham o
hábito de julgar as pessoas por não cumprirem a Lei judaica. O que
preocupa é que eles haviam deixado o judaísmo para se inserirem no
cristianismo, mas continuavam no legalismo como os gálatas (Gl 3.1-5).
O apóstolo afirma que da mesma forma que os gentios provocaram a
ira de Deus pela sua conduta pecaminosa, os judeus também estavam
sob o julgamento da ira divina pelo legalismo. Na realidade, a causa era
a mesma, a busca da glória para si por meio da manifestação das obras
(antropocentrismo/egocentrismo). Eles queriam impor um jugo sobre
as pessoas, que nem mesmo Deus requeria. Jugo que somente Jesus
poderia libertar (Ver Mt 11.28-30).
11. Deus sempre vai primar pela justiça. Alguns cristãos evangélicos tem
uma tendência em pensar que Deus privilegia os judeus em detrimento
aos outros povos. Isto é um engano. Um bom exemplo é a atuação dos
profetas, que profetizavam a justiça de Deus tanto para as nações
inimigas como para o seu próprio povo, em especial os líderes civis e
religiosos. O parâmetro utilizado é a culpabilidade, ou seja, o
julgamento é sobre a prática da injustiça e não a nacionalidade ou a
origem das pessoas. Este comportamento de discriminação, comum ao
ímpio, às vezes está presente na comunidade evangélica, onde o
critério não é a justiça, mas sim a origem ou outros fatores que
privilegiam uns em detrimento de outros. Deus não age assim,
“porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” (v.11). Jovem,
você tem feito acepção de pessoas?
12. Um questionamento comum é como será o julgamento das pessoas que
nunca tiveram a oportunidade de conhecer o Evangelho. Paulo nesta
passagem nos traz uma explicação didática quando se refere ao julgamento
sobre os gentios que não conheciam a Lei. Ele afirma que “quando os
gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não
tendo eles lei, para si mesmos são lei”, ou seja, seriam julgados não pelo
conhecimento da Lei, mas pela prática da Lei, sem mesmo a conhecer. As
pessoas geralmente priorizam a fé em Cristo, isto é bom e louvável, mas será
que o mais importante para o ser humano não seria ter a fé de Cristo,
mesmo não o conhecendo? Por exemplo, uma pessoa que tenha nascido em
um ambiente sem oportunidade de ouvir falar de Jesus, mas a sua
consciência moral, como criatura formada à imagem de Deus, pratica o que
Jesus ensinou, em especial o amor, deveria ser julgada e condenada? Um
judeu-cristão da época de Paulo diria que sim. Jovem, e você, o que diz?
13. Jovem, como podemos ter a Palavra de Deus
em nosso interior, escrita em nosso coração?
Deus não dá um tratamento diferenciado aos judeus, mas os
julga da mesma maneira que julga os gentios, pelas suas
atitudes.
14. II. OS JUDEUS NECESSITAVAM ABANDONAR A HIPOCRISIA (Rm 2.17-24)
15. Os judeus se achavam superiores por terem recebido a Lei (vv.17,18).
Os judeus, numa linguagem jovem, “achavam que estavam podendo” por
terem “por sobrenome judeu”. Afinal de contas, segundo a tradição, foi o
povo de Israel por meio de Moisés, seu grande líder, o receptor da Lei dada
diretamente por Deus. Este povo poderia ter no mínimo duas atitudes: a) se
sentir superior aos demais povos pela revelação exclusiva de Deus; b) se
sentir privilegiado, mas acima de tudo, responsável pela transmissão, de
forma humilde, da revelação recebida para o bem coletivo. Os judeus
escolheram a primeira opção, se sentiam como insubstituíveis. Quantas
pessoas que se dizem participantes do povo de Deus que imitam o
comportamento dos judeus? Fechadas entre quatro paredes se sentem como
os únicos abençoados por Deus e julgam as pessoas que não fazem parte de
seu grupo. Jesus advertiu que seremos julgados com o julgamento com que
julgarmos (Mt 7.1-5). Jovem, o que você acha de pessoas que vivem julgando
as demais?
16. Os judeus ensinavam a teoria, mas não viviam o que ensinavam (vv.19-23).
Existe um treinamento vivencial para líderes em que as pessoas colocam
vendas nos olhos, simulando uma vida de cego para perceber as
dificuldades que eles têm, enquanto outro companheiro o guia entre
alguns obstáculos. Quem está sendo conduzido precisa confiar no seu
guia, e o guia precisa ser comprometido para não tirar vantagem, mas
cuidar com carinho da pessoa que está guiando. O apóstolo afirma que os
judeus se achavam em condições de conduzir os gentios, para eles cegos,
por não receberem a luz da revelação. Todavia, o apóstolo assevera que
eles também eram cegos e não estavam credenciados para conduzir
ninguém. Paulo aponta a evidência, o comportamento hipócrita dos
judeu-cristãos, que ensinavam a Lei, mas não praticavam e não
conseguiam ser exemplo. A atitude judaica faz lembrar o ditado popular
“faz o que eu mando, mas não faça o que eu faço”. O que faziam bem era
julgar os gentios.
17. Os judeus envergonhavam o nome de Deus (v.24).
Neste verso o apóstolo trata da consequência das atitudes dos
judeu-cristãos citadas no subtópico anterior. As pessoas estão
atentas para o comportamento das outras, principalmente, quando
estas professam uma fé diferenciada e se vangloriam de fazer parte
de determinado grupo. Como o comportamento dos judeus era
hipócrita, eles acabavam sendo os piores diante de Deus. O texto diz
que os gentios blasfemavam contra Yahweh devido ao
comportamento repreensível dos judeus. No meio das comunidades
cristãs evangélicas também existem pessoas com comportamento
parecido ao dos judeus (Mt 13.24-30,36-43). Por isso, precisamos
estar constantemente nos examinando, assim como nos exorta o
apóstolo em outra epístola (1Co 11.28-32), acerca de não
desonrarmos a Deus e não sermos julgados com o mundo.
18. Jovem, você tem saído das quatro paredes para
evangelizar outras pessoas ou, como os judeus, tem
se comportado como se a salvação fosse exclusiva
para você?
Os judeu-cristãos por se acharem superiores aos gentios os
desprezavam, viviam uma vida hipócrita não praticando o que
ensinavam e, por isso, Paulo afirma que os gentios
blasfemavam de Deus.
19. III. OS JUDEUS PRECISAM SE LIBERTAR DO RITUALISMO (Rm 2.25—3.8)
20. Os judeus exigiam a circuncisão, mas eram incircuncisos de coração (2.25-29).
A circuncisão, uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele
do órgão sexual masculino, um sinal externo que representa a fidelidade
do judeu com sua fé e sua nação. Esse ritual era tão relevante para
identificar o judeu com sua fé, que na época do Império Grego muitos
judeus apóstatas, para garantir a fidelidade aos gregos, reverteram a
circuncisão por meio de cirurgias. A circuncisão para o judeu era
obrigatória e motivo de vanglória por pertencer ao “povo escolhido”. Mas
o apóstolo afirma que a fidelidade não se evidencia pelo exterior e por
ritualismo, como defendiam os judeus, mas a evidência era interna, no
coração. Entretanto, isso não significava que o exterior não é importante,
mas sim que o interior do ser humano que transforma seu exterior e não
o contrário. Jesus disse que o ser humano é contaminado pelo que está
dentro do seu coração e não no seu exterior (Mt 7.15).
21. A leitura descuidada da epístola pode dar a impressão que Paulo
desmerece o privilégio do povo judeu de receber a revelação de Deus.
Entetanto, esse não é o caso. Ele tem como precioso o privilégio
judaico, mas reprova a atitude de não saberem valorizar esta
prerrogativa. O recebimento direto da revelação divina, a Palavra
escrita, bem como a representação da circuncisão é considerado como
um favorecimento honroso. Na realidade, Deus escolheu o povo de
Israel para abençoar toda a humanidade. Eles foram colocados como
intermediários das bênçãos de Deus, para que a promessa de Abraão
de que por meio dele seriam benditas todas as nações da terra (Gn
12.3), alcançasse não somente os seus descendentes. Como têm se
comportado os membros de nossa igreja ao se verem como receptores
das bênçãos de Deus? Existe alguma relação com a atitude dos judeus?
Os judeus não souberam aproveitar o privilégio de receber a revelação divina (Rm 3.1,2).
22. Algumas pessoas tentam manter as aparências,
valoriza a exterioridade e o ritualismo. Deus valoriza o
que está no mais íntimo dos corações.
A tradição é importante, mas não pode sobrepor ao poder da
Palavra.
23. Nesta lição aprendemos que os judeus que se achavam
perfeitos e privilegiados por serem os receptores da
revelação de Deus e portadores da Lei, diante de Deus
estavam na mesma condição que os gentios que não
reconheciam ao Senhor como deveriam. Portanto, ambos os
grupos acabaram injustificados. Para alcançar a justificação
os judeus precisavam abandonar a vida de hipocrisia,
baseada em ritualismo e sinais externos, bem como os
gentios precisavam se converter.
24. 1. Segundo a lição, por que o apóstolo Paulo afirma que os judeus estavam na mesma condição de julgamento do que os
gentios?
O apóstolo afirma que da mesma forma que os gentios provocaram a ira de Deus pela sua conduta pecaminosa, os judeus
também estavam sob o julgamento da ira de Deus pelo legalismo.
2. Como se daria o julgamento dos gentios que não conheciam a Lei?
Os gentios seriam julgados não pelo conhecimento da Lei, mas pela prática da Lei, sem mesmo a conhecer.
3. Qual era a evidência de que os judeu-cristãos também eram cegos, assim como julgavam os gentios?
A evidência era o comportamento hipócrita dos judeu-cristãos, que ensinavam a Lei, mas não praticavam e não conseguiam ser
exemplo.
4. O que é a circuncisão e o que representa para os judeus?
A circuncisão é uma operação cirúrgica que remove o prepúcio, uma pele do órgão sexual masculino, um sinal externo que
representa a fidelidade do judeu com sua fé e sua nação.
5. Qual o exemplo dado na lição para explicar que, às vezes, Deus transforma a maldade humana em bênção para o ser humano?
O exemplo dado é o relato de José. Quando ele, após ser vendido como escravo para os egípcios pelos próprios irmãos, Deus o
acompanha e o transforma no segundo homem do Egito. No reencontro deste com seus irmãos, após a morte de seu pai, ele os
tranquiliza, dizendo que o mal que intentaram contra ele, Deus havia transformado em bem (Gn 50.15-21).