Por que o PIB não deve ser o único indicador econômico analisado
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A IMPORTÂNCIA DO PIB PARA AS EMPRESAS.
Todas as noites, por meio dos telejornais, os lares brasileiros são
bombardeados com notícias sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Mas não
apenas os telejornais, como de resto todos os veículos de comunicação,
repercutem à exaustão o desempenho desse indicador macroeconômico.
Quando esse desempenho é ruim, a oposição alardeia. Caso contrário, é
o governo quem faz uso publicitário da boa performance, sugerindo que o País
vai bem.
O próprio inventor desse indicador, entretanto, dizia ser equivocada essa
compreensão de que o país vai bem quando o PIB se eleva e vai mal quando
decresce. Simon Kuznets (1901-1985), professor de Harvard e prêmio Nobel,
passou anos alertando as pessoas sobre esse uso inapropriado do indicador.
De fato, a renda nacional pode crescer por inúmeros motivos, bons e ruins.
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O PIB do Reino Unido cresceu bastante durante a Segunda Guerra Mundial,
assim como o PIB do Líbano durante a guerra civil do país. O indicador
apresenta ainda inúmeras outras limitações, por exemplo, o PIB não capta a
desigualdade econômica entre as pessoas e nem a qualidade dos produtos e
serviços de um país. Assim, a economia pode estar se deteriorando (queda na
qualidade de seus produtos e serviços) e o PIB crescendo. O PIB brasileiro ao
longo dos anos passou por séries anuais curtas de crescimento. O crescimento
verificado durante o período militar foi simultâneo a uma brutal concentração de
renda, momento histórico da explosão das favelas e da miséria nas grandes
cidades.
Isto é, poucos se beneficiaram do crescimento. No crescimento mais recente
do PIB, durante o governo Lula, o benefício maior parece ter sido pela via do
consumo. As estruturas arcaicas da educação, da saúde e dos transportes, por
exemplo, pouco se moveram ou até se deterioraram. E, atualmente, quando o
PIB apresenta fraco desempenho, o mercado de trabalho, aparente
contradição, se encontra em boa situação (baixo índice de desemprego). Na
verdade, o mercado de trabalho brasileiro vai bem por causa da oferta de
postos de trabalho de baixa qualidade e essa dimensão qualitativa o PIB não
capta. A variação do PIB, quando tomada isoladamente, como fazem muitas
vezes na mídia, pouco explica. Estabelecer qualquer correlação da situação de
pequenos segmentos econômicos com o indicador é querer se enganar.
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O mesmo vale para os desempenhos econômicos regionais. Seria importante
para o País que a atenção fosse mais voltada para os aspectos qualitativos,
bem como para os projetos hoje decididos (o PIB não contabiliza projetos) e
que terão impactos no futuro da economia e da sociedade. Da mesma forma
que um País pode se deteriorar em momentos de crescimento do PIB, também
pode avançar em períodos de baixo desempenho desse indicador, como
explica o professor Gilberto Dupas, da Universidade de São Paulo (USP), em
seu livro “O mito do progresso” (Ed. da Unesp).